When the Moon meets the Night escrita por MaryHomes


Capítulo 10
Capítulo 10 - A irmã mais velha (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Oi oi para aqueles que acham que eu sumi, acho que foram duas semanas sem atualização, mas para amenizar as coisas, hoje teremos ATUALIZAÇÃO DUPLA!!!! Na verdade, eu planejava fazer apenas um capítulo com todo o episódio do Gustav, mas acabou ficando muitoooo grande e para não ficar cansativo, ele foi dividido em duas parte.Isto foi necessário porque a atualização de hoje tem informações muito importantes sobre a nossa Morgana e a primeira menção a família dela.
Espero que vocês estejam ansiosos e que tenham uma ótima leitura ^^
kiss



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— Sabe, eu admiro muito as suas invenções, mas me surpreende você nunca ter inventado uma arma para uso pessoal.

Morgana estava sentada na cadeira de trabalho do Soluço, com o queixo apoiado na mão, ela observava ele trabalhar no Olho de Dragão. Tinha ido entregar o café da manhã dele, tanto tempo preso lá, ele tinha esquecido da refeição. Já Luna e Banguela estavam deitadas no chão, o fúria da noite tinha a cabeça apoiada em cima da fêmea enquanto os dois aproveitavam um descanso no começo da tarde.

— Bem, eu tenho o meu escudo. – Ele apontou para o objeto em cima da mesa.

— Eu sei, mas um escudo não algo bom para um ataque, o próprio nome diz, é uma proteção. E por mais que eu ame o desenho nele, acho que você devia ter uma coisa mais ofensiva para ataques próximos.

— Ok, o que você sugere então? – Ele desviou a atenção do cilindro para a amiga.

— Bom, não acho que você seja um viking chegado muito a um machado. – Ela teve a resposta quando ele fez uma careta. – Então por que não uma espada?

— Uma espada?

— Mas não uma espada qualquer. – Ela parecia animada agora. – Uma estilo Soluço.

— Estilo Soluço? – Ele perguntou rindo. – E o que seria o Estilo Soluço?

— Até parece que tudo o que você constrói é normal, teria que ser uma espada diferente, com um compartimento ou que lance logo. – Ela respondeu também rindo imaginando ele com um lança chamas.

— Vou colocar isso na minha lista de possíveis situações drásticas.

Ele riu quando ela lançou um lápis nele.

— Bobo. Mas o que você está tentando fazer com o Olho de Dragão? Estou vendo você girar isso há um bom tempo.

— Estou vendo o que se da para achar com diferentes combinações de dragões. Por exemplo, vou fazer uma homenagem a você: Fúria da Noite + Pesadelo Monstruoso.

— Me sinto horada. – Ela soltou uma falso suspiro e o garoto só rolou os olhos divertido.

— Então o resultado é igual a ... – Ele apontou o Olho de Dragão para a parede, ele se apagou - ... nada!

— Isso foi meio decepcionante.

Soluço continuou mexendo até os dois se virarem para o barulho da porta da cabana se abrindo e ele apontou a luz para lá.

— Olha só: classe Astrid. – O moreno brincou, mas Morgana só rolou os olhos com a piadinha boba. Contudo, o riso não chegou na loira que parecia bem preocupada.

— Soluço, nós temos um problema, uma problema grande. – Ela anunciou.

— Dagur? – Mogana perguntou já de pé com o semblante sério.

— Pior.

— O que poderia ser pior que o Dagur? – Soluço perguntou, mas não precisou de resposta quando um Pesadelo Monstruoso passou por cima da garota e se estabanou no chão da cabana.

— Gustav! – Um menino, um adolescente, de cabelos negros e sorridente estava montado no dragão caído.

— Gustav? – Soluço olhava para ele surpreso, ele andou de costas até se sentar de novo na cadeira. - O que você está fazendo aqui?

Morgana observou o garoto desconhecido por ela rodear a cabana observando tudo.

— Eu não quero interromper, mas quem é esse ai? – Ela perguntou ao Soluço que suspirou frustrado.

— Esse é o Gustav, ele é de Berk. O Melequento tentou usar ele como substituto quando a gente era mais novo porque ele achou que iria morrer. – A morena olhava mais confusa ainda para o amigo. – Resumindo, ele aprendeu um pouco de dragões e achou um pesadelo monstruoso para ele no meio da floresta.

— Mas eu achei que vocês eram os únicos cavaleiros de dragões de Berk.

— E somos, o Gustav ficou com o Anzol de Dente pelas minhas costas quando eu claramente disse para ele que ele não estava pronto.

Morgana ia perguntar mais algumas coisas quando viu todo o resto da turma entrar pela porta da cabana.

— Soluço, você está sabendo? O Gustav está bem... – Melequento falou correndo, mas parou quando viu que o menino já estava no recinto. - ... ai do seu lado. Perfeito. – Ele falou bem irônico.

O melhor era que no canto da sala, Anzol de Dente, que parecia estar com bastante saudade do Banguela, tinha subido nas costas dele, e este estava fazendo uma careta de grande desconforto. Luna que só via tudo riu do parceiro e esse só bufou com mais raiva.

— Você está um pouquinho diferente Gustav. – Cabeça Dura observou.

— Pois é. Eu deixei a barba crescer. – O pequeno moreno apontou para o único mini fio que saia do queixo.

— Sério?  Até a Cabeça Quente tem mais pelo no queixo que isso ai. – Ele zoou antes de puxar o dito pelo.

— Ai! – Gustav caiu para trás com o puxão, esbarrando no caixote onde o Olho de Dragão estava. – Ei, que coisa  é essa?

Antes que Soluço pudesse impedir, o garoto pegou o cilindro, mas fez a burrice de apontar o lado errado para o rosto e a luz foi direto nos olhos dele.

— Está vendo esses pontos? – Ele parecia bem desorientado olhando para o alto. – Parece uma espada solar.

Soluço pegou o Olho de Dragão das mãos do garoto. – Não Gustav, isso não é uma espada solar.

— É o Olho de Dragão, é um objeto muito antigo e muito frágil. Não se pode mexer nele de qualquer jeito.

Gustav ignorou a informação antes de dar uma cabeçada na parede onde estava penduradas todas das caudas de voo do Banguela. – Esses pontos não desaparecem.

— Relaxa Perna de Peixe, eu sei o que estou fazendo. – Ele esbarrou de novo na parede e derrubou umas 5 caudas em cima dele.

Morgana vendo que ele ainda olhava para o alto, foi até o garoto e parou na frente dele.

— Feche os olhos querido. – Ela fechou os olhos dele com gentileza e massageou de leve. – Pronto, agora você pode abrir.

Gustav abriu os olhos para dar de cara com uma garota que ele nunca tinha vista, mas definitivamente era garota mais bonita de todas. Morgana deu um sorriso leve quando viu a cara de bobo dele.

— Soluço, quem é a garota bonita? – Ele sussurrou para o moreno enquanto ainda olhava embasbacado para a menina que se afastou para arrumar a bagunça que ele fez.

— O nome dela é Morgana, é a integrante nova dos cavaleiros, e não chame ela de “garota bonita”, ela não é para o seu bico. – Soluço informou e advertiu o garoto.

— Gustav, espera ai, quando é que você vai embora mesmo? – Melequento perguntou o que todo mundo queria saber.

— Que engraçado, Melequento, porque eu não vou embora, eu me mudei para cá.

Melequento e os gêmeos soltaram um grito de horror.

Cabeça Dura começou a rir. – Ai que engraçado, você consegue imaginar? – Ele riu mais um pouco, mas parou quando viu que ninguém mais fazia o mesmo. –Isso é sério? Eu vou pegar a estaca e a lenha.

— Esperem ai, ninguém vai queimar ninguém na estaca aqui, por favor.

— O Soluço tem razão, vamos jogar ele do penhasco. – Era a ideia da Cabeça Quente.

— Gente, com certeza tem uma explicação simples. – Ele se virou para o Gustav. – Por favor, me diz que tem uma explicação simples, Gustav.

— Sim, muito simples. Você disse quando eu estivesse pronto, eu podia me unir aos cavaleiros. Bom, eu estou pronto e estou aqui para me unir a vocês, cadê a minha cabana?

Morgana que tinha observado tudo em silêncio tentando entender a situação, mas resolveu falar algo quando viu Perna de Peixe, os gêmeos,  a Astrid e o Melequento saírem de fininho da cabana, deixando um Soluço horrorizado para trás.

A garota foi até o moreno e puxou ele para um canto.

— Por que você esta com essa cara? – Ela perguntou cruzando os braços.

— Você ouviu o que ele disse, ele quer ficar aqui. – Soluço falou como se essa resposta fosse o suficiente para esclarecer tudo.

— Eu não sou surda, o que eu não entendo é o porquê de todo mundo estar tão horrorizados com a ideia, ele é só um garoto que mal pode fazer?

O líder esfregou a testa frustrado. – Olha, você só conhece ele há 10 minutos, acredite em mim, ele é a pessoa mais estabanada que existe, não tem como ele ficar aqui sem quebrar nada.

— Então ensine para ele! Você me disse que tinha uma academia de treinamento em Berk. E além do mais, nós já temos os gêmeos aqui, e eles não são santos.

O garoto não entendia porque a amiga estava defendendo tanto assim o moleque.

— Olha, eu estou ocupado com o Olho de Dragão agora, e eu sei que eu prometi a ele que na hora certa eu treinaria ele para ser um cavaleiro, eu só acho que a hora certa não chegou ainda, entendeu?

A Morena foi interrompida por um dragão branco que caiu na frente deles.

— Smidvarg? O que aconteceu?

Soluço teve a resposta dele quando viu Gustav e Anzol de Dente brincando com os outros Terrores Noturnos.

— Você vê o que eu disse? – Soluço apontou o obvio para a garota. Mas Morgana parecia não ter se convencido em nada.

— Ele é só uma criança, tem o que? 16 anos? – Ela respirou fundo para não tornar aquilo em uma discussão. – Eu posso cuidar dele enquanto você vê o que tem que fazer com o Olho de Dragão.

— É sério?

— Sim, mas eu não vou ensinar a ele, isso foi uma promessa sua e você tem que cumprir. – Ela enfatizou. Mas Soluço parecia satisfeito com o fato de não ter o garoto no pé dele.

Morgana montou em Luna antes de se virar para o menino.

— Gustav! Vem, vamos para a arena.

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Morgana Pov

— Uau, você também tem um Fúria da Noite! Isso é muito legal. – Gustav disse enquanto corria envolta de Luna que tinha entrado na brincadeira.

— Sim, mas é ela. O nome é Luna. Agora vem se sentar. – Eu apontei para a coberta que eu tinha estendido no chão da arena. Era o lugar mais afastado que eu pensei em leva-lo e se ele explodisse algo, como os outros falam, não teria problema porque a arena serve para isso mesmo. - Aqui, vocês devem estar com fome. – Eu disse ao colocar um prato de sanduiches na frente do garoto que obedeceu, supreendentemente, e Luna arrastar um barriu de peixe defumado para o Anzol de Dente.

— Muito Obrigada! – Ele soltou antes de enfiar dois lanches de uma vez na boca. Anzol de Dente soltou um rugido feliz e enfiou a cara nos peixes.

Eu arregalei os olhos com a pressa dos dois, mas ri e vi Luna também fazer o mesmo, pelo menos ela estava do meu lado e não partilhava do pensamento de todo mundo. Eu realmente não entendia o que eles tinham contra o garoto.

— Ele me lembra um pouco o Isaac, não acha garota? – Luna olhou preocupada para mim quando viu o meu semblante triste. Ela colocou o focinho em baixo do meu braço. – Eu sei, não é hora de pensar nisso.

Eu sacudi a cabeça para me recompor e fui me sentar na frente do Gustav.

— Você cozinha muito bem! – Foi isso que eu consegui traduzir dele que estava com a boca cheia.

— Obrigada, já é de esperar que vocês estivessem com tanta fome, é uma longa jornada do Domino até Berk.

— Estou cheio. – Ele se jogou no chão de costas, vi que Anzol de Dente também fez o mesmo, era engraçado o quanto ele imitava o Gustav.

— Você deu o nome dele em homenagem ao Melequento? – Eu perguntei só agora percebendo a semelhança.

— Ah mais ou menos, na época ele tentava me ensinar a ser um treinado, mesmo que fosse por beneficio dele. – Ele respondeu e eu vi ele derrubar os ombros meio triste.

Por Odin, não acredito que o Soluço não queria ensinar o coitado, parecia que era tudo que ele queria. E o pior que por mais que eu quisesse ajudar, não me considerava uma boa professora.

— Sabe, eu também tenho um Pesadelo Monstruoso. – Eu tentei mudar de assunto para aliviar o clima.

— Desculpa te decepcionar, irmã, mas a sua dragão é uma Fúria da Noite. Tem certeza que você é uma treinadora? – Eu decidi ignorar como aquela palavra tinha mexido comigo e ri da cara de desconfiado dele.

— Eu não estava me referindo a Luna. – Ele me olhava confuso agora. Então decidi mostrar para ele, eu tirei um apito do bolso, era parecido com o que eu tinha para chamar a Luna, mas este era azul e do formato de um pesadelo monstruoso, e assoprei. Na mesma hora pode ser ouvido um rugido vindo da floresta, e logo mais Amarok estava parado do meu lado.

— Gutav, conheça Amarok. – O dragão soltou um bufo de chamas azuis.

— Que incrível! Você tem dois dragões. – Gustav correu para ficar de pé ir para perto do meu dragão. – Ele solta chamas azuis!

Amarok olhou desconfiado para o menino, mas não fez nada quando esse se aproximou para fazer carinho no focinho dele.

— Pesadelos Monstruosos são os melhores, os dragões mais perigosos que existem.

— Claro que são. – Eu rir concordando, mesmo sabendo que não era verdade, provavelmente foi o Melequento que tinha ensinado isso a ele. – Vem, eu vou te dar algumas dicas sobe eles.

Eu bati no lugar que ele estava sentado anteriormente e ele foi rapidamente sentar e me olhava com expectativa. Não fazia mal nenhum ensinar um pouco da teoria para ele. E assim eu comecei a explicar como era a melhor maneira de se limpar as garras e de um Pesadelo e que ele tinha que fazer isso pelo menos 3 vezes por semana e os dente uma vez por dia; também a comida favorita, como deixar eles relaxados e a melhor alimentação para deixar as chamas mais potentes. Ele ouvia tudo com atenção e até anotou algumas coisas, não sei se era porque eu consegui deixar ele parado, mas ele não tinha causado problema nenhum durante todo o tempo da minha explicação. Acho que porque os outros não davam crédito nenhum a ele que ele tentava buscar a atenção fazendo coisas bobas, já tinha conhecido alguém parecido.

— Por exemplo, o que você faria se encontrasse algum inimigo e estivesse encurralado? – Eu estava tentando discutir alguns planos de sobrevivência com ele.

— Eu mandaria o Anzol de Dente explodir tudo! – Ele falou animado e eu ri com a resposta.

— Bem, explodir as coisas é com certeza mais divertido, mas as vezes não é o melhor planos. – Ele me olhou confuso. – Dependendo da situação que você estiver, ser mais inteligente que o seu oponente é bem melhor, mexer com a inteligência dele, fazer ele pensar que você pode ajudá-lo ou fingir que é o seu aliado, são bons meios de garantir segurança e informação ao mesmo tempo, você consegue entender?

— Acho que sim...

O nosso bate papo tinha sido interrompido quando eu vi Astrid e Tempestade se aproximarem da arena.

— Gustav? O que você está fazendo aqui? – Ela não deixou ele responder antes de se virar para mim. – Você esqueceu que agora é hora do nosso treinamento diário?

— Ai meus deuses, eu esqueci completamente, Astrid. - Desde que o Domínio tinha ficado pronto há três semanas, eu a loira tínhamos marcado um cronograma de treinamento em conjunto para nós e os dragões. – Desculpe, é que eu tenho que tomar conta dele e acabei me atrapalhando. Você pode esperar enquanto eu pego o Osso Voador?

Ela assentiu, mas parecia não muito feliz de ficar com o garoto.

— Gustav, você fica aqui e ajuda a Astrid a se aquecer. – Eu disse dando um voto de confiança para ele, não ocorreu nenhum problema algum até agora, ele podia ficar alguns minutos sozinho.

Eu subi na sela de Luna antes de ir para a minha cabana pegar o equipamento necessário. Porém, quando eu voltei as coisas pareciam bem fora do controle, tinham espinhos da Tempestade pelo chão, uma pilha de barris espalhados e uma Astrid furiosa, mas o pior era que não tinha sinal do Gustav.

— Mas o que aconteceu aqui? – Eu perguntei depois de descer da sela.

— O que aconteceu? Aconteceu que o seu “anjinho” fez o que ele sempre faz, estragar tudo. – Ela gritou na minha cara bem irritada.

— Como isso foi possível? Faz, literalmente, só 5 minutos que eu sai. – Eu arquei a sobrancelha indignada, não era possível que o mundo tivesse acabado para ela nesse tempo.

— Eu pedi para ele me ajudar com o tiro ao alvo e ele quase foi morto pelos espinhos da Tempestade.

— Você está me dizendo que porque o seu dragão iria atingir ele, ele tem culpa? – Eu indaguei agora irritada, o que tinha de errado com esse povo em culpar uma criança? Ela ia abrir a boca para, o que eu acho, reclamar e decidi falar antes que ela começasse. – Olha, esquece. Se ele não está aqui, aposto que você mandou ele para alguém, quem foi?

Ela cruzou os braço, antes de murmurar. – Os gêmeos.

Eu dei as costa e resolvi ir atrás do garoto, como era uma boa ideia deixar ele sozinho para ajudar as duas pessoas mais bagunceiras da ilha?

— Por acaso esse povo tem um pouco de responsabilidade, como eles acham que é um adolescente? – Eu conversava com Luna que andava do meu lado, ela se limitou a rolar os olhos. – Não faz essa cara, o que ele poderia ter feito de ruim que os gêmeos não façam pior?

Acho que eu tive a minha resposta quando me aproximei da cabana e vi os dois loiros em estado de choque, por assim dizer,  em frente ao buraco de javali deles. Eu ainda acho aquilo muito inútil.

— Isso são pedras? – Eu perguntei ao ver o buraco cheio delas.

— Isto é uma catástrofe! – Cabeça Quente se virou para mim com os olhos cheios de lágrimas.

— Ok, já até sei quem foi. – Eu suspirei derrotada e sem paciência para mais drama. – Apenas me digam para onde ele foi.

Cabeça Dura apontou para a direção da cabana do Perna de Peixe, ainda deitado no chão e abraçando as pernas com o outro braço.

— Vamos garota. – Eu chamei Luna. – Acho que eu devo começar a correr ao invés de andar até a próxima “vítima”, parece que 5 minutos são suficientes para o Gustav atacar. – Eu brinquei e ela riu.

E como eu esperava, no Perna de Peixe as coisas também não estavam melhores. Até pareciam que iam bem, eu tinha parado ao lado do lado de meditação do loiro e os quatro(os dois garotos e os dois dragões) pareciam bem até Anzol de Dente respirar fundo e acabar soltando uma bufada de fogo na Topiaria do loiro.

— Luna! – Eu chamei antes que o pesadelo monstruoso piorasse as coisas, a minha dragão bateu com a cauda na água e fez com que ela fosse jogada no arbusto e esse se apagasse.

— Você quase destruiu a minha Topiaria! – Perna de Peixe suspirou aliviado e depois gritou para o garoto.

— Hey, espera um pouquinho. – Eu puxei Gustav para trás de mim, o protegendo. – Não foi como se o Anzou de Dente tivesse feito de proposito, e além do mais, o arbusto está bem e você tem mais três iguais. É só você tirar as folhas chamuscadas e vai estar bom.

Bem, ele não pareceu muito feliz com a minha resposta e se limitou a virar de costas. Eu também o ignorei, todos aqui pareciam que era a criança e não o menino ao meu lado.  Eu subi em Luna e fiz sinal com a cabeça para que o Gustav me seguisse. Nós voamos até parar na porta da cabana do Soluço.

— Soluço? – Eu chamei, mas não obtive resposta. Eu me virei para o garoto do meu lado que olhava para baixo um tanto desanimado. –Hey, o que foi? – Eu coloquei a mão no queijo dele para levantar o seu rosto com gentileza.

— É que eu só faço besteira, talvez os outros tenham razão sobre mim. – Eu não aguentei a cara de machucado que ele fez.

— Hey, está tudo bem, ninguém se machucou, e eu vou falar com eles depois, ok? – Ele parecia feliz com a minha resposta, voltando a ter a cara alegre de antes.

Eu olhei de novo para a cabana, parecia que ele não iria voltar agora.

— Gustav, eu preciso que você fique aqui quietinho e não mexa em nada, ok? Eu preciso achar o Amarok e pedir para ele tirar as pedras do buraco de javali dos gêmeos.

Ele assentiu e eu fiquei um pouco relutante de deixar ele sozinho, mas ele precisava de um voto de confiança.

Eu deixei a cabana e vi o meu dragão deitado no sol, perto da arena.

— Hey garoto. – Eu fiz um carinho de leve no focinho dele para acorda-lo. – Eu preciso que você me ajude ok? Você tem que ir até os gêmeos e tirar algumas pedras do buraco gigante dele, você pode fazer isso? – Ele soltou um bufo antes de se levantar totalmente. Amarok podia ser meio antissocial, mas ele nunca negaria um pedido meu. – Muito bem, vou te dar salmão depois como recompensa. – Bem mais animado, eu vi ele voar até a cabana verde.

 Quando estava voltando para a cabana do líder, dei de cara com o mesmo na porta.

— Morgana? Está tudo bem? Cadê o Gustav? Os outros me disseram que ele saiu aprontando.

— Eu sai para resolver umas coisas, mas não foi nada demais. Deixei ele- - Eu parei de falar ao olhar para dentro da cabana e a ver vazia. - ... aqui

— Aqui? Sozinho? – Ele perguntou preocupado se aproximando de uma das caudas do Banguela que estava chamuscada e perto do baú derrubado.

— Como esse garoto consegue sumir em 5 minutos? – Eu falei mais para mim mesma tentando pensar em onde ele poderia estar agora quando ouvi Soluço soltar uma exclamação de raiva. – O que foi?

— O Olho de Dragão sumiu! - Eu arregalei os olhos com a resposta e depois suspirei cansada e realmente preocupada.

— Ai Gustav...

—--------------- xx ---------------

— Eu não acredito que ele pegou o Olho de Dragão e não pensou nas consequências.

Eu não respondi, era possível ouvir a raiva na voz dele, estávamos os dois voando até a ilha de terremotos, já tínhamos visitado aquele lugar antes em uma das vistorias e por isso sabíamos que a chama do Anzol de Dente deveria ter mostrado aquele lugar para o Gustav. Não tínhamos chamado mais ninguém porque devíamos sair o mais rápido possível e impedir que os dois se machucassem. Dessa vez não tinha como eu dizer algo para defendê-los.

— Ele deve pensar que poderia ir sozinho e se desse certo, iria conseguir virar um Cavaleiro. – Eu deduzi.

— Bem, ele não é um e definitivamente não vai se tornar um assim! – Soluço voltou a exclamar frustrado e fez Banguela ir mais rápido, eu o segui em silêncio.

Não demorou muito para avistarmos a ilha e entramos na caverna já conhecida e que quase matou a Cabeça Quente da última vez. Foi quando avistamos o Anzol de Dente no final da caverna, mas sem o Gustav.

— Cadê ele? – Eu não precisei de resposta quando ouvi.

— Anzol de Dente me ajuda! Me ajuda!

Era a voz do Gustav e vinha de um buraco enorme do chão, Soluço se adiantou a mim e foi até a beirada e conseguiu puxar o garoto até que ele caísse não sei quantos metros para a própria morte.

— Gustav! Você está bem? – Eu corri para perto dele e me ajoelhei para fazer uma vistoria rápida e ver se ele estava bem, suspirei aliviada, sem machucados aparentes.

— Eu posso explicar. – Ele tentou falar, mas se calou quando viu a cara do Soluço, ele realmente estava com problemas dessa vez.


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Notas finais do capítulo

Vamos para a parte 2 --->



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