Like a Vampire 2: Bloody Marriage escrita por NicNight


Capítulo 13
Capítulo 13- Uma volta(nada) triunfal


Notas iniciais do capítulo

O DIA TÁ QUASE ACABANDO BUT BUT BUT O CAPÍTULO NOVO ESTÁ CHEGANDO
(muito animada ela, claro)
Mais um capítulo novo saindo do forno. A treta está lançada feito granada!
(tô cheia das rimas hoje)
Espero que gostem ♥



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Narração Lua

Quando o alarme do meu celular tocou, indicando que já era hora de ir pra escola, eu pulei da cama de uma forma estranhamente animada.

É claro, a gente ia causar chegando lá depois de ter sumido por tanto tempo. Mas mesmo assim, eu ainda estava feliz por finalmente sair daquela casa!

Além disso, eu ia poder rever Jackson, Mao e Sol. Os Sakamaki eram a única parte ruim do pacote, digamos dessa forma!

Daayene não demorou muito pra acordar. Talvez pelo fato de que eu estava praticamente pulando na cama enquanto berrava pra ela deixar de ser preguiçosa, mas aquilo não importava!

A garota pegou sua bolsa e foi pro banheiro, e eu me contentei em trocar de roupa na frente do espelho do “meu” quarto. Tirando a estranheza do fato que os Mukami sabiam o tamanho de uniforme que eu vestia, me senti incrível. Já fazia um tempo que eu não usava aquela saia curta com aquela blusinha branca.

Quando ouvi uma batida na porta, mandei entrar sem perguntar quem era, mas eu fiquei estranhamente feliz ao ver Victoria(ainda de camisola, diga-se de passagem) parada na frente do meu quarto. Principalmente depois de nossa conversa de ontem.

—Você e a Daay não vão tomar café não?- Ela perguntou, coçando os olhos de maneira preguiçosa- Ah, e bom dia!

—Eu acho que estou tão ansiosa que não vou conseguir comer, Vic..- Respondi, ao mesmo tempo que minha irmã mais velha ajeitava meu casaco preto- Mistura o nervosismo de entrar naquela escola de novo, com a nossa conversa de ontem...

Seus olhos brilharam e ela deu uma risada envergonhada quando ela pareceu perceber a que eu me referia:

—Com certeza, Lua. Com certeza... Mas se vocês falarem alguma coisa pra ele, eu vou ter que usar violência com vocês!

—Contar o que pra quem?- Daayene chegou no quarto, terminando de pentear os cabelos curtos. Não pude deixar de olhar a garota da cabeça aos pés: Ela estava maravilhosa de uniforme- Garotas, eu sei que sou linda e maravilhosa, mas se vocês continuarem me secando na maior cara de pau eu vou ficar vermelha! Repetindo a pergunta: Contar o que pra quem?

Eu e Victoria desviamos o olhar de Daayene, e nossos olhos se encontraram. Eu acenei com a cabeça freneticamente pra ela. As Hudison são confiáveis!

—É um menino que eu gosto- Victoria assumiu, abaixando a cabeça. Eu acho que cada vez que ela repetia isso, mais a verdade atingia ela- Lá da escola... E essas coisas...

—Ah, você tá falando daquele seu noivinho, né?!- Daayene parecia animada, pelo sorriso que estampava em seu rosto- Priya contou pra gente ontem do beijo de vocês duas, e falou que provavelmente você gostava daquele Reijii sei-lá-das-contas.

Irmãs são realmente todas iguais.

—Espera aí! A Priya não tá brava comigo?
—Aparentemente não- Daayene deu de ombros, mastigando o que parecia ser chiclete- Minha irmã não é babaca, é claro que ela não começaria a te odiar só porque você não corresponde os mesmos sentimentos dela! Mas enfim, a gente vai pra escola ou não?

—Eu acho melhor nós já irmos mesmo- Suspirei, sentindo o ar começar a esfriar-Antes que a Marie grite com a gen-

—SE VOCÊS PREFEREM FICAR PRESAS NUM QUARTO DO QUE PRA ESCOLA, QUE VOLTEM PRA AQUELE INFERNO!- Marie gritou do andar de baixo, visivelmente de mau-humor. Não pude deixar de dar uma risada fraca e trocar um olhar com as meninas antes de descermos juntas.

Ao chegar no andar de baixo, percebemos que todos já nos esperavam.

—Finalmente, as madames resolveram aparecer- Nikki bufou, se levantando bruscamente- Agora podemos ir?

—Uau, quem diria que Nikki Herbert estaria animada pra ir pra escola um dia?- Victoria brincou, um sorriso estampado em seus lábios.

—Eu estou animada pra sair daqui, são coisas completamente diferentes.- Nikki respondeu, estralando os dedos enquanto Sofie concordava com a cabeça.

—Parem de brigar.- Ruki reclamou, abrindo a porta enquanto deixava seus irmãos passarem.- Vamos?

Nos despedimos rapidamente de Priya, Victoria e Marie antes de sairmos pela porta. Brunna, Daay e Anna pareciam inquietas, mas suas expressões mudaram para confusão ao ver os garotos entrarem numa limusine.

—A gente vai pra escola... Nisso?- Brunna perguntou, suas orbes arregaladas- Isso é por ostentação ou vocês fazem isso todo dia?

—Se for ficar reclamando, Sow, melhor nem vir!- Yuma se sentou rapidamente num dos assentos, olhando diretamente para a loira.

Dando de ombros umas pras outras, apenas entramos e nos acomodamos nos lugares. Eu me sentei entre Sofie e Nikki,  e nós trocamos olhares em silêncio por todo o caminho. Provavelmente tentando nos acalmar.

A viagem até a escola foi até que curta,  ou pelo menos pareceu assim pra mim. O carro estava tão silencioso que uma parte minha quase sentiu saudades da bagunça que era viver com os Sakamaki.

É, esse era meu nível de desespero por conversa.

Ao chegarmos, deixamos os garotos saírem primeiro e logo após uns dois minutos, foi nossa vez de sair.

—Uau, essa escola é gigante!- Daayene pulou animadamente, segurando mais forte a bolsa de lado que usava- Bem maior que a nossa antiga, né Anna?!

—S-sim...- Anna estava mirando com os olhos brilhantes para a escola, parecendo fascinada- Bem maior...

—Vocês estudavam em escolas diferentes?- Sofie perguntou, ajeitando a mochila em suas costas.

—É, até ano passado eu e Priya íamos pra uma escola e as duas pra outra- Brunna suspirou- Mas aí aconteceram alguns... problemas pessoais... e cá estamos nós.

Eu olhei carinhosamente para as Hudison, quase como se eu dissesse que elas podiam contar tudo pra gente. Daayene me retribuiu com um olhar de “depois a gente conversa”.

—Nem acredito que voltamos...- Sarah olhou abismada pra fachada da escola, apertando mais a bainha da saia- Parece tudo tão diferente e igual... ao mesmo tempo!
—Vai dar tudo certo, Sarah- Nikki confortou a garota, com um abraço de lado- Nós só precisamos ser discretas...

—NIKKI! AMOR DA MINHA VIDA, VOCÊ VOLTOU!- Ouvimos a voz de Mao Masa, e quando olhamos pro lado o garoto estava correndo na direção de Nikki. A garota facilmente desviou de seu abraço, mas Mao Masa acabou tombando em Anna, e os dois caíram juntos no chão.

—Bom ver você também, Mao!- Eu fiz uma saudação pra ele, que se levantou rapidamente e ajudou uma Anna muito corada a se levantar.

Anna suspirou baixo, desamassando seu uniforme.

—MAO MASA! SE VOCÊ SAIR DO MEU CAMPO DE VISÃO MAIS UMA VEZ EU JURO QUE QUEBRO SEU...- Sol, que estava vindo na direção de Mao, não conseguiu terminar a frase antes de nos ver- Garotas! Procuramos vocês por toda a parte!

—Procuraram?- Sofie perguntou, arqueando uma sobrancelha com um sorriso de canto- Não o suficiente, imagino.

—Minhas irmãzinhas estão de volta?- Sentimos dois braços fortes nos pressionarem juntas, e nem precisei olhar pra trás para descobrir Jackson, parado com um sorriso no rosto- Senti falta de vocês.

—Também sentimos falta de vocês!- Sarah deu pulinhos, parecendo querer abraçar os três.

—Só uma pergunta... Quem  são essas quatro?- Sol perguntou, gesticulando na direção das Hudison- São novatas, já que nunca vi vocês por aqui- Ela farejou o ar- E humanas, também.

—Vocês também são vampiros?- Brunna perguntou, parecendo suspeitar do grupo.

—O Jackson é lobisomem, e é nosso irmão. Lembra que eu falei dele?- Perguntei retoricamente, já quase desesperada pra que eles não brigassem- E essa é a Sol, nossa amiga e a menina que treinou a Nikki. E esse é o Mao Masa, um amigo nosso da mesma sala do meu irmão.

—Ah, prazer conhecer vocês!- Daayene fez questão de colocar um sorriso na cara, saudando os três- Eu sou Daayene, e essas são minhas irmãs Brunna e Anna.

Após eles se cumprimentarem, Sofie explicou resumidamente sobre o sequestro e nossa estadia nos Mukami. Ela falou sobre Priya, e também sobre o que havíamos descoberto sobre Eve.

—Vocês estão morando com os Mukami?- Mao Masa parecia chocado, com um sorriso idiota- CARAMBA, AQUELE KOU NÃO ESTAVA MENTINDO ENTÃO!

—Para de gritar, cara, quer que o Sakamaki venham descobrir logo de cara que elas estão aqui?- Sol beliscou Mao, e ele grunhiu de dor- Kou Mukami tinha falado que as garotas que haviam sumido estavam na casa de quatro irmãos vampiros.

—Sério que ele explanou onde estávamos sem falar onde estávamos?- Nikki bufou- Ele é babaca, fazer o que?

—E aparentemente alguns Sakamaki se meteram numa briga com uns caras aí por causa de vocês- Jackson completou, suspirando de forma cansada- Mais especificamente... Subaru, Ayato e Kanato quase foram pra porrada, Laito e Reijii foram mais pras “ameaças” e nós não sabemos onde Shu estava.

Olhamos pra Nikki, que fez uma cara de “nem estou surpresa”. Apesar de que eu podia entender que ela estava levemente decepcionada.

—E-ei... A gente não precisa entrar?- Anna perguntou, apontando pro grande relógio em cima do portão principal.

Faltavam vinte minutos pro sinal bater.

—Argh- Ouvi Sofie reclamar baixo- Quão grande é a chance dos garotos vierem nos encher?

—Cerca de 99%- Sol respondeu sinceramente- Mas não se preocupe, nós três vamos defender vocês. Quanto ás Hudison, tentem não se assustar com nada.

Elas se entreolharam, e depois concordaram levemente com a cabeça.

Assim que demos um passo pra dentro da escola, eu já tinha sentido dezenas de olhares pousando sobre nós.

Respiramos fundo, dando um passo de cada vez mais ao fundo do corredor.

—EI, AQUELAS NÃO SÃO AS IRMÃS QUE DESAPARECERAM?- Ouvi uma voz gritando, e meus pensamentos se definiram em xingamentos pra aquela pessoa.

Não demorou nem dois segundos pra que o corredor fosse preenchido por sussurros. Provavelmente sobre nossas pessoas.

Sofie olhou pra nós e andou na frente, quase como se dissesse para nós ignorarmos eles.

Os comentários que ouvíamos variavam muito. “Essas desgraçadas somem e aparecem magicamente”, “Elas só querem atenção”, “Quem são essas outras com a turma delas?”, “Que cheiro de humanos nojento” e até “Nossa, elas estão lindas”.

Eu não sabia qual deles eu preferia escutar.

Perdida em meus pensamentos, não percebi que havia alguém em meu caminho e bati a cabeça no peitoral de alguém.

—OY, GAROTA- Ouvi uma voz dolorosamente conhecida pra mim- VOCÊ NÃO OLHA PRA ONDE ANDA NÃO?

Ao olhar pra cima, meu olhar se conectou ao de Ayato. E ele pareceu chocado ao me ver.

Então Ayato olhou pro meu lado, finalmente vendo Sofie, Sarah e Nikki. Ele parecia tão assustado por termos voltado que sua boca estava escancarada em um “O” perfeito.

—O-Oy!- Sua voz havia fraquejado quando seus olhos se demoraram na gêmea mais nova- ONDE AS CHICHINASIS ESTAVAM?

—Não te interessa- Sofie respondeu friamente, tentando dar um passo a frente porém sendo barrada por Ayato- Você pode me dar licença? Eu quero passar.

Até eu arrepiei. Por mais que Sofie e Ayato tivessem um certo histórico, eu nunca havia visto a garota sendo tão rude com ele.

—Eu te fiz uma pergunta- Ayato não saiu da frente de Sofie, parecendo nervoso. Eu estava começando a ficar preocupada com a troca de olhares intensa que os dois estavam tendo. Quase como se ambos quisessem dizer algo, mas não pudessem- ORE-SAMA EXIGE QUE VOCÊ RESPONDA.

—Desde quando você manda em mim?- Sofie olhou pra ele mais furiosa ainda, e eu admito que fiquei um pouco assustada quando ela elevou o tom com ele- Sai da minha frente, Sakamaki.

Ayato ficou sem expressão. Ele por uma vez parecia não saber o que fazer:

—Não.

—Será que dá pra você parar de mexer com ela?- Brunna deu passos a frente, ficando ao lado de Sofie- Ela já disse não, então pra que insistir?

Ayato olhou curioso e suspeito para Brunna:

—E quem você é?

Brunna mordeu o lábio, mais rapidamente sorriu e aperto a mão do ruivo:

—Prazer, sou Brunna Hudison. Sou a  namorada da Sofie.

Todos do nosso grupo olharam chocados para a Hudison.

Namorada?

Brunna e Sofie?

MAS O QUÊ?

Após se recuperar do choque inicial, Sofie entrelaçou suas mãos com as de Brunna:

—Exato. Se você pudesse me dar licença, eu tenho coisas mais importantes a fazer.

Sofie empurrou Ayato com o ombro, caminhando mais á fundo do corredor.  Então nós vimos todos os Sakamaki(bem... a maioria, pelo menos) olhando chocados para nós:

—Vocês voltaram.- Reijii observou, consertando o óculos. Eu podia perceber que ele parecia nervoso- A Victoria está bem?

—Ela está ótima- Sarah sorriu suavemente, olhando de canto para nós- Mas ela disse que estaria melhor se tivesse você perto dela. Ela disse algo sobre você xingando ela pelo menos tira um pouco da pacatez da vida atual dela.

Ele pareceu ficar bem suavemente vermelho, e eu sorri com aquilo.

Mas meu sorriso desapareceu quando eu vi o olhar raivoso de Kanato pra Sarah.

O de cabelos e olhos lilases se aproximou da gêmea mais velha, e a pegou de forma fraca pela gola:

—POR QUE VOCÊ FUGIU?

—Eu não fugi!- Sarah parecia estranhar o comportamento de Kanato- Não recebeu minha carta? Eles... eles...

E os olhares dela se divagaram pelo corredor, e nós todas percebemos que os Mukami nos observavam.

Nós não podíamos falar onde estávamos, maravilha.

—EI!  SEU NOME É KANATO, NÉ?- Daayene empurrou Kanato, o fazendo se afastar de Sarah- Será que dá pra você não machucar a Sarah?

— O que você é dela?- Kanato olhou de forma psicótica para Daayene- Arrumou uma nova namorada, Sarah?

Daayene não pareceu se abalar pela forma como era tratada:

—Eu não sou namorada dela, mas sou amiga.  E eu estou defendendo ela não por causa disso, mas sim porque ela é um ser vivo e precisa ser tratada com respeito!
Daayene terminou seu pequeno discurso com as mãos na cintura, e um olhar leve de respeito recebido dos Mukami.

—Ah~~Garotos, não sejam malvados- Laito cantarolou,  puxando Ayato(que já havia se teletransportado para lá naquele ponto) e Kanato para mais próximos de si- Por que nós não deixamos elas provarem que são o que dizem?

—O que você quer dizer com isso, pervertido?-  Nikki deu um passo a frente, puxando Anna consigo.

—Ele tá certo! Se vocês duas- Ayato apontou para Brunna e Sofie- Realmente namoram, por que não se beijam?

Brunna e Sofie olharam uma pra outra. Ambas claramente desconfortáveis com aquilo.

—Que atitude ridícula- Reijii suspirou, brincando discretamente na aliança- Deixem elas em paz.

Em uma questão de segundos, Sofie puxou Brunna pra si de modo que seus lábios se conectaram magicamente.

Eu admito que foi uma cena no mínimo estranha. Não o fato de que eram duas mulheres se beijando. Mas sim que... era minha irmã lá beijando alguém.

Pela expressão chocada de Ayato, eu sabia que ele não estava esperando que as duas realmente se beijassem.

Brunna e Sofie, apesar de visivelmente estarem desconfortáveis naquela situação, disfarçaram isso muito bem aprofundando mais o beijo.

E então o sinal tocou, e as duas só se afastaram quando os Sakamaki desapareceram de vista.

—Sem ofensas, amiga, mas eu acho que vou lavar a boca com desinfetante depois disso- Brunna fez uma cara de nojo delicada.

—Eu vou junto, não se preocupe- Sofie reclamou, limpando a boca com a manga do casaco.

—Eu estou chocada com o tanto de beijos que ando vendo nesses últimos tempos- Daayene comentou, e nós todas concordamos com a cabeça.

—Então... hora de ir pra aula, infelizmente- Nikki comentou, estralando os dedos- Daay, você vem comigo, com a Lua e com a Sol. Sarah e Sofie, vão pra sala do terceiro ano com a Brunna. Jackson e Mao, melhorem tomar conta da Anna naquela sala.

Nos despedindo, fomos todos pra cantos diferentes.

Ao entrarmos na sala, sentamos nos nossos lugares respectivos. Sol no fundo da sala. Eu e Nikki uma atrás da outra na lateral. Como havia um lugar vago do meu lado, Daayene se sentou lá.

E a aula seguiu, sem problemas.

Isso é, exceto o olhar fulminante dos trigêmeos em nós o tempo todo.

—________________________________________________________

Quando chegou o horário do lanche, me levantei da cadeira e joguei minha cabeça pra trás. Três horários direto de matemática não era pros fracos, com certeza.

—Gente, acho que vou no banheiro, podem ir na frente!- Avisei para as garotas, que apenas concordaram e desceram entre risadas.

Eu estava bem feliz que todos estavam se dando bem.

Foi aí que me lembrei sobre o planejamento do exército. Eu ainda teria que avisar Sol sobre isso.

Ao fazer meu caminho até o banheiro, algo mais prendeu minha atenção.

Kou estava num canto da escola, cercado por dezenas de garotas. Suas fãs, eu imagino.

Não pude deixar de dar uma risadinha ao ver o quão devotadas elas eram por ele, eu não podia julgar os ídolos dos outros.

Devia ser legal, sabe? Ser popular assim. Na minha antiga escola, eu era considerada estranha e as pessoas tinham medo da Niki. Então nós meio que sempre fomos as melhores amigas uma das outras.

Claro, nós tínhamos alguns amigos lá. Mas eu acho que Nikki sempre foi a única que ficou comigo pra todas as situações.

Sorri novamente. Era bom saber que agora eu tinha mais pessoas que eu podia confiar.

Meus pensamentos foram interrompidos quando dois braços me puxaram por trás. Antes que eu pudesse gritar, uma mão tampou minha boca e eu fui arrastada até o teto da escola.

E foi só lá, com o vento batendo no meu rosto, que eu fui solta e vi quem havia me arrastado: Subaru Sakamaki.

—Que isso, cara?- Reclamei, tentando recuperar meu fôlego- Eu sei que você sentiu saudade de mim, mas acho que me arrastar pelos cantos a la homem das cavernas já é demais, TPMista.

—Eu NÃO senti sua falta- Subaru reclamou, cruzando os braços- E eu só te arrastei aqui pra te perguntar por que você foi com eles.

Fiquei automaticamente confusa:

—Eu fui pra onde com quem? Oi?

Subaru bufou:

—Eu sei que vocês estão com os Mukami, não se finja de burra.

—Ei!- Exclamei, ofendida- Sim, nós estamos com os Mukami! Mas nós fomos SE-QUES-TRA-DAS! A Sarah tinha falado que deixou uma cartinha pra vocês pedindo socorro, cara.

Ele deu um passo a frente, o que me fez recuar.

—Aquela idiotice de “Com amor, Sarah?”- Subaru cuspiu as palavras, raiva visível em seu olhar- Faça-me o favor e arrume desculpa melhor.

—MAS NÃO É DESCULPA!- Eu gritei, mais alto do que esperado- Subaru, você acha que se eu tivesse fugido pra algum lugar eu teria fugido pra uma mansão de vampiros e que eu viria pra cá sabendo que você estuda aqui?

Ele congelou por um segundo quando viu que eu havia usado seu nome dessa vez.

—Não importa, seres humanos só mentem- Ele me fez recuar novamente, fazendo eu bater com as costas na grade.

—Ih, que bad é essa que bateu aí?- Perguntei entre uma risada bem discreta- Tsunbaru, quando foi que eu menti pra você?

—Agora conta?- Ele perguntou retoricamente, tirando meus óculos.

Eu fiquei confusa com a visão embaçada em minha frente. Por que diabos aquele menino tava tirando meu óculos?

Foi aí então que eu ouvi um “CRACK” e eu fiquei chocada com o que havia acontecido.

—CÊ TÁ BRINCADO COM A MINHA FACE?- Berrei, me agachando tentando pegar o óculos quebrado- EU TENHO CINCO GRAUS DE MIOPIA, VOU ENXERGAR É NADA SEM ELES!

—Considere isso sua punição, Lua Herbert- Ele me levantou, me puxando pelos ombros. Eu agora não estava enxergando nada, também porque comecei a chorar- Espera aí, você tá chorando?

Solucei:

—Não é nada... É só que eu odeio ficar sem óculos. E de todas pessoas, você por algum motivo era a que eu menos esperava pra quebrar os meus.

As mãos de Subaru se afrouxaram em meus ombros, e ficamos em silêncio por um tempo.

—Ora, ora~~- Ouvi a voz de Kou, ao mesmo tempo que percebi um borrão loiro se aproximando de nós- Se não é o casal do ano que está aqui!

—Nós não somos um casal- Subaru reclamou, me soltando de vez.

—Bem, não é o que parece, Subaru-kun~- Kou brincou, eu não sabia dizer qual olhar os dois estavam fazendo um pro outro- Além do mais, eu tenho certeza que você ia adorar se vocês fossem, né?

—CLARO QUE NÃO!- Subaru gritou, com raiva- Ela é uma idiota que não tem senso do que fala ou faz pros outros ou pra si mesma!

Eu só vi um clarão vermelho emergindo de Kou, ou do que parecia ser o rosto dele.

Sério que Subaru me achava uma idiota? Poxa... agora eu magoei.

—Tch,Tch- Kou estalou a língua de forma brincalhona- Mentir é uma coisa feia, Subaru-kun~... Mas, se ela for só comida, por que você não morde ela agora que ela está indefesa?

Eu podia não estar enxergando bem, mas eu sabia que o olhar de Subaru havia pousado em mim.

Ele me puxou bruscamente para si, ao mesmo tempo que me pressionava mais contra a grade. Ele tirou com certa delicadeza o laço que havia no meu uniforme e desabotoou os primeiros botões da minha blusa branca.

Eu senti seus lábios passarem pela minha clavícula de forma suave, e senti sua língua áspera repetindo o mesmo processo. Cada movimento fazia meu corpo se arrepiar mesmo sem eu querer.

Quando eu menos esperava, suas presas perfuraram minha pele e eu controlei um gemido de dor pressionando meus lábios. A mordida, apesar de brusca, era acompanhada por um toque gentil me segurando.

Eu senti o sangue saindo de mim até eu ter que me segurar nas grades pra não permitir que eu mesma caísse. Quando Subaru se afastou, pude perceber que seus lábios derramavam gotas do meu sangue.

—Ah~, que cena linda~- Kou comemorou, batendo palmas- Não acha, MNeko-chan?

—Eu te odeio- Ouvi Daayene grunhindo- Por que você me trouxe aqui? Só pra eu ver essa cena?

—Daay?!- Eu perguntei, indo em direção do terceiro vulto-Desde quando você tá aqui?

—Tempo suficiente pra eu ver tudo- Ela me envolveu em um abraço de lado, sustentando meu corpo- Vamos embora, a gente pega um táxi e sai mais cedo.

Eu ouvi alguns múrmuros dos garotos atrás de nós, mas Daayene foi rápida em me tirar dali.

—ONDE VOCÊS ESTAVAM?- Fomos paradas por uma Sarah extremamente preocupada- Estávamos preocupadas!

—Eh... Lua... cadê seus óculos?- Brunna perguntou, gesticulando pro próprio rosto.

—O Subaru... ele...- Eu sussurrei, sentindo eu mesma ficar fraca nas pernas de novo.

Nikki se aproximou de mim,  mexendo com delicadeza na ferida que jazia em minha clavícula:

—Que merda, vou matar ele.

— Se acalma mulher- Sol segurou Nikki pelo braço- Matar ele além de dar trabalho não vai adiantar nada.

—Daayene, pega um táxi e leva ela pra casa- Sofie  desgrudou suas mãos das de Brunna para abrir a bolsa e tirou de lá uma nota de 20 reais- Ela não tem condições de continuar aqui.

Daayene concordou e se despediu de todos antes de me levar pra fora da escola.

Na rua, não demorou muito tempo pra pegarmos um táxi. Daayene estendeu  a nota pra ele e disse o endereço, antes de se aproximar mais de mim:

—Quer falar sobre o que aconteceu?

—Seria estranho se eu falar que eu... meio que gostei?- Olhei para ela, sentindo minhas bochechas ficarem quentes.

—Talvez.- Ela concordou, tomando um gole de algo- Mas quem sou eu pra julgar os fetiches dos outros?

—NÃO! Espera, não foi isso que eu quis dizer!- Eu fiquei vermelha, seguida por uma risada brincalhona de Daay- É só que, eu gostei de ver o Subaru de novo. E fiquei magoada por perder meu óculos e ser humilhada, é claro.

Daayene bagunçou meus cabelos.

—Não tem nada de errado em gostar de ver as pessoas, principalmente uma que você conviveu por tanto tempo- Ela riu suavemente, tirando os cabelos do meu rosto- E a gente vai dar um jeito com relação aos seus óculos.

—Daay... eu quero dormir...- Eu reclamei, apoiando a cabeça nas pernas da garota- Acho que vou apagar a qualquer hora.

—Pode dormir, Lua- Daayene mexeu nos meus cabelos- Eu te carrego pra casa quando chegarmos.

Sentindo um pouco de conforto na situação, eu fechei os olhos e me deixei esquecer da dor em meu colo.

E assim eu viajei para as terras dos sonhos, calmamente.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Espero que tenham gostado ♥
(Não, hoje não vai ter eu sendo narradora de novela, mas se preparem para os próximos)
Não se esqueçam de comentar o que acharam e o que pensam que vai acontecer nos próximos caps, adoro ler teorias :3



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