O que se esconde por trás do coração escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 1
É bom demais para ser verdade!


Notas iniciais do capítulo

Local: Ilha Korassaum
Desvendadora: Kori Hime
Descrição: O lema de Korassaum é “O amor é um furacão, surge no coração sem ter licença pra entrar.” Sim, é uma música do Roupa Nova.
A ilha Korassaum fica exatamente entre as ilhas Sunshine e Escuridown.
Existe um vulcão ativo no centro da ilha. Entretanto, ele não expele lava ou cinzas. Todos os dias, o Vulcão Hime expele um gás tóxico que causam efeitos diversos nas pessoas. Chamamos de “gás do amor”. Mas, cuidado, o gás do amor pode te levar à loucura, e eu não estou falando no bom sentido. Literalmente pessoas foram à loucura e é por isso que temos uma equipe especializada em conter situações embaraçosas, como da última vez que um hóspede se casou com um coqueiro e praticou atos libidinosos na praia.
Não se assuste se os nativos de Korassaum tratarem você com muito carinho. Mas saiba que o gás do amor não tem efeito sobre eles, então é possível que seja porque estão com fome e você parece ser apetitoso. Ah! É uma tribo canibal.
Aviso importante: Somente aceitamos pessoas maiores de 18 anos, ou quem fizer uma identidade falsa muito convincente.
Hotel: Sim, um hotel cinco estrelas com uma vista exuberante para o Vulcão. E algumas cabanas em frente à praia.
Como chegar na ilha: De barco e avião, partindo de Misaki.
Casal escolhido: RoNam ??“ One Piece
Requisição: os personagens vão para a ilha passar 31 dias. Não é preciso descrever com acurácia esses dias.



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Foi com muita alegria que Nami apostou naquele cassino das Ilhas Marduk e acabou como a grande vencedora do prêmio principal: uma viagem completa para todos os Mugiwara para um resort de ilhas onde, inevitavelmente, eles teriam que se dividir entre as três ilhas. Sua sorte nunca estivera tão grande! Nunca havia sido tão prazeroso jogar em uma aposta!

É claro, Nami não costumava perder (apenas de vez em quando, e isso a deixava de péssimo humor. Perder suas berries preciosas?! Onde já se viu?) em jogo algum, o único azar em sua vida vinha dos amores que nunca davam certo, mas bem, ela tinha dinheiro e enquanto pudessem saquear, roubar e conquistar, continuaria feliz pelo resto dos seus dias.

Logo no avião, ficou decidido a disposição dos membros do Sunny, de forma que ela e Robin acabaram na única ilha cujo hotel parecia reservar os melhores 31 dias de luxo que o dinheiro pode pagar—e tudo isso na faixa! Quer coisa melhor? Certamente Nami não conseguia pensar em nada, exceto em mais tesouros—talvez uma ilha recheada deles! O que poderiam descobrir por lá?

Tudo havia sido arquitetado com minúcia, inclusive mandar Luffy, Usopp, Chopper, Sanji e Zoro para a Sunshine Island onde dragões (leia bem, dragões!) habitavam. Se existe uma criatura que guarda tesouros reluzentes como ouro ou como belos diamantes, essa criatura são os dragões. E quem melhor do que aqueles cinco cabeças de vento para resolver o quebra-cabeças?

Para Brook e Franky, sobrara a ilha Escuridown, que não lhe remetia a coisas muito boas—talvez a nuvem obscura que pairava sobre ela indicando chuvas constantes não fosse muito amigável para Nami—, mas certamente uma ilha com esse aspecto deveria ter tesouros exuberantes! Como ela poderia negar a exploração desta? Franky e Brook eram perfeitos para o trabalho. Bem, na verdade Zoro deveria tê-los acompanhado, mas Nami viu o cabeça de alga entrando no barco errado. Por sorte, a criatura que os recebeu na entrada não reclamou do fato ou teriam problemas porque Zoro era simplesmente cabeça dura demais para admitir quando estava perdido, o que acontecia quase sempre, obrigado.

− Ne, Robin, você acha que deveríamos ter escolhido a Sunshine Island? Parece que Pell e Chaka foram para lá. Você se lembra deles? – Nami questionou, o grande chapéu cobrindo seu rosto enquanto se ajeitava na embarcação que ia na direção das ilhas Korassaum.

− Hai. Os guardiões da princesa Vivi, não é? – Robin folheava um livro que havia trazido consigo dentro da bolsa, ajeitando os óculos de grau sobre o rosto.

 − Exato! – respondeu com um sorriso, bisbilhotando o livro de Robin. Algo sobre 1001 coisas para se fazer em ilhas exóticas. – Quem sabe não poderíamos conseguir alguma recompensa da princesa... Como será que ela está?

Robin deu um risinho do muxoxo feito por Nami ao apoiar o rosto em seu ombro, aparentemente exausta da viagem de avião.

− Mas naquela ilha, não teríamos todo o conforto daqui. – Acariciou de leve os fios ruivos em um cafuné que foi muito bem-vindo para Nami. Havia um perfume levemente adocicado que não era o de Robin e que pairava no ar desde que tinham começado a se aproximar da ilha que ficava no epicentro das outras duas.

− Acho que tem razão. – Nami concordou, os olhos ligeiramente cerrados por conta do sol forte. – Pegaremos belos dias aqui, Robin-chan. Voltaremos bronzeadas.

A arqueóloga concordou, sentindo-se repentinamente muito à vontade do lado da navegadora.

X

Os moradores da ilha receberam Nami e Robin com muito carinho, prometendo mostrar a elas cada segredo da ilha se retornassem para a festa que ofereceriam aos seus deuses dentro de três dias. Nesse tempo, elas deveriam aproveitar o sol para se bronzear e ficarem no ponto.

Nami achou a expressão engraçada, mas Robin ficou um pouco desconfiada do que aquilo queria dizer. Decidiu, por fim, que gostaria de visitar a biblioteca que era anexa ao hotel e na qual elas tinham acesso por serem hóspedes VIP do local (Nami tinha mesmo tirado a sorte grande!).

A única regalia a que tiveram direito e abriram mão foi a de um quarto individual. Acostumadas a dividirem o quarto no Sunny e apreciando a companhia uma da outra, Nami e Robin decidiram por bem que ficariam em um quarto conjunto, e foi cedido a elas, depois que Nami teve uma doce conversa com o recepcionista do hotel, a suíte presidencial onde apenas reis e príncipes e grandes celebridades deveriam ficar. Mas de alguma forma, Nami havia convencido o homem que ela e Robin eram grandes modelos famosas de um país tropical, com um tal sobrenome Bündchen que não queriam usar ali para não chamar a atenção para quem realmente eram. Mamão com açúcar!

A navegadora foi a primeira a mergulhar em uma cama de casal que deveria ter o tamanho de seu quarto com Robin no Sunny enquanto a arqueóloga se ocupava em estudar os sais de banho, deixando a água quente espalhar seu vapor pelo banheiro enquanto preparava para as duas um banho maravilhoso.

− Hmmm, esse lençol deve ter tipo um milhão de fios egípcios, Robin-chan! – Nami gemeu de prazer, abraçando-se ao travesseiro. – E esses travesseiros? Definitivamente feitos com penas dos habitantes de Skypea! Será que isso é contra a lei? – Arqueou as sobrancelhas, mas ao sentir a maciez das penas, decidiu que não se importaria com isso no momento.

O vapor que saía do banheiro tinha um aroma delicioso que Nami não conseguia identificar, mas por alguma razão lhe lembrava o cheiro das laranjeiras de sua infância, o mesmo cheiro que permeava o Sunny quando se aproximava dos pés que havia plantado lá, ela mesma.

Quando Robin saiu de dentro do banheiro, trajando nada mais do que roupas de banho, Nami arqueou as sobrancelhas, encarando a nakama. Havia algo de diferente em seu corpo, algo que talvez nunca tivesse notado. Mas Nami achava que podia ser apenas impressão sua.

− Você mudou de hidratante, Robin-chan? – Levantou-se, indo analisar mais de perto a textura da pele da companheira. E tocou seu braço sem receber nenhum tipo de resistência da outra mulher.

− Não. Por quê? – Virou o rosto na direção de Nami, que alisava seu braço e subia a mão lentamente por seu ombro. Parecia um tanto estranho, ela achou por um momento, mas extremamente bom. E talvez Nami apenas quisesse saber se a textura da sua pele estava diferente mesmo.

− Apenas um palpite. – Seu rosto escorou de leve sobre o ombro da arqueóloga, aspirando seu perfume de jasmins. Impregnava a pele, o quarto, tudo ao redor. E Nami quis senti-lo mais de perto. – Aquele banho é para nós?

Robin sentiu que sua boca estava seca de repente. E o coração muito acelerado. A resposta era sim, claro, e estava na ponta da língua. Havia preparado aquele banho para as duas, como tantas vezes fizera dentro do Sunny, onde dividiam a banheira, desprovidas de quaisquer roupas que fosse, e onde Nami sempre lavava seus cabelos e suas costas e ela retribuía o favor, como as boas amigas que eram.

− Eu... sim, claro. – gaguejou um pouco, fato que não passou despercebido por Nami, que ergueu o olhar na direção de Robin, piscando lentamente. Estavam tão próximas... e de repente a boca da arqueóloga, repuxando e mordendo os lábios daquela maneira pareceu muito convidativa.

Espere. Convidativa?

Somente naquele momento, Nami pareceu notar a estranheza da situação, dos fatos e da maneira como falava com Robin. Como se ela fosse um delicioso pedaço de carne no prato e Nami, o próprio Luffy desejando-a como se não houvesse amanhã. Afastou-se, parando de alisar a nakama e recebendo um gemido de protesto de volta.

− Robin-chan? – chamou-a. Robin entreabriu as íris azuladas para encarar a navegadora. Havia algo de muito sexy na maneira como ela se virou e a encarou, os fios de ébano colando-se à pele suada pelo vapor. – O que você...

Ela não teve tempo para analisar a situação ou responder quando Robin a colou na parede ao lado da suíte. Um gemido que poderia ser de surpresa ou de prazer escapou de seus lábios quando sentiu o ar espiralado sair da boca da arqueóloga tão próxima da sua. Uma das pernas de Robin estava firmemente entre as suas, travando seu corpo e fazendo Nami desejar roçar contra ela. Excitação a invadia de uma maneira que não sentia há meses—e era muita.

− Eu não sei. – murmurou ela em voz lânguida. – Mas quero você. Quero tanto você que meu corpo queima de desejo. Me sinto, talvez, como Sanji sempre que olha para nós.

Ou como Luffy encarando uma carne, foi o que Nami não quis dizer ao sentir os lábios de Robin colarem em seu pescoço, a língua deslizando por toda a extensão e lhe arrancando um gemido que agora era definitivamente prazer.

− A-acha que devemos mesmo fazer isso? – Nami queria ser analítica, queria pensar com a cabeça nas implicâncias que algo assim causaria na relação de ambas. Mas Robin, que deveria se prestar a esse papel mais que ela, parecia extremamente feliz em se entregar ao momento.

− Digo uma coisa, navegadora-san,— Há quanto tempo Robin não lhe chamava por aquele apelido? A única pessoa com quem ela continuava implicando era Zoro. Definitivamente porque ele se irritava em ser chamado de kenshi-san— que tal começarmos por aquele banho – A boca dela foi deslizando por sua clavícula, a língua passando de maneira libidinosa pelo osso desnudo enquanto seu rosto escorregava até que passasse a beijar a extensão de seus fartos seios. Uma mão, que Nami não sabia de onde havia surgido, passou a massagear seu outro seio, e ela gemeu de maneira mais aguda e extremamente grata pelo contato. – e decidirmos depois se isso é o que queremos ou não?

Havia algo no olhar de Robin, que definitivamente não era Robin. Mas sentindo aquelas mãos—que eram muitas---passeando por seu corpo agora, enquanto aquela coxa roçava de maneira sugestiva entre suas pernas, excitando-a ainda mais, nublou ligeiramente seus pensamentos.

− Me parece... uma ótima ideia. – Suspirou de maneira sôfrega quando a boca responsável por brincar com seu seio passou a chupar seu mamilo de um jeito tão delicioso que lhe fez sentir as pernas estremecerem. – Mas que tal começarmos pela cama de lençóis macios?

Robin sorriu diante da sugestão.

− Me parece uma ótima ideia, navegadora-san.— O sussurro em seu ouvido arrepiou até os pelos da alma de Nami. E ela quis sentir cada pedacinho daquilo que Robin tinha a lhe oferecer.

X

Tudo foi ótimo: a noite, o banho, os toques de Robin em seu corpo e a maneira como a arqueóloga a fez gritar, pedindo por mais daquilo que ela tinha a lhe oferecer. Nami nunca achou que a Hana Hana no Mi pudesse ser tão útil nesse sentido, mas agora que havia provado do sabor daquela fruta, sabia que não queria nenhuma outra.

Quando despertou na manhã seguinte, com a visão de Robin adormecida e abraçada ao seu corpo emaranhada naqueles lençóis vazios, teve a certeza de que não queria sair daquele quarto pelos próximos trinta e um dias, onde poderiam simplesmente se acabar as duas em prazeres carnais, descobrindo quais pontos do corpo de cada uma eram os mais sensíveis, embora devesse admitir que Robin levava vantagem por ter uma mãozinha a mais.

Aquele cheiro inebriante ainda pairava no ar e foi com muita dificuldade que Nami levantou-se da cama com todo o cuidado do mundo para não despertar Robin. Ela abriu as grandes cortinas do quarto que davam acesso à uma vista linda do vulcão que era uma das maiores atrações da ilha. Mas não havia estudado sobre ela tempo o suficiente para saber nada além da beleza e do clima maravilhoso que pairava sobre aquele local.

De repente, sentiu um par de mãos envolver sua cintura e o queixo de Robin apoiar-se sobre seu ombro com beijos suaves que lhe despertavam um leve choque a cada toque. Sua coluna ficou ereta e Nami tombou o pescoço para dar-lhe mais acesso.

− Achei que tivesse sido sutil ao me levantar. – Nami murmurou entre suspiros.

− Você foi. Mas senti falta do seu corpo junto ao meu. – Robin respondeu de maneira categórica, apertando o corpo da navegadora contra o seu.

− Possessiva. – Deu um risinho baixo, os olhos fixos no vapor que era exalado do vulcão. – Não é lindo?

− Toda essa ilha parece maravilhosa demais para ser verdade. – Os olhos de Robin esquadrinharam o ambiente. – Achei os moradores tão amigáveis. Acho que não estou acostumada a isso.

Nami abriu um sorriso triste, lembrando-se do passado da nakama. E em como ela era perseguida pelo Governo apenas por pertencer a Ohara.

− Sinto muito. Não quis tocar na ferida.

− Não tocou. Vocês já a curaram.

Ouvir aquilo era maravilhoso de maneiras que Nami não sabia dizer. Talvez quase tão maravilhoso do que sentir as mãos de Robin descendo por suas curvas.

− O que acha de tomarmos café na cama antes de sairmos para as compras? – Nami sugeriu.

− Acho que pode ser uma ótima ideia. Se importaria se eu passasse na biblioteca antes de sairmos? – Mordiscou sua orelha de leve.

− Pedindo assim com jeitinho, acho que posso esperar um pouco por você. – Virou-se na direção de Robin e enlaçou seu pescoço, roubando um beijo leve da arqueóloga.

− Eh? – Abriu um sorriso provocante. – Posso pensar em muitas formas para pedir com jeitinho pra você.

Riram juntas, embrenhando-se novamente nos lençóis.

X

− Aqui diz que essas ilhas nem sempre estiveram aqui. – Robin folheava um livro, confortavelmente sentada em um dos pufes da biblioteca com Nami ao seu lado. A navegadora olhava os possíveis pontos turísticos para visitarem depois que fizessem suas compras. Optaram por naquele dia deixar o banho de sol de lado, pois não queriam ter uma insolação com o clima demasiado quente, provavelmente ocasionado por uma alteração no clima que envolvia camadas de ar quente trazidas da Sunshine Island pelo vento.

− Não? E de onde elas vieram? – Nami arqueou as sobrancelhas, de repente interessada no que Robin tinha a dizer.

− Parece que em algum momento, pertenceram ao território de Skypea, mas uma alteração climática ou algum tipo de desastre fez com que caíssem, literalmente, do céu. E depois disso passaram a vagar como ilhas flutuantes no oceano até que se estabeleceram aqui, adaptando-se melhor ao clima da região. Talvez por isso nunca tenham sido descobertas antes que estes desbravadores com o líder Seiji chegassem ao local. – Robin levou o indicador até a ponte do nariz ajeitando os óculos. Para Nami, foi muito difícil não atacar a arqueóloga ali, mas contentou-se em apenas observá-la.

− Skypea. – Nami pareceu pensativa. – Será que é por isso que o vulcão não está ativo? Quero dizer, ele não expele nada além daquela fumaça de cheiro delicioso. Tenho quase certeza que é de lá que o sinto!

− O cheiro? Você também sentiu? – Robin inclinou o rosto para o lado. – Achei que preferisse o aroma de laranjas ao de livros.

− Eh? Mas claro que prefiro, Robin-chan! O que claramente é o cheiro que sai daquele vulcão! – Exclamou Nami. Cheiro de livros! Quem poderia gostar daquele cheiro poeirento ao ponto de se inebriar com isso? Mas ao olhar para Robin, ela ainda sustentava um sorriso sugestivo. – O que? Não é esse o cheiro que você sente?

− Não. – Encolheu os ombros e ergueu-se. – Acha que pode ir às compras sem mim? Quero pesquisar um pouquinho mais a respeito. – Seus dedos passearam pelas prateleiras, de repente animada com a ideia de pesquisar mais a fundo sobre aquelas ilhas.

− Teremos tanto tempo para isso! – Nami fez um muxoxo, recebendo uma olhada feia da bibliotecária pelo seu tom mais alto de voz. Robin deu um risinho baixo. – Vamos curtir um pouco, Robin! – murmurou perto de seu ouvido. Robin retesou a coluna; Nami havia conseguido o efeito desejado.

− Quero apenas garantir que sabemos de tudo. Conhecimento é poder, sabe?

Nami sorriu e mordiscou de leve a orelha da arqueóloga.

− Posso pensar em outras coisas que também são poder.

X

No fim das contas, Nami havia vencido, de forma que deixaram os livros de lado e foram às compras no vilarejo da ilha. Todos os moradores lhes cumprimentavam com avidez e alegria, ressaltando para elas o quanto era importante o banho de sol. Alguns deles, até mesmo lhe forneciam hidratantes e bronzeadores que tinham o cheiro de especiarias deliciosas.

− Acha que Sanji não ia gostar dessas coisas? Manjericão com maracujá? – Nami questionou. – O cheiro do hidratante é simplesmente maravilhoso, mas eu poderia usar pra temperar uma salada!

Robin deu um risinho.

− Aposto que ficaria delicioso na sua pele também.

A sugestão fez Nami morder os lábios de leve. Será que tanto tempo assim sem deitar-se com alguém a haviam tornado uma maníaca sexual ao ver-se tão satisfeita ao lado de Robin? Ela não tinha tanta certeza assim.

Finalmente, passando pela última loja, Nami notou uma livraria, poeirenta e esquecida. Talvez achasse ali o presente perfeito para Robin.

− Pode esperar um pouco aqui fora, Robin-chan? Acho que vi um perfume maravilhoso que quero pegar para mim!

Robin ia sugerir que fossem juntas, porque nunca parecia uma boa ideia andarem sozinhas em filmes de terror, mas Nami já havia desaparecido, deixando-a de olho nas compras.

A princípio, quando entrou na livraria, uma brisa suave trouxe consigo o cheiro dos livros que Robin tanto adorava; para Nami serviu apenas para trazer uma crise de espirros das brabas que chamou a atenção do proprietário, um velho senhor que esfregou as mãos com ares de bonachão ao ver Nami. Pobre coitado, mal sabia com quem estava lidando!

− Em que posso ajuda-la, minha deliciosa visitante? Precisa de algo para ler? Um livro de receitar diversificadas talvez? – O brilho no olhar do velho deixava transparecer o que ele realmente queria. E se Nami não quisesse tanto agradar Robin com um presente, deixaria isso para lá.

− Estava pensando em algo mais sofisticado. Um livro em alguma linguagem antiga, desconhecida? Com histórias, talvez? – Parecia ser o tipo de coisa que agradaria Robin.

O homem pareceu pensativo por um momento e murmurou um volto logo de quem não parecia nada satisfeito com uma ruiva metida a sabichona em sua loja. Demorou tanto tempo, que Nami achou que ele não voltaria mais, mas finalmente ele repousou um livreto de capa de couro escrito com letras douradas diante dela. Quando assoprou a frente, a poeira voou ao redor dos dois, fazendo-a espirrar novamente.

− Esse é um livro antigo, está aqui desde que meus bisavós fundaram este lugar. – disse ele. – Mas a linguagem... nenhum de nós pôde desvendar o suficiente para saber sobre o que é. Se levar com você um livro de receitas, posso dar-lhe de brinde já que ninguém nunca quis levá-lo.

A palavra brinde saltou aos ouvidos de Nami, que prontamente aceitou, achando que Sanji adoraria saber mais sobre a culinária local.

− Feito!

Nami ainda conseguiu um desconto maravilhoso que fez o dono da loja chorar enquanto ela saía carregada de livros de lá.

− Robin, consegui algo maravi...lhoso. – Sua voz foi morrendo à medida que olhava ao redor. Todas as compras que haviam feito estavam devidamente colocadas em seu lugar, mas Robin não estava em lugar nenhum. Até que finalmente a encontrou.

− Olá, Nami-san. – Acenou para a nakama, um sorriso tranquilo lhe pintando os lábios. – Acho que esses gentis membros da comunidade estão nos chamando para um jantar. Aparentemente sua festa foi adiantada para hoje e parece ser de muito mau grado recusar. O que acha?

Os gentis membros da comunidade em questão apontavam lanças para a nuca de Robin, e flechas em sua direção. Como negar um pedido que parecia tão convidativo?

− Claro, claro que sim! – concordou prontamente. – Mas temos que deixar todas essas coisas no hotel!

− Meus netos se encarregarão de entregar todas as suas coisas, não se preocupem. – A voz do dono da loja ecoou atrás de Nami. – Levem elas para o preparo.

Nami engoliu em seco.

− Preparo?

O velho decrépito apenas sorriu, passando uma das mãos sobre seu rosto.

− É. Acho que você ficará deliciosa imersa em tempero!

A gargalhada dele ecoou ao redor enquanto os demais membros começavam a cantar uma música estranha, carregando Nami e Robin para um destino que nenhuma das duas parecia estar pronta para enfrentar.


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Notas finais do capítulo

Cá estou eu com a última ilha, a segunda a ser escrita por mim!

Novamente, nessa fic, as ilhas Marduk são citadas como o local maravilhoso que são. Sério, leiam a história. É de rir até cair o queixo!

Nessa aqui, é a primeira vez que me aventuro com o casal RoNami. Obrigada por abrir meus olhos para o mundo, Kori!

Essa ilha foi uma das mais divertidas de escrever, mas não posso dizer que não gostei de todas.

O segundo capítulo já vem aí! Espero que gostem, pessoal!



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