Utopia escrita por Aislyn


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Atendendo ao pedido da amora Kika, segue o capítulo!
Muita coisa vai acontecer e ser resolvida também. Mas não se preocupem! A treta não acaba aqui! Huhuhuhu *foge pras montanhas*

Tema usado: Cena no sofá



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Ficar um ou dois dias sem se aproximar de Hayato era fácil pra Takeo. Cada um tinha sua rotina e estavam acostumados com isso. Respeitavam o espaço alheio, se ocupavam em seus empregos, saíam com os amigos que não eram em comum e havia coisas que gostavam de fazer sozinhos ou com outras pessoas. Eles entendiam que ter uma vida em casal não girava apenas em torno dos dois e cada um tinha sua individualidade. Contudo, quase duas semanas se passaram e Hayato não parecia nem um pouco inclinado a ceder e perdoar o guitarrista.

 

A conversa entre eles se restringia ao básico além dos cumprimentos do dia-a-dia. Takeo desistiu de puxar assunto ou contar as novidades quando Hayato passou a ser monossilábico, isso se não fosse completamente ignorado. Ele também ignorou as caronas e qualquer outra oferta que envolvesse os dois ficando próximos.

 

As tentativas de golpe baixo de Takeo não surtiram efeito daquela vez. Ele ficou no sofá até de madrugada, com a coberta jogada no chão, fingindo que dormia e esperando que Hayato o cobrisse, mas o que conseguiu em troca foi ser acordado, junto com um convite para ir para o quarto de hóspedes, não o quarto deles. Numa outra tentativa, aproveitou um momento em que Hayato foi para o banho e se jogou na cama que dividiam, esperando que ele ocupasse a outra metade, mas quando saiu do banheiro, só tratou de pegar o próprio travesseiro e sair do cômodo.

 

Com o passar dos dias e a distância que crescia, Takeo achou melhor se comportar de verdade e parar de tentar forçar uma aproximação. Quando Hayato estivesse mais calmo e achasse que merecia perdão, iria procurá-lo para conversar.

 

Ajeitou a mochila com algumas roupas, enviando uma mensagem para Hayato, avisando que ficaria uns dias na casa do irmão mais velho para lhe dar privacidade e sossego.

 

* * *

 

O clima na cafeteria também não andava dos melhores. Hayato tentou levar as coisas sozinho, da melhor forma que podia, decidido a não pedir a ajuda de Takeo, mas alguns procedimentos e burocracias o estressavam. Para piorar, Mikaru continuou fazendo suas visitas esporádicas, levando documentos para assinar, pegando notas e querendo saber das vendas e movimento.

 

Não haviam trocado muitas palavras desde a cena no apartamento de Takeo, mas era notável que se ignoravam também, o único contato sendo sempre a respeito de trabalho. Mikaru conseguia deixar bem claro com sua cara de desgosto que não queria trocar nem um simples bom dia.

 

Enquanto observava o empresário analisando alguns documentos, Hayato se pegou pensando se aquilo era certo. Claro que não se achava errado pelas atitudes que tomou, afinal Takeo havia provocado e Mikaru sempre aproveitava as brechas para abusar de seu namorado, sem falar que Katsuya havia ofendido Takeo, mas agora ele mesmo estava sem falar com o namorado e com o casal de amigos e isso o incomodava um pouco. Para começo de conversa, se não tivesse defendido Takeo, não teria brigado com Katsuya que, por sua vez, ao que tudo indicava, havia brigado com Mikaru também. Aquilo havia virado uma bola de neve e talvez alguém precisasse dar o primeiro passo para que os quatro se acertassem. Takeo poderia voltar a falar com Mikaru e isso não iria interferir nos outros dois, assim como Katsuya podia tentar falar com o namorado e com Hayato, mas ainda existiria o empecilho com Takeo. Mikaru não era do tipo que movia um dedo pelo bem da amizade entre eles, então Hayato chegou à conclusão que ele teria que ser esse alguém.

 

Hayato sabia que resolver as coisas com Katsuya primeiro seria o mais fácil, afinal ele não o ofendeu diretamente e só estavam brigados por conta do que ele falou para Takeo. Contudo, Hayato não queria só o caminho fácil, pois se queria fazer direito, o certo era procurar o namorado primeiro. Se acertar com Mikaru viria depois, já que estava evitando falar com ele para não contar que havia brigado com Takeo e que o mesmo havia saído de casa. Não queria dar mais brechas para aqueles dois se aproximarem.

 

Era hora de visitar o cunhado e buscar o namorado de volta pra casa.

 

* * *

 

— Você sabe que mereceu. – a mulher entregou-lhe uma compressa com gelo, sentando no sofá à frente do rapaz – Coloque isso no olho antes que fique pior.

 

— Desculpe, mãe. – Katsuya abaixou a cabeça envergonhado, encontrando na mesinha de centro o motivo do sermão que ouviu há pouco: os comprimidos para memória.

 

Como pode ser tão ingênuo e idiota? O pior foi ter mais gente avisando-o que aquilo era errado e ele não deu ouvidos, principalmente à Mikaru, que sabia querer o melhor para si. E agora era bem possível que o havia perdido.

 

— Você sabe que precisa se desculpar com mais um monte de gente, não é, mocinho? Imagine a vergonha que eu e seu pai passamos quando aquele seu amigo contou pra gente! Os últimos a saber, com você debaixo do nosso teto e escondendo tudo!

 

— Eu sei, sinto muito…

 

— Espero que saiba mesmo, porque as chances de ter arruinado seu futuro são enormes! Como vamos fazer com sua faculdade? Mesmo se aceitarem um financiamento, no mínimo, vamos ter que vender a casa depois.

 

— Mas só alguns colegas sabiam o que eu fiz. A faculdade não vai me expulsar, vai?

 

— Estou falando das mensalidades, Katsuya! Quase ninguém lá deve saber o que aconteceu, mas eu e seu pai não vamos conseguir te manter sozinhos, mesmo se usar seu salário pra ajudar!

 

— Eu… acho que não entendi…

 

— Você acha mesmo que sua bolsa de estudos caiu do céu, querido?

 

— Um aluno desistiu… e eu era o próximo da fila…

 

— Mikaru conseguiu pra você. Ele pediu pra não te contar, mas imagino que tenha noção que com suas notas não ia conseguir. Talvez ainda possa usufruir esse semestre, mas e o próximo? E o ano que vem?

 

— Ele… estava pagando o curso? – depois de todo aquele sermão que Mikaru fez quando começaram a namorar, dizendo que evitava namoros porque sempre se aproximavam para aproveitar do seu dinheiro e que ele nunca daria um iene a qualquer um que se aproximasse com aquela intenção, ele mesmo fazia aquilo?!

 

— Eu não sei os detalhes, querido. Sei que você tinha direito a meia-bolsa, o restante eu e seu pai sempre pagamos e os livros são por sua conta. Converse com ele a respeito e pergunte, é o melhor que pode fazer. Aproveite para se desculpar, ele merece isso

 

— Talvez ele não queria mais ficar comigo… – confessou num suspiro, notando o olhar curioso da mãe.

 

— Eu ficaria surpresa se ele ainda quisesse. Mayu me contou que ouviu você o expulsando do quarto e o que disse pra ele não tem perdão.

 

— O que eu faço?

 

— Eu não sei. Queria poder ajudar, mas estou me colocando no lugar dele e a última pessoa que eu gostaria de ver, se fosse comigo, seria você. – a mulher se levantou do sofá, recolhendo as coisas na mesa, lançando um olhar severo na direção de Katsuya – E já que estamos conversando a respeito do que fez errado, você está de castigo.

 

— O quê?! – Katsuya levantou o olhar incrédulo, esperando ter ouvido errado. Ele não tinha mais idade para aquilo!

 

— Vou contar pro seu pai mais tarde e vamos decidir o que vai acontecer com você. Se prepare para tudo.

 

— Mas… mãe?!

 

— Estou decepcionada com você. Da minha parte você não recebe mais ajuda para bancar os custos da faculdade.

 

O rapaz continuou encarando enquanto a mãe lhe deu as costas, entendendo o que ela quis dizer por arruinar o futuro. Ele estava perdido sem a ajuda dos pais.

 

* * *

 

Takeo retirou os sapatos na entrada, deixando as sacolas na cozinha e voltando para o corredor, seguindo para o quarto, mas parou ao passar pela porta que levava à sala, conferindo o vulto que havia visto antes, para ter certeza que não estava enxergando coisas.

 

— Hayato?

 

— Oi… seu irmão disse que eu podia esperar por aqui. Podemos conversar?


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Notas finais do capítulo

Continua... =3



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