Maneira de Lidar escrita por Lura


Capítulo 7
Sétimo Mês


Notas iniciais do capítulo

E aí, pessoal, beleza? Capítulo mais "aguadinho", contudo, espero que gostem mesmo assim.

=D



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Quando a campainha tocou, às sete e dez da manhã, Adrien sequer fez questão de utilizar o olho mágico, antes de destrancar a porta e puxá-la de forma desanimada.

Parado, na entrada, estava Nino, seu melhor amigo, com a cara ainda amassada de sono e os olhos inchados, em um provável reflexo dele mesmo. Nos ombros dele, apoiava-se Alya, que lutava com todas as suas forças para não cochilar ali mesmo.

— Me diz, cara – Começou o DJ, antes de criar coragem para entrar –, por que mesmo não podemos contratar um pintor? - Indagou, desolado.

— Porque se a gente não pintar o quarto do bebê – Começou o loiro, segurando um bocejo –, ela vai. - Completou, apontando o polegar para Marinette, que encontrava-se atrás do balcão da cozinha, terminando de preparar o café.

Nenhum dos recém chegados quis retrucar. Afinal, eles conheciam Marinette o suficiente para saber que o loiro estava falando muito sério.

Na noite anterior, o portador do miraculous da destruição ligou para os amigos, pedindo ajuda naquela inusitada missão. O motivo era apenas um: Desde que Marinette e ele começaram a morar juntos, em diversas ocasiões, flagrara a garota encarando paredes ou móveis em particular, esboçando expressões compenetradas demais para quem apenas contemplava algo. E o resultado, era sempre o mesmo: menos de vinte e quatro horas depois, tais objetos apareciam reformados ou completamente transformados pela própria garota.

Por isso, era totalmente justificável o temor que acometeu o rapaz quando, em plena noite de sexta-feira, surpreendeu a futura mamãe fitando de forma séria, o cômodo que eles utilizavam como escritório e, em breve se tornaria o quarto do bebê.

Adrien tinha plena certeza de que a garota não aguentaria esperar até segunda-feira para contratar um profissional, o que significava que, se eles não fizessem a reforma o quanto antes, ela faria assim que ele virasse as costas. E o rapaz não podia evitar de sentir um arrepio na espinha ao imaginar a namorada com um rolo de tinta na mão, equilibrando-se sobre uma cadeira para alcançar os cantos mais altos da parede.

— Bom dia pessoal!!! - Cumprimentou a asiática, de forma animada, vendo os companheiros praticamente se arrastarem para dentro. - Que bom que chegaram! - Comemorou.

Em total contraste com o restante do grupo, Marinette era a única que estava animada e completamente disposta. Enquanto os amigos e o noivo ocupavam, silenciosamente, as banquetas em torno do balcão, ela, de forma enérgica, dispunha sobre a superfície de pedra os alimentos que lhes serviriam de café da manhã, enquanto cantarolava uma música qualquer. De fato, qualquer atividade que demandasse o uso da sua criatividade - a qual ela tinha de sobra - era capaz de lhe deixar naquele estado.

— Ai, amiga! – Alya resmungou, a voz completamente manhosa. - Eu te amo, mas ainda não acredito que vai nos fazer reformar o quarto de Louis em vez de contratar um profissional.

— Eu disse para o Adrien que eu poderia fazer isso sozinha. - Devolveu a morena, sem se deixar abalar pelo desânimo da amiga. - Ele está exagerando, sério. Não queria perturbá-los com a minha bagunça. - Completou.

Até porque, era um fato que ela sentia-se melhor trabalhando sozinha. Não suportava ter que comandar para que fizessem alguma coisa e esperar que o resultado fosse de seu agrado. Na maioria das vezes, as coisas só saiam como ela planejava se ela própria colocasse a mão na massa.

— Não dessa vez, Mari. - Cortou Adrien. -  Você não está em condições de fazer uma reforma dessas sozinha. Honestamente, ainda acho que somos poucos. - Opinou.

— Caramba, tem tanta coisa assim para fazer? - Nino perguntou, em tom de choro.

— Espera para ver. - Respondeu o ex-modelo. - Aí vocês me dizem se eu estava mesmo exagerando.

O grupo continuou a tomar o café da manhã em silêncio, sendo que, Marinette o fazia com pressa, ansiosa para começar, enquanto o restante mastigava vagarosamente, tentando adiar o momento o máximo possível.

Mas eles não poderiam enrolar para sempre, então, logo se dirigiram para o escritório, que deixaria de existir para se tornar o cantinho do novo membro da família.

O apartamento que Adrien e Marinette dividiam, situava-se em um sobrado antigo, cuja estrutura rústica de tijolos aparentes transmitia requinte unido a simplicidade. Fora ali que o loiro decidira começar a vida longe da mansão Agreste, privando-se de movimentar a herança de sua mãe para experimentar viver do próprio sustento. Não muito tempo depois, Marinette acabou unindo-se a ele naquela vida de responsabilidades.

As coisas haviam acontecido antes que eles percebessem. A morena dormia com frequência na casa do loiro, por ser mais perto da faculdade onde cursara moda, bem como por facilitar as suas saídas noturnas como vigilante de Paris. Assim, uma muda de roupa por vez, quando se atentaram para a realidade, a asiática já possuía mais coisas na casa do namorado que na casa dos pais. Foi então que Adrien, oficialmente, lhe convidou para que dividissem o mesmo espaço. Ela, mesmo com o aperto de saber que deixaria de vez das asas de Tom e Sabine, aceitou sem pestanejar.

Assim, passaram-se dois anos, onde o casal teve que se habituar aos costumes e as manias um do outro. Mais que isso, tiveram que se adaptar ao pouco espaço que tinham. Afinal, mesmo que Adrien já ocupasse o pequeno local a certo tempo, agora, teria que ceder ainda mais espaço para a namorada. No fim das contas, não tiveram grandes problemas quanto a isso. Foram meses de móveis deslocados e roupas penduradas em lugares inusitados, mas logo conseguiram deixar o espaço aconchegante como o lar que desejavam.

Entretanto, agora estavam enfrentando o desafio de ter que criar espaço para uma terceira pessoa. E isso sim, nos últimos dias, vinha os perturbando.

— Onde vocês vão colocar tudo isso, heim? - Alya perguntou, fitando os móveis do local um por vez.

— A mesa vai para o ateliê. - A asiática respondeu, passando as mãos pelo móvel estilo cavalete que ocupava toda a extensão da parede de tijolos aparentes, a única do cômodo naquele estilo. - As cadeiras para o nosso quarto.

— Vai caber? - Indagou a ruiva.

— Nós substituímos a estante da televisão por um móvel planejado que fosse escrivaninha, estante e prateleiras ao mesmo tempo. - Explicou Marinette.

— E o resto? - Indagou Nino.

— A gente vai ajeitando pela casa. - Informou o loiro.

— Então vamos logo com isso. - Decidiu o DJ.

Logo, o grupo pôs-se a trabalhar. Enquanto Adrien e Nino desmontavam a mesa, Marinette e Alyah desocupavam as prateleiras e retiravam os quadros e pôsteres de Jagged Stone e outros artistas da parede.

O quadro magnético ilustrado com um mapa mundi, o qual o casal usava para colocar fotos dos lugares que já haviam conhecido, juntos ou separadamente, também saíra, para ocupar seu novo lugar no quarto que dividiam.

Àquela altura, a parte mais difícil havia sido arranjar espaço na sala, para abrigar o piano vertical de Adrien. Mas enfim, conseguiram relocar os móveis que permaneceriam no apartamento, separando os que seriam levados em um canto, deixando o antigo escritório completamente vazio.

Agora, viria a parte mais difícil.

O grupo descansava sobre o sofá aveludado em forma de “L" - o qual Marinette havia tido o cuidado de cobrir com lençois velhos, para que não sujasse -, pensando em todo o trabalho que ainda estava por vir, quando a melodia da campainha ecoou pelo local.

Vendo que nenhum dos presentes fez menção de levantar, Adrien impulsionou o corpo para cima, de forma desajeitada, logo alcançando a porta e destrancando-a, para receber quem quer que fosse.

— Adrien! - A exclamação desdenhosa em tom afetado de Chloé Bourgeois foi proferida em volume desnecessário. - Você está parecendo um pedreiro! - Completou, olhando o amigo de infância de cima a baixo e torcendo o nariz para a combinação da bermuda jeans surrada com a regata branca.

— Bom dia para você também, Chloé. - Respondeu o loiro, vendo a portadora do Miraculous da abelha entrar sem ser convidada ou pedir licença.

— O que você está fazendo aqui? - Apesar da pergunta parecer ríspida, o tom usado por Alya ao verbalizá-la era apenas de cansaço. - Você disse que não viria ajudar.

A loira não pareceu se abalar. Afinal, estava adaptada a anos de ofensas e impropérios trocados com a portadora do miraculous da raposa.

— Eu disse que não iria ajudar. - Respondeu. - Não que não viria. - Completou, sentando-se em uma poltrona e puxando o smartphone cor de rosa para chegar suas atualizações.

— Para que veio então? - Insistiu a morena, com descaso.

— Aposto que foi pela comida. - Deduziu Nino. - Ela vive enchendo a boca para falar o quanto as receitas do pai da Mari são medíocres, mas sempre enche a pança quando tem a oportunidade de comer. - Acusou, fazendo com que um leve rubor tomasse a face da loira.

— Eu acho que as suas noites em claro como DJ estão afetando a sua percepção das coisas, Nino. - Comentou, tentando disfarçar o constrangimento.

— Ou melhorando. - Provocou Adrien, ainda querendo descontar o fato de ter sido criticado pela loira. Nino estava vestido do mesmo modo que ele, afinal, pois estavam fazendo uma reforma e, ainda assim, só ele havia sido zoado.

— Se vocês têm tempo de ficar brigando, também têm para trabalhar. - Cortou Marinette, levantando-se do sofá, provocando um muxoxo desanimado nos três que haviam trabalhado até então. - Precisamos começar a pintar para que a tinta seque antes de montarmos os móveis. - Avisou.

Adrien, o primeiro a levantar, aproveitou o fato para oferecer a mão para que a noiva se apoiasse. Marinette aceitou sem questionar. Já havia entendido que a superproteção do loiro não cessaria com suas reclamações. Além do mais, ela nunca admitiria, mas estava começando a se incomodar com as limitações que a barriga enorme causava. Ela tinha dificuldades para levantar, abaixar, deitar… Alguns dias, tinha vontade de chorar de raiva apenas por não conseguir abotoar as próprias sandálias.

Assim, os quatro seguiram em direção ao quarto, enquanto a loira aproveitou o espaço recém desocupado no sofá para esticar as pernas. Afinal, ela havia falado muito sério quando disse que não pretendia ajudar.

Menos de dez minutos depois, Adrien e Nino ocuparam-se de reparar as falhas da parede com massa, enquanto Alya e Marinette iam passando a tinta branca nos lugares que não necessitavam de tal serviço. Uma música animada preenchia o ambiente, fazendo com que, por vezes, os jovens desempenhassem suas funções no ritmo das batidas.

A asiática fingia que não via, mas sentia os olhares do noivo em suas costas, a cada minuto. Por isso, acabava esforçando-se ainda mais para levar o pincel até onde sua altura permitia, balançando a cabeça de acordo com a melodia.

Assim que os rapazes concluíram os reparos, o loiro tratou de assumir o local ao lado da noiva, para que pudesse vigiá-la melhor, fazendo com que Alya fosse ajudar Nino em outra parede. Marinette tentou não se importar, mas estava ficando realmente incomodada com o fato de Adrien passar mais tempo encarando-a do que olhando a parede que pintavam. Assim, num ato de impulso, aguardou a próxima vez que ele virasse em sua direção e surpreendeu-o com uma pincelada no nariz.

— Por que você fez isso? - Adrien indagou, indignado.

Marinette não conseguiu evitar de gargalhar, ao ver os olhos verdes do loiro ficarem vesgos, na tentativa de enxergar a mancha branca, chamando a atenção dos amigos.

— Para você parar de ficar me encarando e prestar atenção no seu trabalho! - Ela bem queria ter ralhado com ele, mas sua resposta saiu em tom de riso. - Veja, o seu lado da parede está ficando com falhas! - Dessa vez, ao apontar o serviço feito pelo noivo, realmente sentiu as sobrancelhas franzirem em desagrado. - Sério Adrien, eu entendo a sua preocupação, mas se você não se concentrar, eu vou acabar tendo que consertar a sua parte, o que significa que trabalharei em dobro. - Argumentou, fazendo com que ele constatasse a verdade em suas palavras.

Odiava admitir, mas daquela vez ela estava certa.

— Tá, foi mal, eu exagerei. - Desculpou-se, cruzando os braços. - Mas você também me deve um pedido de desculpas. - Lembrou.

— Desculpas? - A morena também cruzou os braços, imitando a pose do parceiro. - Pelo que, exatamente? - Fez-se de desentendida.

— Por isso! - Respondeu ele, usando o pincel tipo rolo que segurava para tentar sujar o nariz da jovem, assim como ela fizera com ele. Entretanto, ao contrário do pincel que Marinette utilizara, àquele era grande demais, de modo que o rapaz, acidentalmente, sujasse não apenas seu nariz de branco, mas também grande parte da bochecha direita e um dos rabos do de suas maria-chiquinhas.

— Adrien! - Reclamou a asiática, imaginando o estrago em seu cabelo.

— Ops! - Debochou Agreste olhando-a em desafio.

— Ora, seu! - Exclamou a garota, avançando contra o namorado do melhor jeito que sua barriga enorme permitia.

— Pronto. Começou. - Alya comentou, parando para observar a pequena disputa, onde Marinette e Adrien se atacavam com seus respectivos pinceis. Nino, assim como ela, deixou de pintar para acompanhar a estranha batalha.

Até mesmo Chloé, ouvindo os gritos dos amigos, foi até o quarto a fim de chegar o que estava acontecendo, não conseguindo evitar as gargalhadas ao deparar-se com os dois amigos, que estavam mais pintados que as paredes.

A disputa só cessou, quando uma voz diferente ecoou pelo pequeno ambiente, chamando a atenção dos futuros papais.

— Awww! - Sabine exclamou. - Eles não são adoráveis? - Perguntou, deixando-os sem graça, ao perceberem que os pais de Marinette estavam ali.

— Veja Louis, a bagunça que seus pais estão fazendo em vez de arrumar seu quarto! - A chinesa, que estava gravando a cena com o seu smarthphone, comentou para a gravação.

— Você não vai mostrar isso a ele, vai? - Marinette questionou, arqueando a sobrancelha direita, gesto que passou despercebido em razão da tinta branca que preenchia a maior parte de seu rosto.

— Mas é claro que vou! - Sabine respondeu. - Louis vai adorar saber o quanto os pais são bagunceiros. - Afirmou.

— Mãe, se mostrar isso a ele, é bem provável que ele saia por aí pintando as paredes. - Reclamou.

— Ainda falta tanto para que ele entenda isso, Mari. - Tom interviu. - Não é necessário discutir agora. - Emendou.

— Bom, se ele sair pintando as paredes, saberemos a quem ele puxou! - Adrien brincou, em tom de provocação.

Marinette já estava a ponto de atacá-lo com seu pincel de novo, quando Tom resolveu interferir mais uma vez, colocando cada uma de suas mãos em um dos ombros do casal.

— Vocês dois já fizeram uma boa bagunça aqui. - Comentou. - Não acham melhor tomarem um banho enquanto arrumamos o almoço? - Indagou. - Seus amigos devem estar com fome.

— Isso tio, bora comer! - Nino o apoiou, de maneira informal. Afinal, nunca escondera que amava a comida do pai de Marinette, assim como  maioria ali.

— Então está certo. Já para o banho, vocês dois! - Sabine brincou, tratando-os como crianças.

De pronto, Adrien e Marinette caminharam para fora do quarto, aos resmungos, sob as risadas dos amigos.

— E nada de fazer safadezas no banheiro, heim! - Eles mal haviam atravessado a soleira, quando ouviram Alya gritar. Constrangidos e, de olhos arregalados, viraram para encarar os amigos, que riam ainda mais.

— Alya! - Marinette censurou. - Meus pais estão aqui! - Lembrou-a. Adrien apenas corou, constrangido.

— Desculpa tios! - Pediu a morena, também ficando sem graça. Afinal, soltara o comentário no impulso, esquecendo-se que já não estavam apenas entre pessoas de sua idade.

— Não se preocupe com isso. - Tom respondeu, de maneira casual. - Marinette está grávida. Não é como se não soubéssemos como o bebê chegou lá dentro.

Pronto. Aquele comentário fora mais que o suficiente para que os amigos do casal rissem tanto, ao ponto precisarem se sentar no chão.

Marinette e Adrien, por sua vez, de tão constrangidos, apenas correram dali, antes que os comentários vergonhosos atingissem proporções maiores.

Assim, embora tivessem entrado juntos no banheiro, trataram de se lavarem o mais rápido que a tinta branca, que insistia em não sair, permitia, para evitar qualquer tipo de brincadeirinha.

Quinze minutos depois, uniram-se a Tom, Sabine e os amigos na sala, e não puderam deixar de perceber a forma maliciosa que os membros da Equipe Miraculous os encaravam. Ignorando tal fato, serviram-se e sentaram-se lado a lado no sofá, já que o balcão não comportava mais ninguém.

Após o almoço, Sabine insistiu em cuidar da louça, para que os jovens pudessem descansar antes de continuar a reforma, que precisavam concluir. Tom decidira que ficaria com eles, para ajudar na montagem dos móveis. Assim, apenas a chinesa retornaria a padaria, dali a algum tempo.

Foram vinte minutos contados que a asiática mais nova deu aos amigos, antes de insistir que todos voltassem ao trabalho.

Logo, as meninas e Nino iniciaram a segunda mão de tinta que cobriria as paredes, enquanto Adrien e Tom decidiram montar os móveis na sala, após concluir que eles passariam pelo porta do quarto. Chloé, despojada no sofá, apenas seguiu folheando uma revista, mas ninguém questionou tal fato.

Como esperado, a reforma tomou o resto do dia, e o relógio estava prestes a marcar meia-noite, quando o jovem casal, finalmente, terminou de colocar o último item no quartinho. Apenas as roupinhas que Louis já tinha, ficariam para o dia seguinte, para evitar que ficassem fedendo a tinta fresca. Àquela altura, Alya e Nino já haviam dormido no sofá, em razão do cansaço. Tom e Chloé voltaram para suas respectivas casas cerca de quarenta minutos antes, o primeiro para não deixar a esposa sozinha e, a segunda, por acreditar ser inadmissível passar a noite em qualquer lugar que não fosse a sua cama de princesa.

Assim, o jovem casal concluiu a arrumação do ambiente sozinho, e não conseguiram evitar o sentimento de satisfação, ao vê-lo, finalmente, pronto.

— Ficou lindo, não ficou? - Marinette indagou, abraçando o noivo, enquanto passava os olhos pelo local.

De fato, em razão da estrutura do cômodo, que não poderiam mudar, o quartinho havia fugido do tradicionalismo que sonhara, mas não ficado menos incrível, de qualquer forma. A parede de tijolos havia sido mantida, sendo aquela que apoiaria o berço. As demais paredes e a maioria dos móveis eram brancos, para não pesar o ambiente. As cores haviam ficado por conta do berço, pintado de amarelo, verde, laranja e azul, em cada um de seus lados, bem como pelos brinquedos espalhados pelas prateleiras. Na cômoda, não muito alta, o trocador já estava estendido, ao lado do kit higiene. Por fim, uma poltrona bege havia sido posicionada na diagonal, no canto à esquerda do berço, local onde a futura mamãe alimentaria o seu bebê. E o que chamava mais atenção, bem ali naquele estofado, eram as pelúcias que o enfeitavam: uma joaninha e um gato preto, de olhos verdes fluorescentes, presentes de Alya e Nino, feitos sob encomenda.

— Realmente. - Adrien falou, chamando a atenção da noiva. - Você fez um ótimo trabalho. - Elogiou.

— Mas eu não fiz nada. - Marinette contestou. - Vocês fizeram praticamente tudo.

— Comandados por você. - Rebateu ele. - Já imaginou o que sairia daqui se você não estivesse no comando? - Questionou, fazendo-a rir.

— É, realmente, eu sou a melhor no comando. - Gabou-se a asiática.

— Na maior parte das coisas. - Asseverou o loiro, de forma maliciosa.

— Adrien! - Exclamou a jovem, dando um soquinho no ombro do parceiro.

— Que foi, My Lady? Eu não disse nada de mais. - Afirmou, cínico. - Você que tem uma mente pervertida!  - Acusou.

— Eu não tenho uma mente pervertida! - Defendeu-se, enrusbecendo.

— Tem sim! - Cofirmou Adrien.

— Não tenho não! - Negou.

— Tem sim. - Insistiu o loiro, aumentando o tom de voz.

— Não tenho não! - Repetiu a morena, também de forma mais alta.

— Os dois tem uma mente pervertida! - Puderam ouvir a voz de Alya, que gritou da sala, completamente irritada. - Agora calem a boca e me deixem dormir! - ordenou, como se estivesse na própria casa.

Adrien e Marinette apenas riram, antes de se abraçarem novamente em frente ao berço.

— Dá para acreditar que em menos de dois meses nosso bebê vai estar dormindo aqui? - Perguntou o loiro. - Isso é tão incrível! E tão estranho ao mesmo tempo... - Completou.

— Eu sei! - Concordou a morena. - Mas eu mal posso esperar! - Confessou. - Todos os dias me pego imaginando como ele vai ser. Se ele vai ter os cabelos pretos ou loiros, os olhos azuis ou verdes... - Divagou. - Eu queria tanto que ele tivesse seus olhos! Eu amo seus olhos, você sabe. - Concluiu, corando levemente.

— Não tanto quanto eu amo os seus. - O rapaz declarou, depositando-lhe um beijo na testa em seguida. - Tenho quase certeza que ele vai herdar seus olhos puxadinhos. - Emendou, aconchegando-a melhor contra seu peito, logo permitindo-se emergir nos próprios pensamentos.

Por mais que já tivessem se acostumado com a ideia, viam-na se concretizar, dia após dia, de forma assustadora: Seriam pais. E a ansiedade, assim como o medo, preenchiam em igual proporção o ambiente infantil recém decorado, em torno do abraço em que eles se apoiavam.


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Notas finais do capítulo

Gente, vocês perceberam que não é sempre que eu consigo encaixar os kwamis? Eu só percebo a ausência deles quando já terminei o capítulo e aí, já era.

Bom, é isso. Espero que tenham gostado.

Para quem tiver curiosidade de saber mais ou menos como eu imagino o quarto do bebê, segue o link:
http://www.quartoparabebe.com.br/wp-content/uploads/2016/09/quarto-de-bebe-parede-de-tijolo.01.jpg

No próximo capítulo, se tudo sair como eu pretendo, teremos um pouco de drama. Mas não se preocupem, o baby Miraculous está a salvo. xDD

Até mais!



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