As horas se passaram e nada de chegar em casa, eu estava super ansiosa para rever meus tios e avós e principalmente meus pais. Assim que cheguei nos arredores de Washingnton liguei para papai. Chamou uma, duas, e...

-Renesmee!!- ele falou feliz

-Oi pai, como você está?

-Bem melhor agora, pensei que estivesse esquecido da sua família. E você?

-To bem. Até parece que eu iria esquecer logo da minha família. O que eu tenho de mais importante na minha vida.

-O que meu anjinho conta de bom?

-Estou voltando!- ele deu um suspiro aliviado.

-Que bom. Nós estávamos com tanta saudade. Pera, Bella.-ele reclamou com mamãe do outro lado da linha e a ligação ficou ruim.

-Alô? Paii?

     Tu, tu,tu. -a ligação caiu.

Quando eu virei a curva foi que veio a surpresa. Eu vi um garoto e uma garota (ambos loiros, parecia que eram irmãos) parados no meio da pista. Eu fiquei tão desesperada que não conseguia encontrar e pisar no freio. Ao olhar nos olhos do garoto, perdi todos os meus sentidos. Não conseguia mais ver, muito menos ouvir; uma dor ivadiu o meu corpo- assim como no sonho, mas era mil vezes pior - e eu comecei a gritar. Desesperada eu girei o volante e só percebi que o carro capotou várias vezes e eu mergulhei na escuridão.

        P.D.V Jacob

Eu estava nos arredores de Washingnton. Eu sentia falta de Nessie, mas mantinha a maior distância possível na casa dos Cullen; depois que eu soube que ela havia partido eu achei melhor não mais procurá-la e por isso eu estava decidido à ir para outro estado, se possível, outro país. Então continuei com a minha ''rotina'' : caçar, beber, correr. De repente, perto da estrada, eu senti cheiro de sangue. Não era um sangue qualquer. Era o sangue dela, o sangue de Renesmee. O meu coração acelerou e eu corri o mais rápido que pude até onde ela estava. Me transformei em humano ao chagar perto do carro. Ela estava lá. Sangrando, inconsciente.

-Nessie...-abri a porta do carro e vi melhor seus ferimentos. Ela estava com um corte na testa e em suas mãos, mas parecia que haviam ferimentos internos. Procurei por seu celular e disquei o número de Edward.

-Oi querida. -ele falou ao atender.

-Edward, é o Jacob.-falei ainda ofegante.

-O que faz aí com ela?-ele perguntou com raiva.

-Ela...ela sofreu um acidente.

-Como?-ele me interrompeu assustado.

-Eu estava passando e senti o cheiro do sangue dela. Eu não sei como aconteceu.

-Onde vocês estão?

-Perto da fronteira de Washingnton. Edward, venham logo. Ela parece muito machucada. Tragam Carlisle.

-Já estamos indo. -ele falou e eu pude ouvi-lo dar a parida no carro. - Tchau.

-Edward. -chamei

-Sim?

-Desculpe.

-Não é a mim que você deve desculpa.

-Eu sei. Estou esperando por vocês. Eu vou ligar também para a ambulância.

-Faça isso.- desligamos o celular.

 Disquei o número da emergência e chamei a ambulância. Tirei a camisa que eu estava usando e coloquei em sua testa para estancar o sangramento. Minutos depois Edward e os outros chegaram.

-Deixe que eu tomo conta a partir de agora.- Edward falou com um olhar rígido e eu me afastei. Bella veio ao meu encontro enquanto os outros ajudavam com Renesmee. Estava com Bella e Edward: Calisle, Rosalie e Emmett.

-Jacob. -ela me abraçou

-Me desculpe.-foi o que consegui dizer.

-Não foi sua culpa. Por que fez isso? Por que sumiu? Estávamos todos preocupados com você.- ela perguntou

-Depois conversaremos sobre isso.- falei apontando para Renesmee que já estava sendo colocada na maca.

-Olá, sou Dr. Carlisle Cullen. Trabalho no hospital de Washingnton e sou pai da garota.

-Prazer. Somos Kellan e Angêla- a paramédica informou.-Sabe quais são os ferimentos e a gravidade?- ela perguntou colocando Nessie dentro da ambulância. Ela continuava inconsciente.

-Ela teve um corte na testa, como podem ver, mas não muito profundo; fraturou duas costelas e quebrou a perna direita; além dos cortes superficiais.- Carlisle informou

-Tudo bem. Acho melhor nos apressarmos.-ela respondeu

-Vou com vocês. Edward e Bella, se quiserem ir...-Carlisle começou- Já vocês, Rosalie e Emmett, arrumem um quarto para acomodarmos Renesmee e Jacob..-ele me olhou com olhos paternos -Vá para casa e descanse.-eu apenas concordei -Não vou demorar a dar informações. -ele entrou na ambulância e partiu.

-Você vai conosco, Jacob?

''Posso?'' -perguntei em pensamento.

-Você mora lá. -ele falou revirando os olhos.

 Fomos para casa enquanto Emmett e Rosalie iam para o hospital - eles já haviam ligado, e Alice e Jasper estavam arrumando o quarto da Nessie.

-Jacob! -Esme veio me abraçar assim que entrei na casa. Ela me tratava como um filho mesmo com meu cheiro e eu a tratava como minha mãe. -Oh, querido. Como você está?

-Péssimo.- eu suspirei. -A culpa foi minha.

-Não foi, não pense assim, ok? Ela vai ficar bem.- ela ficou nas pontas dos pés e meu deu um beijo na bochecha.- Que cheiro é esse?

-É o meu cheiro. -nós sorrimos -Eu vou para meu quarto tomar um banho.

-Quer que eu faça algo para você comer?

-Não, obrigado.

 Assim que me vesti, fui para o quarto de Nessie.  Entrei em seu quarto e deitei na sua cama. Como eu havia sentido sua falta. Por mais que eu tentasse, parecia impossível ficar longe dela, eu realmente a amava. Por que eu fui ter imprinting logo com ela? Por que? Se eu nunca vou poder tê-la em meus braços... Me virei e vi que o porta-retrato que tinha uma foto nossa não estava mais na sua mesa de cabeceira. Onde estava? Será que ela me odiou tanto pelo que fiz que não quer mais me ver? Será que ela  quer me esqueçer? Não, não pode ser... Comecei a ficar desesperado e no mesmo instante Jasper apareceu na porta.

-Não se preocupe, ela não consegue te odiar. Ela só ficou magoada com o que você fez. Se soubesse o quanto ela estava triste, você não teria partido. Eu pensei que fosse enlouquecer só no espaço de tempo em que eu cheguei e ela foi embora...- ele falou

-Ah cara, não exagera!-eu o interrompi

-Tudo bem, estou exagerando um pouco. Mas sério, não sei como ela suportou.

-Obrigado. Estou me sentindo muito melhor sabendo do sofrimento dela.

-De nada.-ele sorriu. -Mas não esqueça: ela não te odeia, ou seja, você ainda tem chances. -ele virou e foi para onde Alice.

 ''Chances'' -bufei. O telefone tocou e rapidamente eu o peguei.

-Alô?

-Jacob? -Edward perguntou

-Sim, sou eu. Como ela está?

-Já fizemos raio-x e os outros exames. Tudo como Carlisle falou. Ainda bem quue ela não precisou de transfusão de sangue. Bom, eu liguei para avisar que nós já estamos indo. O quarto está pronto?

-Claro, claro. Ela já acordou?

-Não. Nós aplicamos sedativo para ela não sentir dor.

-Ah, ok. Nos vemos mais tarde então.

-Com certeza. -ele desligou.

  Eu desci as escadas para esperá-los e eu não queria que Edward me visse no quarto dela. Na sala estavamos todos calados. Alice estava tentando ver o futuro; Jasper devia estar se preparando para as ondas de emoções que chegariam; Esme estava folheando uma revista, mas logo desistiu, ela não conseguia se concentrar e eu estava com os olhos no telefone.

-Acho que você devia ligar para seu pai. -Esme falou com um olhar materno.

-Talvez sim, talvez não. -foi o que eu respondi

-Ele está muito preocupado, sabia? Espalhou panfletos por toda reserva e por Forks também. -ela continuou

-Mais tarde eu ligo.

-Jacob Black.-ela falou com uma voz autoritária

-Tudo bem. -peguei o telefone e disquei o número que eu tanto conhecia.

-Alô? -falou a voz na outra linha

-Alô, pai?

-Jacob! Oh meu filho. Por onde você andava?

-Por aí.

-Onde você está?

-Em...na casa dos Cullen.

-Ah,sim. A Renesmee está aí? Você pediu desculpas à ela?

-Não.

-Não o que?

-Não, ela não está aqui e não, eu não pedi desculpas à ela. Não pude.

-Por que?-ele perguntou confuso.

-Ela sofreu um acidente, mas está bem. Ela já está vindo para casa. Eu liguei só para avisar que eu estou bem, certo?

-Certo. Se cuida filho.

-Tchau.- desliguei o telefone. -Satisfeita? -perguntei para Esme

-Muito. Você não sabe como. -ela sorriu para mim.

-De nada. 

  Ouvimos os pneus cantarem na estrada e logo depois os carros estacionaram: Edward, Bella, Rosalie, Emmett, Carlisle e logo atrás a ambulância.

-Cachorro...-Rosalie gruniu

-Não é hora de brigar Rose. -Bella a repreendeu

-Venha. -Carlisle chamou Edward para levar a maca com Renesmee.

-Emmett vá com Carlisle. -Edward pediu.

-Tudo bem. -ele(Emmett) concordou.

-Obrigado. -Edward agradeçeu ao motorista da ambulância. -Jacob, vamos? -ele chamou

-Claro.- respondi. Fomos para floresta à uma distância que os outros não podiam ouvir.

-Você vai embora de novo?- ele perguntou.

-Provavelmente.

-Certo. -ele ficou calado

-Edward, eu sei que não devo, mas desculpe. Se não fosse por mim, ela não teria sofrido esse maldito acidente. Mas eu não posso ficar, não ainda.

-Tudo bem, se é assim que você quer. Além do mais a culpa não é sua, foi uma fatalidade; nem mesmo Alice viu isso acontecendo. Quando você voltar, ela vai te perdoar. E por mais que não acredite, eu te desculpo.

-Obrigado. Eu sei que cometi um erro, mas pensei que fosse o melhor para ela.

-Eu sei, se não se lembra, eu cometi o mesmo erro. E espero que você tenha entendido porque eu deixei Bella. O mesmo motivo que o seu.

-Sim, agora eu entendo. -sorri para ele sem graça e ele colocou a mão em meu ombro.

-Creio que não pretende ir embora agora. Se quiser, pode ficar um tempinho com ela. -eu concordei e nós voltamos para casa.

  Eu fui para seu quarto e fiquei observando-a dormir.

                               ***

-Edward.- eu o chamei de um canto da sala. Bella estava no quarto com Renesmee e eu não queria que ela me visse partindo.

-Eu entendo.- ele respondeu meus pensamentos.

-Por favor, entregue isso quando ela acordar. Se ela perguntar quem a encontrou, não minta; de uma forma ou de outra ela vai acabar descobrindo a verdade.

-Claro. -ele me abraçou. Finalmente eu e Edward estávamos nos entendendo, eu gosto da amizade dele. -Eu também gosto da sua amizade. Se cuida garoto. Eu não quero minha filha viúva antes de se casar. -ele sorriu

-Não me iluda com histórias bobas.-revirei os olhos e dei um soco em seu braço.

-Hey!- ele reclamou, fingindo que o murro havia doído e nós dois sorrimos.

-Cuide bem dela. -pedi e foi a vez dele revirar os olhos.

-Sou o pai dela, esqueçeu?- ele voltou a ficar sério

-Eu sei, mas cuide dela redobrado. Por mim e por você. Não deixe que ela sinta minha falta.

-Não deixarei. Tome, você precisará disso. -ele me deu uma mochila com algumas roupas, dinheiro, cartões e meus documentos.

-Obrigado.

  Eu estava saindo, mas vi Bella imóvel ouvindo nossa conversa e eu sabia que se ela pudesse chorar com lágrimas, ela estaria transbordando. Fui ao seu encontro e lhe dei um forte abraço.

-Me desculpe.

-Jacob. -ela sussurrou, mas não conseguiu falar o que queria.

-Eu te amo. -falei em seu ouvido

-Eu te amo- ela repetiu e me abraçou mais forte, como se quisesse me prender.

-Eu tenho que ir. -me soltei dela gentilmente e lhe dei um beijo na testa. Os outros apenas olhavam sem reação. Até Rosalie estava ''sentida''. 

-Você é como um filho para mim; é a segunda vez que vejo um filho meu partir e não posso fazer nada para impedí-lo.- Esme falou me abraçando.

-Eu lhe considero a mãe com a qual eu não pude passar muito tempo da minha vida. E só pelo fato de você me acolher em sua casa e me considerar um filho de sangue, eu te amo.- ela se afastou de mim e juntou-se a Bella. -Acreditem, eu vou voltar. Eu tenho um laço afetivo muito grande com essa família. -dei meu sorriso torto e fui embora.

  Doeu muito deixá-los lá; deixar minha família. Mas eu não estava preparado para encarar Renesmee depois de tudo que fiz à ela; ainda não.