Cotidiano escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 53
A calmaria que precede a tempestade


Notas iniciais do capítulo

53 – Com um tema “entre aspas”



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Resolveram que partiriam em breve agora que Kiba estava recuperado. Passariam mais aquela noite ali, pois seria perigoso saírem a esmo, mas eles sabiam que seus amigos precisariam de ajuda. Era uma guerra afinal.

Hinata havia adormecido e Kiba deveria ser o primeiro a montar guarda. Apesar disso, pouco tempo depois de seu turno ter começado, Shino sentou-se ao seu lado na parte externa da caverna.

− Não consegue dormir? – Kiba perguntou, cedendo espaço na árvore onde estava apoiado para que o namorado se sentasse e encaixou-se entre as pernas dele. Sabiam que aquela não era a melhor postura caso fossem atacados, mas Akamaru estava atento e os insetos de Shino também.

− Não. – respondeu com tranquilidade. – Preferi vim ver como você estava.

− Cansado de ficar parado! – Kiba exclamou e abriu um sorriso. Sorriso este que não durou muito quando seu olhar se dirigiu para o interior da caverna. – Como ela está?

− Levando da maneira que pode, sendo mais forte do que nós dois juntos. – Shino admitiu. – Ouvi ela chorando baixinho, achei que precisava de privacidade.

Kiba concordou.

− Fingi não ver que ela estava acordada. – Encolheu um pouco os ombros, apertando Kiba consigo.

− Deve ser difícil, né? – Kiba perguntou em uma clara retórica. – Os dois demoraram tanto para se aproximar novamente por conta de toda aquela burocracia de merda dos Hyuuga e agora que finalmente tinham conseguido...

− Ele deu a vida por aquilo que julgou ser a melhor chance para a guerra. E para salvá-la também.

Kiba anuiu.

Ficaram em silêncio por um momento, apenas curtindo suas próprias companhias. Kiba remexia-se um tanto inquieto. Shino sabia qual era o real motivo.

− Está preocupado com Hana e Tsume? – Kiba concordou em um silêncio atípico. – Também estou preocupado com meu pai e com Kurenai-sensei. Além dos nossos amigos, é claro.

− Confesso, não queria voltar para lá. – Kiba deu uma risada seca, encolhendo-se mais perto de Shino. Não o encarava para falar aquilo. – Será que isso faz de mim um covarde, Shino?

− Faz de você humano. – Shino argumentou. – Também não quero voltar para lá. Vi coisas horríveis. Coisas que não gostaria de compartilhar nem comigo mesmo, mas que revejo em pesadelos. Acho que é por isso que não consigo dormir.

− Nem me fale. – Kiba não poderia concordar mais. – Tive uns sonhos estranhos, mas cada um deles queria me guiar pra um tipo de aceitação, sabe Shino? Eu não sei. Todo esse negócio de guerra... levei na brincadeira no começo e minha mãe quase arrancou as minhas orelhas. Agora mal sei como lidar com toda essa situação. Só quero que acabe logo e que a gente não perca mais ninguém.

− Hn. – concordou, escondendo o rosto na nuca de Kiba, sentindo o frio que começava a se instaurar.

Passaram o restante do tempo em silêncio e Kiba pegou no sono enquanto Shino montava guarda. Foi um período tranquilo, mas Shino sabia que toda calmaria precedia uma enorme tempestade. Inquietude de seus insetos apenas confirmava isso.


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Notas finais do capítulo

O assunto entre aspas no caso é o receio de retornar para a guerra e o medo de perder os entes queridos.

Até breve!



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