Lovestoned escrita por Ducta


Capítulo 2
Do que somos capazes




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POV Justin

 

-Alethia? – Eu chamei enquanto destrancava a porta da frente. Sim, eu tenho a chave da casa dela.

-Sobe Justin, eu to no meu quarto! – Minha prima gritou.

-Caramba Alethia você ainda está assim? – Eu perguntei quando abri a porta do quarto.

Ela estava com um jeans preto, seu Nike preto e rosa e de sutiã. Espera, deixa eu explicar:

Eu e a Alethia crescemos juntos conseqüentemente já dormimos juntos – dormir mesmo, não leve na malícia -, já tomamos banho juntos – vez ou outra só e depois que fizemos cinco anos, nossas mães pararam com isso -, ela já tentou me beijar – longa história, eu conto depois – e fora as outras milhares de coisas que nós já fizemos juntos. Então eu não vejo maldade alguma em ver a Alethia de sutiã, mas é claro que meus pais e os pais da Alethia não sabem que eu conheço todos os sutiãs dela se não eu já estaria morto, é.

-Acordei atrasada. – Ela disse pegando a camisa do uniforme no guarda roupa. – Minha mãe não me acordou.

- A tia Annabeth saiu mais cedo? – Perguntei sentando na cama.

-Acho que sim, não ouvi o celular. Droga!

-Que foi?

-Não vai dar tempo de tomar café e eu estou morta de fome.

-Termina de se arrumar, a gente passa numa padaria e você vai comendo no carro.

-Tinho, eu já disse que te amo? – ela disse rindo enquanto ia pro banheiro.

-Incontáveis vezes desde que você aprendeu a falar e não me chama de Tinho!

Tinho. Quem me deu esse apelido idiota? Ah sim, minha mãe quando eu tinha três anos e Alethia faz questão de lembrá-lo até hoje.

-Ok, Justin! – ela disse enquanto saia do banheiro – Vamos?

Alethia não tinha carro porque ela não queria, ela mesma sabia o quanto ela era fresca atrás de um volante. Então não pediu um carro de aniversário como todo adolescente americano de quinze anos faz.

Quando chegamos ao estacionamento da escola já estávamos atrasados. Alethia me deu um beijo estalado e saiu correndo pro ginásio enquanto eu corri pra sala de história. Enquanto eu ia pro meu lugar, eu fui cumprimentado por muita gente. Eu era o cara mais popular da escola. Desculpa eu estar me gabando, mas depois de tanto esforço – eu tive que dar o melhor de mim pra ser o capitão do time de futebol por cinco anos seguidos, como conseqüência eu cultivei um “corpo sarado” (como a Alethia gosta de dizer quando se gaba com as amigas), ganhei uma espécie de fã-clube, amigos legais e todas essas coisas que a popularidade te trás -           eu preciso me aproveitar disso. Mas só pra deixar claro, eu não me aproveito disso, não muito. Uma das coisas que eu aprendi com o meu pai foi: se os outros forem legais comigo, eu serei legal com eles.  Caso contrário, eu não me responsabilizo pelos meus atos.

Quando eu estava indo pra troca de aula, Diana, uma das amigas da Alethia veio falar comigo e ela parecia irritada.

-Justin, o Derick tá tentando beijar a Alethia de novo! – ela disse.

Aquilo me subiu o sangue. Derick corria atrás da Alethia desde que tínhamos onze anos e ela nunca aceitou nem sequer um convite pra tomar sorvete. Agora ele acha que só porque está no time de futebol ele tem o direito de beijá-la. Vira e mexe eu tinha que ir lá dar uns socos nele. Porque uma das coisas que meu tio Percy me ensinou foi: Proteger a Alethia custe o que custar.

-Derick me solta. – Alethia pedia calmamente quando eu cheguei ao corredor do ginásio. Ele dava dois da Alethia, mas mesmo assim, ela não tinha medo. Ela não tinha medo de ninguém. Meu tio vive dizendo que ela puxou minha tia Annabeth nesse aspecto. Minha mãe discorda, diz que ela é assim por causa do meu tio. Mas enfim, Derick tinha pressionado Alethia na parede e a matinha encostada lá segurando em seus braços.

-Derick solta ela. – Eu disse, cruzando os braços.

Derick me olhou por um longo minuto, mas soltou Alethia sem dizer nada.

-Você ainda vai ser minha loirinha. – Ele disse enquanto Alethia dava as costas pra ele e vinha em minha direção, rebolando como sempre.

-Eu estava me virando muito bem sozinha, Justin – Ela disse de nariz empinado.

-Eu vi. – Eu respondi rindo.

Meu armário era ao lado do da Alethia – longos meses pra convencer Diana a mudar de armário comigo – Enquanto trocávamos os livros ela ficava olhando pra algum lugar as minhas costas.

-Que foi? – Perguntei.

-Atrás de você. – Eu olhei – A de cabelo preto, rabo de cavalo.

-Que tem ela?

-Cinco minutos pra fazê-la entrar na sua lista. – Alethia disse com um sorriso maldoso.

Eu avaliei a menina por alguns instantes, ela não era feia, ela conseguia alcançar meu parâmetro pra “bonitinha” até. Depois consultei meu relógio. Cinco minutos pra próxima aula.

-Pode diminuir pra três. – Eu disse enquanto caminhava em direção a menina.

Confesso, eu e a Alethia, às vezes fazíamos brincadeiras de mau gosto. Mas muitas meninas pararam de se importar quando eu chegava de repente, mas sempre tinham as desavisadas. Era dessas que a Alethia gostava.

-Oi. – Eu disse encostando no armário ao lado do da menina. – Qual seu nome?

-ah, oi. Marine por quê?

-Por que eu estava te observando e eu vim te pedir uma coisa. – eu disse, atrás da Marine, Alethia levantou o dedo indicando que eu tinha mais dois minutos.

-Pede.

-Eu quero um beijo, aqui e agora.

Marine ficou lá me olhando com aqueles olhos castanhos surpresos.

-Que me diz?

-Tá, eu...

E antes que ela pudesse terminar a frase eu peguei seus lábios em um beijo superficial e cheio de pressa. Enquanto eu a beijava, abri os olhos, Alethia indicou que faltava um minuto apenas. Eu sorri de leve e voltei ao beijo por mais alguns segundos, mais calmo dessa vez. Esse era meu segredo. Na hora que o beijo ficava realmente bom, eu parava.

Quando eu me separei de Marine ela soltou um gemido baixo de frustração. Eu sorri com mais vontade.

-Obrigado. – eu disse e dei as costas pra Marine.

-E aí? – Eu perguntei encostando no armário de Alethia de novo.

-Você está cada vez mais rápido. – Ela disse.

-Nada disso, ele está cada vez mais sem vergonha. – Kimberly, uma amiga em comum minha e da Alethia disse, se juntando a nós. – Olha a cara da coitada. Você não tem um pingo de vergonha na cara, Justin?

Eu olhei pra Marine. Ela estava surpresa e confusa ao mesmo tempo e isso me fez rir. Não dela em sim, mas da expressão dela.

-Na verdade eu não tenho mesmo. – Eu disse quando o sinal tocou.

O resto das aulas foi normal, eu saí mais cedo hoje, não tinha treino de futebol então fiquei esperando Alethia sair do treino das líderes de torcida.

Sim, ela era a garota mais popular da escola. Fazer o que, é de família a vocação pra ser famoso!

-Ah meus deuses! A meus deuses! – Alethia chegou exclamando.

-Que foi?

-Tá sabendo do concurso de talentos?

-Ouvi alguns comentários. Por quê?

-Por que o que, Justin? Eu vou, finalmente, poder participar! – Ela disse empolgada.

-Que drama, você não participou ano passado porque não quis. – Eu a lembrei enquanto entrávamos no carro.

Todo ano na escola tinha o concurso de talentos. E só podiam participar alunos maiores de 15 anos. Na verdade, não era um concurso. Era só uma noite me que você podia levar sua família pro ginásio da escola pra eles verem seu showzinho. Pra mim, aquilo sempre foi uma perda de tempo total.

Já Alethia achava que aquela era a chance dela mostrar seus múltiplos talentos pra todo mundo sem que a chamem de metida ou exibida.

Cá entre nós, realmente minha prima tinha múltiplos talentos. 12 anos de balé clássico, jazz, salsa, tango, esgrima, aulas de canto, ginástica olímpica, piano e simulações das atividades do acampamento meio-sangue são os únicos que eu consigo lembrar agora.


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Notas finais do capítulo

Não gostei desse capítulo, mas os próximos serão melhores, eu prometo.



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