Like a Vampire 2: Bloody Marriage escrita por NicNight


Capítulo 19
Capítulo 19-Uma nova vida


Notas iniciais do capítulo

MAIS UM CAPÍTULO SAINDO DO FORNO PRA VOCÊÊS
(Quem vê a plenitude nem imagina que é a décima vez tentando postar o capítulo mas não conseguindo porque a internet não coopera)
Enfim, boa leitura ❤



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Narração Priya

Assim que cheguei em casa, bati a porta atrás de mim. E lá tinha ido mais um dia letivo.
Marie e Victoria estavam logo á frente, já correndo para falar com suas irmãs.
Soltei um suspiro cansado, acelerando meus passos pra ver Brunna,Daayene e Anna. Aparentemente, todas estavam na cozinha(Graças ás altas risadas que dava pra ouvir da sala, ficava fácil deduzir que só elas podiam estar lá).
—Boa tarde, meninas!- Daayene nos cumprimentou de forma animada, mordendo uma maçã que estava em suas mãos- Como foram as aulas?
—Normais, como todo dia- Marie se jogou na cadeira, roubando a maçã de Daayene e mordendo.Minha irmã olhou pra ela com raiva.
—Tivemos algumas dinâmicas no curso de Jornalismo, mas nada de muito diferente- Victoria sorriu, se sentando na frente de sua irmã e abrindo o pote de biscoitos de canela.- E vocês, preparadas pra aula de hoje?
—Como sempre estaremos- Brunna revirou os olhos, tirando os olhos do livro que estava em seu colo-Mas meu corpo todo já fica agoniado só de lembrar que vamos ter que rever os Mukami hoje.
—Pelo menos a partir do ano que vem não vamos mais ter que ir pra escola, Brunna- Sofie chegou perto da loira, que deu um sorriso fraco pra mesma- Mas não consigo imaginar como eles vão reagir vendo a gente depois de nós termos fugido com os Sakamaki...
—Ou depois de nós termos quebrado a câmera que provavelmente foram eles que colocaram no carro da Mah- Sarah fez beicinho, cruzando as pernas- Sério, ainda não acredito que eles foram doidos o suficiente pra fazer isso!
—Sarah,minha querida irmã- Lua chamou a mais velha. Só então eu percebi que ela estava sentada em cima da bancada- Se você me dizer uma única vez que algum vampiro não foi doido com a gente, eu te dou um milhão de reais.
—Se vocês continuarem nesse papo de vampiros doidos, provavelmente vão ser xingados pela Victoria- Nikki comentou, olhando de canto pra mais velha e sendo respondida com uma cotovelada fraca no braço- O que foi? É verdade!
—Como foi o almoço de vocês?- Mudei de assunto, sentindo meu estômago revirar levemente com a menção daquele assunto.
—F-foi... Normal- Anna respondeu, se encolhendo perto de mim.-Parece que aqui os almoços são mais... Divertidos.
—É claro que são, nós também mandamos nessa casa!- Lua levantou os braços, fazendo suas irmãs revirarem levemente os olhos enquanto abafavam algumas risadas-Por falar nisso, nós já vamos ter que nos arrumar para ir pra escola, meninas!
É verdade, hoje também havia tido uma palestra no final das aulas. Isso havia resultado em nós chegando em casa mais tarde.
Olhei pro relógio, já eram quase sete horas da noite. Maldita palestra.
Sofie, Sarah, Lua, Nikki, Brunna e Daayene se despediram de nós para de arrumarem pra escola. Victoria então arrastou Marie para ver alguma coisa em seu quarto, deixando apenas eu e Anna na cozinha.
—Não vai pra escola hoje?-Perguntei, olhando pra ela de forma preocupada-Não pode faltar muito, Anna.
—Eu não sei...- Anna murmurou, deitando a cabeça na mesa- Eu tô estranha...
Eu já imaginava que seria isso assim que eu perguntei. Existiam dias que Anna simplesmente não conseguia sair de casa, e ela diz que é como se ela se sentisse cansada e acabada só de sair da cama.
É claro que tudo que eu podia fazer nessas horas era ser a melhor irmã mais velha possível.
—Ei, o que você acha de nós explorarmos a mansão enquanto as garotas estão lá nos quartos?- Ofereci, apertando a mão da menina de 15 anos.- Já faz um tempo que nós temos um tempo só nós duas, né?
Os olhos de Anna brilharam de uma forma animada e cansada ao mesmo tempo:
—Isso me faria muito feliz.
A puxei pela mão, a levando para os fundos da casa.
Eu sabia que era um lugar que existia, mas por algum motivo nunca vi nenhuma das garotas nem mencionando o que havia lá. Mesmo que elas provavelmente sabiam dele.
No mínimo estranho, mas eu não me sentia no direito de julgar o que as Herbert escondiam de nós mais.
Mesmo depois de eu ter descoberto do casamento de Victoria, eu ainda confiava nas garotas. Afinal, ela tinha me avisado que estava apaixonada por Reijii antes mesmo de nós duas nos...
—Tem uma escada aqui- Anna apontou para o que estava ao nosso lado: Uma série de degraus aparentemente antigos de madeira.- Vamos descer?
Mesmo sabendo que eu podia me arrepender amargamente de ter descido aquelas escadas, eu concordei com a cabeça na direção de Anna e nós duas descemos as escadas juntas.
Eu passei a mão pelo corrimão enquanto eu descia lentamente os degraus. Anna, ao meu lado, parecia ficar levemente aterrorizada com o fato que lá era consideravelmente mais escuro do que o andar de cima.
Peguei meu celular e liguei a lanterna quando ficou escuro demais. Logo na frente do último degrau, várias portas(ok, sendo bem sincera, eram só quatro) de madeira branca estavam lá, intocadas. Percebi que três das portas estavam completamente fechadas, mas uma estava levemente entreaberta.
—O que a gente faz agora?!- Anna pareceu quase desesperada- E-estou me sentindo num labirinto, e nem sabemos qual porta escolher.
—Relaxa,mana- Eu coloquei uma mão em seu ombro, tentando soar um pouco reconfortante- Vamos ver o que tem nas portas fechadas, e depois olhamos a que está aberta.
Fomos em direção da primeira porta. Ao abrir, vimos que era um lugar onde as paredes e o chão eram feitos de uma espécie de pedra antiga. Demorei pra perceber que era uma espécie de quarto de celas, onde as grades pretas separavam espécies de quartos abertos do corredor.
Fechamos a porta rapidamente, e eu já senti meu coração bater rápido e se contorcer ao mesmo tempo.
Nos entreolhamos nervosas. Pulamos a porta entreaberta e fomos para terceira.
Quando abrimos, senti que aquilo seria a coisa mais normal que veríamos lá. Apesar de ser um pouco escuro e feito de pedras, a estranheza do cômodo desaparecia com a grande piscina azulada que ficava bem no meio.
—Pelo menos eles tem uma piscina na mansão- Anna comentou, dando de ombros- Eles estão se modernizando demais, considerando que eles são vampiros.
—Verdade.-Eu concordei, mordendo suavemente o lábio inferior- Sempre que Brunna ficava falando sobre aquelas histórias de vampiros, eu imaginava homens antigos em bailes. Não adolescentes com piscinas, computadores, televisões e até Netflix.
Fechamos a porta e tentamos abrir a quarta. Infelizmente, não importava o quanto eu ou Anna girassemos a maçaneta, a porta parecia se recusar a abrir.
Provavelmente trancada, maravilha.
Derrotadas, fomos pra porta aberta.
Assim que entramos lá, eu senti minha garganta ficar seca e meu nariz parecia queimar pela mistura de aromas que eu cheirava. Logo, metal, queimado...
Não pude deixar de fechar os olhos que já estavam choramingando e tossir com aquilo.
Mas assim que entramos completamente no cômodo, eu fiquei automaticamente preocupada.
O quarto era quase todo escuro, só uma luz esverdeada era a fonte de luz de tudo. Bem no meio, havia uma cadeira de madeira que era cercada de mesas e prateleira cheias de chicotes, facas, algemas, cordas e outras dezenas de instrumentos que eu sabia bem que só podiam ser do mal.
—O que diabos é isso?- Anna perguntou baixo, ainda tossindo- Uma cabine de dominatrix? Pra que não levam essas coisas pro quarto?
Fuzilei ela com os olhos pelo comentário, mas mesmo assim a respondi:
—Isso parece ser uma sala de tortura. Vamos embora, Anna, não deveríamos estar aqui.
Narração Marie
Eu não entendia até agora o que eu estava fazendo fora de casa ás plenas onze horas da noite. Mas eu estava.
Victoria havia me chamado pra darmos uma volta na região, algo que nunca havíamos feito. No final das contas, Victoria estava andando por um parque que ela achou por essas bandas e eu estava aqui.
Olhei pra igreja abandonada em minha frente. Apesar de estar aberta e aparentemente nova, eu não conseguia sentir que aquele lugar tinha sido usado por um longo tempo.
Dei mais alguns passos, sentindo minha sandália quase quebrar as pedras frágeis que eu estava pensando. Assim que entrei na igreja, percebi que fazia um longo tempo que eu não rezava.
Nunca fui muito religiosa, admito. Imagino que exista uma força superior controlando tudo isso, sim. Mas não sei se seria uma pessoa, um animal, um energia... Não sei se gosto de ficar presa em só uma crença.
Ajeitei minha saia verde, ficando de pé em frente ao altar e unindo minhas mãos enquanto fechava os olhos.
—Senhor, ou senhora, ou... É... Coisa, que está aí em cima- Comecei a murmurar pra mim mesma, quase rindo da idiotice que minha iniciação fora- Sei que não sou lá a crente mais praticante. E que talvez eu não tenha feito minha missão desse mundo de espalhar o bem e o amor. Mas... Eu só vim com o pedido pra você fazer minhas irmãs ficarem bem.
Respirei fundo, sentindo meus olhos quase cheios de lágrimas:
—Eu sei que como mais velha, é a minha função cuidar delas e prover uma boa vida pra elas. Mas... Eu nem sei se eu vou viver até o final da vida delas... Então, se por algum acaso eu for pra um lugar melhor primeiro que elas...Só... Tenta fazer elas ficarem bem.
Eu sussurrei um "Amém" fraco, enquanto enxuguei umas lágrimas que se esparramavam pelo meu rosto.
Idiotice, claro, mas eu me sentia mais leve de ter finalmente falado isso pra mim mesma.
—Ora,Ora, o que Bitch-chan está fazendo aqui?~~-Ouvi uma voz amargamente conhecida por minha pessoa atrás de mim, e me virei pra trás pra dar de cara com Laito- Está rezando?
—Eu estava rezando, antes de você aparecer- Eu respondi amargamente, ainda coçando meus olhos- Sério, eu não posso ter um pouco de privacidade aqui?
Ele riu, se aproximando um pouco de mim:
—Eu não sabia que você acreditava nessas coisas idiotas, Bitch-chan~. Religião, amor...Vocês, humanos, realmente se apoiam em suas invenções idiotas...
Arqueei uma sobrancelha na direção do rapaz, recuando:
—Com licença? Amor não é uma "invenção humana idiota". Só porque você não sente algo assim, não tente taxar os sentimentos dos outros como inexistentes. E também, eu não estou seguindo nenhuma religião: Estou seguindo minha plena fé.
Ele em meros segundos estava em minha frente, e eu senti meus quadris batendo no altar. Olhei para Laito novamente, e eu percebi que aqueles olhos verdes estavam brilhando com algo mais... Triste. Algo menos brincalhão e pervertido.
Mas ao mesmo tempo era um olhar mais sádico, como se ele sentisse prazer vendo meu corpo se encolher discretamente pelo medo que começava a me dominar
—Você ainda tenta ter fé?- Laito respondeu em um tom mais sério, sua mão fria encontrando a minha nuca- Ninguém está aqui pra te salvar. Deus, sua família, seus amigos novos. Você está sozinha, mas talvez você goste disso...Marie.
Quando meu nome foi sussurrado ao pé do meu ouvido, eu senti um arrepio amedrontador percorrendo meu corpo inteiro. Suas mãos seguraram meu pulso, me deitando completamente no altar.
Tentei dar uma joelhada nele, que rapidamente segurou minha perna com seus olhos brilhando cheios de malícia novamente:
—Você é tão deliciosamente previsível, Bitch-chan~.
Ele passou um tempo apenas olhando minhas pernas, antes de começar a fazer os caminho da minha coxa até meus pés com os dedos. Seu toque era leve como uma pena, e me fez sentir totalmente quente e até vermelha de vergonha e raiva.
Eu senti meus olhos e minha boca se escancararem quando Laito posicionou minha perna sob seu ombro, abrindo minhas pernas para ele.
—O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?- Eu berrei, me apoiando em meus cotovelos e me esforçando para pressionar minhas coxas juntas.
—Eu só quero sugar seu sangue de um lugar mais doce- Laito sorriu, aproximando seu rosto de mim enquanto corava levemente- Esse seu rosto, raivoso mas ainda assim tentando esconder sua paixão secreta... Tão excitante...
Ele se ajoelhou em minha frente, e eu só consegui morder minha manga quando eu senti suas presas perfurando a parte interna da minha coxa.
A parte sensível facilmente ficaria roxa, e estava doendo mais do que qualquer mordida que eu podia ter experimentando. A intimidade do ato ainda me fazia querer vomitar, e eu me senti quase chorar de novo enquanto eu encarava o teto da igreja.
Porém, após pouco tempo, ele se levantou e se afastou de mim.
Eu me sentei no altar por alguns segundos, olhando pra ele com tanto ódio e nojo que eu tive que morder minha boca fortemente pra não berrar.
Eu me levantei rapidamente, e empurrei ele pra mais longe ainda de mim com toda a força que pude. Ele caiu no chão, e seu chapéu saiu de sua cabeça.
Sem olhar pra trás, eu corri o mãos rápido que eu pude.

Narração Priya

Eu fiquei honestamente assustada quando as garotas chegaram em casa correndo, e gritando enquanto procuravam por Victoria e Marie.
—Priya!Anna!-Nikki nos chamou, com a respiração abafada- Vocês sabem onde as meninas estão?
—Elas foram passear pelas redondezas na última vez que eu vi, Nikki- Respondi, e não pude deixar de ficar preocupada quando Brunna e Daayene também entraram pela porta e as Herbert se entreolharam-Alguma coisa aconteceu?
—Laito é da nossa turma-Daayene explicou, olhando de forma ansiosa para Lua, que só acenou com a cabeça- Ele saiu no meio da aula dizendo que precisava resolver uma coisa.
—O que já não é muito normal, considerando um aluno normal- Brunna comentou, colocando as mãos nos bolsos.
—O que acontece é que Kou disse pra Daayene que uma das fãs dele viu Laito indo pra casa dele- Sarah apertou seus cabelos suavemente- Kou não é a fonte mais confiável, mas ele também disse que ele veio nessa direção...Mas não exatamente entrou na casa.
Me assustei quando, de repente, houve um barulho estrondoso de trovão e logo depois começou a chover.
—E a última vez que Laito saiu no meio da aula foi pra morder a Marie- Sofie mordeu o lábio-E Daayene disse que está sentindo que algo ruim podia acontecer. Por isso nós viemos.
—E-eu sei onde elas estão- Anna levantou a mão fracamente, e todas viraram pra ela esperançosa- Marie disse que queria dar uma passada numa igreja que ela tinha visto aqui por perto.
As Herbert se entreolharam.
—A igreja abandonada?- Nikki perguntou, e Anna deu de ombros- Não sei por que Marie iria pra lá, mas é a única pista que temos. Eu e minhas irmãs vamos lá.
—AH MAS VOCÊ TÁ É DOIDA!- Daayene gritou, fazendo Sarah pular de susto- A gente não vai deixar vocês irem pra lá sozinhas.
—São as nossas irmãs, Daay- Lua fez beicinho- A gente não pode envolver vocês nas tretas da nossa família.
—Que se dane!- Brunna deu um passo a frente- Nós somos amigas, e nós vamos com vocês até o fim! Não ligamos se isso tem a ver com os vampiros ou sei-lá-mais-o-que!
—Brunna, você está sendo irracional- Sofie arqueou a sobrancelha, recebendo um olhar reprovador da minha irmã- Tá chovendo, e todo mundo aqui vai a pé porque não tem carro. Vocês não são obrigadas a saírem da sua zona de conforto para tentarem nos ajudar.
—Mas nós queremos- Eu me levantei, ficando ao lado de minhas irmãs e sendo seguida por Anna- Podemos ainda estar muito confusas com tudo, e eu ainda estar muito impactada com o que está acontecendo...Hoje mesmo eu achei uma sala de tortura lá embaixo.-Percebi que Nikki e Lua se entreolharam, como se soubessem sobre o que eu estava falando- E por isso nós não somos as melhores heroínas. Mas vocês dizem que nós somos amigas e um exército, e por isso nós não podemos quebrar nossos votos umas com as outras.
—Exato!- Anna pareceu estranhamente determinada, e eu olhei pra ela com muito orgulho-Nós estamos juntas nessa.
Estendi a mão para Nikki, quase que num acordo de paz.
Ela apertou minha mão com força, e se virou de costas pra nós:
—Vamos então, tentar achar essas meninas.
Sofie abriu a porta e todas nós saímos e eu tremi pelas garotas que estavam usando saias curtas naquele frio. Em menos de cinco segundos a chuva já havia encharcado toda minha roupa e meu cabelo.
As Herbert foram na frente, correndo o mais rápido possível pelas ruas completamente vazias. Sem discutir, eu e minhas irmãs seguimos elas na mesma velocidade.
Não sei exatamente quanto tempo passamos correndo. Só sei que quando as garotas disseram que estávamos muito perto, eu já estava tremendo de frio e minhas pernas estavam parecendo que iam se atrofiar com o cansaço.
Desaceleramos assim que chegamos na frente da igreja, e eu vi o carro de Marie parado na frente.
Porém, completamente vazio.
—O que vocês estão fazendo aqui?!-Olhei pra trás, dando de cara com Victoria. Ela estava usando um vestido curto vermelho(que ficava bem justo ao seu corpo pela chuva) e logo ao seu lado havia Marie, que estava com uma expressão dolorida e sangue escorrendo pela sua coxa.
—Ele mordeu sua coxa?!- Sarah perguntou, apontando para Marie que apenas concordou com a cabeça- Ugh. Deve ter doído.
—Enfim, não importa, nós temos que ir embora pra casa de novo antes que os meninos cheguem e enlouqueçam falando que a gente traiu eles.-Sofie suspirou, tentando tirar um pouco da água do cabelo e falhando miseravelmente.
—Eh... Meninas... Eu acho que tá um pouco tarde demais pra isso- Lua hesitou, parecendo assustada.
—O que você quer dizer com isso?-Perguntei, honestamente confusa.
—Ela quer dizer que isso está nos barrando.- Brunna respondeu enquanto apontava para a distância.
Mesmo com a neblina leve que preenchia o local e a chuva forte que não parava de cair, eu ainda conseguia ver o que Brunna estava apontando.
Dezenas de lobos estavam nos cercando. Seus pêlos eram arroxeados, mas uma espécie de brilho mágico vermelho emanava dos mesmos e seus olhos dourados pareciam completamente selvagens e vivos.
—Esses são... Lobisomens?-Daayene perguntou com muita hesitação na voz. E também muito medo.
—Acho que não-Nikki respondeu, mordendo o lábio- Estamos longe demais dos lobisomens para ver alguns deles por aqui.
—Pensando por esse lado, quais são os mais próximos daqui?- Anna perguntou, sem gaguejar dessa vez. Em situações necessárias, ela sempre falava sem gaguejar.
As gêmeas se entreolharam, e falaram ao mesmo tempo:
—Demônios.
Nós ficamos por alguns segundos nos encarando, os lobos farejavam o ar e se aproximavam de Lua e Nikki.
—E agora, o que a gente faz?-Marie sussurrou, parecendo confusa e ao mesmo tempo com dor.
—A gente podia tentar fugir, mas é praticamente uma sentença de morte correr desses lobos- Victoria respondeu no mesmo tom, espirrando logo depois- E certeza que vamos pegar um resfriado depois desse dia.
Não pude deixar de engolir em seco. Não por causa do resfriado, mas por causa da morte dolorida que seria por ser estraçalhada por aqueles lobos.
—Talvez se nós tentarmos ir de fininho...- Lua disse, dando alguns passos para o lado discretamente. Um dos lobos pareceu perceber e rosnou para a garota, já tentando avançar.
Na velocidade da luz, vi um vulto pular na direção da garota e o lobo também, e logo depois um barulho de mordida e dois gritos.
Quando pisquei duas vezes, vi que Anna estava em cima de Lua, ambas rolando pela rua e a mão de Anna sangrando enquanto os lobos pareciam rugir em conjunto.
—Vamos enquanto temos tempo- Marie acenou pra gente, nos colocando dentro do carro e o ligando- Assim que eu gritar já, vocês vão estender a mão e pegar as meninas. Ok?
—Ok!- Nós todas dissemos em conjunto quando Marie começou a mover o carro.
Estavamos em alta velocidade, e os uivos dos lobos me deixavam agoniada. Olhei pro alto rapidamente, e percebi que a lua estava azulada.
Lua...azul?
—JÁ!- Marie gritou,e nós todas nos esgueiramos e vimos que as garotas ainda estavam deitadas e rolando com a água.
Anna estendeu a mão para Nikki e para Brunna, e as outras garotas conseguiram puxar a minha irmã e Lua de alguma forma.
—Vocês estão bem?- Victoria se virou pra trás do banco do motorista, olhando para Lua e Anna- Marie, acelera pros lobos não nos alcançarem!
—Mas eu vou ultrapassar o limite de velocidade se eu acelerar mais!- Marie reclamou.
—MARIE HERBERT, A COISA QUE VOCÊ DEVERIA ESTAR SE PREOCUPANDO MENOS NESSE MOMENTO É O RAIO DO LIMITE DE VELOCIDADE!- Victoria berrou como resposta, recebendo uma revirada de olhos e um "ok" de Marie, que a obedeceu.
—Anna, me deixa ver sua mão- Eu pedi, e a garota estendeu a mão esquerda pra mim.
O punho dela estava com uma grande marca de mordida que começava na metade da mão e rasgava todo o resto(Provavelmente o lobo estava preso na mão da minha irmã quando elas estavam rolando) e estava altamente roxa. O sangue não parava de sair, e eu fiquei preocupada se isso significava alguma coisa.
—Cobre seu machucado com a manga por enquanto- Sofie instruiu a mais nova, puxando sua manga até cobrir sua mão inteira- Reijii pode tratar isso quando chegarmos na Mansão.
—É por esses motivos que nós não fazemos as coisas sem pensar muito!- Nikki bufou, e eu achei engraçado ela falar isso quando ela mesma faria a exata coisa que minha irmã fez-Lua, você tá bem?
—Só um pouco ralada e machucada- Lua suspirou com dor-Mas obrigada por me salvar, Anna. Você é quase uma guerreira.
—Q-que isso... N-não foi nada- Anna gaguejou, e eu não pude deixar de dar um abraço de lado nela.
Chegamos na Mansão em alguns minutos, e no exato momento parou de chover. Enquanto eu xingava mentalmente aquele azar, percebi que a limusine já tinha chegado.
Nos entreolhamos ao sairmos do carro, e seguimos até a porta em silêncio.
Assim que abrimos, fomos recebidas com os garotos na sala:
—OY, Chichinasasis, onde vocês estav-O QUE ACONTECEU COM VOCÊS?!
Fechamos a porta atrás de nós sob os olhares quase assustados dos garotos.
Eu não os culpava. Estavamos tremendo, encharcadas, várias de nossas roupas estavam levemente rasgadas e duas de nós estavam raladas e sangrando.
—Onde foi que vocês se meteram dessa vez?- Reijii perguntou, olhando pra Victoria que estava tentando enxugar seu vestido- Céus, olhem o estado de vocês.
—Antes que vocês fiquem reclamando do nosso estado, vamos dizer que acabamos de sair de uma quase morte!- Daayene bufou, tentando arrumar sua saia- SE EU SOUBESSE QUE IR NA IGREJA ME FARIA QUASE MORRER, EU NUNCA MAIS IA SER RELIGIOSA!
Brunna fez um sinal pra Daay falar baixo, e ela fechou a boca.
—Vocês estavam na igreja?-Subaru perguntou, parecendo quase com raiva- Quem deu a permissão pra vocês irem pra igreja?
—Não exatamente fomos pra igreja...-Sarah tentou se explicar ao perceber o olhar fulminante de Kanato em sua direção- A gente foi procurar a Mah e a Vic... E aí começou a chover... E aí aqueles lobinhos nos cercaram.
—Lobinhos?- Shu perguntou, milagrosamente acordado- Lobos aqui?
—Também achei estranho- Nikki respondeu, colocando as mãos nos bolsos- Lembro de Sol me falando que os lobisomens são consideravelmente longe daqui. Não sei porque lobisomens estariam AQUI e mexeriam COM A GENTE.
—Do jeito que a gente tá disputada aqui, não duvido nada que seja mais um povo querendo sequestrar a gente- Lua brincou, me rendendo um sorriso suave.
—Eles podem não ser lobisomens-Kanato olhou pra Teddy e seus irmãos, que concordaram com a cabeça.
—Podem ser demônios- Laito(que por algum milagre não tinha feito nenhum comentário pervertido sobre nós estarmos molhadas com a chuva) afirmou, arrumando sua fedora- Ora,ora~ Parece que nós e aqueles impuros não somos os únicos que querem um pedaço das lindas garotas~
Nós nos entreolhamos.
—O que você quer dizer com isso?- Victoria perguntou, mordendo o lábio.
Reijii pegou a mão de Victoria, dando um aperto suave nela.
Droga, mesmo eu ficando brava com isso, eu tenho que admitir que eu super shippava o casal.
—Por algum motivo, paralelo á Eve... Todos estão querendo vocês- Reijii olhou profundamente pra Victoria, e então olhou pra todas nós- Vocês aparentemente são mais especiais do que pensam.
—Maravilha, agora como se não bastasse a gente ter que pesquisar o que é Eve temos que saber o que nos faz especial- Sofie sussurrou para Brunna, que concordou com a cabeça.
—De qualquer forma- Eu interrompi a conversa, sentindo meu corpo coçar de ansiedade- Tem como você curar isso?
Eu peguei delicadamente a mão de Anna, puxando a manga e mostrando a mordida pra ele.
—Argh... Esses nojentos ainda morderam vocês?- Kanato fez um expressão de ódio- Não me surpreende suas expressões horríveis.
—Eu não sei se eu deveria me ofender por isso- Marie bufou,pressionando suas coxas juntas- Enfim, vou pro meu quarto tratar dos meus assuntos.
E com isso Marie se retirou, sob os comentários babacas de Laito e Ayato sobre "mordidas nas coxas".
Idiotas.
—Victoria, você poderia me ajudar a levar Anna para meu acomodamento?-Reijii perguntou, olhando sua esposa- Preciso de ajuda para tentar curar essa ferida.
Victoria concordou com a cabeça, segurando Anna lentamente e subindo as escadas com ela.
—Eu vou pro meu quarto- Lua bocejou- Não é pra tratar de meus assuntos ou pra criar poção só pra tomar banho e dormir mesmo.
—Então somos duas- Daayene fez um high-five com Lua, e as duas subiram juntas pra seu quarto.
Logo depois Brunna e Sofie saíram pra cima. Sendo seguidas por mim e por Nikki.
Sério, que noite mais louca.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? O que acham que vai acontecer nos próximos capítulos? (Insira aqui música da Avenida Brasil)
—Sério, minhas notas a cada dia ficam mais difícieis de defender-
E.... Até o próximo capitulo



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