O Dia Que Eu Sabia Que Chegaria escrita por Jweek


Capítulo 1
Chegou Antes Que Eu Estivesse Pronto


Notas iniciais do capítulo

Bom, primeiro capítulo, a ideia era ser algo bem mais curto do que se tornou, honestamente. HAHHAHAHA Mas está tudo bem, acontece.
Como eu disse, o enredo é alheio ao novo manga (clean) e ao Tsubasa. O que é necessário saber está no primeiro manga/anime.
Esse universo começa após mais ou menos uns 3 ou 4 anos depois do fim do manga (Quando o Shaoran volta a Tomoeda).



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/751837/chapter/1

Quando o arrepio me fez cambalear e em seguida a dor no peito, eu sabia que algo acontecera com Yue.

Estava trabalhado e me apoiei na pia, tentando engolir o bolo que se formou na minha garganta, olhando copo quebrado no chão. Meu chefe pareceu ficar assustado e me mandou ir para casa, o que a princípio achei um exagero, entendi quando me olhei num reflexo e notei o quão pálido eu ficara. Mas ao invés de ir para casa que dividia com Yuki, fui para casa do meu pai e da Sakura.

Meu pai estava lá, fazendo o jantar, e ficou contente de me ver, achando fantástica a ideia de um jantar em família, dizendo que ia chamar o Shaoran Li também, mas cortou o falatório quando me notou agitado, perguntando o que havia acontecido, esquecendo-se das panelas no fogo, agora preocupado.

Eu não sabia o que tinha acontecido, e tentei explicar isso para ele, mas o cheiro de queimado nos interrompeu e eu fui para meu antigo quarto, arrumando a cama, com as mãos tremulas e olhando pela janela o tempo todo.

Não demorou tanto assim para chegarem, mas parecia que demoraram uma eternidade.

O Bicho de Pelúcia na forma fodona carregava Yue nas costas e todos pareciam aflitos e abatidos.

Preferi ficar no quarto, repetindo o ciclo de respiração para me acalmar.

Sakura não podia me ver aflito.

Quando chegaram no quarto, Sakura na frente, me olhando ansiosa e temerosa, balbuciando “você não devia estar aqui”, “nada aconteceu”, “melhor você ir para casa”.

Suspirei e cocei os olhos.

— Eu sei, Sakura. Sempre soube, deixa de bobeira e coloca o Yue na cama de uma vez. — Murmurei, a puxando levemente pelo braço e olhando o corredor.

O Bicho de Pelúcia passou por ela e o Pirralho se adiantou para tirar Yue das costas dele, mas passei na frente, o olhando sobre o ombro por um momento e ele deu dois passos para trás.

— Então? — Perguntei, ajeitando Yue.

Ele estava mais pálido que o normal e havia um machucado na cabeça se cicatrizando até que bem rápido, sangue seco nos cabelos e a roupa meio rasgada.

— Ele estava me protegendo. Quando- Ele foi atingido para me proteger. Eu- — Sakura começou a chorar e o Pirralho a abraçou.

Assenti e fui até meu antigo guarda-roupas e pegando uma camiseta e uma calça que eu deixava aqui para quando vinha visitar.

— Pirralho, leva a Sakura lá pra baixo. — Comentei, ainda com os olhos no Yue.

Ele não respondeu, mas em um segundo já saia do quarto com minha irmã abraçada a si.

O Bicho de Pelúcia ainda estava lá, agora na forma “fofa” dele e me circulando.

— Busca água e panos. — Disse o olhando por um segundo quando ele passou pelo meu rosto.

Ele voou porta a fora e eu a fechei.

Troquei as roupas do Yue pelas minhas antigas e ajeitei sua cabeça para o machucado ficar para cima e sentei ao seu lado, olhando a parede.

O Bicho de Pelúcia não tardou a aparecer, batendo na porta com a cara e eu a abri, ele vinha com a amiga da Sakura, Tomoyo, e eu peguei as coisas das mãos deles e limpei o machucado, que já fechara e agora inchava um pouquinho.

— Ele se cura rápido. — Tomoyo comentou, parecendo aliviada, em algum nível.

Assenti, enquanto limpava seus cabelos, observando seu rosto atento.

— Na verdade, ele começou a se curar quando chegou aqui. Eu estava realmente preocupado dele não estar se curando antes, mas acho que só foi uma reação tardia.

“Ou o toque da minha magia quando chegou aqui.”, pensei, pegando outro pano e puxando a mão de Yue e limpando os dedos e a palma.

— Ele deve acordar logo, né? — Tomoyo murmurou com a voz pesada e mais baixo do que antes.

O Bicho de Pelúcia demorou para responder e percebi que eu era o motivo deles estarem tendo essa conversa, uma forma de consolo sem contado.

Suspirei.

— Ele só está descansando agora. Está tudo bem, Tomoyo-kun. — Assegurei olhando-a por um momento e sorrindo.

Ela suspirou aliviada e o Bicho de Pelúcia parou de voar agoniado e se sentou na minha escrivaninha antiga, olhando Yue atentamente.

Não sai do lado de Yue até ele abrir os olhos, quase um dia depois. Eu estava encostado na janela, tentando não ficar olhando o rosto dele de dois em dois segundos, quando ele me chamou.

— Touya-sama, se ficar com essa cara, a mestra vai chorar.

Fechei os olhos e senti como se um peso saísse das minhas costas e sorri para meu reflexo quando abri os olhos, me voltando em seguida para Yue e me aproximando.

Ele estava se sentando, um pouco com dificuldade e agitando as asas amassadas. O ajudei e depois me sentei na ponta da cama, encostado nele, meio-virado para ele e o olhando nos olhos.

— Como se sente?

— Cansado e dolorido.

Assenti.

— Quanto tempo fiquei apagado?

— Menos de um dia, mas pareceu mais que isso, sinceramente.

— Desculpe a preocupação.

Sorri e lhe acaricie a bochecha. Ele pareceu meio em dúvida e afastei a mão e o corpo que eu apoiava nele, me lembrando num estalo que era Yue, afinal, não Yuki.

— Desculpe, força do hábito.

— Eu- Não se desculpe. Está tudo bem. — Ele sorriu e tocou minha coxa, então suspirou. — Quer falar com ele?

Desviei o olhar.

— Não. Pode descansar mais, não se preocupe. Vou tomar um banho e comer algo... Quer alguma coisa?

Ele balançou a cabeça e eu apertei sua mão sobre minha perna por um momento, antes de levantar.

Quando voltei, Yuki estava na cama, olhando para suas mãos, parecendo confuso. Imaginei que fosse a dor ou coisa do tipo, tentando lembrar o que aconteceu, e sorri, me sentando ao seu lado e puxando seu rosto para me olhar, minha intenção era roubar um beijo curto dele, mas algo em seus olhos me fez hesitar, nossos narizes já encostados.

— Está tudo bem? Se lembra quem sou?

— Lembro...

Pisquei confuso e me afastei um pouco.

— Yue?

Ele me olhou entre o surpreso e o arrependido, mas assentiu.

Desviei o olhar para a janela, inspirando com mais dificuldade do que deveria ser necessário.

Sentia como se tivesse levado um soco no estomago.

"Eu sabia que isso eventualmente aconteceria.", pensei aturdido.

Ruby e Nakuru tinham a mesma consciência. Os dois bichos de pelúcia também. Só Yue e Yuki que eram diferentes.

Sabia que eventualmente as consciências se misturariam... Mas acho que eu estava esperando que demorasse ainda... Que eu tivesse mais tempo para-

— Touya-sama...? — Yue me chamou.

Notei sua mão a meio caminho de mim e seu olhar cheio de ansiedade e me amaldiçoei.

— Desculpe, Yue, preciso de um cigarro. Já volto, sim? — Disse, levantando e saindo do quarto sem esperar a resposta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, o que achou? Espero que tenha gostado, se der me conte a experiência.
Obrigada por ler!!
P.s: Como o motivo do Yue se machucar não é importante, não o coloquei no enredo, mas se estiver curioso em saber: uns magos foram atrás da Sakura para tentar arrancar dela seu poder e cartas e ela estava tentando impedir isso. Numa luta, ela foi atacada por trás e o Yue ao tentar salvá-la foi atingido (no final, a Sakura vence os magos junto com o Kero e o Shaoran).



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Dia Que Eu Sabia Que Chegaria" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.