Os Cuecas e as Chiquititas escrita por SnowShy


Capítulo 33
A festa


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Aqui estou eu com mais um capítulo pra vcs! Quero muito agradecer ao Homem Aranha Escarlate e à Maria Eduarda por terem comentado nos capítulos anteriores, vcs me deixaram mt feliz *-* ♥



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No momento mais improvável possível e no lugar ainda mais improvável, Davi reencontra a sua paixão da adolescência e todos os seus sentimentos por ela voltam em menos de um segundo. E agora não era como naquela vez no supermercado, não dava para fugir. Tinha muito medo de qual seria a reação de Clarinha ao reconhecê-lo... será que ainda estaria brava com ele? Todos esses pensamentos vieram rapidamente à mente de Davi enquanto a mulher e a aniversariante se abraçavam.

— Professora, esse é o Davi, o compositor das músicas originais dos Cuecas e das Chiquititas. Davi, essa é a minha professora da escola, o nome dela é Clara.

Clara apertou a mão de Davi cordialmente, mas, no meio do gesto, olhou um pouco melhor para ele e...

— Davi, é você! Quanto tempo! — Ela exclamou, com um sorriso enorme no rosto, e em seguida o abraçou. 

Davi ficou surpreso com aquela reação, tão surpreso, que quase esqueceu de retribuir o abraço. Quem também ficou muito surpresa foi Larissa.

— Vocês já se conheciam?!

— Sim, nós morávamos na mesma cidade alguns anos atrás — respondeu a professora. 

— Legal! Eu sabia que vocês iam se dar bem, mas agora tenho certeza! Hahaha. Bom, fiquem conversando aí, porque eu já tirei um monte de fotos, falei com um monte de gente, mas ainda não brinquei na minha festa... Só não esqueçam de ir cantar parabéns na hora, hein? Tchau!

E a fadinha da floresta saiu saltitando. A professora olhava com carinho para ela e sorria.

— Ela é uma figura, né? 

— É! Então... você é professora dela, né? Você sempre sonhou em ser professora...

— Pois é! E você conseguiu ser músico. Tô feliz que tenha dado certo!

— Obrigado! Também tô feliz por você!

Ela deu um sorriso de agradecimento e os dois ficaram em silêncio por tempinho. Fazia muito tempo que não se viam, por mais que tivessem sido simpáticos um com o outro, era meio difícil conversarem assim... Davi até pensou em inventar alguma desculpa e se despedir, mas achou melhor não. Primeiro porque, por mais que estivesse desconfortável, não queria voltar a ficar sozinho pra lá e pra cá na festa; e segundo porque, apesar de tudo, passara mais de 15 anos esperando poder conversar com ela novamente e não ia desperdissar essa oportunidade, principalmente por já ter desperdiçado no dia do supermercado...

No caso de Clarinha, ela não precisava se preocupar em ficar sozinha, já que conhecia outras pessoas na festa, mas sua vontade era de ficar com Davi. Apesar do que havia acontecido no passado, sentia muita saudade dele, por isso havia ficado tão feliz em reencontrá-lo. E, por isso mesmo, ia puxar assunto. Qualquer um, isso não era difícil pra ela, afinal, sempre havia sido muito comunicativa. Mas, para a sua surpresa, quem puxou assunto foi Davi.

— Você também sempre gostou de crianças, né? Mesmo quando a gente era adolescente, você já dizia que queria ter filho... Você tem algum?

— Minhas únicas crianças são os meus alunos, mesmo. Eu não casei. Na verdade eu não tive nenhum relacionamento sério com outra pessoa depois de você... Mas e você?

— Ah, eu também não casei... Mas tenho três filhos. 

— O quê?! Como assim?

— São os meninos da banda dos Cuecas. Eu adotei os três.

Clarinha ficou de queixo caído. Ela realmente não esperava uma atitude dessas de Davi, achava que, se ele se casasse, teria no máximo um filho e olhe lá... Mas três filhos adotivos?! Ela tinha que entender como isso aconteceu! Como era uma longa história, eles foram procurar um lugar pra sentar e aí Davi começou a contar tudo, desde quando Joaquim aparecera na porta de sua casa.

— Olha lá! O Davi tá conversando com uma moça bonita! — Disse Téo a Eleanora, com quem estava comendo docinhos.

— Nossa, pelo jeito que eles conversam parece que se conhecem há anos!

— É mesmo... vou lá perguntar pro Davi quem é ela.

Téo já ia andando na direção dos ex-namorados, mas Eleanora impediu, agarrando seu pulso e o puxando para perto.

— Ficou maluco, Téo?! A gente não pode interromper a conversa deles! E se tiver rolando um clima e a gente atrapalhar?!

O menino olhou para o casal. Talvez Eleanora estivesse certa... Mas Téo estava TÃO curioso pra saber quem era aquela moça...

— Depois da festa você pergunta pro Davi, ué! — Disse a menina. — Sabe qual é a melhor coisa que você pode fazer agora?

— O quê?

— Dançar comigo!

— Mas... essa música é lenta... — Agora Janete cantava "Bem-Vindo".

— Isso mesmo!

Téo estava com um pouco de vergonha, mas... não podia negar que, se fosse pra dançar uma música lenta, era com Eleanora que iria querer dançar!

— Tá bom! — Ele concordou e os dois dançaram.

***

Sandy e Joaquim, após cantarem seu dueto, saíram do palco e a menina admitiu:

— A gente arrasou, né? Quer dizer, é claro que eu ia cantar bem como sempre, mas você, apesar de ter sido péssimo nos ensaios, até que deu pro gasto...

— Ah, é? Bom, você até que tava menos desafinada do que o normal...

— É tão engraçado você não ter nada de ruim pra falar de mim e ter que inventar alguma coisa... Bem que você podia fazer uma mágica pra eu ficar menos perfeita, né? — Ela disse, fazendo referência à fantasia de mágico do menino.

— Ou eu podia fazer uma mágica pra você aprender a tocar um instrumento, o que acha disso? — Ele arqueou a sobrancelhas e a menina revirou os olhos. Acontece que ela realmente não se interessava em tocar, só queria cantar. — Tá, mas falando sério, a gente foi bem, sim.

— Apesar de tudo, a gente forma uma boa dupla — Sandy disse, sorrindo.

Antes que ficasse todo derretido por ela, o que costumava acontecer quando a menina era legal com ele, Joaquim resolveu mudar de assunto:

— Você é amiga da Bel?

— A da nossa sala? — Sandy já não estava mais sorridente.

— É, ou você conhece alguma outra Bel?

— Não, eu não sou tão amiga dela. Só falo com ela de vez em quando... — Ela respondeu com indiferença.

— Ela é bem legal, sabia?

— Ah, é?... — Agora Sandy olhava para as suas unhas, fingindo não estar nem um pouco incomodada com o assunto.

— Eu também não falava muito com ela, mas a gente começou a conversar mais e agora que eu conheço ela de verdade, tô vendo que ela é bem mais interessante do que eu pensava!

"Essa eu quero ver..." pensou Sandy, então voltou a olhar para o garoto e perguntou:

— Sobre o que vocês conversam?

— O quê?

— Ué, você disse que começou a conversar mais com ela e vocês se aproximaram, então? Sobre o que vocês conversam?

— Ah, qualquer coisa... 

Sandy fez uma cara de "prossiga...".

— Eu vou chamar ela pra sair.

A expressão da menina era uma mistura de espanto, indignação, ciúme... e ao mesmo tempo uma tentativa de não demonstrar nenhum desses sentimentos. Mas Sandy não era muito boa em não demonstrar sentimentos, principalmente na frente de Joaquim, então ele percebeu, obviamente. E ainda se fez de desentendido:

— Algum problema?

— Não, nenhum. Licença, eu vou pegar um refrigerante.

— Ah, pega um pra mim também?

— Não. Por que você não pede pra Bel pegar o refrigerante no encontro de vocês?

— Nossa! O que é que você tem, hein?

— Eu? Nada! Só espero que você e a Bel se casem, tenham um monte de filhos e sejam muito felizes juntos! Com licença!

Ela saiu batendo os pés e Joaquim não pôde deixar de rir.

— Sandy! — Eleanora chamou.

— QUE FOI?

— Ai! Pra que gritar desse jeito??? Você tá atrasada, vem pro palco! Tá na hora da gente cantar "Chiquititas Vem"!

Depois de "Chiquititas Vem" foi a hora de cantar parabéns pra Larissa. Depois dos parabéns, Janete não precisava mais cantar nem tocar nenhuma música e a aniversariante foi falar com ela:

— Finalmente você vai poder descansar, né? Desculpa fazer você cantar durante quase toda a festa...

— Tudo bem, eu gostei muito de cantar pra você!

— Que bom! Sabe por que a maioria das músicas que eu escolhi foram as que você canta? Porque eu gosto muito de todas as Chiquititas, mas você é a minha preferida. Só não conta pras suas irmãs!

— Haha tá bom, eu não conto. Obrigada!

— De nada! Também tem outra coisa: eu sou muito fã dos Cuecas e das Chiquititas, mas eu gosto um pouquiiinho assim mais das Chiquititas do que dos Cuecas... Só não conta pros meninos!

— Tarde demais! — Disse Samuca, que apareceu atrás de Larissa bem na hora que ela fazia a confissão.

— Opa! Desculpa, Samuca!!!

— Tudo bem — o menino respondeu, rindo. — Você é menina, é normal que goste mais das Chiquititas.

Larissa ficou bem aliviada e ficou um tempinho lá falando para Janete e Samuca o quanto gostava deles e o que mais gostava nas bandas e depois foi chamada para cortar o bolo. 

— Ela é bem legal, né? — Samuca disse a Janete.

— É! Eu fico até meio mal pelo que eu pensei quando cheguei aqui...

— Que ela ia ser uma mimadinha birrenta? É, confesso que eu também pensei isso...

— Pois é, mas ela é só uma criança normal que pôde ter o aniversário dos sonhos dela... Se bem que a festa de aniversário que vocês me deram foi até melhor do que os meus sonhos!

Samuca sorriu. Eles tinham acertado em cheio em fazer uma festa surpresa para a amiga, dava pra ver que ela se lembraria e seria grata por isso pelo resto da vida! Mas ele percebeu que ela parecia um pouco preocupada, devia estar pensando em outra coisa... e o menino imaginava no que poderia ser:

— Tá ansiosa pela visita no orfanato depois de amanhã?

— Muito! Eu não paro de pensar nisso!

— Fica tranquila, vai dar tudo certo! Se a tia de vocês não quiser levá-las até lá, o Arthur pode dar carona, ou o Davi — elas tinham vindo para a festa de hoje com ele também. — A sua ideia de cantar voluntariamente foi ótima — o garoto prosseguiu — e você vai ver como as crianças vão gostar e ficar tão felizes quanto a Larissa!

Janete sorriu e disse:

— Tomara...

***

 

Clarinha se encantou com a história de Davi e dos Cuecas e achava que seu antigo namorado tinha se tornado um homem muito maduro e responsável. Estava impressionada e muito feliz por ele!

— Nossa, eu fiquei o tempo todo falando de mim, mas ainda não sei quase nada sobre você! — Disse Davi.

A mulher sorriu e disse:

— Não, você não ficou o tempo todo falando de você, ficou falando dos meninos. Você não é nem um pouco egoísta, é uma das coisas que eu mais gostava em você...

— Tem certeza? Porque eu já fui bem egoísta uma vez...

— Eu prefiro não pensar nisso... Só gosto de lembrar do passado pelos momentos bons.

Davi devia ter imaginado... Ela nunca fora rancorosa, se alguém a magoava, Clarinha esquecia no dia seguinte. Estava aliviado por isso. Enfim, ao longo da noite, conversaram mais, cada um falou um pouco da sua vida no presente, e também do passado (mas só das coisas boas).

***

Clipe musical: "Velha Infância" por Davi e Clarinha.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!! O que acham que pode ter acontecido entre o Davi e a Clarinha no passado? E como será q vai ser qd as crianças forem no orfanato? Aguardem e verão! Kkk



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