Uma longa viagem sem destino escrita por neko chan


Capítulo 1
A bruxa sem casa


Notas iniciais do capítulo

esse capitulo começa depois da historia de como Francine e Serafina se conheceram no capitulo 21 de "Entre elfos e vampiros", o capitulo é apenas para a historia das duas e quase não tem relação com a historia principal em si (apenas informando)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/751843/chapter/1

Minha mãe e eu moramos desde sempre em uma pequena aldeia, não era uma aldeia de espécie*, nela moravam elfos, sátiros, pessoas-pássaro, pessoas-lagarto, e até mesmo bruxas, como nós, o problema era que bruxas não eram bem vistas pelas outras espécies, assim como os vampiros, tudo por culpa dos nossos ancestrais humanos, há muito tempo atrás, haviam humanos em Taminy*, mas isso foi antes de serem considerados uma ameaça à nossa pacificidade e serem mandados para uma prisão de segurança máxima em uma ilha isolada, hoje em dia, se por conta de algum defeito genético ou combinação de genes recessivos, um humano nascer de um casal de outra espécie, a cidade ou aldeia onde ele nasceu eu deixada de quarentena para que seus habitantes sejam examinados e seja decidido o que fazer com aqueles que apresentam traços de DNA humano, enquanto a criança é mandada para algum casal humano na prisão deles. Graças a falta de humanos no nosso mundo, acabamos perdendo o costume de usar as velhas maquinas que eles usavam, como por exemplo, carros, que eram apenas usados por uma parcela pequena de nós, caminhões, apenas usados por empresas, e maquinas que eram usadas em algumas fabricas, minha mãe trabalhava construindo maquinas, eu não entendo bem para quê elas servem, mas uma vez ela me construiu um aparelho de vídeo game porque tinha achado jogos antigos que iam ser destruídos e trouxe pra mim, então eu tenho certeza que o trabalho dela era legal.

 

Minha mãe era sempre muito ocupada, então eu não ia para a escola por falta de tempo, mas nunca senti falta disso, ela sempre tirava algum tempo para me contar sobre as velhas historias do nosso mundo, me comprava muitos livros avançados e livros de bruxas, graças a isso, com apenas 400 anos*, eu acabei me tornando autodidata e sei 100 vezes mais do que qualquer criança da minha idade e o dobro de um adulto normal, mas como consequência de não ir a escola eu costumava passar muito tempo sozinha e realmente não tinha nenhum amigo além do meu animal familiar, um corvo chamado Pain, ele era um bom amigo, as vezes eu tento ensina-lo a falar para ter com que conversar, foi quando minha mãe insistiu para que eu fosse em um festival que ocorreria na aldeia com ela hoje, então enquanto ela falava com outras bruxas, eu conheci Francine, na pior situação possível se quer saber. Ela estava sendo machucada por uns garotos-lagartos por ser diferente deles e eu a ajudei, depois disso eu a levei para brincar comigo, ela se assustava facilmente com todos os brinquedos, mas ia comigo mesmo assim.

— Francine

— O que?

— De qual brinquedo você não tem medo?

— Hm... - ela olha em volta procurando algo o mais seguro possível - Acho que aquele. - aponta para a barraca de pescaria e fomos até lá

Não demorou muito para eu perceber que Francine encarava fixamente uma cobra de pelúcia, o brinquedo mais difícil de se pegar, era necessário pegar  peixes de plástico com o numero 1 em um mar de outros peixes coloridos, qualquer um que soubesse o mínimo de probabilidade sabia que era quase impossível, mas ele brincou comigo em todos os brinquedos mesmo assustada, então decidi que valeria a pena fazer um esforço por isso. Quando o sátiro dono da barraca se distraiu eu peguei minha varinha e lancei um feitiço de raio X em mim, consegui achar os 3 números e ganhei a cobra para ela.

— Você trapaceou. - ela diz quando já estamos longe da barraca

— Ah.... eh, você notou?

— Hm. - ela balança a cabeça positivamente - Obrigada. - ela sorri e me abraça

 

— Não tem problema. - a abraço de volta - A proposito, onde estão seus pais? Acho que logo irei para casa, estou ficando cansada. - falo bocejando

— Eu....... não tenho pais. - abraça a cobra de pelúcia e olha para seu pés

— Não?..... Então quem cuida de você?

— Minha tia

— E onde ela está?

— Ela morreu, eu estou aqui sozinha... - ela mexe com os próprios dedos nervosamente

— Espera, espera, o que aconteceu?

— Minha mama e meu papa morreram logo depois que eu nasci, então eu fui morar com minha tia........ - ela faz um pequena pausa - Mas ela tinha problema com bebidas e sempre ficava bêbada....... e ela me batia de vez em quando.... - parou mais um pouco segurando o choro - Ontem eu fugi dela e ela foi atrás de mim, foi quando ela foi atropelada

— Isso..... isso é terrível, Francine..... o que você fez depois?

— Eu fugi, desde ontem eu não volto para casa, se eu voltar eles vão me mandar para um orfanato, eu não tenho mais parentes por aqui. - ela começa a chorar e eu impulsivamente seguro sua mão

— Não! Eu não vou deixar te levarem

— Não vai? - ela olha para mim ainda chorando

— Não vou! Vou falar com a minha mãe e... vou pedir para ela ajudar

— Tem certeza que vai funcionar

— Claro que tenho!

Eu não tinha a menor ideia se ia funcionar ou não, mas a ultima coisa que ela precisava agora eram mais más noticias, falei com minha mãe a sós sobre isso, ela obviamente disse que não poderíamos simplesmente sequestrar uma criança para nossa casa, mas que ela podia ir para nossa casa naquela noite, ela não deixaria uma menina sozinha na rua.

Chegamos em casa e minha mãe logo voltou para sua oficina para trabalhar, levei Francine para meu quarto, era penas um quarto normal de criança, paredes lilás, um tapete macio, meu corvo, brinquedos e bichos de pelúcia espalhados, uma cama desarrumada e uma estante de livros que eu usava para aprender, Francine perguntou onde estava meu pai, ela parecia ainda não saber, então eu apenas disse que ele tinha morrido, mas a verdade é que se bruxas tem relações com qualquer espécie que não seja humana suas descendentes não nascem bruxas, então para continuar com nossa espécie, elas criam "bonecos" humanos para serem seus parceiros, eles se aprecem com humanos e tem sua própria consciência, mas logo após o nascimento do primogênito, eles "desligam" e é como se virassem apenas homens de argila, mas ela não precisava saber disso agora, então apenas aceitou o que eu disse e logo se distraiu com outra coisa. Ela ficou curiosa com a "caixa de metal conectada com a televisão", Francine nunca havia visto um vídeo game antes, o que era normal, aquilo era realmente raro hoje em dia, como não sabia dar uma boa explicação eu disse que era como dirigir dentro da casa, lutar sem mover nada além dos dedos e contar uma historia onde o personagem principal faz o que você quer, ela ficou impressionada com minha explicação vaga e animadamente me pediu para mostrar para ela.

Francine acabou pegando rápido o jeito de jogar e em uma noite jogar quase todos os meus jogos, o que ela mais gostou foi o de corrida, fizemos apostas por cima dele, quem fosse a vencedora depois das 17 partidas ficava com os biscoitos, eu perdi, mas ela dividiu comigo mesmo assim. Estava ficando bem tarde, deviam ser um pouco de 1 da manhã, Francine começou a ficar sonolenta e sua cabeça pendia para o meu lado, até que despencou de vez no meu ombro, ela ainda segurava a cobra de pelúcia com força. Mesmo sendo pequena ela ainda era um pouco pesada demais para eu carrega-la para a cama, então eu a deitei no tapete e fui ate a cama buscar 2 travesseiros e um cobertor, eu os coloco no chão e ela repentinamente acorda.

— Eu tive um pesadelo. - diz triste

— Isso foi bem rápido para um pesadelo

— Eu fiquei com medo. - ela parecia querer chorar de novo

Apenas me sentei do lado dela no tapete e ajeitei os travesseiros para mim e para ela, deitei ao seu lado e nos cobri com o lençol.

— Agora fique calma, ok?

— Calma?

Dei o sinal para Pain apagar a luz e ele o fez, fazendo Francine se esconder debaixo do lençol.

— Não precisa ter medo, veja. - eu desembrulhei a cabeça dela e com minha varinha fiz aparecer um pequeno unicórnios brilhante que galopava pelo ar iluminando um pouco o quarto, depois mais outro e outro e mais outro, 10 pequenos unicórnios no total, todos galopando acima de nossas cabeças e deixando aquele quarto escuro um pouco mais claro e colorido. Agora Francine sorria e me abraçou

— Obrigada, Sefi. - diz pegando no sono de novo

— Por nada, Fran


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*aldeia que habitava apenas uma espécie, como aldeia de elfos, de lobisomens, etc
*planeta onde se passa a historia
*400 anos seriam basicamente 4 em idade humana



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma longa viagem sem destino" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.