Uma longa viagem sem destino escrita por neko chan


Capítulo 2
O tempo não muda tudo




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De manhã minha mãe me acordou antes de ir trabalhar, disse que não teria tempo de fazer o café da manhã, teria que trabalhar até tarde e ainda teria que tirar um tempo para resolver a situação de Francine da melhor forma possível.

— Fran..... Fran... - tento acorda-la

— Hm? - ela se levanta esfregando o rosto - Já é de manhã?

— É, mamãe saiu cedo hoje de novo, vem, vamos fazer o café. - eu a ajudei a se levantar e fomos juntas para a cozinha - O que quer comer?

— Qualquer coisa está bom

— O que acha de torradas? Eu não posso mexer no fogão e usar a torradeira e fácil

— Tudo bem por mim. - sorri

Tomamos o café da manhã e deixamos a louça na pia, depois passamos um tempo na sala vendo televisão e brincando juntas, até que viu o aspirador de pó automático começando seu trabalho.

— Serafina, o que é aquilo?

— Aquilo? Um aspirador de pó

— O que é um aspirador de pó?

— Uma coisa que usamos para limpar a casa sem precisar de vassoura

— Ah. - ela olhava encantada para o objeto - Isso é mágico!

— É tecnologia

— Tecnologia? Isso é magia?

— Algo do tipo

— Pode me ensinar?

— Acho que posso um pouco, mas não sei muito bem, minha mãe sabe melhor do que eu

Mamãe me deixava usar a oficina dela de vez enquando, inclusive separava algumas peças que eu pudesse usar para construir, levei Francine comigo e tentei ensiná-la um pouco do que eu sabia, a ensinei a construir um robô de primeira, ela ficou maravilhada.

— Tem um encanto que você pode usar para fazer eles funcionarem como se estivessem vivos. - disse

— Mesmo? Pode me ensinar? Pode? Pode?

— Claro

Eu a ajudei a posicionar as mãos com a varinha dela.

— Agora repita comigo: Libertiuns Exitiuns

— Libertiuns.... Exitiuns

O robozinho começou a se mover desengoncadamente como uma criança e correu para nós duas tentando nos abraçar.

— Isso é magia, Serafina!

— Bem.... de fato é magia mesmo

— Sua mãe é tão sortuda, ela trabalha com a melhor coisa do mundo. - sorri animada

— Ela costuma colocar uma fechadura nas costas deles pra que ela gire a fechadura com a varinha e os faça funcionar sem ter que repetir o feitiço sempre

— Sua mãe é realmente inteligente, eu queria ser como ela

Ela parecia triste, acho que talvez porque queria saber como eram seus pais, talvez ela nunca tenha sentido como é fazer parte de uma família de verdade.

— Você tem a nós agora

— Pra sempre?

— Pra sempre! Vamos ser como irmãs, parceiras, melhores amigas, PODEREMOS DOMINAR O MUNDO!

— Dominar o mundo?

— Isso! Se dominarmos o mundo poderíamos fazer todo o que quisermos, poderíamos usar magia para ajudar outras pessoas, você poderia ter sua própria oficina e construir tudo o que quisesse, teríamos uma casa enorme e traríamos muitas crianças abandonadas para morarem com a gente

— Ohhh, eu quero dominar o mundo!

— Vamos fazer isso juntas! Quando crescermos, vamos fazer isso e faremos tudo do melhor jeito possível 

— Vamos! Vamos!

Ela ficou mais animada, continuei a ensinando a construir algumas coisas e depois fomos para fora para buscarmos algumas coisas para fazermos poções, foi a primeira vez que aprendi a fazer poções venenosas na vida, fiquei encantada assim como Francine, era um cor púrpura muito bonita, testei em ervas daninhas e ela murcharam soltando uma fumaça roxa, descobri que Fran tinha uma paixão por cogumelos.

Francine não era boa com feitiços, mas começou a melhorar muito com prática, talvez em pouco tempo ela até conseguisse envocar seu próprio animal familiar. Mamãe chegou em casa tarde e trouxe uma pizza com ela e disse que tinha boas notícias, ela falou que conseguiu falar com a justiça hoje e disseram que havia uma possibilidade de que Francine pudesse ser adotada por ela.

Depois de comer mamãe foi dormir, dormiu muito rápido e como uma pedra, ficamos jogando por um tempo ainda antes dela ficar cansada.

— Serafina

— Oi?

— Obrigada

— Pelo quê? Você acabou de perder o jogo

— Não é por isso, obrigada por cuidar de mim, por ter me protegido, me salvado e trazido para cá

— Não precisa agradecer, agora somos como irmãs, certo? Parceiras!

— Isso, irmãs e parceiras. - ela me abraça - Eu te adoro, Sefi

— Eu também te adoro

Era uma coisa nova eu gostar tanto de alguém, mas eu já a considerava uma grande amiga, eu não a odiava e talvez estivesse começando a sentir menos raiva de tudo a minha volta, ela fez eu começar a rir mais, me sentir melhor e, até mesmo, aceitar abraços. Quero tê-la comigo para sempre se possível, mesmo que fosse apenas um desejo egoista e infantil, eu queria que se realizasse.

 

— Francine, pode me passar a cauda de salamandra marinha e 2 cogumelos roxos?

— À caminho, à caminho. - diz trazendo uma caixa de engrenagens com ele - Pode na passar a chave de fenda?

— Aqui. - pego a chefe de fenda que estava ao lado do meu caldeirão e passo para ela

Eu e Francine já morávamos juntas a 1200 anos, mamãe conseguiu fazer com que ela morasse conosco, agora tínhamos 1600 e construímos um pequeno quarto separado da casa no quintal para usarmos magia, construirmos coisas ou o que quiséssemos enquanto mamãe estava fora, ela continuava tão ocupada quanto antes, mas conseguia tirar algum tempo para nós ensinar algumas magias avançadas e técnicas de construção. Passávamos muito tempo sozinha, mas nunca era realmente solitário, ter uma a outra era como ter tudo para nós, éramos uma dupla imbatível, agora Fran já sabia fazer feitiços bem melhor do que quando éramos pequenas, até mesmo conseguiu envocar seu animal familia, um ratinho marrom chamado Death, ele e Pain se tornaram grandes amigos rápido.

— Ei, Fran. - a chamo me espreguiçando e deixando de lado o cajado que usava para misturar a poção no caldeirão

— Oi, oi

— Ainda bem que você está aqui comigo

— O que é isso de repente?

— Nada demais, só estava pensando no quão solitário e sombrio seria estar aqui sem você. - eu atuo dramaticamente me encolhendo no chão

— Você é estranha. - ela dia gargalhando e perdendo o foco de seu trabalho

— Você também é! Não me coloque essa categoria sozinha

— Ok, sono estranhas, agora voltemos ao trabalho

— Como vai o projeto das bombas de veneno?

— Vai indo bem, mas pra quê precisamos delas mesmo?

— São bombas inofensivas, Fran, apenas para retirarmos as ervas daninhas e os parasitas do quintal

— Eram para serem inofensivas?

— O que você estava fazendo aí?!

— Estou só brincando. - ela ri - Ela não tem longo alcance e também, o perigo seria a poção, então espero que você não faça nada que possa machucar alguém

— Eu? Você acha mesmo que EU iria cometer algum erro? - rio malignamente como as supervilãs de filmes

— Ok, super bruxa, apenas se concentre nisso aí antes que sua poção cerca demais

Voltamos ao trabalho e no fim do dia ela me ajudou a colocar a poção dentro da bomba, fomos para fora, o acendemos, nos escondemos atrás de uma barricada e colocamos nossos capacetes.

— 3, 2, 1! - dissemos juntas e um grande barulho seguido por uma nuvem de fumaça azul escuro preencheram o ambiente

— Espere a fumaça baixar e vamos ver se funcionou. - digo

5 segundos foram o suficiente para que a fumaça se dispersar-se por completo, olhamos para o quintal  e as ervas daninhas estavam secas e escuras.

— Mais uma missão completa, parceira! - digo segurando seu rosto e batendo nossos capacetes um no outro

— Somos as melhores bruxas do mundo! E talvez, as melhores construtoras de armas

— Precisaremos dela para dominarmos o mundo, assim todos irão se curvar aos nossos pés! - rio maleficamente de novo

— Claro que sim. - ela se levanta e o chapéu cobre seu rosto com o movimento, mesmo tendo crescido, ela ainda era muito pequena, a altura dela quase não chegava no meu ombro e o chapéu era extremamente maior do quer cabeça dela

Eu tiro o capacete dela e bagunço seu cabelo.

— Vamos entrar e jogar um pouco, okay?

— Okay! - ela pula animada me puxando para dentro com ela


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