Minha Vida Sem Cristina escrita por Matheus Cardoso


Capítulo 2
Capítulo 2




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Leo acordou com a vibração do seu celular. Assim que abriu os olhos, encarou o sol que saia da janela do quarto que estava fechada. Sentou-se na cama e pegou o celular. Eram oito e meia da manhã. O celular vibrou de novo. Eram duas mensagens de Cristina.

“Parabéns para nós! Muito obrigada por esse um ano de amor, carinho e companheirismo! ”

“Te amo hoje, amanhã e sempre! ”

Ele respondeu:

“Tbm te amo muito! Parabéns para nós! Vem almoçar aqui em casa, tenho uma surpresa para você”.

Ele pegou uma camisa azul e bermudas jeans para se trocar e antes de entrar no banheiro para tomar banho, leu a mensagem:

“Se a surpresa for que a nota do Enem saiu, nem adianta! Eu já sei! Tirei 820 na redação!”

Ele só a respondeu depois do banho.

“Boba, não é isso! Mas, já saiu? Vou ver a minha! Parabéns pela nota!”

Em menos de meia hora, Leo, Cris, Aline e Daniel discutiam suas notas no grupo de whatsapp.

Leonardo queria cursar Ciências Contábeis, Daniel queria Direito, Aline queria Administração e Cristina queria Pedagogia.

Na casa de Cristina, ela perguntou se poderia almoçar na casa do namorado, os pais deixaram, mas o pai a levaria de carro pois iria ao banco que era perto da casa de Leo.

Cris olhou o céu pela janela do seu quarto para ver como estava o tempo. Ainda não tinha saído de casa e nem fazia ideia de como estava o clima. Era um dia nublado e um pouco frio, uns vinte e cinco graus.

Decidiu vestir um vestido branco com rendas na parte da saia e um casaquinho aberto bege quase transparente por cima. Nos pés, sapatilhas brancas.

Assim que entrou no carro do pai, ela se lembrou da pulseira que Leo havia lhe dado no aniversário de seis meses deles. A pulseira era rosa e tinha a palavra “Love” escrita em letras grandes e prateadas. Pegou também o presente de Leo que estava em cima da mesa da sala. Era um violão. Leo tinha um violão e tocava muito bem, mas ele quebrou há um tempo e ele parou porque não tinha mais dinheiro para comprar outro.

— Maria Cristina! Anda logo! – gritou o pai dentro do carro.

— Estou indo! – ela gritou de volta.

Ela colocou o violão no porta-malas e quando entrou no carro, ela avisou:

— Pai, você sabe que eu não gosto de “Maria Cristina”, me chama só de Cristina, por favor!

— Não dá! Eu já me acostumei, peguei o jeito da sua mãe!

Ela suspirou e se ajeitou no banco do carona.

Não demorava muito até a casa de Leo, mas o trânsito era terrível. Após vinte minutos parados no engarrafamento em um viaduto, os carros voltaram a andar.

Um caminhão diminuía velocidade por causa de dois carros parados. Para não bater na traseira do veículo, o pai de Cris tentou desviar, mas perdeu a direção e voou sobre a mureta, derrubando parte dela.

— PAAAI! SOCORRO! – Cris gritou antes de o carro despencar do viaduto e cair de uma altura de dez metros.

O barulho foi estridente. O carro foi destruído. Virou um esqueleto de metal, nada prestou ali. Cristina e seu pai foram arremessados para fora, ambos estavam jogados no asfalto.

De repente, um aglomerado de gente se juntou para ver o que aconteceu. Algumas pessoas olharam e logo, desviaram o olhar. Algumas choraram e até rezaram.

Logo, o barulho das sirenes começou a se aproximar. Chegaram a polícia, bombeiros e paramédicos.

Os paramédicos examinaram os corpos de Cristina e de seu pai. Depois de uma conversa de menos de dez minutos, concluiu-se que o pai, provavelmente foi atingido primeiro e sofreu morte instantânea.

— Parada cardíaca imediata. – disse um dos paramédicos.

— E a menina? – perguntou outro paramédico.

Uma paramédica loira, jovem e muito bonita se aproximou de Cris. Enquanto a examinava, ela falava:

— Ela bateu a cabeça muito forte, talvez um traumatismo craniano, queimaduras nas pernas, fratura no fêmur e... Provavelmente, uma hemorragia interna. Precisamos entubá-la agora.

Os outros paramédicos enfiaram um tubo pela garganta dela, colocaram um balão e começaram a bombear oxigênio para seus pulmões.  Um dos paramédicos procurou algo nas roupas do pai e encontrou sua carteira, onde havia o número da esposa e da filha. Ele ligou para a mãe de Cris e contou tudo o quê aconteceu. Ele perguntou se eles tinham plano de saúde, ela disse que sim, chorando e pediu para leva-los para um determinado hospital, e ainda disse que está indo para lá agora.

Logo depois, carregaram Cris para dentro da ambulância. A loira bombeava o balão com uma mão e com a outra, ajeitou algumas mechas de cabelo que estava na testa de Cris. Depois, colocaram o corpo do pai e partiram rumo ao hospital.


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