Uma longa viagem sem destino escrita por neko chan


Capítulo 4
Um erro, uma continuação




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Depois de algumas semanas, alguns dos aldeões começaram a se mudar, placas de “vende-se” perfuravam a parte da frente de seus jardins, mas os mais antigos se recusavam a sair de suas casas, eles adoravam o lugar onde eles e todas as suas gerações passadas cresceram. Fran e eu estávamos trabalhando a dias em uma bomba não danosa que alcançasse precisamente o tamanho inteiro da aldeia, nada mais, nada menos, meu trabalho era encontrar os melhores ingredientes para afetar apenas a praga e não aos aldeões, mas estava tendo dificuldade em encontrar uma 100% livre de efeitos colaterais.

— Ok, então... - digo escrevendo com giz no quadro negro do nosso quarto de armas - Se eu colocar língua de sapo de vidro no lugar de rabo de salamandra gigante, certamente os efeitos colaterais de elefantisml podem ser evitados, mas ainda sobram os efeitos não reconhecidos pela mistura de língua de sapo de vidro com pelo de raposa-lagarto......

— Não tem problema desde que ninguém inale o gás, não é? - ela pergunta mexendo em alguns fios da bomba - Será de noite, todos estarão dormindo dentro de suas casas, a fumaça liberada é espessa, não chegará a entrar nas casas, não terá problemas

— Mesmo que você diga isso, ainda tenho um mal pressentimento

— Está pronta. - diz soltando suas ferramentas e retirando as velhas luvas marrons de trabalho que eu havia lhe dado a tempos atrás - Aqui está sua bomba de proporções perfeitas

— Ela está ótima! - digo passando a mão no objeto

— Sabe, você poderia usar chifre de bisão, eu guardei um deles, geralmente eles são bons para anular efeitos colaterais mortíferos

— uma ótima ideia, depois que jantarmos com a mamãe eu irei moê-lo e adicionar o pó à mistura. - retiro meu avental e me espreguiço - Ela já deve estar terminando de fazer a comida agora, vai ser um daqueles raros jantares de família e, amanhã, tenho certeza que ela vai nos parabenizar por sermos ótimas bruxas!

— Temos que fazer tudo dar certo por ela. - Fran sorri

Fomos para dentro e tivemos um ótimo jantar com a mamãe, ela disse que queria poder ver filmes com a gente, mas que estava muito cansada, então iria dormir mais cedo. Depois que môi os chifre e o adicionei a poção, a mistura adquiriu uma cor perolada, não parecia perigosa, mas certamente era de magia desconhecida, eu tinha certeza que mataria as pragas e não afetarias os aldeões, mas não tinha certeza do que aconteceria se alguém inalasse o gás que se espalharia, ao menos sabia que não levaria à morte.

Era tarde, os vizinhos costumavam dormir bem cedo para trabalharem na terra de manhã, então antes de meia noite todos dormiam. Com a bomba já em mãos eu peguei minha vassoura e capacete e me preparei para voar, Fran não me acompanhou para jogar a bomba, pois disse que se ficasse em baixo ela poderia ver se alguém estaria fora de casa e me indicaria o momento exato de acionar a bomba.

Fui para o alto, o vento gelado me fazia estremecer e sentir vontade de soltar aquela bomba metálica gelada, tive que esperar um momento, pois Fran havia visto um dos vizinhos ir para fora para fincar uma placa de “vende-se” no chão, acho que planejava partir de noite para não ter que se despedir, esperamos mais 2 minutos depois dele voltar para dentro para saber se ele partiria ou não, mas as luzes dentro da casa estavam apagadas então imaginamos que ele tivesse desistindo da ideia.

— Ok, Fran, eu vou soltar agora. - falei pelo walkie talkie

— Certo, área limpa, vai com tudo

Eu me preparei e joguei a bomba, esperei ela chegar a certa altura para que acionasse o botão, olhei Fran la embaixo de protegendo em um lugar seguro para que não fosse pega pelo gás, mas ela parecia farejar alguma coisa, coloco o dedo sobre o botão e o pressiono no mesmo segundo que Fran grita pelo walkie talkie.

— SERAFINA, A PLACA PERFUROU UM CANO DE GÁS, A EXPLOSÃO VAI-

Quando ela falou era tarde demais, a bomba tinha sido acionada e, antes que eu notasse, um mar de chamas parecia querer me engolir lá de baixo, o ar quente fez eu me afastar por um segundo quando a bomba explodiu, mas alguns segundos depois eu me deparava com a aldeia inteira pegando fogo, eu estava paralisada, não sabia o que fazer. “Fran”, pensei fazendo com que eu quase involuntariamente erguesse minha varinha para o alto e gritasse “NIMBUS”, fazendo um redemoinho de nuvens negras se formar sob minha cabeça, trazendo uma chuva forte o suficiente para acabar com as chamas em segundos.

Desfaço feitiço e deço com a minha vassoura até o que antes era a entrada de casa, meu lar inteiro foi destruído, restavam apenas escombros queimados a minha frente, como todo o resto das casas.

— FRANCINE! FRANCINE! - eu grito passando pelo escombros a procura dela

A encontro caida atrás de nosso quarto de armas, ele havia a protegido da explosão por ser quase um abrigo anti bombas, mas ela estava desacordada eu a chacoalho algumas vezes com lágrimas nos olhos para que ela acordasse, até que escuto um leve murmuro e vejo ela tentando abrir os olhos com dificuldade.

— FRANCINE! - eu a abraço - Eu achei que tinha te perdido - digo chorando incontrolavelmente

— Serafina— escuto ela falando dentro da minha cabeça e tentando mover a boca ssm sair som

— Francine?

— Minha voz.... o que aconteceu?

— Os efeitos colaterais... você deve ter inalado o gás quando estava desacordada

— Onde está a mamãe?— ela pergunta

— Mamãe! - me recordo desesperada, ajudo Fran a ficar de pé e fomos para o meio dos escombros da casa à espera do melhor. Retiramos os restos de parede para ver se a achávamos, até que eu retiro uma tábua de madeira e vejo um braço, estava sem pulso e tinha uma poça de sangue de formando por debaixo daquelas pedras e pedaços da casa.

— Mãe........ - eu me ajoelho nos escombros e começo a chorar, Francine faz o mesmo ao meu lado, ficamos um longo tempo ali nos lamentando, minha mãe era a bruxa mais bondosa que eu já havia conhecido, ela era maravilhosa e sempre dava seu máximo por nós, trabalhava tão duro e aguentava todos aqueles malditos vizinhos preconceituosos apenas tentando nos dar o melhor

Enquanto chorava, meu cérebro começava a me mandar visões de alguns aldeões saindo dos escombros e tentando vir atrás de nós, se eles nos pegarem seremos lançadas na fogueira, não entendia o que aquilo significava, mas sabia que tínhamos que sair dali.

— Fran, temos que fugir

Fugir? Não temos para onde ir

— Se não formos logo os sobreviventes virão atrás de nós e seremos mortas como nossas ancestrais, eu vi isso

— Você viu? Clarividência...... você não..... inalou o gás também, inalou?

— Não tenso tempo para isso agora, vamos pegar o que der de dentro do quarto de armas e vamos embora! - ela se levanta e corre um pouco tonta por causa da explosão, peguei a vela caída do meu lado, uma das que usávamos sempre quando a mamãe jantava com a gente, ela realmente gostava das velas, a coloquei de pé perto do braço e a acendi com a varinha - Me desculpe, mãe - deixo mais uma lágrima cair e me levanto para ir atrás de Fran

Nosso quarto de armas não tinha muito, mas juntamos nossas armas reserva, ingredientes de poções e pacotes de lanches que estocávamos para trabalhar de madrugada tudo dentro de uma grande caixa de madeira que amarramos às vassouras, nas costas levamos mochilas com as roupas que achamos dentre os escombros que ainda pareciam usáveis e erguemos voo cada uma em sua vassoura com uma corda em cada uma para segurar a caixa equilibradamente.

— Serafina.....

— O que?

— O que vai acontecer com a gente agora?

Dei um suspiro e olhei para baixo, algumas partes das casas destruídas de mexiam e aldeões desnorteados se levantavam, estavam muito feridos e pareciam furiosos, na cabeça deles já deveriam imaginar que fomos as culpadas, fecho os olhos por um segundos e vejo se minha mente me dá alguma resposta como dera antes, mas não vi absolutamente nada.

— Eu não sei, parceira. - digo enfim enquanto voávamos para o desconhecido


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