Fenômeno 16: O Primeiro Ciclo. escrita por WhoizDuvictor


Capítulo 2
Capítulo 1 - Eu descubro a sociedade mas a sociedade não me descobre.


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo mostra como funciona a sociedade, como ela lidará com o garoto do deserto, e como ele lidará com ela.



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O garoto está deitado em uma maca em um grande salão, banho era pouco para descrever a lavagem que aqueles adultos fizeram no garoto, estava limpo e com novas roupas, um uniforme que havia uma camiseta branca, calças e blusa de frio azul. Sem o capuz no rosto, dava para ver que era uma criança negra de olhos castanho escuro, rosto um pouco redondo, completamente magra.

Enquanto os adultos andavam de um lado para o outro com pranchetas na mão, preocupados pois era a primeira vez que algo de fora tinha vindo até eles, além do mais, muitas perguntas eram feitas, por exemplo, como uma criança poderia ter sobrevivido naquele deserto?

Nas janelas do salão, haviam várias crianças querendo entender a situação, brigando para assistir a cena, curiosas com o novato.

Após uma série de exames feitos no garoto (Sem o consentimento ou entendimento dele), os adultos definem quais medicamentos  deveriam ser usados. E por fim, decidem se preocupar em saber como o garoto estava mentalmente.

— Você consegue me entender? Consegue me ouvir? - Pergunta a ruiva, todos olhavam para o garoto, sem se preocupar se o garoto se sentiria intimidado ou não, apenas queriam respostas. O mesmo balança a cabeça positivamente para a mulher, a única pessoa ali dentro que não estava o assustando, a mulher ruiva.

— Você sabe o seu nome? Quem é você? - Ela pergunta para o garoto, o garoto olha para o lado um pouco desnorteado, ele tenta responder mas, simplesmente não consegue.- Não sabe?- Ela pergunta, e o mesmo olha para ela e balança a cabeça negativamente, e então ele fica triste e começa a chorar.- Hey! Hey! Tudo bem, ok? Ninguém fará mal a você! Estamos aqui para cuidar de você, tudo bem? Eu vou cuidar de você.- Ela responde abraçando o garoto fragilizado. Em seguida olhando para os enfermeiros em volta.

Após consolar o garoto, a mesma trás um prato de sopa e suco natural, e o mesmo come como um nômade, como se nunca tivesse comido algo tão saboroso antes, e de fato nunca tinha comido.

— É bom não é?- Ela pergunta, o garoto sorri para ela de boca cheia e acena com a cabeça positivamente. Ele estava sorrindo, era bom sinal.

Agora a mulher estava um a sós com o garoto, pediu para que os outros adultos dessem espaço para ambos.- Você não lembra seu nome?- Ela pergunta mais uma vez, e o garoto responde com a cabeça que não, fazendo um olhar triste.- E se lembra dos seus pais?- O garoto balança a cabeça negativamente, bem lentamente, pois ele também tentava se lembrar mas não conseguia.- Seu aniversário? Quantos aninhos você tem? Não lembra nada...?

— 16...- Ele responde com precisão, olhando para o chão, parecia algo que ele se lembrava.- 16...

— 16? Não pode ter 16 anos... É o seu aniversário?- Ela pergunta confusa, olhando para o garoto, o garoto retorna o olhar para ela.- 16.- Ele responde simplesmente.

— Você veio do deserto... Estava com alguém?- Ela pergunta, e ele responde que não com clareza.- E como sobreviveu sozinho?- Ela fica impressionada, o mesmo se levanta e corre até um canto da sala, onde estava sua mochila. E então ele abre a bolsa.

— Respirei na tempestade de areia.- Ele diz apontando para sua boca e fazendo movimento de respiração, em seguida ele retira pacotes de salgadinhos velhos e vencidos, a maioria dos pacotes sujos de areia por fora.- Comida.- Ele diz mostrando o salgadinho para a mulher, e então põe na mesa.- Água.- Ele tira da bolsa uma pequena garrafa de água, assim como o salgado estava suja de areia.- Para a tempestade, para o frio.- Ele tira os agasalhos e panos de dentro da bolsa.

A Mulher se impressiona, mas sabe que aquele garoto sozinho nunca teria aprendido aquilo, e também sabe que haviam inúmeros motivos para ele ter morrido no deserto, doenças, fome, sede, insetos perigosos. Não era possível ele ter feito tudo aquilo sozinho...

— Ele tem algum passado, ele apenas não se lembra.- A Mulher ruiva falava em uma espécie de reunião com os administradores daquele local, a reunião acontecia no salão da diretoria. Era uma espécie de corte onde os administradores conversavam ao meio e os demais observavam no fundo- Eu espero que ele não seja uma ameaça ou algum perigo de fora...

— Ele é, sei que a pessoa que o abandonou pode ser uma ameaça para nós. Ele pode ter fugido de alguém terrível, não podemos confiar em nada que vem de fora.- Afirma um homem velho e barbudo. Raul, foi militar na era antes do apocalipse, ajudou a fundar vários lares que hoje são colônias.- Celeste, este garoto precisa ficar especialmente sobre os nossos cuidados, e acredito que por hora, seria melhor não misturar ele com as outras crianças...

— Ele é apenas uma criança Raul! E se ele passou todo este tempo sozinho...? Ele precisa ter contato com os outros, e ele precisa aprender com os outros também.- Afirma Celeste, a mulher ruiva. Conhecida como Celes, uma das responsáveis pelo local, muito respeitada por todos, pelo carinho que ela possuía pelas crianças, e pela aura da esperança que ela tinha. Enquanto o Enquanto Raul, um homem vivido que não confiava em nada que estivesse fora dos muros do seu lar.

— Vamos estudar o quão perigoso é o grau da situação. Depois disso, decidimos o que fazer com o garoto.- Uma mulher acima do peso com duas tranças em forma de maria chiquinha, tinha um olhar maléfico, sorri para ambos os outros dois que discutiam aquela situação, Veruca Condal, uma das maiores colaboradoras do lar, já estava lá antes do apocalipse.

Os outros dois concordam, pois apenas o tempo diria se o garoto era uma ameaça de fora, ou não.- Celes, você é responsável por cuidar desta criança, contamos com você.- Afirma Veruca Condal, e os demais da sala assentem para Celes.

— Obrigado pela confiança.- Diz Celes, e então ela se retira da reunião. Raul parecia não gostar da situação, logo de cara, não queria abrir sua mente para ver a situação como um todo.

O Garoto Perdido estava no dormitório (Até o momento isolado em um dormitório especial para ele), o mesmo nunca havia dormido em uma cama e aquele era o ápice de sua vida no momento. Estava aquecido, limpo, e confortável, e o melhor de tudo, não estava sozinho. Mas o que o pequeno garoto poderia aguardar daquele local, será que aqueles adultos eram confiáveis? O que fez o garoto pensar que aqueles adultos não eram mal intencionados, foi ver as crianças vivas e em boas condições.

Enquanto pensa, o garoto pega no sono e dorme. Porém, seu sono não era tranquilo.

O mesmo se sentia observado, e quando ele abre os olhos, vê uma sombra na parede iluminada pela luz da lua, o mesmo grita com medo e se esconde debaixo do cobertor, quando ele toma coragem para sair de baixo do cobertor, não vê sombra nem nada, apenas a luz na parede. Celes abre a porta ascendendo a luz.

— Tinha um homem na parede ! Tinha um homem na parede ! - Grita o menino assustado e chorando. Celes o abraça e o conforta.

— Tá tudo bem! Tá tudo bem! Eu estou aqui, nada irá acontecer...- Ela diz acalmando o garoto em seus braços, e ela olha para a parede mas, não encontra nada obviamente. E o garoto, chora assutado nos braços da mulher...

No dia seguinte, Celes acorda o garoto e o leva para caminhar no local onde ele se encontra, para ele finalmente conhece-lo.

Eles caminhavam em uma pequena estrada de pedra entre os dois prédios que haviam dentro dos muros, no meio e nos cantos da estrada haviam córregos e passagens de água.

— Isso aqui é o Lar de Maria Antonieta. Nós estamos aqui a alguns anos, cuidando de crianças desamparadas que são encontradas pelo mundo inteiro. Você nos encontrou, e estamos felizes, apesar de não entendermos como sobreviveu.- Ela explica para o garoto, lá, havia verde, haviam plantas e o garoto as observava com um olhar diferente, no deserto era muito raro encontrar plantas.- Nós temos esperança de uma vida melhor neste novo mundo, acreditamos que podemos fazer um bom futuro para vocês algum dia, um futuro para vocês cuidarem, e se cuidarem.- Ela falava para o garoto e dava para perceber o amor que ela sentia por aquele local. até que duas menininhas correm para perto dele, e ele fica tímido sem saber o que fazer, agarrando na barra da saia de Celes. As menininhas tocam na pele do garoto e dão risada, saindo correndo.

— Não seja timido, elas só querem brincar. Você não precisa ter medo das pessoas aqui.- Ela afirma passando confiança ao garoto, e o mesmo desgruda da barra da saia dela.

Celes mostrou ao garoto todos os lugares do Lar de Maria Antonieta. Fora as estradas de pedra, havia um grande refeitório abaixo de um dos prédios, a frente havia um campo verde com uma quadra ao fundo.

Os prédios haviam dois andares cada um, e eram cheios de salas para todas as finalidades.

Havia uma torre também na parte dianteira da colônia.

— Existe um grupo especializado dentro da colônia para trazer comida e suprimentos de fora, eles exploram o deserto. São os Exploradores...- Celes e Whoiz passavam em frente ao grande portão de metal quando  todos ao redor começam a aplaudir um grupo de homens e mulheres armados e equipados  que entram, todos pareciam se dar muito bem em um clima de descontração após mais uma caçada de sucesso. Na maioria do tempo os Exploradores estavam longe, sem previsão de retorno, mas quando retornavam eram aplaudidos e venerados, pois todos sabiam que eles traziam alguma novidade, eram os mais fortes da colônia por serem capazes de sobreviver ao deserto.

Nos fundos haviam vegetações, plantações de legumes e frutas. O local prosperava por si só, sobrevivendo a fúria do deserto por anos.

— Hoje você irá iniciar em uma turma...- Ela diz com um sorriso no rosto, a mesma queria que o garoto se sentisse parte do local, e a interação social era importante, mas o mesmo não se sentia seguro com isso. Perto dos campos verdes e a quadra haviam algumas salas, e lá estava a turma onde o garoto ficaria. E ao chegar na porta da sala, o garoto fica apreensivo, e não sente-se a vontade para entrar, grudando na saia de Celes mais uma vez.

Celes abaixa e olha nos olhos do garoto.- Pode ir, eu vou ficar olhando aqui da porta, se alguma coisa acontecer, você pode vir até mim.- Diz Celes, e o garoto pensa um pouco, nesse pouco tempo ele criou um vinculo com Celes e não queria se afastar dela, ela estava começando a se tornar uma figura materna para ele.

— Então você trouxe o estrangeiro para nós? - A Responsável por aquela turma era Vera, uma mulher negra com cabelo crespo cortado no ombro, simpática e atensiosa com as crianças. Ela se abaixa e olha para o garoto tímido.

— Não o chame desse jeito Vera, ele é um de nós agora...- Pede Celes.

— Bobagem, eu só estava brincando. Como se chama?- Ela pergunta olhando para o garoto, que gruda na saia de Celes e fica olhando para a mulher sem responder.

— Ele não tem nome ainda.- Diz Celes olhando para Vera. Vera então pede a mão do menino, o menino hesita, mas depois pega na mão da mulher e ela o leva para o meio da sala.

A Sala, era grande o suficiente para suportar aquelas 20 crianças, com carteiras em fileiras para todas elas. A Sala de tia Vera não tinha janelas, apenas a porta. Nas paredes haviam mapas da antiga civilização (Antes do apocalipse), havia uma lousa a frente e acima dela um abecedário feito em camurça. 

— Crianças, este é o novo amiguinho de vocês, ele não tem nome, que tal ajudar a escolher um para ele?- Pergunta Vera animando todos, o garoto fica assustado com tantas crianças olhando para ele.

— Lucas Tia!

— Washington !

— Whoiz...

— Whoiz...- Ele repete olhando para o chão.

— Acho que ele gostou de Whoiz! Muito bem crianças ! Respeitem o novo amiguinho, não é só por que ele veio de fora que ele é diferente de vocês! Sente-se em uma das carteiras Whoiz.- Vera dirciona o garoto para sua carteira, e então, a aula começa. E Whoiz nota que, eles sempre precisavam ressaltar que ele era de fora, o que era um pouco constrangedor e chato para ele, pois ele queria se sentir como as outras crianças também.

Sim, aquele local servia como uma escola, as crianças aprendiam ali, com todos os materiais de uma criança em uma era não apocaliptica, o mundo não parou, eles precisavam estudar.

E então naquele lugar, Whoiz aprendeu a escrever a ler, e a conversar com os outros. Mas o mesmo começara a notar as diferenças com o tempo, nem todas as crianças pareciam confortáveis perto dele, pareciam ter medo, nojo, ou apenas evitavam por algum motivo que ele não entendia.

 A pior parte, era quando faziam perguntas como "O quer ser quando crescer?" ou "Quantos anos você tem?". Whoiz não sabia responder muitas perguntas, pois ele não sabia nada, além das coisas básicas para sobreviver no deserto ou o número 16. Aquelas questões o deixava pensativo, sobre quem ele era, e se não saber responder aquelas coisas o tornava diferente dos outros.

Whoiz as vezes precisava sair da sala para fazer exames na ala hospitalar, e as outras crianças ficavam curiosas, e algumas viam isso de uma maneira ruim, por que ele podia sair da sala e elas não? Vera dizia que Whoiz estava doente, para que as outras crianças fossem mais compreenssivas. 

— Por que eu preciso saber o que quero ser quando crescer?- Whoiz pergunta para Celes quando a mesma tirava sangue do mesmo em um dos exames. A mesma fica intrigada com a pergunta.

— Bem... - Ela se enrola, sem saber o que responder.- Não precisa saber, Whoiz, com o tempo você irá descobrir...

— Mas a tia Vera já perguntou isso várias vezes na aula.- Ele responde, e Celes suspira.

— As vezes precisamos ter... Ter certeza do que queremos Whoiz, a incerteza pode causar problemas.- A mulher responde, uma linguagem muito adulta para aquele garoto. Mas aquele dilema ficou em sua cabeça nos dias seguintes.

— Toma.- Whoiz não tinha canetas para pintar no outro dia, mas um dos garotos da sala, Marcelo, o emprestou. Vera viu a bondade de Marcelo na direção de Whoiz, e Whoiz ficou feliz. Nos dias seguintes, Whoiz e Marcelo passaram a brincar juntos. E posteriormente, Wanderson, o amigo de Marcelo, passou a andar com Whoiz também, pois Marcelo mostrou que Whoiz era uma criança comum e que podia brincar com os outros, não é só por que ele veio de fora que ele faria algo diferente.

E com a aceitação daqueles dois a Whoiz, outras crianças da sala passaram a conversar com o garoto, sem o medo dele ser um estrangeiro ou algo assim. Certamente não era da mesma maneira com todas crianças, ou em outras turmas, muitos faziam boatos de que o garoto matou pessoas e animais para sobreviver, o que fazia as crianças sentirem medo do pobre garoto.

Com o tempo, o pequeno Whoiz se acostumou com a linguagem e a rotina daquele local, e passou a se virar sozinho, observando o comportamento dos outros em volta. Crianças corriam de um lado para o outro sem parar, e Whoiz, andava com uma pasta dentro dos braços cruzados, com a blusa de frio do uniforme pendurada na cintura.

— Uau! O Wanderson é muito homem!

— Nossa gente o Wanderson está pedindo a Jhennyfer em namoro...- A Maioria das outras crianças achavam aquilo impressionante, e Whoiz não entendia o por que. E nem mesmo nunca tinha visto alguém beijar outra pessoa, o beijo era algo extremamente inusitado, e Wanderson queria por que queria. Wanderson cresceu com a mentalidade de que beijar as meninas era sinonimo do sucesso.

" Se todos acham legal, eu vou isso também "

Pensou o pequeno Whoiz, e nos dias seguintes, ao lado de Marcelo e Wanderson, pediu beijos para as menininhas do Lar de Maria Antonieta, mas é claro que nenhuma menininha aceitou. E por que aquilo precisava acontecer? Nem mesmo Whoiz sabia, mas aparentemente, os meninos que pediam para beijar as outras meninas, eram os mais descolados e populares.

— Por que estamos fazendo isso? - Em uma das noites dentro do dormitório, pergunta Whoiz para Marcelo e Wanderson, que se olham confusos e em seguida viram-se para Whoiz.

— Se você não beija as meninas você não é homem.- Diz Wanderson cheio de confiança.

— E se você conseguir, todo mundo vai querer andar com você.- Responde Marcelo, e Whoiz fica pensativo sobre aquilo, ele iria fracassar se não conseguisse beijar as meninas? Mesmo sendo uma criança? Aliás, por que ele iria querer todos ao seu redor se ele viveu anos sozinho no deserto?

E Na hora de dormir, ele teve pesadelos novamente. Desta vez, estava em um jogo de xadrez gigante, perdido, e quando vira-se para trás, uma grande caixa amarela, abre olhos esbugalhados que olham para o menino.

E então Whoiz dá um grito assustando todas crianças no dormitório, pois agora o mesmo dormia entre as outras crianças. Celes mais uma vez acalma o garoto, imaginando todos os motivos que o garoto tinha para ter pesadelos todas as noites...

— Como estamos com o garoto? - Mais tarde na reunião entre os anfitriões do Maria Antonieta. 

— Ele tem se dado bem com os colegas, mas acho que ele está sendo empurrado a aprender coisas que não são do tempo dele ainda...- Afirma Celes para os anfitriões um pouco preocupada.

— Não importa Celes, apenas fale o que tem de incomum no garoto até agora.- Ordena Veruca Condal, e Celes não suportava o jeito autoritário de Veruca.

— Bem... Ele tem tido pesadelos estranhos todas as noites e tem visto coisas estranhas, eu não entendo...- Ela diz, e em seguida joga os resultados dos exames na mesa central.- Ele tem uma imunidade maior que a de todas as outras crianças, eu não sei explicar o motivo... Mas ele pode ser comparado a um adulto nesta questão. Porém, ele apresentou uma rejeição a alguns alimentos...- Celes lembra-se de ver Whoiz vômitando ao comer frutas.- Ele não come frutas de maneira nenhuma e eu ainda não sei explicar o por que. E também, tem uma fixação pelo número 16, ele não conhece todos os números ainda, mas sempre que se fala de quantidade, de números, 16 vem a cabeça dele.

— Imunidade acima da média...- Raul se manifesta e todos os outros olham para ele.

— Sabemos o que está pensando Raul, que a criança foi mandada aqui para se infiltrar e crescer aqui. E eu concordo, por isso acho que este garoto precisa ser eliminado o quanto antes.- Afirma Veruca entrando em contradição, pois a mesma havia dado a ideia de estudar o garoto, e na primeira oportunidade, decide mata-lo, Veruca não era uma pessoa estável, estava constantemente mudando de opinião a cada situação, não era confiável. Celes arregala os olhos.

— Matar uma criança? Tá maluca??

— Matar não, mas talvez devolver ele ao deserto...- Inicia Raul.

— Este garoto não irá sair daqui!

— Não é você quem decide isso, Celeste.- Diz Raul olhando para a garota.- Uma jovem como você não entende nem um pouco dos problemas que a guerra pode causar, não entende como o inimigo de fora pode ser imprevisível, usando armas que nem imaginamos...

— Você também não tem o poder de decidir por todos! Portanto, exijo uma votação.- Pede Celeste, e todo o conselho concorda com a votação.

O voto da maioria vence para que Whoiz não sejam eliminado, mas sim, estudado mais a fundo, e Celes sai vitoriosa desta reunião, porém agora, com dois inimigos dentro de seu próprio bando: Veruca Condal e Raul.

Querendo ou não, Whoiz poderia ser uma possível ameaça para o Lar de Maria Antonieta, e o mesmo não fazia ideia do conflito que estava acontecendo por baixo dos panos em relação a ele, mas descobriria cedo ou tarde...

 

Whoiz corria entre barras de ferro gigantes em meio a uma neblina densa onde o mesmo não enxergava nada, além das barras.

O homem na parede, a sombra que acompanhava os pesadelos de Whoiz, deixava rastros de barra em barra, enquanto Whoiz corre com medo, até que o garoto enxerga uma luz, uma porta!

Ele corre o máximo que pode e abre a porta, e quando ele a abre, ele se vê em um grande penhasco, no deserto.

Abaixo do penhasco havia uma vila, onde as casas estavam em chamas e um caos imenso tomava conta, e Whoiz não sabia o por que. E no meio de todo aquele caos, as chamas ganham vida e formam uma mensagem, que Whoiz conseguia enxergar do penhasco.

— 16...

E então, o garoto sente seu corpo ser empurrado do penhasco, e ele cai em direção a um rochedo, apagando.

— Está na hora de acordar Whoiz. 


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