Os Cuecas e as Chiquititas escrita por SnowShy


Capítulo 11
O que há com Sandy?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Capítulo novo pra vocês :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/751864/chapter/11

Clipe musical: "O Sol e a Lua" por Joaquim.

***

O celular de Davi despertou e ele foi acordar os Cuecas para irem à escola. Foi até a porta do quarto deles, chamou cada um, mas é preciso dizer que Davi não estava cem por cento acordado, já que ficara até bem tarde compondo músicas; assim, nem percebeu que os meninos não estavam no quarto. Só depois que já estava se distanciando da porta foi que pensou: "peraí..." e voltou ao quarto para conferir com os olhos mais abertos. E então se desesperou! Saiu correndo e gritando o nome de cada um, procurando no banheiro, depois na sala... até que, quando chegou na cozinha, se deparou com uma cena curiosa: os três irmãos arrumadinhos usando o uniforme escolar e tomando café da manhã.

— Bom dia, Davi — eles disseram.

— Vocês já estão prontos? Que milagre! — Disse e juntou-se aos meninos à mesa.

— Acordamos mais cedo hoje — explicou Téo.

— Seus celulares estavam adiantados? É melhor ajustar o horário.

— Não é isso — respondeu Samuca. — A gente que quis acordar mais cedo.

— Parabéns pela iniciativa, Samuca!

— Na verdade, a ideia foi do Joaquim...

— Joaquim?! Finalmente decidiu ficar responsável, meus parabéns!

— Pois é, prioridades... — disse o menino.

— Que bom saber que as suas prioridades são os estudos! — Davi estava surpreso e muito feliz. Será que a atitude de Joaquim significava que ele estava se saindo muito bem como pai?

— Mas a prioridade dele não é estudar, são as meninas novas — disse Téo, e Joaquim o olhou com uma cara de "por que foi abrir a boca?" — O Joaquim disse que se a gente chegar mais cedo, vamos poder ver quando elas chegarem e seremos  os primeiros a falar com elas no dia.

— É mesmo? — Davi perguntou olhando para Joaquim.

— Sabe o que é, Davi? — Joaquim começou a explicar. — Elas acabaram de chegar na escola e ainda não conhecem ninguém! Tá, umas meninas falaram com elas ontem, mas foi só porque a professora pediu, não foi por livre e espontânea vontade... A questão é que nós queremos fazer amizade com elas de verdade.

Mesmo não tendo nada a ver com estudos, Davi gostou da atitude de Joaquim. Era legal eles quererem fazer amizade com as novas alunas, todo mundo gosta de fazer novos amigos. A única coisa que o preocupava era o fato de que os meninos estavam apaixonados. Todo mundo diz que se apaixonar é uma coisa linda, mas Davi sabia que não era bem assim. E seus filhos eram muito novos para sofrerem com esse tipo de sentimento...

***

— Vocês acham que elas vêm de carro ou à pé? — Perguntou Téo, enquanto esperavam pelas meninas no pátio da escola.

— Sei lá, Téo — Samuca respondia a milésima pergunta aleatória do irmão.

— Ai, elas tão demorando demais! — Reclamou Joaquim.

— Olhem! — Téo apontou para as três meninas, que iam a atravessar a rua com a tia.

— Não aponta, Téo! — Disse Samuca, abaixando o braço do irmão.

— Será que essa mulher é a mãe delas?

— Deve ser... O que a gente vai fazer exatamente quando elas chegarem?

— Falar com elas, ué — respondeu Joaquim.

— Tá, mas falar o quê? E se elas não quiserem falar com a gente? E se elas se assustarem se três meninos aparecerem de repente e começarem a falar com elas?

— Somos famosos, esqueceu, Samuca? Elas com certeza não iam se assustar com a gente, né, Téo?

— Eu acho que não... Mas ainda não sei sobre o que a gente pode falar com elas...

Joaquim só revirou os olhos e se levantou.

— Pra onde você tá indo? — Perguntou o mais novo.

— Se vocês não vão falar com elas, eu vou — e saiu andando em direção às meninas, que já haviam chegado na escola e davam tchau para a tia.

Assim que as três se viraram, deram de cara com Joaquim.

— Oi! — Ele disse, sorrindo.

— Oi! — Elas responderam, Janete e Eleanora bem animadas, Sandy, nem tanto.

— Vocês são as novatas, né? Eu sou o Joaquim e aqueles ali são os meus meus irmãos — apontou para Samuca e Téo.

— A gente sabe! — Disse Eleanora.

— Ah então conhecem a nossa banda!

— Claro, e somos suas fãs! — Afirmou Janete.

Sandy, a essa altura, estava morrendo de vergonha. Achava que as irmãs estavam fazendo o que ela mais temia: agindo como fanáticas malucas.

— Legal! — Exclamou Joaquim. — Vocês querem ficar com a gente enquanto a aula não começa?

— Sim!!! — Responderam as duas mais novas.

— Pode ser... — foi a resposta de Sandy.

Então as meninas seguiram Joaquim até o lugar em que os outros dois irmãos estavam sentados. Joaquim percebeu como Sandy era... diferente das outras. Não tinha como ele não notar, já que prestava mais atenção nela do que em qualquer outra pessoa. Ele não sabia por que ela agia daquele jeito, mas achava que talvez ela não fosse assim tão fã de sua banda... A menina ficaria muito feliz se soubesse o que ele estava pensando, porque era exatamente essa a impressão que queria dar. Mas Joaquim também pensou que ela simplesmente não gostasse dele e ficou um pouco triste com a ideia. Porém ninguém percebia tristeza alguma porque o menino disfarçava muito bem.

Quando chegaram, todos se cumprimentaram e começaram a conversar. Samuca e Téo nem precisavam ter se preocupado em não saber o que falar, pois o primeiro assunto era óbvio: a coincidência de eles serem três irmãos e elas, três irmãs.

— Mas por que todas vocês tão na mesma série? — Perguntou Samuca.

— Algumas de vocês são gêmeas? — Perguntou Joaquim, em seguida.

— Algumas de nós parecemos gêmeas pra você? — Sandy perguntou retoricamente, de uma forma bem grossa.

— Não, mas existe uma coisa que se chama "gêmeos bitelinos" e...

— Bivitelinos — corrigiu Samuca.

— Isso, bivitelinos. Eu só achei que algumas de vocês pudessem ser, que nem eu e o Samuca...

Joaquim já estava começando a perder a paciência com Sandy, que, além de ficar o tempo todo com uma cara de "alguém me tira daqui", só falava de forma rude ou para dar comentários sarcásticos. À medida que conversavam, Joaquim a achava mais chata e metida.

Em determinado momento, ela não aguentou mais ficar lá e decidiu sair com a desculpa de que tinha que procurar lugares melhores na sala de aula para ela e as irmãs, já que a "baixinha" e a "quatro olhos" não conseguiram enxergar nada no dia anterior, quando sentaram no fundão.

— Ela é sempre chata assim? — Perguntou Joaquim assim que Sandy saiu.

— É — respondeu Eleanora.

— Ela é um pouco chata às vezes, mas não tanto assim — Janete defendeu a irmã. — Eu não sei por que ela tá agindo assim, afinal, ela é tão fã de vocês quanto a gente...

— Sério? — Perguntaram os meninos, incrédulos.

— É verdade — disse Eleanora. — A gente ficava o tempo todo cantando as músicas de vocês, quando não estávamos cantando as nossas...

— Peraí, vocês têm músicas? — Perguntou Téo.

— É que a gente tem uma banda de mentirinha — respondeu Janete, envergonhada.

— Vocês devem achar ridículo, né? — Disse Eleanora. — Já que têm uma banda de verdade...

— Claro que não! — Respondeu Samuca.

— A gente fazia a mesma coisa antes de ser uma banda de verdade — complementou Téo.

— Que legal!!! — Exclamaram as meninas.

Então o sinal tocou e as crianças foram para a sala de aula.

***

Quando chegaram na sala, Eleanora e Janete queriam uma explicação para o comportamento estranho de Sandy.

— Não vão me agradecer por ter guardado lugar pra vocês?

As duas agradeceram e sentaram nos lugares que Sandy havia guardado, mas ainda queriam que ela explicasse por que tinha sido tão chata com os Cuecas.

— Ai que exagero! O que eu fiz de tão ruim? Eles são celebridades, devem ser paparicados o tempo todo... uma menina insignificante como eu não faz diferença nenhuma na vida deles.

Enquanto isso, do outro lado da sala, Téo falava com os irmãos:

— Eu tava pensando numa coisa: e se a gente falar com o papai sobre a banda de mentirinha das meninas? Ele podia transformar numa banda de verdade!

— Tá maluco, Téo?! — Disse Joaquim. — A gente nem sabe se elas sabem cantar, aposto que são horríveis!

— Como você mesmo disse — falou Samuca —, a gente não sabe se elas sabem cantar ou não, como você pode dizer que são horríveis?

— Você viu como aquela menina lá é metida?

— Aquela que você disse que era a sua alma gêmea? — Perguntou Téo.

— Ah, mas ela não é! Eu não sei quem é a minha alma gêmea, mas com certeza não é ela!

— Tá, mas o que é que tem a ver a Sandy ser metida com elas não saberem cantar? — Perguntou Samuca.

— Tudo! Pelo jeito que ela age, eu tenho certeza de que é uma riquinha mimada que consegue tudo o que quer. E só não conseguiu ter uma banda ainda por um motivo simples: ela e as irmãs não têm talento.

— Que conclusão absurda!

— Eu aposto que aquelas luvinhas dela custaram uma fortuna...

— Mas pessoas ricas vão à pé pra escola? — Perguntou Téo.

— Provavelmente não — respondeu Samuca. — E certamente também não estudam em escola pública.

— Como não? — Falou Joaquim. — E aquela menina que foi coroada rainha no baile de final de semestre? Por que ela estuda aqui, eu não sei, mas que é rica, eu tenho certeza!

A conversa deles foi interrompida, mas não pela professora. Um grupo de alunos do nono ano apareceu na sala para anunciar o show de talentos que haveria no final do bimestre. Uma parte do dinheiro arrecadado seria doado para instituições de caridade e a outra parte seria investida em melhorias na escola. Os alunos poderiam inscrever-se sozinhos ou em equipes e o(s) ganhador(es) levaria(m) um troféu para casa.

Todos os alunos da sala ficaram animados, principalmente os Cuecas e as Chiquititas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam???
Por que será q a Sandy tava tão esquisita, hein? E o que esperam do show de talentos?
Enfim, espero que tenham gostado do capítulo :)