O que se esconde por trás do coração escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 2
Mas nem marinando!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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− Mas a carne delas ainda está branca! – Um dos membros da vila reclamou.

Robin e Nami haviam sido gentilmente encaminhadas para uma cela que contava com um conjunto de beliches, um local para fazerem suas necessidades e uma janela que permitia a entrada da luz solar com grades que a impediriam de sair. Como tinham saído apenas para uma expedição, o Clima-Tact não estava com Nami. Tudo o que ela tinha era um livro de receitas da Ilha Korassaum e aquele livreto que o velho havia lhe dado de brinde.

E ainda precisava ouvir aqueles malditos falando de sua carne branca.

− Acho que devemos deixar marinar um pouco ao sol. – sugeriu o outro. – Tenho certeza de que o chefe vai preferir elas mais passadinhas.

− Escuta aqui! O que vocês pensam que nós somos?! – Nami se agarrou às grades, bradando com os guardas. Se ao menos tivesse trazido consigo um den den mushi para chamar Luffy e os outros!

Os dois guardas se viraram em sua direção com sorrisos sugestivos de que nada mais eram do que um prato delicioso.

− Oe, eu quero luz. – Robin pediu, aparentemente alheia ao fato de que sua nakama estava prestes a ter um colapso nervoso.

− Luz? – Um dos guardas questionou arqueando as sobrancelhas. – Luz! E quem você acha que é pra querer alguma coisa?!

Havia algo na imponência de Robin – Nami desconfiava que fosse a postura e o tom de voz baixo da arqueóloga – que lhe davam sempre um ar de superioridade ao falar com os outros. Principalmente se esses outros não sabiam lidar com seu gênio.

− Até onde sei, sou uma deliciosa refeição. E com o pouco que sei sobre alimentos, mas o muito que sei sobre animais, sei que quando submetidos a estresse antes do abate, a carne se torna dura e rígida pela liberação de ações bioquímicas que diminuem o pH da carne e tornam seu sabor obsoleto. – Robin fez uma pausa para que os guardas absorvessem toda a informação que ela havia dito. – Então quero a minha luz, por favor.

Nami estava boquiaberta enquanto os dois se encaravam sem saber o que dizer. Por fim, correram ambos em busca de uma luz, não sem que antes uma mão sugestiva se formasse às costas do guarda detentor das chaves, entregando-as nas mãos de Robin antes de desaparecer em pétalas rosáceas.

− Uau. Quando foi que você estudou sobre abate? – Nami arqueou as sobrancelhas, surpresa pelos conhecimentos sem limites da arqueóloga do bando.

− Acho que tinha uns 3 anos. Li em um dos livros da biblioteca em Ohara. – Robin deu um risinho enquanto abria a porta da prisão. – Acho melhor nos apressarmos. Não temos muito tempo antes que descubram que não estamos mais aqui.

Apenas por precaução, ela fez um clone de si mesma e outro de Nami.

− Meus poderes não funcionam a uma determinada distância, mas isso deve ganhar algum tempo para nós. – Fechou a porta da cela, pendurando as chaves em um gancho para que não desse muito na cara que haviam fugido.

Passearam por uma série de corredores que se pareciam com labirintos, mas no fim das contas, Robin e Nami não conseguiram deixar os outros prisioneiros para trás, o que as forçou a perder o dobro de tempo buscando as chaves novamente.

Fato é que os guardas retornaram em algum momento, mas a massiva quantidade de prisioneiros que havia sido libertada foi o suficiente para engoli-los em um mar de pessoas furiosas—alguns desses já tinham perdido braços e pernas no processo de degustação e quiseram retornar o favor.

Nami e Robin aproveitaram a oportunidade para saírem dali, indo direto para o hotel onde um banho delicioso foi compartilhado pelas duas para se livrarem dos temperos colocados em seus corpos.

X

− Aqui diz que a ilha Korassaum é a mais antiga das três, como um núcleo que as formava antes que fossem partidas ao caírem de Skypea. – Robin pronunciou em voz alta enquanto folheava o livreto entregue para ela por Nami. – É uma língua um pouco antiga, semelhante à dos poneglyphs. Me pergunto se existe alguma ligação.

Estavam deitadas na espaçosa cama de casal, dividindo uma taça de morangos recém-colhidos do pé por Nami no caminho de volta para o hotel. A navegadora decidira por vida que não sairia mais daquele quarto até que os 31 dias se completassem já que não existia uma maneira para saírem antes da ilha e Robin não poderia tirá-las de lá.

− Acha que pode existir já que essas ilhas parecem tão antigas? – Nami arqueou as sobrancelhas, enquanto uma mão aparecia ao seu lado, levando um morango suculento até sua boca.

− Talvez. – Robin encolheu os ombros. – Mas não acho que conseguiremos vasculhar a ilha ao ponto de descobrir, não é? Também diz que antigamente esses povos guardavam tesouros de valor inestimável e—

− Você disse tesouros? – Nami cortou a arqueóloga, os olhos tomando a forma de cifrões. – De valor inestimável?

− É o que está escrito aqui. – Robin abriu um sorriso, sabendo o que aquele olhar significava. – Parece que principalmente no interior do vulcão, onde os gases expelidos eram responsáveis por produzir pérolas Hime, que só podem ser encontradas em seu interior e em nenhum outro lugar do mundo.

− Pérolas Hime... – Nami já sonhava com o belo colar em seu pescoço. – Está decidido, Robin! Usaremos os dias restantes para explorar a ilha!

− E quanto aos canibais? – Robin questionou, divertida.

− Você é o Demônio de Ohara! E eu sou a Bruxa do Tempo! – Nami estufou o peito ao dizer isso. – Claro que podemos lidar com simples canibais!

Robin deu outro risinho, envolvendo a cintura da navegadora enquanto distribuía uma série de beijos em suas costas.

− Acha que perderemos isso, Robin? Quando sairmos da ilha? – A encarou por cima de um dos ombros. Robin pareceu pensativa.

− Eu não tenho certeza. – respondeu finalmente. – Não existe um relato que confirme o que acontece com os casais que são afetados pelos gases depois de deixar a ilha. Mas acho que se isso for o que realmente queremos, vai continuar acontecendo.

A ideia pareceu aquecer o coração da navegadora de alguma forma.

− Sempre achei que você desse em cima do Zoro.

Robin riu novamente.

Kenshi-san? Ele é bonitinho, mas não consegue apreciar uma boa conversa. Acho que ele está melhor com Sanji-san.

As sobrancelhas de Nami quase foram parar no teto.

− EEEEEEH? O QUE VOCÊ SABE QUE EU NÃO SEI, ROBIN? ME CONTE TUDO! T-U-D-I-N-H-O!

Robin apenas divertiu-se, vendo o quanto Nami parecia alheia à situação dos próprios companheiros.

X

A expedição na ilha rendeu ótimos frutos para Nami e Robin e, consequentemente, para o bando dos Mugiwara. Haviam conhecido ótimas pessoas na ilha—uns tais ninjas que tinham olhos perolados foram muito úteis em encontrar os tesouros para elas!—e Robin tinha descoberto que de alguma forma, aquela linguagem desconhecida tinha conexão com os poneglyphs. Nami e ela voltaram carregadas com pérolas e outros tesouros encontrados pela ilha.

− Acha que no ano que vem conseguiremos voltar para cá? – Nami perguntou. – Talvez eu devesse marcar essa ilha com o log pose.

− Talvez a ilha resolva se mudar. – Ponderou Robin. – Talvez não esteja mais aqui quando voltarmos. Deve fazer parte da magia, afinal.

Nami soltou um muxoxo, imaginando todos os tesouros que não tinham tido tempo de desvendar.

− Não fique assim. – Robin lhe distribuiu beijinhos pelos ombros. – Existem coisas que levaremos daqui para sempre.

Nami soltou um suspiro satisfeito. Tinha mesmo que concordar que a ilha Korassaum havia sido o melhor destino para as duas.


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Notas finais do capítulo

Com isso, chegamos à reta final dessas fics que eu acabei escrevendo em três dias! Uma em cada. Eu simplesmente me maravilhei, foi como viajar junto com eles. Tinha tanto tempo que não escrevia no fandom de One Piece! E foi maravilhoso!

Espero que vocês gostem bastante, tanto como eu gostei de escrever! Espero que goste do presente que não me pediu, Kori ♥

Até mais!



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