The Bitsmaster escrita por Junior Lopes 03


Capítulo 4
Orfanato!?


Notas iniciais do capítulo

E finalmente saberemos em qual jogo a nossa amada protagonista caiu! Boa leitura!



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A menina, muito simpática, sorri e me responde:

— Olá! Sou Jennifer, Jennifer Simpson. Você está no Orfanato de Granite... Mas e você, quem é?

— Orfanato!? – perguntei assustada.

— Sim...

Ao que parece Jennifer iria continuar a falar, porém é interrompida com a porta ao lado dela sendo aberta fazendo com que aparecesse uma mulher alta de cabelos escuros e mais três meninas: uma loira, uma de cabelos castanhos como os meus, mas com a pele morena e uma ruiva de cabelos curtos.

— Oh! Finalmente, você acordou! Estávamos nós todas aqui preocupadas, viu? – disse a mulher mais velha se aproximando da cama onde eu estava deitada. – Meu nome é Margaret Elmor, sou a diretora daqui do Orfanato de Granite...

— Espera! Orfanato? Por que tô num orfanato? Aconteceu alguma coisa com meus pais? – sem lembrar dos bons modos, acabei cortando a senhorita Elmor, mas ao mesmo tempo eu estava confusa, alterada com o choque de informações que tinha acabado de receber.

“– Como assim, orfanato?” – pensei nervosamente.

— Bem, minha querida! Achamos você desacordada à margem do lago que fica aqui perto, daí decidimos te trazer pra cá! – respondeu Margaret Elmor educadamente.

— Muito obrigado... Mas eu não sou órfã! – emendei rápido.

— Oh claro! Nesse caso, a gente telefona para os seus pais e eles vêm te buscar aqui, tudo bem? – disse Margaret.

— Ah sim, por favor! – respondi agitada.

— A propósito, qual o seu nome? – perguntou ela.

— Meu nome é Helena Cortez – faço uma pausa – E meus pais se chamam Alexandre e Gabriela Cortez. – acabei dizendo o nome dos meus pais para já ir adiantando o “serviço” da senhorita Elmor.

— E... Desculpa lhe perguntar, mas como você foi parar perto daqui? No lago? – perguntou Margaret um pouco desconcertada.

Quando eu estava prestes a responder, eis que ouvimos batidas na porta e noto as quatro amigas trocarem um olhar cúmplice.

— Oh! Tenho que atender a porta! Meninas, fiquem aqui e façam companhia à Helena, certo? – disse a senhorita Elmor.

Enquanto Margaret atendia à porta, Jennifer tentava puxar assunto comigo:

— Então, quantos anos você tem Helena?

Percebendo a simpatia e a educação dela, decidi não ser indelicada e, mesmo nervosa com toda a situação, a respondi:

— Eu... Tenho 13 anos.

— É próxima da nossa idade, a gente tem 14 anos. – disse ela olhando para as outras garotas – A propósito, estas aqui são Laura – ela falou apontando para a loira – Ann – apontou para a morena – E Lotte – indicou para a ruiva.

— Seja bem-vinda Helena, embora nós quatro aqui estejamos já saindo daqui do orfanato: a gente vai ser adotada! – disse Lotte radiante.

— Ah minha nossa! Cheguei num bom dia, eu acho... – apesar de tudo aquilo ocorrendo, fiquei um pouco feliz por essas meninas que mal conheço.

Daí como se um pensamento chegasse de encontro à minha cabeça, eu disse:

 – Espera aí! É por isso que vocês estão com essas carinhas de felicidade, quem bateu à porta é a pessoa que vai adotar vocês, não?

— Não exatamente! – responde Laura – Parece ser a empregada do nosso futuro pai que vem nos pegar aqui!

— E falando no nosso futuro pai, por sinal, se trata de um cara ricaço e que mora numa mansão! – disse Ann já dando pulinhos de alegria.

Abro um sorrisinho discreto para elas ao mesmo tempo em que reparo em algo que me deixou intrigada: o vestuário das quatro garotas era um tanto fora de época, elas pareciam até personagens de filme antigo – Jennifer, Laura e Ann usavam uma espécie de saia ou vestido extremamente longos, já Lotte preferia vestir roupas mais largas e confortáveis e isso aliado ao curto cabelo dela poderia fazer com que alguém de longe a confundisse com um garoto... Não sou a pessoa mais entendida de moda ou algo do gênero, mas que esse jeito de vestir delas me deixou com a pulga atrás da orelha, ah! Deixou sim!

Meus pensamentos são cortados quando a senhorita Elmor entra no quarto e anuncia:

— Jennifer, Laura, Ann, Lotte! A senhorita Mary chegou! – ela disse sorrindo.

As quatro garotas sorriem e saem do quarto.

— Helena! – disse Margaret para mim – Caso esteja se sentindo bem, pode nos acompanhar até a sala, OK?

Afirmo com a cabeça e como não estava me sentindo mal e nem nada, decidi me levantar e acompanhá-las. Quando chego à sala, noto as malas feitas das meninas e uma mulher loira e muito bem vestida falar com uma voz mansa:

— É um prazer rever meninas tão lindas como vocês... – quando ela me vê, faz uma pausa. – E quem seria você?

Quando eu estava prestes a responder, a senhorita Elmor me corta:

— Esta é a Helena! Uma menina que a gente encontrou desacordada aqui perto, daí a gente está “caçando” os pais dela!

A moça de nome Mary parece me encarar como se estivesse me analisando até que de repente ela fala:

— Senhorita Elmor, posso conversar a sós contigo no seu escritório?

— Claro, senhorita Mary! – responde Margaret.

Elas se dirigem até onde julguei ser o escritório de Margaret, enquanto que as meninas, que deveriam estar eufóricas, ficam conversando entre elas sobre os planos que fariam no novo lar delas e eu permaneço quieta. Após um bom tempo, eis que surgem novamente as senhoritas Elmor e Mary.

— Helena! – disse Margaret olhando para mim – a senhorita Mary entrou em contato com o senhor Simon Barrows, que é agora o pai adotivo das meninas e ele tem uma proposta para você: ele quer te adotar também! – ela conclui dando um sorriso.

— Me adotar? Mas como? Eu tenho família já! Eu disse que não era órfã! – falei sem muita educação, mas parece que Margaret nem ligou.

— Sim, eu ainda vou entrar em contato com seus pais e, se necessário, até com a polícia, mas ao menos ele quer que você passe uns dias na mansão dele com as meninas! É para fazer um teste, entende? – continuou a senhorita Elmor.

— Vai Helena! Aceita ficar com a gente um pouco... Nós pouco nos conhecemos! – disse Jennifer tentando me incentivar.

— Vai Helena! – disse Laura.

— Fica mais um pouco com a gente! – disse Ann.

— A gente pode se divertir juntas! – disse Lotte.

Ainda fico dividida entre ficar no orfanato e ir até que Mary fala:

— Façamos o seguinte, meu anjo! Você fica por uma semana conosco na mansão do senhor Barrows e se até lá a senhorita Elmor não conseguir encontrar sua família, você volta para o orfanato, daí quem sabe a gente entra com seu pedido de adoção, hein?

Essa última possibilidade de não achar meus pais me fez gelar, mas com os incentivos das meninas e como se tratava apenas de passar no máximo uma semana na casa do senhor Barrows eu estava quase aceitando a proposta, mesmo porque já estava em um lugar desconhecido mesmo.

— Além disso – continuou Mary – a senhorita Elmor disse que te achou sem nada, sem nenhum pertence, logo o senhor Simon Barrows teria muito mais condições de dar essas coisas que você agora não tem, tais como roupas, itens para higiene pessoal, entre outras coisas, não é mesmo?

Fiquei ainda pensativa até que Margaret se pronuncia:

— Helena! Vou ter que ser franca com você e também com as outras meninas: a adoção de Jennifer, Laura, Ann e Lotte veio numa hora propícia, o orfanato de Granite está passando por uma grave crise, falta investimento para nós, meu emprego aqui está ameaçado, etc. Logo, Helena, se você optar, por acaso, em permanecer aqui comigo, há uma possibilidade muito, mas muito grande mesmo de você ter que ser removida daqui para outro orfanato, sabe-se lá se será um lugar mais distante... Mais distante até mesmo dos seus pais, se é que eles ainda estejam vivos!

O desespero me bateu, não sei se por conta de ir para um lugar mais desconhecido ainda ou essa última frase da senhorita Elmor em relação aos meus pais, que tinha certeza que estavam vivos!

— Além disso – continuou ela – Foi como a senhorita Mary falou: vai ser apenas uma experiência de uma semana, quem sabe até lá eu não consiga brigar pelo espaço aqui e até te ajudo a encontrar os seus pais, não? Mas também preciso de concentração e tempo para pensar e, com todas vocês em boas mãos, eu ficaria um pouco mais tranquila...

Eu estava num beco sem saída e, acho que sob pressão, aceitei então a proposta de passar por uma semana na mansão Barrows, percebi um sorriso de satisfação vindo da senhorita Mary, mas nem dei muita bola. Nem preciso dizer que as garotas comemoraram horrores; e assim Jennifer, Laura, Ann e Lotte foram adotadas levando eu como uma “irmã provisória”. O que aconteceria conosco nessa mansão? Até aquele momento, não saberia lhes dizer...


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Notas finais do capítulo

E para quem gostar ou for fã, Helena caiu no game Clock Tower: the first fear (embora a ação do jogo não esteja ainda presente nesse capítulo) - jogo de Survival Horror produzido originalmente para o Super Nintendo em 1995.

Aqui tem um vídeo com um pouco das cenas/gameplay do jogo

https://www.youtube.com/watch?v=5wQK6M0qCFY

PS: A personagem Margaret Elmor não pertence ao jogo em questão, portanto foi uma criação minha.



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