Cut escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 18
Debutante




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P.O.V. Jace.

Estamos cercados de submundanos. Especialmente vampiros.

—Só por mera curiosidade, qual delas é a Rainha?

—Aquela ali. De vestido dourado.

—Tem uma de vestido rosa, uma de dourado, uma de preto e uma de roxo. Como você sabe qual é qual?

—A Rainha tem dois maridos.

—Dois maridos?!

—Shh! Quase todo mundo nesse recinto tem audição sobrenatural Alexander.

Então, ela finalmente desceu ás escadas. E um dos maridos da Rainha nos convidou a valsar.

—Eu não sei valsar.

—Não sabe, aprende.

Ela estava usando um vestido vitoriano e o cabelo ruivo estava todo cheio de cachos dos mais variados tamanhos e preso num coque que não era um coque. Dava pra ver o detalhe com as flores.

—É um headband. Você nem imagina quantos grampos tem no meu cabelo nesse momento.

—Eu trouxe um presente.

Estendi as lâminas serafim para ela.

—Autêntico. Gostei.

Quando ela pegou as lâminas, nós não poderíamos ter ficado mais surpresos.

—Olha! Elas brilham!

—Impossível!

—Com essa eu não contava.

—Que que é?

—As lâminas não brilham a menos que seja um Shadowhunter. Á menos que tenha sangue de anjo.

—Ah, cala... a...boca! Eu sou parte bruxa, parte vampira, parte anjo, parte Shadowhunter? Sou uma abominação.

—Você não é uma aberração Clary. Você é um milagre.

—Ele está certo. Você é um milagre. Tudo faz sentido pra mim agora, aqueles malucos do ciclo, eles podiam ter me matado a qualquer momento e não mataram. É de você que eles estão atrás. Você é uma bruxa Petrova, com sangue de anjo, reencarnação de uma Shadowhunter poderosa e com um pai vampiro. Você é aquela que pode mandar toda essa picuinha de Clave e Ciclo pro inferno. Você é aquela que pode unir todas as facções e isso vai contra tudo o que eles acreditam.

—E eu tenho que fazer isso?! Eu não quero me meter em nada disso.

—É um pouco tarde.

—Quem é você?

—Guardas! Prendam eles.

—O que? Sob qual acusação?!

Foi um alvoroço. Criaturas que eu nunca tinha visto antes na vida, começaram a se aglomerar e a formar uma barreira entre Clary e os membros da Clave.

—Fica longe dela.

—Saia da frente rapaz.

—Eu mandei se afastar.

—Dwain, ela vai me matar. E ela vai matar você também. Ela pensa que híbridos são perigosos demais para viver e você tem que pará-la.

As criaturas se atracaram com os membros da Clave, dando tempo suficiente para que Clary fugisse.

—Encontrem ela! Morta ou viva!

P.O.V. Clary.

Eu me sentia a Branca de Neve fugindo da Rainha Malvada no bosque. O vestido tornava difícil caminhar, mais ainda correr. Mas, a minha mãe me disse:

—Em caso de emergência, pule no buraco.

O meu penteado despencou e então eu pulei no buraco. Era um buraco na raiz de uma árvore. E o buraco não tinha fim. Eu fui de Branca de Neve á Alice na toca do coelho em menos de dez segundos.

P.O.V. Imogen.

As criaturas não morriam. Estacas eram ineficazes assim como as lâminas serafim. Elas chacinaram os meus Shadowhunters.

—Sua vadia do inferno!

Eles me cercaram. 

—A minha filha é uma boa menina e você tentou machucá-la. Originalidade á parte... ninguém machuca a minha primeira e provavelmente única filha e vive.

Eu senti a mão dele no meu peito. Atravessando as minhas costelas. E então... toda a minha vida passou diante dos meus olhos.

—Ninguém.

P.O.V. Jace.

Eu vi o corpo da minha avó caindo. O sangue esparramando e o vampiro jogando o coração dela fora como se fosse uma bola.

—Vovó!

—Não é nada pessoal garoto.

Eu nunca tinha sentido tanta dor na vida. A minha vó, minha última parente viva estava morta.

—Eu sinto muito.

Disse a Rainha. Ela realmente falava sério. Senti ela me abraçar e então ela sussurrou no meu ouvido:

—Ache a árvore oca dentro do cemitério. O grande carvalho morto, viaje por debaixo da terra e ache a Grande Árvore preta para se salvar ou sua vida pode de vez acabar.

Não fez o menor sentido. Mas, os caçadores de sombras que sobraram foram atrás da Clary numa caçada desenfreada.

—Pra onde a gente vai? Porque estamos caçando a Clary?

Então eu lembrei do que ela sussurrou no meu ouvido. Era uma charada, era mais que uma charada. Eram instruções.

—Ache a árvore oca dentro do cemitério.

—O que?

—Temos que encontrar um cemitério aqui nas redondezas.

—Há um cemitério atrás da propriedade.

—Vamos até lá.

Nós chegamos e era um lugar fantasmagórico, deserto e havia essa névoa branca que pairava.

—Ache a árvore oca dentro do cemitério. O grande carvalho morto.

Nós encontramos uma árvore enorme, sem folhas.

—Acham que é essa ai?

—É ela mesma. É uma árvore oca, negra e grande.

—Viaje por debaixo da terra.

—Viajar por debaixo da terra? O que isso quer dizer?

—Eu sei lá.

—Olhem. É um pedaço de tecido. Do vestido da Clary.

O tecido estava enroscado na base da árvore. Onde havia uma abertura. Um buraco grande o suficiente para passar uma pessoa.

—Viaje por debaixo da terra. Embaixo da árvore. Temos que entrar no buraco. Devem haver túneis por onde ela deve ter escapado.

P.O.V. Clary.

Depois de uma queda de tipo uns vinte andares, eu finalmente encontrei o chão e eu estava num tipo de catacumba.

Eu ouvi gente caindo também. Eu pensei que fossem os meus parentes, então eu esperei.

—Ai. Sai de cima.

Quando eu vi aquele amontoado de Shadowhunters, eu peguei as adagas e comecei a correr pelos túneis, mas eles me cercaram.

—Se vocês acham que vão acabar comigo estão muito enganados! Aquela velhinha diabólica e assustadora não sabe que vocês estão aqui, ela se quer sabe que esse lugar existe.

—Velhinha diabólica e assustadora?

—Acho que ela tá falando da vó do Jace.

—Imogen Horandale?

—Essa ai mesmo. Eu reconheci o rosto dela.

—A minha vó não é diabólica, mas nós viemos porque a sua mãe me deu instruções de como te encontrar. Eu...

Tapei a boca dele com uma mão e coloquei um dedo da outra na orelha.

A garota sussurrou:

—O que?

Eu apontei pra cima. Ela passou aquele palitinho no braço e pareceu que conseguia ouvir os outros caçadores de sombras que estavam logo acima de nós.

Tirei cuidadosamente os meus lindos sapatos e eles ficaram com cara de tacho quando viram que eles eram de cristal. Encrustados de cristais.

Depois que a horda de caçadores passou. Eu falei.

—Temos que continuar até encontrarmos A Grande Árvore Preta. Ela é a nossa passagem de volta para a superfície.

—Que lugar é esse Clary?

—Muito antes da sua preciosa Clave se quer pensar em existir, da cidade de Nova York ser fundada, essa cidade era a Capital da América vampira. Mas, depois do expurgo transferiram pra Mystic Falls.

—Expurgo?

—A época em que os Shadowhunters nos caçavam por esporte. Sabe, gente sendo mandada pra fogueira, decapitada etc. Eles eram bem criativos. Armadilha!

Ela parou na frente do Alec e pegou a flecha pouco antes dela perfurar o crânio dele.

—Agora você me deve uma.

—A quanto tempo esses túneis estão aqui?

—Desde antes do Silas ser imortal.

—Silas existe?

—É claro! Ele é meu parente. Pelo menos eu acho que ele é. Mas, Amara com certeza é ancestral da minha mãe. Como era mesmo que eu passava pelas armadilhas quando era criança?

Ela se perguntou colocando o dedo no queixo.

—Ah! É claro! Peter Panda!

—Peter Panda?

—Façam o que eu fizer, exatamente como eu fizer. Ou morram. 

Então, ela começou a cantar uma música infantil.

—Se está em depressão, mais baixo do que o chão e sente que você não tem mais chance... pra passar da trilha ouça o guru e vai dançar igual ao Peter Panda. Pule três vezes como um canguru, dois passinhos pro lado como o caranguejo anda, três passos pra frente e um pra trás, agora deite de costas como a tartaruga faz.

—Isso é besteira.

—Não Alec. Ela está passando pelas armadilhas.

Disse a Izzi.

—Role como um tronco até ficar bem cansadão, pule rapidinho como se não tivesse chão, tape o nariz pule pra esquerda. E essa é a dança, a dança do Peter Panda!

—Qual é a da música?

—Nossa mãe precisava nos ensinar a passar pelas armadilhas sem ninguém desconfiar e éramos crianças, então... O Peter Panda sabe das coisas.

—Então, você sabe desses túneis desde que era criança?

—Sim.

—E como as armadilhas se armam de novo?

—Magica.

Acho que essa foi a coisa mais humilhante que eu já fiz. A dança do Peter Panda.

—Isso foi humilhante.

—Foi divertido. Agora, temos que achar a...

—Grande Árvore Preta.

—Isso.

Começamos a nossa busca pela bendita árvore.

P.O.V. Izzi.

Essa Clary vampira era mais divertida do que a Clary Fray.

—Se os túneis estão aqui desde antes do Silas. Quanto tempo é isso exatamente?

—Silas e Amara se tornaram imortais em dois mil antes de Cristo.

—Então os túneis existem desde antes de dois mil antes de Cristo?

—Sim.

—E quem os construiu?

—Sei lá. É um mistério. Mas, eu acho que foram os filhos do Clã Corvinos, talvez tenha sido o próprio Alexander ou Marcus. Esses túneis passam pelo país inteiro. E estão ligados aos túneis de Gatlin.

—Gatlin?

—Gatlin é a capital da América Conjuradora. Um tipo de bruxo. Para alguém que se diz um protetor do Submundo você não sabe muita coisa né?


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