Jasmine - O labirinto dos Reis escrita por Breave Black


Capítulo 2
Capítulo 2




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Assim como disse, antes do sol nascer ela estava de pé. A tentativa de descansar um pouco antes de partir foi por água a baixo, a única coisa que conseguiu fazer foi ficar a noite inteira se revirando na cama, o breve momento de descanso tinha que servir. Havia preparado os mantimentos necessários para atravessar o deserto. Seriam cinco longos dias em baixo do sol escaldante de dia e do frio congelante à noite. Nada comparado a sua ansiedade.

Preparou seu cavalo que já estava descansado da viagem anterior. Nathan apareceu sem fazer barulho, ele carregava uma sacola com comida e as roupas apropriadas para o deserto.

Jasmine o olhou com aprovação, ela lhe entregou uma adaga com certo receio, porém era necessário que ele estivesse preparado. Sabia que Demétrius já havia lhe falado, mas era bom reforçar.

— Não estaremos sozinhos no deserto, é bom que sempre esteja alerta. - advertiu, havia muito significado no tom que ela usou.

Com os Abrus não se brinca, mesmo que haja um acordo, eles continuam sendo canibais. 

Nathan estendeu a mão prestando atenção em Jasmine que fez um sinal para ele pegasse o objeto cuidadosamente afiado. O deserto dava medo, porém Jasmine dava mais. Principalmente quando parecia ter algo mais a falar e não falava.  

 Ela puxou outra rédea de um cavalo, haviam três. Nathan nunca havia visto animais tão belos em toda a sua vida, não conseguia tirar os olhos dos pelos brilhosos dos animais, que era evidente mesmo com a pouca luz. Também possuía a cor, dourado como a areia do deserto, o corpo fino, resistente, muito longo e de aparência leve. Ele poderia admirá-los durante todo o dia sem se cansar.

Jasmine não conseguiu conter um pequeno sorriso.

— São akhal-teke.- ela conseguiu sua atenção – Cavalos do deserto, estes eram selvagens. – sem conseguir esconder o orgulho por seus animais.

Era de se admirar que conseguisse domar animais como aqueles. Cavalos do deserto são conhecidos por ter temperamento quente. Isso só fez Jasmine crescer no conceito de Nathan, não que ela precisasse ainda mais. A reputação de Jasmine é conhecida por todos os cantos dos quatro reinos. O povo de Calumma sentia-se honrado por serem seus súditos.

Ela já estava montada, havia entregado as outras rédeas para Nathan. Esperou que ele montasse e seguiram em frente. 

Nathan tinha muitas perguntas para uma viagem tão inesperada. Seus instintos o diziam que estava acontecendo algo muito sério, os mesmos instintos mandaram que ele permanecesse em silêncio e seguisse as ordens. Ele não ousou se pronunciar a menos que fosse requisitado.

Foi uma longa viagem como previsto. O deserto foi cruel com eles, não era a toa que ninguém quisesse enfrentá-lo. Havia tantas lendas nas dunas de área amarelas quanto havia na imensidão azul do mar, monstros e destruição não estavam nos planos de ninguém. Mesmo sabendo que a maioria eram histórias, Nathan não conseguiu não sentir medo.

[...]

Já estavam no último dia de caminhadas, a noite caia de leve. Jasmine preferiu que eles andassem a noite, assim o sol não os castigaria tanto, ainda assim foi cansativo.

—Por que está no acampamento, Nathan? – Perguntou Jasmine por estar cansada de ouvir o vento. E também por estar nervosa e preocupada.

Nathan se assustou com o som de sua voz tão de repente, ela não falou nada a viajem toda. Teve que pigarrear para que sua voz saísse depois de tanto tempo.

— Nós fugimos. Eu e minha mãe. Sabe, eu sou mestiço e a Senhora não queria filhos bastardos na sua fazenda. Por isso tivemos que “sair”.

Jasmine entendeu o que ele havia enfatizado. Ela mesma já passou por essa situação.

— Para o deserto? Por que não para outro lugar? – o deserto não era primeira opção de fuga de ninguém e nem a última.

Ele pensou um pouco enquanto andava, seus pés afundavam na areia macia causando um estranho conforto. Após tantos anos o deserto era seu lar.

— Minha mãe ouviu dizer que tinha um lugar onde pessoas como nós poderiam viver livres. Quando soube que era no deserto ficou apavorada. Ela pensou por muito tempo e disse que se vamos morrer de qualquer maneira, que seja lutando. Então partimos para o deserto e seu pai nos encontrou. – ele parecia vagar em algum lugar da sua memória.

Jasmine também parecia vagar para longe, diferente de Nathan ela não tinha uma cara muito boa.

— Sua mãe foi muito corajosa... Você também é, não hesitou em atravessar novamente. – era difícil decifrar Jasmine, ela disse de uma maneira quase como se tivesse orgulho, mas Nathan não tinha como ter certeza.

Nathan sorriu ao ver a mãe em sua mente. Ele não se lembra de quando chegou ao acampamento, sua mãe disse que ele só tinha três anos. Era grato pelo sacrifício dela, por ter enfrentado o medo e fugido, eles tinham uma vida digna apesar das dificuldades.

— E eu poderia ter negado? – não foi exatamente uma pergunta, Jasmine entendeu o que ele quis dizer.

— Poderia. – ela respondeu sinceramente

Ele ficou quieto por um tempo. Jasmine poderia interpretar isso como se estivesse considerando voltar atrás, mas ela esperou. Não é como se estivesse com medo dele desistir, já havia atravessado o deserto sozinha tantas vezes que não podia contar, estava apenas curiosa. O garoto a intrigava. Era sempre calado mas tinha olhos de águia, uma característica que ela considerava importante em um bom guerreiro.

— É uma honra poder ser útil. – Nathan falava sério, não tinha nenhuma afinidade com os trabalhos do acampamento. Ele não conseguia se sentir fazendo parte de algo, mesmo morando lá desde que se lembre.

Ela assentiu sem se virar para trás. Ele não conseguiu ver, mas ela deu um leve sorriso. Sabia que tinha enxergado algo nele. E se ninguém prestar atenção, diria que ela o escolheu ao acaso.

[...]

Indícios da cidade podiam ser vistos, começava com muita areia e aos poucos iam ficando verde e ganhando uma vegetação tímida. Conforme andavam tudo começava a mudar, mais um dia de viagem e não pareciam estar no mesmo deserto de antes. Mais a frente havia muita água, casas de tijolos, animais e árvores de todas as formas.

Ver aquela paisagem tão diferente e bela fez Nathan se perguntar por que viver no deserto. Por um segundo quase se deixou levar, às vezes sentia saudade de ver algo além do amarelo. Nathan não se esqueceu por um segundo que estava na cidade, era uma paisagem totalmente diferente de tudo o que já conheceu.

Eles descerem discretamente pelos cantos da colina, era noite. Estavam em uma pequena fazenda cercada por madeiras velhas que aparentemente apodreciam com o tempo. Jasmine ia à frente guiando cada passo, ela parecia conhecer o caminho de olhos fechados. Havia um estábulo em um canto cercado de árvores quase imperceptível.

Jasmine olhou em volta, fez sinal para que ele esperasse desaparecendo em meio às árvores.

Parecia um local abandonado, havia folhas e galhos para todos os lados como se ninguém morasse ali há muito tempo. 

Ela voltou andando tranquilamente, abriu o estábulo que estava abastecido com comida e água. Colocaram os animais lá, os cavalos pareciam sentir-se em casa, e de fato, já estiveram lá muitos vezes para que estranhassem.

Andaram até a entrada de uma casa pequena, de madeira escura em tons de verde, o que quase a escondia no meio das árvores que precisavam de uma poda. A chave estava escondida atrás de um vaso de flores brancas com o interior amarelo. Vaso de Jasmim.

A casa estava vazia.

Isso deu uma estranha sensação de alívio e desespero em Jasmine. As coisas estavam caminhando por um caminho que ela não tinha estudado ainda. Ela pegou uma cesta que estava despercebida em um canto na sala. Havia vários petiscos que a lembravam de sua infância, ela sentia muita falta deles e Dinorá a conhecia como ninguém. Rapidamente espalhou sobre uma mesa e começou a servir-se.

— Sente. – ela disse com a boca cheia e a mão parada no ar antes de pegar mais um biscoito.

Nathan não esperou outro convite.

Tudo estava tão bom, que poderiam ficar ali para sempre e lembrar apenas das coisas boas. Mas então, ela viu Jonathan sentado exatamente onde Nathan estava. Não tinha um bom pressentimento sobre aquela situação. Ela não gostava de ter pressentimentos ruins.

— Quando terminar, – ela apontou para uma porta se levantando – descanse naquele quarto. Se preferir tomar banho, precisa buscar água lá fora. De qualquer forma, precisamos estar prontos ainda esta tarde. Entendeu?

Ele fez que sim com a cabeça, o cabelo negro balançando despenteado.

Ela precisava descansar e pensar no que faria mais tarde. Encontrar o garoto era a sua prioridade.

Deitou a cabeça em um travesseiro macio de plumas, o mesmo que Dinorá amava. Sentiu seu cheiro doce de camomila e só assim conseguiu dormir.

Jasmine ouviu um som muito afastado na sua mente. Não soube o que era, não conseguiu distinguir as palavras. Era insistente, achou que estava ouvindo alguém chama-la de senhora, que loucura, ela não era velha muito menos casada...

— Senhora. – O tem de voz tornou-se firme. Ela sentiu um aperto no seu braço – Jasmine! – urgente.

Ela despertou com um pulo da cama, foi tão rápido que tudo a sua volta ficou preto e rodopiou como um pião. Nathan estava parado de joelhos ao lado da cama, seus olhos havia inquietação. Foi preciso mais alguns segundos para que conseguisse estar ali por completo.

— Escutei alguém lá fora. – sussurrou.

Entendendo o que ele quis dizer, ela pegou a adaga que guardou em baixo do travesseiro e foi para a cozinha. Havia uma pequena brecha na parede. Já era noite novamente. Seus pés eram ágeis no chão de madeira velha. Ela segurou Nathan e o abaixou junto a cama. Fez sinal com o dedo no ouvido para que ele ouvisse.

Muito barulho de folhas. Ela fechou os olhos e prestou atenção, pisavam, arrastavam, balançavam, não se preocupavam nem um pouco com descrição. Eram simples soldados, mas não os do rei. Estavam procurando alguém. Um passo, dois, três, quatro. Quatro passos. Quatro pessoas espalhas se aproximando.

Ela olhou a parede do quarto, na parte de trás da casa. Mais passos, ao menos mais dois.

 Estavam cercados.

Naquela brecha, uma luz de lamparina brilhou timidamente. Estavam vestindo vermelho e branco. A cor da Duquesa Anabel.

Os soldados conseguiram abrir a porta do estábulo, ela e Nathan viram quando os cavalos relincharam, deram coices e correram assustando os guardas. Porém isso levou a atenção deles para a casa. Os soldados correram para acender mais tochas ao mesmo tempo em que Jasmine correu para baixo da cama.

Nathan pensou que talvez essa não seja a hora de se esconder, mas decidiu não falar nada. Ele começou a olhar para os lados buscando uma maneira de fugir, seu braço foi apanhado antes que ele pudesse levantar-se, foi puxado para debaixo da cama com velocidade.

Havia um alçapão com a porta aberta em baixo da cama. Ela já havia pulado lá dentro e puxava garoto de maneira a fazer os dois passarem despercebidos. Ela o empurrou e mandou que andasse em frente. Jasmine o seguiu, não antes de puxar o travesseiro de penas.      

Era um local apertado que dava para andar mais ou menos em pé, um longo corredor que saiu atrás de uma gruta longe o suficiente da casa, entretanto também perto. Eles viram a construção de madeira desaparecer em meio às chamas e os soldados em volta comemorando. 

— Falei para sairmos ainda à tarde. – ele disse com a voz ríspida sem preocupar-se com cortesias.

Eles podiam ter morrido. Deviam ter saído de tarde.

Nathan não teve certeza, mas acha que engoliu a seco.

— Não consegui acordar. – ele falou por fim.

Jasmine bufou, não por causa dele, mas por causa dela. Ela também não havia conseguido acordar. Se estivesse sozinha podia mesmo ter morrido, não escutou o barulho do lado de fora. Ela devia um pedido de desculpas, só que não era boa em pedir desculpas. Decidiu que retribuiria em forma de favor.

Roubar da duquesa Anabel era a coisa mais estúpida a se fazer quando se tem um disfarce. Ela guarda rancor e pune severamente quem a desafia. Ao menos isso serviu para mostrar que Jhoni não havia sido pego por ela, ainda. No reino da Palácia do Sul, influência era poder e aquela mulher tinha os dois de sobra.

No fim ela estava certa. Não gostava de ter sentimentos ruins.

— Parece que o descanso acabou. – ela fez sinal para que ele a seguisse.

— E os cavalos?

— Ficarão bem. – disse por fim.  

— Eles foram para onde? – Nathan estava realmente preocupado. O deserto era difícil de mais para voltar completamente a pé.

— Para onde estamos indo.

Entraram floresta adentro. A mata ficava cada vez mais densa. Os galhos pontiagudos raspavam em suas peles finas e causava uma ardência contínua, isso não a parou. Era reconfortante perante a raiva que sentia, mesmo não sabendo a quem era direcionada.

O costumeiro escuro foi cedendo lugar aos pequenos pontos de luz a frente. Eram lamparinas. Um local cercado por homens armados de uniforme cinza. Eles só podiam estar na prisão. Mesmo quase amanhecendo, as lamparinas ainda seriam de grande utilidade.

Jasmine subiu em uma árvore que era um pouco retorcida, havia habilidade por muitos anos de prática. Nathan foi para acompanhá-la.

— Ei – chamou quase sem sair voz- Você já viu homens bêbados, certo?

Nathan concordou com a cabeça.

— Acha que consegue imitá-los?

Nathan olhou incerto para Jasmine. Ela apontou para um ponto onde a claridade era boa. Jogou uma bolsinha para ele que agarrou no ar.

— Vá para lá quando eu mandar. E... tente não ser pego. – ela disse de forma nada convincente.

Dessa vez Nathan não concordou, apenas encarou o ponto de luz, depois as armas e então a cadeia. 

Jasmine continuou subindo até o topo que dava muito perto para o telhado. Ela pulou como um gato, com a habilidade em seus pés não fez nenhum barulho sequer.

Nathan fez o melhor bêbado da história, que atraiu tantos guardas quanto possível.

Ela conseguiu entrar na sala para onde eram levados os ladrões. Em cima do telhado puxou uma parte da madeira que estava solta e pulou dentro da cadeia. Os homens que ainda dormiam se assustaram com a queda dela brusca e repentina.

Ela pegou uma bolsinha cinza que titilava feito ouro, ainda balançou mais para que eles ouvissem.

— Alguém está disposto a falar? – então deu aquele sorriso onde nenhum dente era mostrado.

[...]

Da mesma maneira que entrou na ala dos ladrões, entrou a ala dos arruaceiros, apenas estendeu a mão para Nathan e o ajudou a sair. Ele não se surpreendeu, nem os bêbados que estavam com ele. As ações de Jasmine são lendárias. Passaram pelos soldados com um pouco de dificuldade devido ao sol que nascia em tons de laranja e os denunciava.

Uma vez longe daquele lugar horrendo, era possível respirar um pouco mais aliviados. Jasmine o olhou como se esperasse algo. Ele começou a sentir-se incomodado.

— Parece que um ladrão escapou da prisão com uma jovem. Ela tinha uma adaga muito incomum. – disse Natan um pouco hesitante.

Jasmine balançou a cabeça concordando. Obteve a mesma resposta. Ele era um garoto observador, tinha certeza que escutou atrás da porta no acampamento e sabia muitas coisas que não deveria.

Nathan exibiu nas mãos a sacolinha de pano ainda cheia de ouro. Jasmine o olhou de soslaio.

— Estavam bêbados. – dando de ombro.

— Fique com ele. – disse Jasmine. Ela já o devia um pedido de desculpas mesmo. Apressou o passo de volta para a mata.

Eles saíram da floresta para um enorme morro onde vacas pastavam sem se importar com os intrusos. De longe um homem magro pediu para que eles parassem, apontou uma arma longa para os dois, mas ela continuou em frente. Ele já estava com o dedo nos gatilhos quando os cabelos a denunciou, o homem abaixou a arma e correu para a casa entre tropeços.

Jasmine pulou a cerca de arame farpado e se dirigiu para a mansão branca de janelas azuis, a coisa mais linda das redondezas, sem dúvidas. Não precisou bater, um homem com o chapéu branco abriu a porta e ela entrou sem nenhuma cerimônia. O homem gordinho não estranhou sua atitude, apenas a seguiu para um salão com uma grande mesa.

Ele colocou um charuto na boca e ia fechado a porta quando ela pediu que ele esperasse. Jasmine olhou para Nathan, que estava parado como uma estatua, com o rosto sério e apenas levantou a sobrancelha. Nathan entrou hesitante.

— A que devo a honra? – perguntou o Barão com a voz rouca devido aos anos de fumo.

— Preciso de roupas e que me leve até a cidade.

O homem a olhou desconfiado. Terminou de acender o charuto e colocou a caixa de fósforos em cima da mesa.

— Ouvi dizer que você está reunindo os aliados. – falou bem pausadamente.

Jasmine bufou outra vez.

— Uma coisa não tem haver com outra. – a impaciência impregnada em sua voz deixou o Barão alerta.

Parece que o homem não se convenceu.

— Qual o motivo da reunião?- disse soltando uma vaporada.

Ela só ia conseguir sair dali depois de responder a pergunta. O Barão podia ser bem insistente quando queria. Jasmine detestava isso.

 - Nosso carregamento está sendo desviado. Quero acabar com as práticas ilegais no meu negócio. – ela sentou-se e cruzou os braços. O cabelo enrolado que descia desgrenhado pela face a deixava com uma expressão furiosa.

— Nosso negócio, querida. – o homem enfatizou o “nosso”. - Tenho minhas suspeitas.

Jasmine levantou uma sobrancelha o desafiando.

— Tenho minhas certezas.

Ele abriu um sorriso que começou discreto e logo ocupou quase todo o rosto do homem.

— Essa é a minha garota. Estou falando desses carregamentos há semanas com o seu pai.

Quem era aquele que Jasmine o deixasse falar desse modo com ela? Nathan acompanhava a conversa guardando uma curiosidade crescente.

— Estávamos resolvendo uns assuntos fora do acampamento. – ela jogou as duas mãos em cima da mesa.

O homem fechou o sorriso.

— Como vai o garoto? – perguntou demonstrando preocupação.

Ela continuou séria. Ninguém sabia sobre Jonathan, mas o Barão gostava de provoca-la todas as vezes que se encontravam. Nesse caso só as pessoas mais importantes sabiam o que havia acontecido, provavelmente o Capitão mandou avisar o Barão, ele estava na cidade, poderia saber de alguma coisa.

Nathan não conseguia não se perguntar quem era Jonathan e por qual motivo eles tinham tanto trabalho para encontrar alguém que não queria ser encontrado.

— Vou encontrá-lo. – levantou agitando-se agora que tocou no assunto.

Nathan se perguntou como poderia o Barão saber desse assunto se Demétrius o instruiu a nunca falar sobre isso com ninguém. Ele o garantiu que somente eles sabiam do sumiço do tal Jonathan, aparentemente o circulo de “eles” era maior do que entendeu.

— Eu poderia ajudar se soubesse...

Jasmine já estava negando com a cabeça antes que ele terminasse a frase. O homem levantou as duas mãos em sinal de rendição.

— Como quiser – disse encerrando o assunto – Venham, vou pegar as roupas para vocês.

Logo Nathan entendeu o que significava pegar as roupas. Calças apertadas, blusa de manga comprida e Jasmine estava com um vestido rosa claro e os longos cabelos encaracolados presos em baixo de um chapéu.

Eles não pareciam eles, era como se fossem outras pessoas, em outra época. O homem abriu a porta da carruagem para que eles entrassem. Foi uma longa viagem até a entrada da cidade. Era movimentada, muita gente, animais e barulho. Ao longe, um imponente castelo ficava a vista para que todos pudessem admirar.

Não importa como eles estivessem vestidos, não conseguiriam passar como alguém da cidade. Eles eram visivelmente diferentes, desde seus modos até o tom de pele.

A carruagem passou pelo grande fluxo de pessoas e seguiu para uma rua sem movimento. Eles pararam.

— Esteja lá ás seis da tarde. – falou Jasmine para o Barão referindo-se a reunião com os aliados.

 O homem fez aquele sorriso novamente.

— Não perderia isso por nada. 


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