Clipe musical: "Na Hora H" por Sandy

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Samuca e Joaquim falaram com Téo sobre pensarem que talvez Sandy estivesse com mais problemas do que só a alimentação ruim e este começou a se convencer do mesmo. No dia seguinte, na escola, foram falar com as Chiquititas. Perguntaram se Sandy estava mesmo melhor e ela disse que sim e que agradecia pela preocupação e por terem-na ajudado tanto no dia anterior. Enquanto falava a última parte, ela deu uma olhadinha direta para Joaquim, que ficou todo vermelho.

Depois os meninos começaram a perguntar mais sobre as causas do desmaio, as coisas com as quais Eleanora havia dito que Sandy ficara chocada ontem etc. Até que Sandy não aguentou e disse que não ia falar pra eles porque era um assunto "de menina". Eles acharam estranho, as três começaram a rir e foram pra sala.

Tentando entender que "coisa de menina" era aquela, Joaquim pensou que talvez Sandy tivesse ficado muito chateada com o encontro dele com Bel. Mas, em determinado momento, Samuca entendeu que Sandy provavelmente havia ficado mocinha e falou pros irmãos, que agradeceram por serem meninos. 

Então agora devia estar tudo bem, mesmo, né? Que bom, assim seria muito mais fácil se concentrar nas provas, principalmente para Joaquim! 

Porém o menino acabou ficando de recuperação em algumas matérias, mas em bem menos do que ele costumava ficar. Depois que todas as provas, inclusive as de recuperação passaram, então, ele voltou a pensar em um jeito de conquistar a Bel.

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Davi e Clarinha se falavam cada vez mais e se viam sempre que os dois tinham algum tempo livre. Muitas vezes, a mulher tentava, de forma bem sutil, entrar no assunto da viagem ao Vilarejo dos Sonhos, mas o homem sempre dava um jeito de mudar de assunto. Ele, na verdade, pensava muito nessa viagem e estava até cogitando ir, mas não sabia se estaria preparado psicologicamente até julho e nem havia falado a respeito com os filhos... Além disso, havia outro assunto martelava em sua cabeça ainda mais do que esse: queria pedir Clarinha namoro.

Seus encontros, apesar de os Cuecas sempre acharem que eram românticos, eram apenas saídas de amigos, bem como suas conversas. Quer dizer, as conversas nem tanto... De vez em quando, um dos dois dava alguma indireta, dando a entender que ainda estava apaixonado ou algo do tipo, mas o outro geralmente não tinha certeza e mudava de assunto. Era normal Davi ficar assim, já que era mais tímido com essas coisas, mas Clarinha? Acontece que ela tinha um pouco de medo de que Davi não estivesse gostando dela coisa nenhuma e aquilo fosse só nostalgia do passado... Se ele fosse mais direto, talvez fosse tudo diferente...

Um dia, eles estavam juntos numa praça, em mais um desses encontros amigáveis. Clarinha decidiu que não falaria sobre o Vilarejo, então pensou em um assunto melhor:

— Quando é que eu vou conhecer os seus filhos?

— Você quer conhecê-los?

— Claro que sim! Eu adoro crianças e, mesmo que não adorasse, ia ser impossível não querer conhecê-los depois de ouvir tudo o que você fala deles!

Davi sorriu e disse:

— Tudo bem, mas... será que não é cedo demais?

— Como assim?

Davi não respondeu, então Clarinha pensou um pouco e disse:

— Se nós somos amigos, não tem problema eu conhecer os seus filhos, afinal, mesmo que eu vá embora da cidade eu posso continuar mantendo contato com vocês... Mas se você perguntou se era "cedo demais" significa que... tem alguma possibilidade da gente voltar a namorar e, se a gente terminar e os meninos se apegarem a mim vai ser difícil pra eles, então você quer ter certeza de que vai dar tudo certo entre a gente primeiro? — Clarinha teve um pouco de receio em fazer essa pergunta, mas... se Davi não era direto alguém tinha que ser, né?

E, sim, era exatamente aquilo que Davi estava pensando. Os meninos já tinham perdido os pais... não queria que começassem a ver Clarinha como sua nova mãe e ela sumisse da vida deles em algum momento.

O homem ficou em silêncio por algum tempo, mas, finalmente, falou:

— Me desculpa se você só estiver vendo a nossa relação como uma amizade, se for, tudo bem, eu paro de pensar que...

— Não, tudo bem!

— Então você...?

— Sim, eu quero ser sua namorada de novo! Mas se você achar que é muito cedo pra conhecer os seus filhos, tudo bem...

Davi estava muito feliz por ela ter aceitado o pedido (que nem havia chegado a ser um pedido). Na verdade, essa situação havia sido idêntico à época em que eram adolescentes, só que Davi tinha contado aos Cuecas que realmente havia pedido ela em namoro pra história ficar mais interessante.

— Clarinha... Eu sou apaixonado por você desde os 13 anos de idade e o meu sentimento não mudou. Se você sente o mesmo, acho que não tem como a gente dar errado, não desta vez! E, se for esse o caso, eu não vejo problema em você conhecer os meus filhos quando quiser. Mas se você tiver alguma dúvida, eu acho melhor esperar um pouco...

— Eu não tenho dúvida! Só tava esperando você tomar alguma atitude... e dizer essas palavras lindas! — Clarinha suspirou. 

Então era isso. Ambos pensavam e sentiam a mesma coisa. Era quase inacreditável, depois de todo aquele tempo! O engraçado era que Clarinha sempre havia achado Davi muito romântico, mas ele nunca havia pensado em ser romântico ou se esforçado para isso. Ele simplesmente dizia o que estava em seu coração e ela se derretia toda... 

Naquele momento, Davi e Clarinha deram o seu primeiro beijo depois de anos, quase haviam esquecido qual era a sensação... E parecia muito melhor do que lembravam! Agora, não se separariam nunca mais.

Sendo assim, Clarinha conheceria Joaquim, Samuca e Téo num jantar na casa de Davi e os 5 mal podiam esperar por esse dia!

***

Depois que as irmãs contaram o que Joaquim havia feito por ela no dia do desmaio, Sandy começou a achar que o menino estava gostando dela, o que, por sinal, era o que achava antes de ele começar a se aproximar de Bel. Porém, depois que as provas passaram, ela voltou a achar que ele realmente gostava da colega e não dela. Sandy não tinha nada contra Bel, ela era na verdade uma menina muito legal. Tinha sido a aluna que mais havia doado brinquedos para as crianças do abrigo depois que os Cuecas pediram ajuda às pessoas da escola, sempre ajudava quem precisava... Sandy podia até considerá-la como uma amiga. Mas por que Joaquim tinha que gostar dela?

Até que um dia, Sandy pensou: "quer saber? E daí se ele não gosta de mim? Eu não escolhi gostar dele, mesmo...". Porém, mesmo sem ter escolhido, Sandy gostava dele... e odiava isso! Precisava pensar em um jeito disso parar e já tinha um plano perfeito (ou quase perfeito...). Poucos dias antes da apresentação para as crianças do abrigo, a menina foi falar com Davi na gravadora. Primeiramente, deu os parabéns, pois todo mundo lá já sabia (pelos Cuecas, obviamente) que ele estava namorando, e Davi agradeceu. Em seguida, a menina disse:

— Será que eu posso falar com você? É um assunto profissional urgente!

Davi sorriu. Era tão engraçado quando aquelas crianças começavam a falar que nem adultos...

— Eu preciso trocar de par. Nos duetos, sabe?

— Você não quer mais cantar com o Joaquim?

— Não é que eu não queira, é só que... eu acho que as nossas vozes não combinam muito. Acho que seria melhor se eu cantasse com... o Samuca! Aí a Janete podia começar a cantar com o Joaquim, ia se encaixar muito melhor... E eu acabei de perceber uma coisa bem legal: o meu nome e o do Samuca começam com "S", enquanto o do Joaquim e o da Janete começam com "J", isso ia ser bem legal pra divulgação, né?

— Olha, Sandy, eu escolhi os duetos desde o início com base nas vozes e eu realmente acho que a sua e a do Joaquim combinam muito. Se você quiser, a gente pode testar a sua com a do Samuca e a do Joaquim com a da Janete pra ver se realmente fica melhor, mas pra isso você tem que falar com eles três antes, pra ver se concordam. Se eles toparem, sem problemas.

Davi sabia que o fato de Sandy querer "trocar de par" não tinha nada a ver com vozes... A menina não esperava por aquela resposta, achava que, se Davi concordasse, ele simplesmente mandaria Samuca cantar com ela, Joaquim cantar com Janete e pronto; não imaginava que teria que conversar com os outros três primeiro... e obviamente ela não queria fazer isso, pois sabia Joaquim ficaria desconfiado por ela querer parar de cantar com ele do nada e que Jantete e Samuca se gostavam e não iam aceitar parar cantar juntos. Mas, no fundo, Sandy sabia que seu plano não daria certo e que teria que continuar cantando com Joaquim, e, já que não conseguia pensar em nada melhor, disse:

— Talvez seja melhor as coisas continuarem do jeito que estão, mesmo... Mas será que dá pra gente não cantar junto na apresentação do orfanato? É que assim, a gente ia cantar "Fugir Agora", mas, considerando que o Joaquim, o Samuca e o Téo já fugiram de um orfanato, eu acho que essa música podia levar a mensagem errada pras crianças, né?

Ela parecia mesmo desesperada pra não cantar com Joaquim! Davi a olhou com compaixão e disse:

— Tudo bem, Sandy. Vocês não precisam cantar juntos dessa vez. E, pode ficar tranquila, porque "Pra Ver se Cola" tá na lista, mas a Eleanora e o Téo já me pediram pra cantar juntos essa.

— Ah, que bom! — A menina suspirou, aliviada. — Obrigada, Davi!

O que será que havia acontecido agora? Pelo jeito, Davi teria que conversar pela milésima vez com Joaquim sobre Sandy...