Cotidiano escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 77
Somos família


Notas iniciais do capítulo

77 – Sobre uma fofoca ou notícia errada dada pela imprensa



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As notícias se espalharam como fogo em gasolina e Tsume logo foi averiguar. Sobre possíveis sobreviventes da guerra que se encontravam presos em algum cativeiro secreto que Orochimaru ainda preservava.

Ela não aceitou ficar de fora daquelas buscas, embora o coração de mãe lhe dissesse que estava errada, de que sua filha não estaria em meio a eles.

Ela precisava averiguar mesmo assim. Não conseguiria ficar em paz consigo mesma até que tivesse esgotado todas as possibilidades.

Haviam espalhado por aí a respeito de dezenas de esconderijos onde shinobis eram mantidos como cobaias. Visitaram cada um deles, dividindo-se em grupos heterogêneos. Shibi também voluntariou-se para as buscas, fazendo parte do mesmo grupo que Tsume.

Haviam sido companheiros de time há muito tempo, ao lado de outro shinobi que havia morrido durante a guerra anterior a essa.

Eram bem entrosados, agiam bem juntos como Shino e Kiba faziam.

Shibi não soube o que dizer a ela quando vasculharam cada um dos esconderijos sem encontrar nenhum sinal de Hana. Ou de nenhum outro sobrevivente. Apenas alarmes falsos, espalhados por aí em forma de notícias para alimentar a esperança daqueles que ainda esperavam que seus entes queridos fossem capazes de retornar.

Tsume não tinha coragem de voltar para casa naquela noite. Ela não queria encarar os olhos esperançosos de Kiba e encontrar a decepção neles novamente. Era doloroso demais.

Por isso, quando Aburame Shibi ofereceu a ela uma saída para um bar onde costumavam frequentar antigamente, ela se viu aceitando sem nem sequer questionar.

Na terceira garrafa de sakê, ela já estava completamente fora de si.

— No fundo eu já sabia. – Ela murmurou enquanto encarava o copo vazio. Shibi encheu-o novamente, como se soubesse que a mulher precisaria daquel dose de coragem para seguir em frente. – Sabia que as notícias provavelmente eram falsas e que, se fossem verdadeiras, Hana não estaria entre eles. Uma mãe sente essas coisas, sabe?

Shibi sabia. Pois, quando o filho adotivo fora levado por Danzou, tivera a mesma sensação de aviso dentro de si. Uma urgência que rugia em seu peito, mas sobre a qual não pôde fazer nada. E o preço disso havia sido simplesmente alto demais.

— Somos shinobis. – disse ela. – Devemos estar preparados para esse tipo de coisa. – Bebeu mais um longo gole do sakê, os olhos marejados em lágrimas enquanto colocava para fora aquilo que lhe sufocava. – Mas o que te prepara para perder um filho?

Nada, era a resposta. Mas Shibi resignou-se ao silêncio, passando um dos braços pelos ombros de Tsume.

— Sei que não devo perder as esperanças. – murmurou ela, aceitando o abraço do antigo companheiro de time. – Mas o tempo está passando, Shibi, e eu não sinto como se Hana fosse retornar para casa.

Ele articulou as únicas palavras que faziam sentido naquele momento, as únicas palavras que poderiam surtir algum efeito:

— Sinto muito.

Ela sabia que sim.

— O seu menino faz o meu menino feliz. Sabe disso, não sabe?

Shibi anuiu.

— Cuide dele sempre.

— Você não precisa nem pedir.

Eram família.


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Notas finais do capítulo

Eu ignorei solenemente o 'pela imprensa', o que importa é que alguém espalhou as notícias. Sempre achei que Tsume e Shibi poderiam ter feito parte do mesmo time, e coloquei assim aqui. Nos vemos no próximo!



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