Cotidiano escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 76
Eu vou te esperar, Hana-nee


Notas iniciais do capítulo

76 – Uma fanfic em forma de carta ou de resposta à uma carta



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Kiba,

Acabei ficando um pouco mais do que pretendia aqui nas montanhas de Osorezan. Asakura-obaa-sama tem me ajudado bastante na doutrina da meditação e isso tem fortalecido meu espírito de tal forma que episódios como aquele nunca mais ocorreram. Eu finalmente encontrei o meu Dô, e sei que muito em breve retornarei para você.

Aqui é sempre frio e solitário. Sinto falta da sua presença comigo, da sua risada estrondosa e do calor dos seus sorrisos.

O neto mais novo dela, Yoh Asakura, veio para uma visita. Ele diz que deseja se tornar o Shaman King, seja lá o que isso signifique, mas acho que é uma espécie de pacifista que se conecta com a natureza.

Acredito que, muito em breve, poderei retornar para casa. Como vão as coisas por aí? Você tem se comportado bem? Papai me disse, na última carta, que você e Naruto aprontaram poucas e boas por aí. Tome cuidado para não estar de castigo quando eu retornar.

Com amor,

Shino.

Kiba leu e releu a carta uma centena de vezes, encarando o pequeno besouro desenhado por Shino na parte de cima da folha. Era difícil estar longe dele, mas sabia que, se ele havia partido para essa jornada, era por uma boa razão.

Ainda se lembrava do olhar do namorado naquela noite, a forma voraz como ele havia investido contra si. Não podia dizer que não queria conhecer aquele lado, mas não daquela maneira. Pois aquele não era o garoto por quem havia se apaixonado e a quem amava com todo o coração.

Respirou fundo, inebriado em lembranças nas quais Hana ainda estava presente, ralhando com os dois e encobrindo quando ele, Kiba, fazia algo de errado e Shino lhe acompanhava no processo.

Quase um ano havia se passado e nenhuma notícia sobre sua irmã havia sido revelada. As pistas se tornavam cada vez mais frias, as buscas cada vez mais escassas. Mesmo Tsume não falava mais nisso, como se a simples menção no nome da filha fosse uma ofensa dolorosa. Uma lembrança.

Kiba não queria aceitar isso. Mas da última vez que tentara discutir a respeito com a mãe, as lágrimas nos olhos dela o feriram mais do que qualquer surra que já tivesse levado. Nunca pensou que a veria tão fragilizada.

Mas o que podia fazer? Como poderia trazer ela de volta? Não sabia. Mas queria acreditar que, em algum lugar, Hana estava viva e bem, apenas esperando pelo momento certo para dar-lhes notícias.

Era isso. Ela em breve escreveria alguma carta para eles contando a respeito de sua localização e tudo ficaria bem. Ela retornaria com as tortas de morango e os sorrisos fáceis, com as colheres cheias de brigadeiros e os conselhos. Tudo ficaria bem. Tudo voltaria a ser como era antes daquela maldita guerra apoderar-se de todos.

— Eu vou te esperar, Hana-nee. – murmurou para si mesmo, sem saber que, na soleira da porta fechada de seu quarto, Tsume ouvia aquelas palavras, sentindo o cheiro nostálgico que impregnava o filho caçula.


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Notas finais do capítulo

Gente, prepara o coração que alguns capítulos sombrios vem pela frente. Segura na mão do coleguinha e caminha!



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