Os Marotos - Presente e Passado se encontram escrita por Murillo França


Capítulo 1
Memorias perdidas


Notas iniciais do capítulo

Esse é o primeiro de possíveis três capítulos, espero que gostem.



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O som de aparatação cortou o silencio da pacata Godric’s Hollow. De algum jeito nenhum dos moradores se incomodou com o barulho que o casal de bruxos haviam feito ao aparecerem na pequena vila. O bruxo mais alto era um jovem com cabelos pretos bagunçados e olhos verdes atrás de óculos redondos, e a menor era uma bruxa igualmente jovem de cabelos acaju.

Harry e Gina prosseguiram de mãos dadas indo em direção as ruinas da antiga casa dos Potter. Havia passado apenas um mês desde o ápice da guerra, onde Harry havia de uma vez por todas derrotado o Lord Voldemort e assim encerrado seu domínio de medo na comunidade bruxa. O casal havia aproveitado todo tempo possível pra ficarem juntos desde então, e naquela manhã não foi diferente.

Harry desejava voltar naquela aldeia, e Gina não o deixaria fazer isso sozinho. Agora ele estava voltando do jeito certo, com calma, sem medo de perseguição, ou de ser morto, depois de derrotar a maior ameaça do mundo bruxo, duvidava que algum partidário do Lord das Trevas estivesse procurando por ele, mesmo assim, Gina insistiu em acompanha-lo, não o deixaria ir até Godric’s Hollow sozinho, na verdade, depois de um termino complicado, e de terem passado um ano inteiro separados, Harry duvidava que a garota fosse deixa-lo viajar sozinho tão cedo.

—Ninguém me atacou, viu, eu disse – comentou Harry brincando com a namorada.

—Engraçadinho – respondeu Gina, rindo. – Tá mesmo bem com isso?

—Acho que não pode ser pior do que ser atacado por uma cobra. – respondeu Harry sorrindo pra namorada.

Os dois prosseguiram na direção daquilo que antes era a casa dos Potter. Harry flertou com a ideia de usar o feitiço Reparo para consertar a casa inteira, mas ele não fazia ideia se o feitiço funcionaria numa casa destruída pela maldição da morte e ainda por cima arruinada pelos anos de abandono. Além disso, a casa em ruinas se tornara um monumento aos Potter, tentar consertá-la não seria uma boa ideia.

O casal de bruxos adentrou na casa destruída, grande parte do primeiro andar estava caído sobre o térreo, mas mesmo assim eles subiram as escadas. O epicentro da destruição era o antigo quarto de Harry, mas ele não queria entrar ali, já sonhara com aquela noite, já se lembrara de tudo o que acontecera, entrar lá não traria nada de novo. Com cuidado para não caírem de volta na sala de estar, eles dois foram lentamente até onde parecia ser o quarto do casal, antes que eles pudessem dar mais um passo Gina fez sinal pra Harry parar de andar, e tateou o ar com a mão. Ele vira Dumbledore fazer isso há alguns anos quando estavam atrás de uma das horcrux.

—Que foi Gina? – perguntou ele.

—Magia, tem magia aqui, pequena e frágil, mas dá pra sentir – respondeu ela.

—Não sei como vocês fazem isso – comentou ele.

—Só estou sentindo a magia no ar, um feitiço – justificou a bruxa, ainda tateando o ar e andando.

O quarto dos Potter estariam intactos, se não fosse pelo teto ter desabado em cima da cama, e uma viga do telhado ter aberto um buraco no chão. Gina mexeu a varinha no ar como se espantasse insetos e uma caixinha de madeira saiu de baixo da cama e voou pra mão dela.

—AU! – ela gritou e deixou a caixa cair.

Harry foi ajudar, mas a mão da menina parecia intata.

—O que foi?

—A caixa, me queimei, acho que tem algum feitiço de proteção nela – respondeu a menina.

—Pelo menos não deixou marcas – comentou Harry olhando as mãos da namorada.

Ele lentamente a soltou, e se abaixou até a caixa, esperava sentir como se colocasse suas mãos numa fogueira, mas não sentiu nada ao tocar na caixa. Na verdade, assim que suas mãos tocaram na caixa, ele ouviu um clique como o de uma fechadura.

—O que é isso? – perguntou Harry.

—Acho que era a magia que eu tava sentindo – respondeu Gina.

—Porque não me queimou? – perguntou Harry examinando a caixa.

—Acho que é obvio – comentou dando um sorriso no canto da boca – a caixa era pra você, devia ter um feitiço que só você pudesse convoca-la e abri-la.

—Falou quase igual a Hermione – comentou Harry – Porque você convocou a caixa então?

—Porque é um feitiço de uns dezoito anos atrás, feito por gente morta numa casa em ruinas – respondeu ela com um tom sarcástico – hum, desculpa pela parte do “gente morta”. – acrescentou ao notar o que tinha dito.

—Acho que já tive muito tempo pra superar isso – comentou Harry dando um selinho na namorada.

Ele abriu lentamente a caixa, dentro dela estavam alguns frascos com um liquido prateado, e um tolo de pergaminho no canto da caixa. Harry entregou a caixa a Gina, que segurou com cuidado tanto para não danificar o conteúdo quanto para ter certeza que não se queimaria de novo, e pegou o pergaminho. Parte dele esperava ver a letra redonda e caprichosa da mãe, mas ao invés disso, estava olhando pra uma letra bem desenhada porem amis quadrada e rustica.

Querido Harry,

Não sou tolo de achar que viverei por muito tempo, não sei como essa caixa chegará até você, não a deixarei no Gringotts correndo o risco de se perder entre nossas relíquias de família, então espero que de algum jeito, ela chegue até você.

Sei que você será um grande homem, e tenho orgulho do bruxo que sei que você vai se tornar, para mim só basta saber isso, meu filho, mas caso eu não possa te ver crescer, e caso você não conheça nem a mim nem sua mãe, nessa caixa estão algumas de nossas memorias de adolescência. Memorias minha com meus melhores amigos, seus tios Sirius, Remo, e Pedro, memorias da sua mãe com as amigas dela, memorias minhas com sua mãe, em fim, espero que você possa nos conhecer melhor.

Com amor

Seu pai Tiago.

Os olhos de Harry estavam lacrimejando, e seu coração batia mais forte. Uma caixa cheia de lembranças de seu pai e de sua mãe só para ele poder conhece-los melhor. Ele passou a carta pra Gina que tocou no ombro dele em sinal de carinho depois de lê-la.

—Espera! – exclamou a garota – ele citou o nome dos três amigos, e da sua mãe só disse “amigas dela”? que insensível.

—Ele devia estar... bem claramente ele.... ok, não tenho defesa pra ele – admitiu Harry se dando por vencido.

Depois de olharem o resto dos destroços da casa, o casal de bruxos deu as mãos e sumiram dali. Harry estava imaginando se teria que invadir Hogwarts em pleno período de férias e de reconstrução apenas para pegar emprestada a penseira de Dumbledore, quando Gina disse que na casa dos Weasley também tinha uma penseira.

—Você achou que Dumbledore fosse o único bruxo do mundo a ter uma penseira? – perguntou a garota em tom de zombaria.

—Talvez... respondeu Harry rindo e olhando os frascos de memoria. – Estão rotulados com a letra inicial de cada um, e uma data – comentou ele – qual escolho primeiro?

—Fecha os olhos e puxa um – recomendou ela. – Acho que vou te deixar sozinho.

—Não, quero que você vá comigo, se você quiser ir, claro.

—Claro que eu vou com você, vai ser ótimo entrar na cabeça de outra pessoa – comentou a garota jogando o braço no pescoço do namorado.

Harry nem verificou a memoria que tinha pego, apenas a despejou na penseira, e logo em seguida ele e Gina mergulharam.

Os quatro andavam juntos dando risadas enquanto se arrastavam na neve fundas. Tiago com seus cabelos bagunçados e óculos cobrindo seus olhos castanhos estava apoiado em Remo, o bruxo de cabelos castanhos cujo sorriso estava tão reluzente que tirava a tensão de seu rosto pálido, Sirius, jogava os longos cabelos negros pra trás enquanto tomava um longo gole em sua cerveja amanteigada e fazia o possível para não espirrá-la pelo nariz enquanto Tiago falava alegremente sobre a ultima pegadinha que ele e Remo haviam aprontados no corredor do terceiro andar, e de como Filtch acabara correndo pra todos os lados xingando pirraça pelos maiores palavrões que conseguia pensar. As ruas de Hogsmeade estavam desertas, a maioria dos alunos se aqueciam na dedos de mel ou nos três vassouras, e os moradores do vilarejo preferiam ficar em suas casas ou lojas confortáveis ao invés de caminharem afundados na neve.

—Então ainda por cima ele culpou o Pirraça? – perguntou Sirius dando risada.

—Como ele podia adivinhar que os alunos ficavam invisíveis? – respondeu Tiago ainda lutando pra conter o riso.

—Estou decepcionado, como não me chamou? – perguntou Sirius encarando Tiago com a expressão dramática.

—Uma vez ou outra eu devia variar na hora de escolher um parceiro de crime – comentou Tiago rindo.

—Por que nunca me escolhe? – perguntou Pedro, o garoto baixinho e barrigudinho que acompanhava o grupo encolhido, e embora tentasse manter um tom de brincadeira, era perceptível um tom de ciúmes na voz esganiçada do bruxo gordinho.

—Porque Pedro, eu precisava de alguém pra me dar cobertura, não pra tropeçar nas armaduras e derrubar os quadros. – respondeu Tiago, parando de rir para tentar dar uma resposta com amis seriedade.

—Foi só uma vez. – argumentou Pedro.

A justificativa do garoto se perdeu no som do riso dos amigos. Provavelmente eles seriam capazes de rir por horas se uma garota de olhos verdes e cabelos ruivos não os tivesse interrompidos.

—Se vangloriando de outra pegadinha? – perguntou ela num tom serio.

—Não... estávamos rindo de uma piada que a professora.... – Tiago estava prestes a bolar uma ótima desculpa, mas ela o interrompeu.

—Me poupe! – exclamou ela erguendo a mão.

Qualquer um que conhecesse o comportamento de Lilian Evans e Tiago Potter, poderia imaginar que naquele momento a garota daria um baita de um sermão enquanto o rapaz iria se defender por meio de flete. Mas a expressão de retaliação da garota se transformou num sorriso debochado. Ela e Tiago deram algumas risadas antes de trocarem um selinho.

—Eu não pedi pro senhor pegar leve com as pegadinhas? – perguntou ela rindo.

—Lilian, meu ultimo ano, preciso deixar um legado, ou prefere que nossos filhos sejam nerds engomadinhos? – perguntou ele debochando.

—Não temos nem um ano de namoro e você já planejou nossos filhos? – perguntou Lilian, numa tentativa falha de reclamar com o namorado, mas sem conseguir conter o riso em sua garganta.

—O primeiro poderia se chamar: “A Prova Viva De Que Fiz Sexo com Lilian Evans” – brincou ele.

Dessa vez a brincadeira foi muito pesada, mesmo dando risada a garota não pode se segurar e lançou um feitio silencioso no namorado que o fez voar uns três metros de distancia. Tiago Potter provavelmente teria se machucado se a neve não tivesse amortecido sua queda.

—O irônico, é que ele não tá brincando – Remo comentou com Sirius falando com o canto da boca.

Remo e Sirius assistiam a cena tapando a boca para não dar risada, e Pedro observava meio confuso sem saber direito onde focar seu olhar. Lilian ajudou Tiago a se levantar e os dois se olharam rindo.

—Espero mesmo que não esteja machucando ninguém com essas pegadinhas Tiago Potter – respondeu ela.

—Eu te prometi e estou cumprindo – respondeu Tiago – não estou mais implicando com o Ranho... com o Snape.

—Mas ainda não gosto da ideia de atormentar Filtch. – comentou ela.

—Temos ajudado a limpar tudo que sujamos – respondeu Tiago para se defender – E o Filtch devia pensar nisso antes de aplicar castigos gratuitos aos alunos do terceiro ano.

—Já falei, não machuque ninguém – respondeu ela se virando pra sair dali – Me encontre hoje a noite na sala comunal depois que acabarem aqui.

—Combinado – respondeu Tiago voltando a se juntar aos seus amigos.

—Lilian tá mesmo dominando o Tiago – comentou Sirius dando risada.

—Em menos de um ano de namoro ela consegue fazer o que não consegui em sete anos? – perguntou Remo.

—Beijar o Tiago? – brincou Sirius.

—Fazer ele tomar jeito e deixar de ser um idiota – respondeu Remo – Beijar o Tiago ainda é o sonho do Pedro.

—Hey, eu tô aqui! – Questionou Pedro erguendo a mão.

—Então você não quer me beijar? – perguntou Tiago fazendo biquinho e soltando beijos no ar.

—Para! – gaguejou Pedro.

—Abaixem-se! – exclamou Sirius, se jogando em cima dos amigos e os enterrando no monte de neve empilhados no canto da estrada.

—O que foi? – perguntou Tiago, sussurrando.

A conexão entre os quatro já era forte o suficiente para eles entenderem que se um deles se jogasse sobe os outros para que se abaixassem, eles deviam se abaixar e ficarem quietos. Sirius apontou sem olhar pros companheiros, que simplesmente seguiram o dedo do amigo até verem o que tanto lhe preocupava.

Uma bruxa de vestes negras e cabelos desgrenhados saiu do cabeça de Javali acompanhado por outros dois bruxos de vestes negras. Na verdade, os três pareciam ter sido enxotados do lugar, porem, como um deles estava caindo de bêbado não pareciam dispostos a brigar.

—Ainda vou amaldiçoar esse idiota! – exclamou a garota.

—Se acalme Bellatriz – respondeu um dos homens, esse estava sóbrio e tinha longos cabelos louros – nem devíamos estar aqui pra começo de conversa, temos que fazer o que o Lorde pediu.

—Já teríamos terminado, se esse bebum não tivesse decidido vim ao bar do irmão de Dumbledore, se o garçom fosse esperto já teria colocado ele pra fora antes da bebedeira. – comentou a bruxa claramente irritada.

—Só fomos expulsos porque o Aberforth chegou – comentou Lucio Malfoy segurando o bruxo troncudo e cambaleante. – Mas pelo menos podemos acelerar nossa missão.

—Matar e transportar trouxas indigentes para aquele maldito orfanato que ele cresceu – respondeu Bellatriz, ironizando – faço tudo que meu mestre mandar, mas claramente ele quer inferis e estamos fazendo o trabalho sujo pra não desgastar ele.

—Está reclamando de torturar e matar trouxas? – zombou Lucio numa risada irônica.

—Não, mas ainda não gosto de ser tratada como um peão, não eu, a mais leal. – respondeu ela animada.

—Eles estão matando trouxas – comentou Tiago.

—indigentes, excluídos da sociedade, aqueles que ninguém vão sentir falta – complementou Remo.

—Estamos em maior numero, vamos impedi-los – sugeriu Sirius.

—Eles são assassinos, não é uma boa ideia – argumentou Pedro se encolhendo ainda mais pra dentro do monte de neve que os cobria.

—Rabicho, não pense em amarelar agora – repreendeu Tiago. – Se lembrem do jogo final do sexto ano contra a Corvinal, e ataquem ao meu sinal.

—Entendi o que quis dizer, venha Remo – disse Sirius puxando Remo, e os dois engatilharam discretamente para assumir a formação.

No ano passado na final contra a Corvinal, Tiago liderou uma estratégia em que seus jogadores cercavam o atacante com a posse da goles para o artilheiro o acertar com o balaço e um outro atacante roubar a goles. Naquela formação, Sirius e Remos deveriam ir pra trás, Tiago atacaria, então Pedro seria o artilheiro que lhes daria a vitória. Tiago olhou pra Pedro num olhar de: “Não me decepcione.” E depois saiu da neve gritando o feitiço.

—Estuperfaça!

O feitiço estuporante acertou o comensal da morte bêbado, Remo saiu do esconderijo e mirou o mesmo feitiço estuporante em Lucio, mas ele foi rápido e conseguiu colocar um capo de força. Sirius atacou Bellatriz, que se defendeu e começou a duelar com Sirius e Tiago ao mesmo tempo.

Os raios de varinha iam de um lado pro outro. Sirius e Tiago conseguiram mover Bellatriz para uma posição que ela ficasse de costa pra Lucio que duelava com Remo. Aquele era o momento, Rabicho deveria surgir e estuporar os dois. Tiago estava ficando nervoso e na distração deixou Sirius ser atingido por um feitiço e ser jogado pra trás.

Um feitiço estuporante atingiu Lucio, mas não foi Rabicho que lançara. Lilian Evans entrara na batalha e agora se juntara a Tiago e Remo no duelo contra Bellatriz. A bruxa mesmo sozinha conseguia facilmente enfrentar os três. Rabicho saiu do esconderijo e correu pra ajudar Sirius.

—Saia, faça algo de útil e lute ao lado deles – mandou Sirius que estava se recuperando do feitiço da prima.

Rabicho então se recompôs e se juntou ao duelo. A presença dele parecia não ajudar nada na batalha, mas pelo menos não atrapalhava. O comensal da morte bêbado acordou atordoado, e antes que qualquer um pudesse impedir, ele tocou na cicatriz. A própria Bellatriz o olhou horrorizada e gritou:

—NÃO SEU IDIOTA!

O minuto de distração foi o que Lilian precisava para acertar a bruxa no peito. Remo e Pedro correram pra ajudar Sirius a se reerguer, enquanto Lilian deu a mão pra Tiago. Os dois se olharam, eles sabiam o que estava vindo. Tiago num ato rápido e certeiro puxou a capa de invisibilidade do bolso das vestes e atirou sobre Sirius Remo e Rabicho. Na mesma hora o lorde Voldemort apareceu na frente deles.

Voldemort olhou rapidamente ao seu redor, analisando o espaço com seus olhos de serpente, Lilian e Tiago o encaravam em posição de ataque enquanto três de seus comensais estavam no chão atordoados. Um deles fedendo a bebidas tão fortes que poderiam ser confundidas com bebidas de trouxas.

—Patetico, fui chamado pra enfrentar duas crianças? – perguntou ele dando risada e tirando a varinha das vestes – Estou mesmo colecionando mortes.

O bruxo ergueu a varinha, mas Lilian foi amis rápida e o atacou com um feitiço primeiro. Embora o efeito não parecesse nem ao menos ter feito cosquinha no lorde das trevas, ele ficou claramente surpreso ao ver um “inseto” atacando-o.  Tiago também o atacou e os três começaram um duelo. Voldemort parecia não estar se esforçando verdadeiramente naquela luta, sua risada parecia ecoar por Hogsmeade, enquanto os feitiços disparavam de sua varinha. Mas em poucos segundos de duelo ele parou de menosprezar seus adversários e uma aurea de poder surgiu ao seu redor.

Os ataques ficaram mais fortes e mais frequentes, os escudos e feitiços de Lilian e Tiago mal surtiam efeitos, mas mesmo assim eles ainda conseguiam encarar o lorde das trevas sem recuar. Voldemort acertou um feitiço em Lilian que voou atordoada por causa do impacto. Tiago também teria sido atingido pelo lorde das trevas mas naquele momento decisivo, um raio amarelo atingiu o lorde Voldemort.

Rabicho surgira no telhado de uma das casas e lançara a azaração do riso no Lorde das trevas. Aparentemente o bruxo gordinho havia se transformado em rato e saído no meio da neve e escalado até o telhado da casa amis próxima. Lilian ainda estava atordoada no chão, mas Remo saiu de baixo da capa e se juntou a Tiago aproveitando a vantagem que Rabicho havia dado acertou o lorde das trevas com a azaração do corpo preso.

Nada daquilo seguraria Lord Voldemort por muito tempo, mas antes que qualquer um deles fizesse algo uma Fênix majestosa voou ao redor da luta. Um bruxo de cabelos e longa barbas brancas, com óculos meia lua e olhos azuis voava de vassoura atrás da ave. Voldemort se recuperou do feitiço, e aparatou levando Bellatriz e Lucio dali.

—Que bom que meu irmão me avisou, vocês tem ideia do que acabaram de enfrentar? No que estavam pensando? – perguntou Dumbledore, irritado mas escondendo um pouco de admiração em sua voz.

Os quatro marotos e Lilian estavam na sala de Alvo Dumbledore, de frente pra mesa deles prontos pra receberem o maior sermão de suas vidas, algo muito novo pra Lilian Evans. Tiago já havia narrado o que eles ouviram Bellatriz e Lucio discutindo, palavra por palavras. E pelo menos na confusão um dos comensais havia sido capturado já que Voldemort não se importou de leva-lo dali.

 -Contudo – continuou Dumbledore – Todos nessa sala já chegaram a maioridade, estão no ultimo ano, acho que ao invés de castiga-los, deveria convidá-los pra fazer parte de algo maior. Lilian e Tiago, vocês sabem quantos bruxos podem dizer que encararam Voldemort e saíram vivos? Bem, muito poucos, e vocês dois o encararam praticamente sozinhos.

Remo contou que havia ficado embaixo da capa tratando os ferimentos de Sirius sem poderem se mover para não denunciar a posição deles, e Rabicho só conseguiu escalar a parede depois de uma eternidade tentando. Lilian também estava se recuperando do feitiço de Voldemort, mas Dumbledore a levava pra sala dele antes de guia-la pra enfermaria. Ele próprio já havia usado feitiços de cura no abdômen e no braço da garota fazendo quase toda dor passar.

—Não teria conseguido sem meus amigos – comentou Tiago, que se virou pra Pedro – no final das contas você mostrou porque faz parte do grupo.

 -Verdade – concordou Sirius – demorou, mas quando viu que precisávamos de você entrou na batalha sem hesitar – disse abraçando o bruxo gordinho e bagunçando o cabelo dele.

—Os quatro provaram trabalhar bem juntos incontáveis veze – comentou Dumbledore – agora vocês são cinco?

—Nem que me pagassem, já não basta eu namorar um deles? – respondeu Lilian em tom irônico.

—Também te amo, amor – brincou Tiago.

—Ora, não importa – interrompeu Dumbledore, dessa vez exibindo um sorriso acolhedor em seu rosto – o que importa é que os cinco trabalharam muito bem pra jovens que acabaram de atingir a maioridade. Espero que considerem entrar na ordem da Fênix quando completarem Hogwarts.

Os cinco se entreolharam em silencio, e Dumbledore fez sinal dispensando-os. Lilian se afastou do grupo e foi direto para a enfermaria, Sirius também precisava ir mas os marotos decidiram ficar juntos pra conversar.

—Francamente, ainda acho que um dia você pode acabar causando minha morte Rabicho – comentou Tiago com as mãos na cintura.

—Nunca faria isso, Pontas – gaguejou Rabicho escondendo o rosto – eu congelei da primeira vez.

—Sabe, quando você virou rato, achei que ia fugir – admitiu Remo – Mas no lugar disso, você ajudou.

—Somos uma equipe – comentou Sirius – ajudamos um ao outro, e você provou que também consegue nos ajudar.

Os quatro uniram suas mãos e deram um abraço grupal. Depois levaram Sirius a enfermaria para terem certeza que o feitiço de Bellatriz não havia causado nenhum dano realmente importante.

Harry e Gina saíram da lembrança. Aquela fora uma lembrança de Tiago com os marotos e Lilian, marcando a entrada dos cinco para a ordem da fênix. E de quando Tiago percebera que podia confiar nos seus amigos. Uma parte de Harry ficou triste ao se lembrar que um tempo depois Rabicho havia traído a todos e virado um comensal da morte.

—Harry, como você está? – perguntou Gina, provavelmente a garota deduzira o que passava na cabeça do namorado.

—Bom, eu tô feliz de ter visto eles se divertindo e vi quando entraram pra ordem, e a primeira vez que meus pais sobreviveram ao lorde das trevas, mas, Rabicho ganhou a confiança deles para depois trai-la?

—São uns sete anos, eles ainda confiaram em Rabicho mesmo que ele tivesse ficado encolhido de medo na batalha. – argumentou Gina, mais uma vez prevendo o que Harry havia pensado.

—Eu sei... – admitiu ele.

—Em algum momento, Pedro Pettigrew escolheu o caminho amis fácil e traiu os seus amigos, mas sabe, acho que em algum momento, ele realmente amou seu pai, o Sirius e o Lupin, acho que ele se arrependeu dessa decisão todos os dias depois que a tomou, acho que por isso que ele poupou você naquele dia, o que custou a vida dele. Ele pode ter vivido uns dezessete anos sendo um traíra desgraçado, mas ele morreu como um maroto.

Harry não pode evitar beijar Gina. E depois, eles escolheram outra memoria.


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Notas finais do capítulo

Bom gente, não sei dizer quando postarei os outros capitulos, por isso optei por fazer histórias fechadas, mas espero que tenham gostado e que o capitulo não tenha ficado muito longo. Estou aceitando sugestões, comentários, criticas, e tbm correções de português porque sei que sempre deixo alguma coisa escapar nas minhas revisões e já peço desculpas por isso.



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