Konoha Hiden – Tsuki Uchiha escrita por King


Capítulo 18
18. Capítulo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/750865/chapter/18

—Como assim você não enxerga? – A Hyuga questionou.

Shiori ficou de frente com o Uchiha e ajoelhou-se um pouco, podendo dessa maneira ficar na mesma altura que o jovem de cabelos róseos. Passou a manga de sua roupa no rosto dele limpando as marcas de sangue. Ela o observou com cuidado, seus olhos verdes estavam mais claros que o normal.

—Vejo você. – O Uchiha falou. —Mas sua imagem tá muito desfocada, como se você estivesse em um nevoeiro. –

—Você forçou sua visão, garoto. –

Haru olhou para o lado direito e em seguida ouviu um riso mal intencionado, ele tinha olhado para o lado errado. Kishiro tinha saído de sua casa para agradecer a aquela dupla, mas acabou escutando a conversa e resolveu se intrometer. E ele estava do lado esquerdo do jovem Uchiha. Tocou o ombro de mesma posição do rosado e ele virou o rosto para o lado certo.

—Acho melhor retornarem para a aldeia. – Kishiro aconselhou dirigindo seus olhos para a Hyuga. —Ele vai precisar de descanso. –

—Mas e a missão? – Haru perguntou.

—Garoto, vocês se livraram de uma alcateia. – Ele o lembrou. —Para o inferno o verdadeiro pedido. Voltem para Konoha e se quiser retorne um dia para me ajudar. – Bateu no ombro de Haru. —Vocês serão sempre bem-vindos. –

Haru não questionou e se pôs de pé. Cada movimento seu era seguido pela Hyuga. O Uchiha tropeçou em uma pedra enquanto tentava andar e ia dar de cara com o chão, se não fosse segurado pela gola de sua camisa no momento que ele caiu. Shiori suspirou enquanto segurava o tecido impedindo que o garoto caísse.

—Não saia andando sozinho, você esta cego. – A Hyuga comentou. —Segure em meu ombro. Vamos imediatamente para a aldeia. –

O Uchiha concordou. Ele sentiu um peso em seus ombros, além é claro da mochila que era posta neles, sem enxergar era um fardo para a Hyuga, apenas um inútil que não conseguiria se defender. Pôs sua mão direita no ombro esquerdo de Shiori e seguem rumo, se dirigindo para a saída da fazenda e consequentemente para a estrada que os levaria de volta para a Vila da Folha. Haru escutou um “Até breve” de Kishiro, em resposta ele levantou o braço esquerdo e o agitou. Aquele movimento foi observado pela Hyuga que fez a mesma coisa, no entanto a maioria dos seus dedos estava para baixo, consequentemente ela sinalizava um sinal de vitória na mão. Kishiro se satisfez com a despedida da dupla, um pouco preocupado com o menino que havia perdido sua visão, mas a vida era daquele jeito. Retornou para sua casa, mas antes de entrar olhou para alguns metros. O único animal que tinha sido pego por uma de suas balas ainda estava vivo e com esforço se colocava de pé e olhava também para o homem. Kishiro ficou em silêncio como se estivesse à espera de algo. Aquele lobo tinha tudo e muito mais para mata-lo, se não fosse pelo único tiro de sorte não estaria mancando agora. O animal se virou e com dificuldade caminhou para longe, retornando para a alcateia. Kishiro retornou para dentro de sua casa e apagou as luzes e adormeceu. Enquanto que Shiori e Haru lentamente tomavam distância da fazenda. Mas o foco no momento não é para a Hyuga ou o Uchiha que voltavam para a aldeia. É para o lobo de pelagem branca e olhos vermelhos que corria pela noite, desviando de árvores em seu caminho e de outros animais, ele deveria agradecer ao rosado por lembra-lo do cheiro do Assassino da Névoa, e quem sabe o agradeceria mesmo em breve. Keidan era um ninja fugitivo, as pessoas só conseguiam o encontrar quando houvesse alguém para aquele homem matar, e Kazan conhecia a única que tinha contato com o antigo conhecido, e estava indo atrás da mesma. Só parou de correr para observar alguns ninjas que acampavam, por suas bandanas e o modo de vestir eles deveriam ser da Vila da Folha, se aqueciam com uma fogueira rodeada por pedras e comiam o que parecia ser um coelho.

—Odeio coelho. – Um garoto comentou.

—Não coma então. – Outro falou.

Eram três. Seria fácil atacar todos, mas não era aquilo que ele queria. Seus olhos avermelhados mudam de direção e retornou a andar e instante depois correu. Sua velocidade aumentou a cada passada. Enquanto a lua tomava seu ápice no céu estrelado, o lobo não parou de correr. Ele só parou para se sentar em uma pedra alta ao lado de uma árvore, já tinha chego onde normalmente poderia se encontrar a pessoa que mantinha contato Keidan, uma construção de madeira de dois andares, dentro havia luminosidade e um pouco de barulho, a construção era cercada por árvores. Não era uma pousada, mas sim um bar. O nariz de Kazan coçou, o cheiro do álcool ele conseguia sentir daquela distância. Seu corpo lupino foi tomado por uma fumaça branca, quando a mesma se dissipou novamente era humano, e ele desceu da pedra e andou até o bar e entrou no mesmo, alguns olharam para o recém-chegado, ele adoraria arrancar aqueles olhos. O cheiro da mulher se misturava com o álcool, mas ainda era fácil saber onde estava.

—Naka Yuki. – Chamou pela mulher. —Levante sua bunda e me encontre no segundo andar. Se não fizer isso vou matar um por minuto aqui. –

—Você tem coragem. –

Kazan dirigiu seus olhos para um homem moreno de cabelo raspado que se punha de pé. Após o desconhecido se erguer mais alguns fizeram o mesmo, e todos exibiam olhares nada amigáveis. Kazan passou a língua por seus dentes, suas unhas já se cobriam de Chakra. Só se acalmou porque uma mão tocou seu ombro direito e logo viu o membro ficando coberto por uma camada de gelo a partir do toque. Ele olhou para trás, para uma mulher de cabelo azul escuro e olhos ônix, pele visivelmente clara e uma expressão séria, usava uma camisa azul escura de mangas da mesma tonalidade, mas em um tom mais claro e uma saia longa bege, em sua cabeça estava a bandana do País da Água.

—Kazan Inuzuka. – A mulher falou com calma. —O que você quer? –

—Lá em cima. – Ele mexeu sua cabeça para cima.

O braço de Kazan já estava todo coberto por gelo. A mulher retirou sua mão do ombro e subiu as escadas que davam ao segundo andar, enquanto que o Inuzuka quebrou aquele gelo batendo seu braço no primeiro homem que havia se colocado de pé, ele aproveitou e colocou seu pé direito na garganta do mesmo e o observava se desesperar por ar.

—Eu deveria arrancar seus olhos. – Kazan falou. —Mas se fizer isso terei que fazer com o resto. – Ele lambeu seus dentes e exibiu um olhar cheio de crueldade. —E fazer com que comam seus próprios olhos. Mas é uma pena que não estou aqui para me divertir. –

Kazan retirou seu pé da garganta do homem e andou até a escada e a subiu chegando assim ao segundo andar. Caminhou até onde a mulher estava, em uma mesa próxima da parede quase sem luminosidade, ela estava de braços cruzados e esperava por qualquer que fosse o assunto.

—Temos um amigo em comum, Yuki. – Kazan falou se sentando. —Mas só um de nós tem contato com ele. –

—Não. – Naka falou de forma seca. —Nosso amigo não gosta de você, e da última vez ele me lembrou de que somente eu devo ter sua localização. –

A mulher levantou sua camisa e revelou uma cicatriz centímetros abaixo de seus seios que percorria todo abdômen e se encerrava no inicio de sua saia longa. O Inuzuka ficou em silêncio, mas sua expressão não mudou. Naka abaixou sua camisa escondendo sua cicatriz. Kazan levou sua mão esquerda ao queixo da mulher, suas unhas alisando os lábios dela. Ele tentou ao máximo exibir um sorriso que mostrava o mínimo de gentileza que possuía.

—Você ainda continua bonita. – Kazan falou. —Essa cicatriz te deixa mais bonita, Naka. –

—Não. – A Yuki comentou batendo no topo da cabeça do Inuzuka, um pouco corada. —Você não vai me enganar. –

—Aquelas noites foram enganação? – Kazan perguntou. —Minhas juras de amor foram falsas? – “Logico que foram” pensou.

—Ao inferno, Kazan. – A Yuki comentou e se levantou. —Lobo maldito. Ele tá a um quilômetro ao sul daqui, em uma caverna. –

—Obrigado. – Kazan se levantou. —Não foi tão difícil, né? –

—Vá logo pulguento. – A Yuki comentou visivelmente brava.

Kazan desceu as escadas e a primeira coisa que fez foi se aproximar do mesmo homem que ele tinha pisado e o atacou, suas unhas cobertas de Chakra causaram nele uma cicatriz em seu rosto, uma longa marca que o fez perder os dois olhos, enquanto saia do bar ele lambeu as unhas e cuspiu o sangue em mais outra pessoa, a única coisa que se ouvia agora eram os dolorosos gritos do recém cego. Assim que saiu ele correu para o sul, Naka carregava consigo um pouco do cheiro de Keidan, mas ao contrário do Uchiha o cheiro era mais forte, há pouco tempo eles se encontraram. Depois de alguns minutos ele encontrou a caverna, a mesma estava coberta por vegetação a camuflando, mas o cheiro do Assassino da Névoa estava muito mais forte. Sem se preocupar ele entrou na caverna e caminhou pela mesma, haviam tochas dando um pouco de luz e somente uma direção, o corredor se estendeu se tornando um lugar maior, tinha um riacho e no topo da caverna um buraco mostrando o lado de fora. Sentado em uma rocha estava o Assassino da Névoa, seu olhar não era amigável e ele carregava em suas mãos sua espada.

—Bem que senti o cheiro de cachorro. – Keidan falou. —Como me achou? –

—Naka. – Kazan respondeu.

—E o que você quer? – A lâmina da espada liberou uma faísca.

—Temos algo em comum, Assassino da Névoa. – Kazan falou exibindo suas presas. —Outro conhecido em comum. – A voz do Inuzuka era carregada de ódio. —Um Uchiha. –

—Ele sobreviveu então. – Keidan fingiu um sorriso.

—Além de sobreviver ao Assassino da Névoa, ele me tirou do controle da alcateia que eu havia conquistado. – Kazan diminui a distância que o separava de Keidan. —Que tal nos unir novamente? Temos novamente algo em comum, Assassino da Névoa. –

Keidan ficou em silêncio. Pelo que conhecia de Kazan, ser retirado do controle de algo que conquistou, era algo que ele não deixava barato. O Assassino da Névoa cravou a lâmina de sua espada no chão e saiu da pedra que estava sentado e diminui a distância que o separava do Inuzuka, os dois seguraram a mão do outro e exibiam o mesmo olhar.

—Em dois meses. – Keidan falou e continuou. —Após uma viagem ao País do Relâmpago. Tenho vários serviços por lá. –

—Certo. – Kazan falou. —Em dois meses um Uchiha vai morrer. –

Enquanto isso muito longe, Haru espirrou. Shiori olhou para o Uchiha, e imaginou se além da cegueira ele estava doente. Voltou a olhar para frente, a floresta estava se perdendo e já conseguia ver os portões da Vila da Folha, aquela viagem havia sido longa. Ela olhou para o céu que se iluminava pouco a pouco, a noite estava se tornando dia. A viagem durou praticamente uma madrugada. Finalmente passaram pelos portões.

—Chegamos à vila, Haru. – Shiori comentou.

—Me leva pra casa? – Haru perguntou sonolento.

—Ainda não. – A Hyuga comentou. —Devemos ir ao escritório do Hokage antes de qualquer coisa. –

Haru grunhiu, estava com sono. Mas não tinha nada para que pudesse fazer naquele momento. Haru tentava ver, mas para ele era como se tudo estivesse coberto por um nevoeiro, e só por aquele esforço em sua visão seus olhos doíam um pouco e ele reclamava. Quinze minutos depois eles chegavam ao escritório.

—Oi Nii-san! – Haru falou.

—Que? –

Naruto não estava em sua mesa, e Haru acenava de forma que o mesmo estava por lá, o Uzumaki na realidade se encontrava em frente a uma estante com alguns pergaminhos e vários outros papeis, ele mirou seus olhos azuis na Hyuga.

—Ele esta cego. – A Hyuga resumiu.

—Shikamaru, chame a Sakura. – O Hokage pediu.

—Shikamaru tá aqui? Oi. – Haru se virou e esticou seu braço para que o Nara o cumprimentasse.

Shikamaru já tinha saído. Shiori e Naruto soltaram um riso abafado. Quinze minutos depois a porta é aberta e por ela entrou a Ninja Médica. Haru que estava sentado em uma cadeira de frente para a mesa do Hokage, se encolheu com medo de qualquer comentário. Ele ouviu o tom sério da Haruno.

—Como? – A Ninja questionou.

—Eu... – Haru foi interrompido.

—Você não. – A Haruno falou e repetiu. —Como, Shiori? –

—Nossa missão Rank D. – Ela falou e olhou o Hokage. —Inicialmente acreditamos que era D, mas ai passou para C. E então B, tivemos que enfrentar Kazan Inuzuka. –

—Não quero saber disso. – Sakura falou. —Quero saber como meu filho ficou cego. –

—Eu controlei lobos com o Sharingan. – Haru falou. —Não é culpa da Shiori-Sensei, apenas me esforcei demais. Não fique brava, por favor. -

—Não estou brava. – Sakura falou e continuou. —Apenas preocupada. –

A Ninja Médica abraçou Haru por trás enquanto dava aquela resposta, o jovem Uchiha relutou por um instante, mas logo segurou uma das mãos de Sakura e exibiu um grande sorriso, não sabendo se era observado por ela ou não.

—Seu Ninjutsu Médico é melhor que o meu, me cure e volto a enxergar como sempre. – Haru falou.

—Você vai ter que repousar, Haru. Descansar seus olhos. – Sakura falou e retirou a bandana de Haru e cobriu os olhos dele. —Repouso às vezes é melhor remédio. –

—Kazan Inuzuka tinha uma alcateia em seu controle. – A Hyuga se dirigiu ao Hokage. —Ele fugiu quando Haru os controlou com seu Sharingan. –

—Certeza que era o Sharingan? –

A atenção dos três é tomada para a nova figura que entrou no escritório, Haru cruzou seus braços após ouvir aquela voz. O recém-chegado tinha cabelo escuro com uma franja cobrindo um olho, o único que estava amostra era ônix, vestia uma camisa branca com cinto roxo e uma calça marrom com sandálias. Aquele nada mais era que Sasuke Uchiha.

—O Sharingan mudou seu padrão? – Ele perguntou.

—Não. – A Hyuga comentou. —Ele só sangrou pelos olhos, mas seu Sharingan continua igual. –

—Tem outro tipo de Sharingan? – Haru perguntou.

—Então controlou animais selvagens com um Sharingan comum? – O Uchiha colocou sua mão no couro cabeludo do garoto. —Esse é meu filho. –

Haru corou por causa daquele comentário, e inclusive deu indicio de um sorriso. Ele suspirou e se levantou e apontou para onde acreditava ser a porta, mas na realidade era uma estante de livros. Sakura ficou surpresa quando Haru segurou em sua mão.

—Vamos para casa, mãe. – Haru falou.

—Tsuki. – Sakura exibiu um sorriso e seus olhos brilham. —Você me chamou de mãe. –

—Estou cego. Minhas palavras não valem nada. – Haru falou ainda mais corado que antes.

Sakura abraçou o garoto. Haru precisava de um repouso, não se tinha ideia de quando sua visão retornaria. Quem sabe algumas horas ou dias, ou talvez meses. Quando os dois deixaram o escritório, e em seguida a Hyuga, o Uchiha mais velho olhou para o Uzumaki.

—Ele não gosta de mim. – Sasuke comentou com calma.

—De mim sim. – Naruto coçou o nariz e sorriu. —Dê tempo, Sasuke. O conceito de pai para ele era diferente até pouco tempo atrás, o homem que o criou era bem presente. Só recentemente esta se abrindo com a Sakura-chan. –

Sasuke olhou pela varanda e assistiu sua esposa e o filho andarem lado a lado. Depois ele olhou para o Hokage que ficou ao seu lado exibindo aquele mesmo sorriso. Talvez ele estivesse certo. A bandana de Haru foi substituída por bandagens ao redor de seus olhos, era necessário.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Konoha Hiden – Tsuki Uchiha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.