Nessie,

eu sinceramente não sei o que dizer.

Me desculpe. Por ter te deixado e por não ter ficado aí, vendo você se recuperar.

 Você não sabe o quão importante é para mim. Acredite, estou fazendo isso para o seu bem.

Espero que um dia possa me perdoar. Sinto sua falta.

      Jacob.

Eu passei a mão mais uma vez pelo papel, que agora, estava manchado por lágrimas. Minhas lágrimas. Fazia uma hora que eu estava ''trancada'' em meu quarto, e ninguém tinha permissão para entrar. Suspirei e senti minhas costelas latejarem.

 Eu estava dolorida pelo acidente, que mal podia me mexer. Costelas quebradas, perna quebrada e alguns cortes. Apenas isso, era o suficiente para me manter longe da escola por uma semana. Papai queria que eu me recuperasse completamente. Eu creio que será impossível me recuperar sentimentalmente sem ele, mas vou fazer de tudo.

-Renesmee? -mamãe chamou dando leves batidinhas na porta. -Posso entrar?

-Eu não quero falar com ninguém. -sequei minhas lágrimas.

-Desculpe, eu tenho. -ela falou já entrando. -Eu sei que você está triste por ele não estar aqui, mas  logo isso vai passar e quando menos esperar ele vai estar de volta. -ela falou segurando minha mão e olhando em meus olhos.

-Quem me garante que ele vai voltar?

-Eu garanto. Lembra quando eu lhe contei que seu pai me deixou? -ela pareceu esngasgar com as palavras. Ela não gostava de relembrar essa parte de seu passado, mas ela pretendia continuar a história.

-Sim. -sussurrei

-Pois bem, depois de tanto ter sofrido, Charlie ameaçou me mandar de volta para Jacksonvil caso eu não voltasse a ser como era antes. Ele tinha praticamente certeza absoluta que Edward não voltaria, mas estava enganado. E mesmo sofrendo eu tentei me contentar com a idéia de que ele poderia muito bem não voltar; eu voltei a ter uma vida normal e a sair mais com meus amigos...

-Onde você quer chegar com tudo isso?- a interrompi.

-Quero dizer que eu não quero ver minha filha sofrendo como eu sofri;  quero que ela saiba que tem amigos maravilhosos e uma família maravilhosa pronta para ajudá-la a passar por essa fase.- ela parou por um instante e passou a mão em meu rosto. -Eu quero te ver feliz, ok?

-Ok. -eu a abraçei e agradeci por ter uma mãe tão maravilhosa como ela.

-Eu odeio acabar com esse momento, mas...-papai falou entrando em meu quarto. -Eu acho que eu mereço um abraço também. -ele sorriu e eu  lhe puxei para um abraço, junto com mamãe. -Que tal nossa garotinha descansar agora? -segurei firme o bilhete de Jake.

-Pai...-reclamei

-Desculpe, mas para ficar melhor eu preciso te medicar.- ele falou injetando o remédio na intravenosa e depois o sedativo.

-Mas eu não quero dormir.-choraminguei

-Você sabe, que quando está dormindo o remédio atua melhor. Além do mais, você precisa descansar. Me dê isso. -ele abriu minha mãe para pegar o bilhete.

-Devolva! -eu me sentei bruscamente na cama, mas não ligando para as dores e tomei o bilhete dele.

-Eu só vou guardar.- ele disse.

-Eu não quero que você guarde. -ele oulhou para mamãe e ela apenas acenou com a cabeça.

-Durma bem. -ela me deu um beijo na testa e saiu com papai.

    Eu pus o bilhete em cima do meu coração e coloquei minha mão sobre ele, preparando -me para voltar a inconsciencia.

                                                            ***

Ao acordar, vi que tinha voltado para meu quarto; aquele bip enjoado que indicavam meus batimentos cardíacos, não mais me acompanhava, assim como as intravenosas. Olhei ao redor do quarto e vi no canto minha mãe com um grande sorriso.

-Bom dia, Bela Adormecida. -ela falou se aproximando

-Bom dia. -me espriguiçei.-Você gosta mesmo de me ver dormir, hein?

-Peguei essa mania do seu pai, mas realmente, é fascinante te ver dormir. Edward diz que você é igualzinha a mim quando humana; dormia profundamente e falava durante toda a noite. -nós sorrimos

-E sobre o que eu falei dessa vez?

-Você disse que ia voltar a ter uma vida normal, mas que estaria sempre esperando por Jacob. E disse que nos amava.

-Eu vou cumprir o que disse. -falei sem ligar para parte que eu estaria sempre esperando por Jacob. Estava ficando cada vez mais fácil falar seu nome. -Há quanto tempo eu estou apagada?

-Há um dia e meio.

-A culpa é do papai! -falei e nós rimos

-Que tal sairmos desse quarto? Você não quer dar uma volta ou ir lá pra sala jogar ou assistir um filme?

-Com certeza.

   Minha mãe me ajudou a banhar e depois nós jogamos Banco Imobiliário enquanto eu comia. Durante a tarde eu fiz questão de responder as atividades da escola. Eu estava atrasada e não  queria ficar mais ainda. Meu pai tinha ido caçar junto com meus avós.