Para Sempre - A Escolha escrita por AlanRod1830


Capítulo 18
Coração dividido


Notas iniciais do capítulo

Não está sendo nada fácil para Adrian lidar com a separação. Mas o que ele nem desconfia é que a situação é bem mais complicada do que ele imagina.



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Se eu conhecesse uma pessoa capaz de responder a qualquer pergunta, a mim seria a seguinte: "Por que somos tão dependentes do amor"? O amor nos torna dependentes de suas emoções e faz com que deixemos de lado nossa própria vida; nos torna vulneráveis, e mesmo assim percebemos sua urgência quando compreendemos que a vida é uma faísca, um piscar de olhos entre o nascente e o poente de nós mesmos.

De repente, me pego pensando em Hannah, nos momentos que passamos juntos, o quão foi bom, e o quanto isso me faz falta. Sinto que ainda a amo, e por mais confuso que seja o modo que lidamos um com outro, eu gosto. Gosto simplesmente de estar com ela. Adoro o jeito que ela me faz rir, e realmente amo o jeito que ela me abraça sem perguntar nada. O jeito que ela fala sobre o mundo, suas decepções, são tão parecidas com as minhas. Nossos pensamentos são como uma linha sincronizada, e foi assim que ela cativou meu coração. Sendo apenas ela...

Vivo num estado permanente de agitação por causa dela. A falta que sinto dela me deixa com os nervos tão tensos que quase posso ouvi-los zumbir. Quando lembro da discussão que tivemos, sinto um grande remorso me corroer. Volta e meia me pego revivendo aquele momento em minha cabeça. As lágrimas escorrendo, as mãos dela envolvendo a minha cintura e os olhos brilhando, implorando para que eu não a deixasse.

Para começar, deixar Hannah foi a decisão mais difícil que eu tive que tomar na vida. Eu a amo demais. E achava que ela sabia disso. Mas ela deixou claro que minhas demonstrações de carinho não são prova suficiente de que eu a adoro como louco. Por isso não vi outra alternativa senão pedir um tempo. Para ser sincero, eu não sabia se isso iria funcionar, pois como bem sei, não suporto ficar longe dela por muito tempo.

Hoje, um mês depois da separação, penso em como fui tolo por não ter tido coragem suficiente para lutar pelo amor da minha vida. Se eu realmente a amo, por que não faço nada para remediar a situação? Talvez por medo. Medo de ter magoado tanto o coração dela a ponto de ela não querer mais ficar comigo. Medo de que o destino não conspire a nosso favor, o que tornariam as palavras dos meus amigos verdadeiras.

Não suporto a ideia de eles estarem certos. Como se soubessem que meu destino era ficar separado de Hannah, eles meio que tentaram abrir meus olhos. Me disseram para ficar atento aos acontecimentos futuros, que eu tinha que estar preparado para as surpresas que o destino me reservava. Realmente, aconteceram várias coisas que me deixaram muito surpreso. Entre elas, o retorno da garota que diz me amar desde a primeira vez que me viu: Larissa Oliveira.

Todas as circunstâncias apontam Larissa Oliveira como culpada pelos meus infortúnios. De fato, sua aparição abalou todos os meus planos. Meu mundo virou de cabeça para baixo, meus sonhos se perderam na escuridão, e, por vezes, me vejo mergulhado no mundo insano das ilusões, imaginando como seria estar comprometido com ela, abraçando e beijando-a como fazia com Hannah. Um lado meu – por mais incrível que pareça – gosta da sua atitude. Imagino como seria minha vida se eu desse a ela uma oportunidade, mesmo que fosse uma aventura sem grande importância. Em outros tempos, teria tirado isso da cabeça imediatamente. Mas agora esse pensamento insiste em aparecer, e cada vez com mais frequência.

Enquanto um lado meu mergulha em um mundo totalmente estranho, o outro insiste que eu devo ir atrás de Hannah, para tentar salvar nossa relação. Se eu a amo, é exatamente isso o que devo fazer. Hannah diz que me ama, portanto não há barreiras suficientemente fortes para impedir nossa união.

Chego ao apartamento dela, e lá está o porteiro com quem sempre converso. Faz muito tempo que não venho ao condomínio, mas o porteiro é do tipo que conhece muita gente e que nunca esquece de um rosto. Conforme me aproximo do portão, ele tira a chave do bolso para abri-lo. Mas algo não está certo. Ele sempre me recebe com um sorriso amigável. Hoje, porém, ele não parece estar num dos seus melhores dias.

— Bom dia, Sr. Canhedo.

— Bom dia, rapaz. Imagino que tenha vindo procurar a Srta. Anderson.

— Isso mesmo.

— Sinto muito, mas ela não está.

— Ela saiu? Para onde ela foi?

O porteiro fica em silêncio. Uma estranha ansiedade começa a tomar conta de mim.

— Onde está a Hannah, Sr. Canhedo?

— Adrian? O que faz aqui?

Olho para trás e vejo Miguel.

— O que você acha? Vim ver a Hannah. Quero saber como ela está.

— Você ainda pensa em reatar o namoro com ela?

— Vou ser sincero com você. Sim, eu penso em voltar com ela. Sei que pedi para darmos um tempo, mas a verdade é que eu estou morrendo de saudades dela. Pensei muito e cheguei à conclusão de que não sei viver sem o amor dessa garota. Eu a amo, e a quero de volta.

Miguel revira os olhos. Só falta que ele não concorde com a minha iniciativa. Mas isso, no fundo, não importa. Estou aqui por um motivo. Nada me fará voltar atrás.

— Adrian, isso não pode ser. Não há mais chances para vocês dois.

— Por que não? Eu sei que a Hannah me ama como eu a amo. Não adianta tentar me impedir, não vou desistir dela.

— Você não está entendendo, Adrian. Vocês não podem mais ficar juntos. Não pode haver mais nada entre vocês.

— Por que não? Anda, me responde! Me dê um bom motivo para eu não fazer isso.

Miguel franze a cara e olha para o chão. Por fim, solta um suspiro profundo e diz:

— Hannah foi embora.

Sinto as pernas bambearem no mesmo instante.

— Isso é mentira! Vamos, diga que está mentindo!

— Não estou mentindo, Adrian. Ela foi mesmo embora. Não mora mais aqui.

— Para onde ela foi?

— Para o Canadá.

— Não. Isso não pode ser verdade.

— Infelizmente é. Lamento, amigo.

Me viro para o edifício. Olho diretamente para a janela do 13º andar, lembrando de um certo dia em que a vi escorada no parapeito. Agora aquele lugar não passa de um espaço vazio.

— Ela não pode ter ido. Não pode ter me deixado. Não sem se despedir...

— Não pessoalmente.

— O quê?

— Ela deixou uma mensagem.

— Mensagem? E o que ela disse?

Miguel pega o celular e põe na caixa de entrada de mensagens. Leio rapidamente:

— Miguel, estou indo embora para o Canadá. Minhas precárias condições financeiras já não me permitem continuar morando aqui...

Lágrimas rolam a cada frase lida. Sabia que a família de Hannah enfrentava sérias dificuldades financeiras, mas nunca pensei que isso os levaria a sair do país – não que eu tenha parado para pensar nisso, claro.

Mas isso agora é o de menos. O que importa é que Hannah foi embora sem se despedir. Isto é, sem se despedir de mim. Na mensagem, ela diz que me ama e que nunca vai me esquecer. Agora não tenho mais tanta certeza disso. Alguma coisa me diz que o amor que ela diz sentir por mim não é tão grande assim.

Ainda assim, a dor que estou sentindo é forte demais para suportar. De repente, sinto um vazio esmagador, sugando tudo o que tem algum significado em minha vida. É o fim.


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Notas finais do capítulo

Tudo parece perdido para Adrian. Bem... "parece"! O que vai acontecer agora? Leia e descubra!



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