The Bitsmaster escrita por Junior Lopes 03


Capítulo 5
Primeiros momentos de terror


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Então a partir desse capítulo, começa a ação voltada pros games em si (lembrando que Helena está em Clock Tower: the first fear), logo começa a aqui o velho aviso de spoiler. Boa leitura! :)



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No caminho até a mansão do senhor Barrows e com o carro sendo dirigido pela própria senhorita Mary (o que me fez estranhar, pois como um homem tão rico quanto Simon Barrows não tinha também um motorista? Será que a pobre Mary fazia tanto os serviços domésticos quanto os serviços externos tudo sozinha?), nós todas fomos conversando sobre como seria nosso futuro na nova casa, quer dizer, eu nem tanto, já que tinha convicção que Margaret conseguiria de alguma forma rastrear os meus pais e daí eu conseguiria voltar para o meu verdadeiro lar. Aproveito que Jennifer estava do meu lado e puxo conversa com ela:

— Então Jennifer, você tinha muito tempo que tava lá no orfanato?

— Eu vivia lá desde mais ou menos meus 6 anos de idade: minha mãe morreu quando eu era pequena, logo eu só tinha meu pai mesmo. Ele era médico e, um dia, quando foi atender um chamado na casa de um paciente... Ele... Sumiu... – concluiu ela triste.

De repente, o carro deu uma freada forte e logo a senhorita Mary se desculpou:

— Perdão meninas! Creio que vi um animal pequeno passando pela estrada e daí freei bruscamente...

Ainda assustadas com a freada, assentimos com a cabeça. Prossegui quieta o resto da viagem enquanto as outras garotas continuavam a conversar. Um tempo depois, Mary anuncia:

— Ah meninas! Esqueci de falar para vocês: a mansão do senhor Barrows fica depois de uma trilha numa mata, logo vamos ter que parar não muito perto da mansão, ou seja, teremos que fazer parte da nossa viagem a pé.

Finalmente chegamos até onde dava para o carro andar, começamos então nossa caminhada até a casa do senhor Barrows.

— Laura, depressa! – disse Lotte – É melhor a gente chegar à mansão antes do pôr-do-sol!

Laura então apressou o passo. Eu estava andando ao lado de Jennifer, até que ela fala:

— Senhorita Mary?

— Sim? – respondeu Mary.

— Que tipo de lugar exatamente a gente vai viver de agora em diante? – continuou Jennifer.

— Oh! Não se preocupe: a mansão Barrows é muito legal! – disse Mary – Estamos quase lá. Está vendo? – a senhorita Mary apontou então para uma grande mansão.

Minutos depois, chegamos de fato ao nosso destino. Mary pegou as chaves, abriu a porta e nisso nós entramos.

— Que lugar enorme! – disse Laura sem esconder a surpresa.

— Sim! Só este cômodo aqui que parece uma entrada principal é gigantesco! – complementou Ann.

— Bem meninas, eu tenho que avisar o senhor Barrows sobre a chegada de vocês, fiquem à vontade e me esperem aqui! – disse Mary.

Nós todas fizemos um sinal positivo com a cabeça e então Mary saiu pela próxima porta, fazendo com que a perdêssemos de vista. Nós então nos sentamos nas cadeiras que ficavam em volta de uma mesinha e retomamos a conversa:

— E aí meninas, curiosas para saberem quem é o misterioso senhor Barrows? – perguntou Ann com um sorrisinho.

— Bem, sim... – respondeu Jennifer sem dar muita importância.

— Ai gente! Não sei vocês, mas esta casa me deixa... Desconfortável... Sei lá... – falou Laura fazendo uma careta.

— Acho que não só você, Laura! Eu duvido que eu vá me acostumar com um lugar como esse! – disse Lotte também desconfortável.

— HAHAHA! As velhas paranoias de Laura e Lotte! – respondeu Ann brincalhona.

Laura e Lotte pareceram ignorar a provocação da amiga e para afastar aquele clima que de repente ficou tenso, mais pelo desconforto em relação ao novo lar do que por uma provável troca de farpas entre as três amigas, começamos a conversar sobre outras coisas até que tempo vai e tempo vem, começamos a estranhar a ausência duradoura da senhorita Mary:

— Ei! Alguém aqui se voluntaria pra ir achar a senhorita Mary? – perguntou Ann.

— O que será que aconteceu com ela? – disse Laura um pouco aflita.

— Ela tá demorando demais! – falou Lotte. – Eu vou atrás dela!

— Não, eu vou! – disse Jennifer firme.

— Jennifer! – eu que até então estava muda, analisando a situação, falei – A mansão aqui é muito grande, então eu vou com você atrás de Mary!

— Tudo bem Helena! – ela me respondeu sorrindo.

Então nós duas saímos pela mesma porta por onde a senhorita Mary “sumiu” o que nos deu acesso a um corredor escuro com outra porta logo à frente e uma janela. Entretanto, mal demos dez passos em direção à outra porta e já ouvimos gritos vindos de onde estávamos com as meninas:

— A entrada principal! – disse Jennifer me olhando apavorada.

Voltamos correndo para o grande hall e, para a nossa surpresa, onde estavam Laura, Ann e Lotte agora?

— Meninas? – gritou Jennifer desesperada.

— Meninas? – eu a imitei.

— Parem garotas, isso não tem graça nenhuma! – falou Jennifer em alto e bom tom, mas desesperada ao mesmo tempo.

Então, vendo que não haveria mais nada naquele lugar da mansão, Jennifer e eu decidimos continuar nossa busca à senhorita Mary e quem sabe achar também nossas colegas igualmente desaparecidas. Retornamos ao corredor onde estávamos antes de ouvirmos os gritos das meninas e cruzamos a próxima porta que dava acesso a outro corredor maior; neste, entramos numa outra porta à direita. Chegamos então numa espécie de sala de estar com uma televisão e uma mesinha de centro, notamos também uma caixinha acima de uma cômoda, peguei essa caixa e achei um objeto brilhante:

— Oh! É uma chave, Jennifer! – eu disse. – Eu me pergunto em que porta que dá ela...

Jennifer pareceu me considerar e seguimos o nosso rumo. Nessa mesma salinha, havia outra porta, entramos por ela e chegamos num quarto. Neste cômodo, percebemos duas camas e logo Jennifer observou:

— Engraçado! A cama mais á esquerda está arrumada demais, até parece que nem foi usada ou algo assim...

Eu sem perder muito tempo comecei a vasculhar o móvel que tinha um espelho em cima, descubro em uma das suas gavetas um frasco de perfume. Olhei para Jennifer e abri a tampa desse frasco:

— Será que esse é o quarto da senhorita Mary? Olhe este perfume. – falei entregando o frasco para Jennifer – é igualzinho o cheiro dela!

Jennifer também examinou o perfume e afirmou com a cabeça, concordando com o que eu havia dito. Decidimos guardar por alguma precaução o frasco que encontramos e então saímos do “quarto de Mary”. Percebemos então que retornamos ao grande corredor onde estávamos antes de entrarmos naquela sala de estar, andamos então pra frente, mas mal demos alguns passos e percebemos uns ruídos que pareciam água passando pelos encanamentos e logo vimos um vapor saindo da próxima porta à direita.

— Bem, mesmo se for a senhorita Mary tomando banho, por exemplo, pelo menos achamos ela! – falou Jennifer um pouco brincalhona.

Eu sorri e então cruzamos por essa porta de onde estava saindo aquele vapor. Como esperado: se tratava mesmo de um banheiro, observamos que exatamente de onde vinha o vapor, havia uma cortina fechada, então presumimos então que lá deveria ser o chuveiro.

— Acho melhor perguntarmos se a senhorita Mary ou o senhor Barrows estão tomando banho né? – perguntei um tanto constrangida.

— Eeeer... Sim... – Jennifer respondeu igualmente envergonhada.

— Olá! Tem alguém aqui? – perguntei olhando na direção daquela cortina e com a voz num tom mais alto.

— Senhorita Mary, você que está aqui? – Jennifer fez o mesmo.

Não obtivemos resposta alguma.

— Senhor Barrows? – continuei perguntando.

Mais uma vez, ninguém nos respondeu e nos entreolhamos com uma cara de ponto de interrogação.

— OK! A gente tá se aproximando... – gritou Jennifer se esforçando para disfarçar a timidez na voz.

Nós duas então começamos a andar vagarosamente até a cortina e, quando chegamos bem em frente, eu disse:

— Última chance para quem estiver aí dentro, OK?

E o silêncio foi novamente a nossa resposta. Assim, mandamos a timidez pras favas e, impacientes, abrimos aquela cortina... Mas, para o nosso horror e tristeza, encontramos uma bela garota loira e de vestido azul morta, enforcada com o chuveirinho e suspensa no ar! De imediato, sufocamos um grito de terror dado o susto, porém quando a ficha caiu logo em seguida, gritamos apavoradas

— Lau... ra! LAURA!

Do nada, começamos a ouvir um ruído, parecia que um objeto metálico estava arranhando alguma coisa; o barulho começou baixo, mas foi ficando mais audível em poucos instantes – o som em questão vinha da banheira que estava logo abaixo do corpo estrangulado de Laura, olhamos para baixo e algo brilhante estava submerso naquela banheira cheia... Mal pousamos os nossos olhares na água e do nada uma tesoura gigante emergiu bem na nossa frente e em seguida um garotinho, cujo rosto era horrivelmente deformado, em posse daquele grande objeto!

Com os olhos arregalados devido ao susto, ficamos paralisadas sem deixar de observar aquela criatura tão estranha até que o menino começou a sair da banheira. Começamos então a andar de ré, ainda assustadas, ao passo que ele, já fora da água, vinha na nossa direção até que o garotinho deformado fez um movimento de abrir e fechar a grande tesoura fazendo com que “acordássemos”: ele já vinha nos perseguindo e nós nos viramos e saímos daquele banheiro.

“– Isso não pode estar acontecendo!” – pensei aterrorizada.

Sem perder muito tempo, nós duas rapidamente nos lembramos do “quarto de Mary”, voltamos apressadíssimas até lá e nos escondemos embaixo das duas camas que tínhamos visto antes, uma em cada cama. Não sei por quanto tempo ficamos lá, mas ainda bem que não saímos logo, pois ouvimos a porta do quarto ser aberta e sons de passos misturados com um barulho irritante de uma grande tesoura abrindo e fechando invadiram o cômodo.

“– É ele!” – pensei morrendo de medo.

Tanto Jennifer quanto eu ficamos imóveis ainda embaixo das camas até que escutamos a porta ser aberta novamente e os barulhos tanto dos passos quanto da tesourona indo embora... Com muito receio, acabamos então saindo debaixo das duas camas, nos certificando se “a barra estava limpa”. Jennifer e eu nos abraçamos chorosas.

— Ela... tá morta... Helena! A Laura... tá morta! – Jennifer tentava falar entre soluços – E oh! E Ann? E Lotte?

E eu igualmente emocionada pensei:

“– Oh céus! O que será de nós aqui?”


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Notas finais do capítulo

Helena Cortez e Jennifer Simpson sobreviverão à mansão Barrows? E a história continua...



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