Lovestoned escrita por Ducta


Capítulo 15
Pois não dá pra viver morrendo de amor




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POV Alethia

 

Essa era a última noite antes da minha viajem, eu e minhas amigas decidimos fazer uma espécie de festa do pijama e nos reunimos na casa da Kimberly. Ela havia espalhado colchões e almofadas pelo chão, a TV e o DVD já estavam prontos, pipoca, coca-cola, brigadeiro. Tudo já estava nos conformes, nós não tínhamos escolhido o filme ainda.

-Eu ainda opto pelo filme pornô. – disse a Diana pegando um punhado de pipoca, ela tinha o apoio da Carlie, da Stephane e da Jeniffer.

-Espera aí, ainda tem virgens aqui, suas pervertidas! – exclamou a Hayley quase rindo.

Eu era a única deitada na cama da Kimmy, estava deitada de barriga pra cima, vários DVD na mão, mas não via realmente o título de nenhum. Nessa última semana nós tínhamos ficado muito tempo juntas, muito tempo falando besteiras, muito tempo falando sobre virgindade.

-Ale, que você acha? – a Kimberly perguntou.

-Sobre?

-O filme né, dãr!

-ah, sei lá, qual quer coisa. – eu disse.

- Deixa pra lá então, vamos conversar. – a Lauren disse.

-E aí Alethia, quem é que está tirando sua atenção? – a Micaelly perguntou, dando leves puxões no meu cabelo.

O Justin! Ele está tirando minha atenção há tempos. Não sei o que eu faço da minha vida! Eu quero agarrar ele, mas ao mesmo não quero. ARGH! Isso vai me deixa maluca!” – eu quis do fundo do meu coração abrir o jogo e dizer aquilo pra elas, queria ajuda. Mas eu não consegui.

-hã, ninguém. Eu só estou...

-Preocupada com a viajem? – completou a Kimberly.

-Por que ela estaria preocupada, ela vai com o Justin. – a Diana disse lixando as unhas.

-É isso que me preocupa. – eu murmurei.

-Que? Porque te preocupa? – Stephane perguntou sentando ao meu lado.

Tive que pensar em uma desculpa rápida. Quando outros oito olhares se voltaram pra mim.

-ah, vocês sabem como ele é. E se ele se enroscar com alguma garota lá e me largar?

-Vocês só vão um dia antes, nem o Justin é tão rápido assim, não é? – a Nichole contestou.

-eu já fiquei com o Justin – a Diana disse fazendo alguma coisa dentro de mim remoer – e eu posso afirmar o que a Alethia diz.

-Diana, você já... Sabe... – eu comecei

-sabe? – ela perguntou ansiosa.

- hã, você já transou com o Justin? – eu cuspi. – É que, quando você ficou com ele, eu estava ficando o John e a gente nem falou muito nisso.

Ela sorriu.

-Bem que eu queria, mas não, a gente não transou. Mas a Bonnie sempre se gabava que o Justin é ótimo de cama, de sofá, de banco de carro, e de outros lugares que ele não deixou ela   contar.

- Então quer dizer que na minha ausência, vocês conversaram com ela? – eu perguntei tentando bloquear as imagens do Justin com a Bonnie.

-Claro que não, nós só queríamos saber das fofocas. – a Micaelly disse. Esse era o mau dela, adorava uma fofoca.

-Mas voltando ao assunto: eu bem que fiquei com vontade de transar com Justin. Até tentei.

Aquilo mexeu comigo, eu tive que me segurar pra não ter um ataque.

-Ah sua cretina, você tentou transar com o meu primo e nem me fala? – eu disse disfarçando o que eu realmente estava sentindo, usando um falso tom de mágoa.

Diana simplesmente riu.

-A Bonnie estava sempre em cima, nunca consegui ir mais longe do que um selinho. – ela disse.

Eu fechei a cara.

-Ale, você está bem? – a Nichole perguntou.

-Estou ótima.

Depois disso, a conversa ficou mais livre, saindo da vontade da Diana de transar com o Justin. Nós decidimos assistir Streaptease, aquele filme com a Demi Moore. Tinha putaria, mas não era tão pornô quanto o que a Diana queria assistir. Acabamos dormindo atumuntuadas, mas eu acordei no meio da noite, graças a um sonho estranho no qual eu o Justin dávamos “um amasso” no banco de trás da BMW dele.

Eu saí do quarto da Kimmy e dei uma volta silenciosa pela casa antes de voltar pro quarto. Não dormi direito.

Quando eu vi o Justin na manhã seguinte, meu coração subiu algumas batidas ao lembrar o meu sonho. Ele abraçou apertado e eu tive que prender minha respiração e morder meu lábio pra não agarrá-lo ali na porta da Kimberly.

Eu me despedi das meninas e entrei no carro do Justin jogando minha mochila no banco de trás.

-Sabe o que eu estava pensando? – Justin perguntou enquanto engatava a marcha.

-Não faço idéia.

- Em cancelar as passagens de ônibus, vamos no meu carro. Só eu e você. Saímos mais cedo, chegamos lá mais cedo.

-Eu e você sozinhos no seu carro? – eu perguntei lembrando do sonho de novo.

-Que foi, tá com medo?

-Não, pra mim está ótimo! – eu disse sorrindo.

 

Naquele dia, minha família e a do Justin almoçaram juntas. Lasanha a bolonhesa. Justin já disse que queria partir aquela tarde, minha mãe concordou com um pouco de relutância.

-Não se preocupe com o Sol, já pedi um pequeno favor a Apolo. – a tia Angie sussurrou no meu ouvido. – Sei que você gosta de sol.

-Obrigada tia! – eu disse abraçando ela.

 

Uma hora depois nós já estávamos prontos pra ir. Eu coloquei um short jeans bem curto, posso dizer que foi de propósito, uma regata rosa simples, com um moletom preto fino por cima e meu Nike favorito.

-O rádio é todo seu – ele disse.

Eu sorri e tirei meu porta-cd da mochila.

-Leighton Meester? – ele perguntou

-Sim, “bad girl” – adoro essa música.

Eu realmente adorava aquela música, poucos instantes depois eu já estava cantando e dançando, me remexendo o máximo que o banco me permitia.

A viajem foi tranqüila, mas eu tenho certeza que por algumas vezes eu vi o olhar do Justin vagar das minhas pernas até meu decote, escondido pelo moletom. Nós chegamos no litoral pouco mais de duas da manhã. A casa que eu havia alugado ficava dentro de um condomínio no litoral, a casa que eu aluguei era grande, à beira da praia. Na parte de dentro os móveis eram de madeira em estilo rústico, mas as cortinas, os quadros e os tapetes eram todos em cores vivas e bem modernos. Tudo combinou perfeitamente bem.

Da janela da cozinha dava pra ver o mar a frente, mas se eu baixasse meu olhar dava pra ver uma piscina enorme. No contrato dizia que ela era aquecida. Eu fui até os quartos no segundo andar. A decoração era igual à dor andar debaixo, três quartos, dois banheiros, distribuídos em um corredor não muito comprido ao final de uma escada caracol. Eu abri as portas dos quartos, o primeiro era de casal, os outros tinham dois beliches e uma cama de solteiro cada um, mas pelas cores dos edredons e das cortinas dava pra diferenciar o quarto das meninas do quarto dos meninos.

Eu joguei minha bagagem em cima da cama de solteiro do quarto das meninas, todo enfeitado em rosa e lilás. Na parede ao lado eu podia ouvir Justin derrubando o abajur e depois resmungar e agradecer por ele não ter quebrado.

Nós fomos a um supermercado 24 horas e compramos o que o Justin chamou de “itens básicos de sobrevivência”. Encheríamos a geladeira quando os outros chegassem.

 

-Tá com sono? – Justin perguntou lá pras 4 da manhã.

Nós tínhamos acabado de devorar uma pizza de calabresa e nós estávamos no sofá. Justin deitado com a cabeça no meu colo, eu sentada fazendo cafuné em seus cabelos negros.

-Na verdade não. E você?

-Também não. Posso te mostrar uma coisa? – ele pediu se levantando

-Claro, o que?

-Esperar aqui.

Ele correu até o andar de cima e voltou trazendo um violão. Eu me peguei com o cenho franzido, curiosa pra saber o que ele pretendia.

Ela se sentou ao meu lado e mexeu nas cordas do violão. Depois ele se virou pra mim, sorrindo.

-Lembra daquele curso de português que nós fizemos?

-Lembro.

Sem me dizer mais nada ele começou a tocar o viola.

-Talvez não seja nessa vida aind, mas você ainda vai ser a minha vida. Então a gente vai fugir pro mar, eu vou pedir pra namorar, Você vai me dizer que vai pensar,mas no fim, vai me beijar.

Talvez não seja nessa vida ainda, mas você ainda vai ser a minha vida. Sem ter mais mentiras pra me ver, sem amor antigo pra esquecer, Sem os teus amigos pra esconder. Pode crer, que tudo vai dar certo.

Uebaruê iô, Sou Pescador, sonhador, vou dizer pra Deus nosso senhor Que tu és o amor da minha vida. Pois não dá pra viver nessa vida morrendo de amor.

 

Talvez não seja nessa vida ainda, mas você ainda vai ser a minha vida. E uma abelhinha vai fazer o mel,eEstrela Dalva vai cruzar no céu, E o vento certo vai soprar no mar. Pode crer, que tudo vai dar certo.

 

Uebaruê iô, Sou Pescador, sonhador, vou dizer pra Deus nosso senhor Que tu és o amor da minha vida, pois não dá pra viver nessa vida morrendo de amor.

 

Uebaruê iô, Sou Pescador, sonhador, vou dizer pra Deus nosso senhor Que tu és o amor da minha vida, pois não dá pra viver nessa vida morrendo de amor

Uebaruê iô, Uebaruê iô,Uebaiô oooô

 

Você acredita em uma outra vida, só nós dois? Pode crer, que tudo vai dar certo....

(outra vida – Armandinho)

 

O Justin cantou a música toda – que era um reggae – olhando pra mim e sorrindo. Eu mal consegui respirar, a música era linda.

-Que achou? – ele perguntou.

-Perfeita. – eu disse com um sorriso bobo nos lábios.

-o professor me recomendou essa música e eu nunca soube em que situação encaixá-la. Parece que eu finalmente achei o lugar e a pessoa perfeita pra quem cantar. – ele disse colocando o violão de lado e a cada palavra se aproximando mais de mim.

Eu sorri pra ele e esperei. “Era agora, nada poderia atrapalhar, eram quatro da manhã, só nós dois naquela casa enorme, nada poderia impedir nosso beijo, certo?” Eu pensei notando os lábios dele bem perto dos meus agora. Porque nessas horas tudo fica em câmera lenta?

Nossos lábios se encostaram em um selinho tímido. Justin projetava o maxilar pra frente e retrocedia, sabia que ele estava sem dúvida se continuava ou não. Por fim, ele decidiu continuar. Aos poucos ele abriu os lábios e sua língua, movimentando-se pela linha dos meus lábios, pedia passagem, sem demora eu concedi. Nossas línguas se encontraram e a partir daí o beijo foi lento, calmo e constante... Justin passou seus braços pela minha cintura e, com sutileza, me puxou pro seu colo onde eu sentei de frente pra ele, deixando nossos corpos e lábios colados. Coloquei minhas duas mãos em seu rosto e as deixei vaguear até chegar ao seu cabelo. Dentro de mim, borboletas faziam uma festa em meu estômago, meu coração batia tão rápido que era praticamente impossível Justin não o estar ouvindo. Meu interior era uma bagunça completa. Voltando ao lado de fora, tudo estava perfeito. Eu e Justin aninhados ainda naquele beijo quente que, pra mim, tinha gosto de mel. O silencio só era quebrado pelas ondas ao longe e os ruídos típicos do beijo.

Nós quebramos o beijo e nos olhamos por um longo minuto. Justin tinha um sorriso satisfeito e ao mesmo tempo bobo nos lábios agora avermelhados, os olhos tinham a consistência de chocolate quente, quente como ele também estava, os braços ainda em torno da minha cintura. Eu ainda sorvia o gosto do beijo dele, que ainda me parecia mel.

-hã... – ele começou, mas eu interrompi.

-Não diz nada, não quero correr o risco de estragar o momento.

E assim, eu o beijei de novo e de novo e de novo.

Depois de muito tempo nos separamos e deitamos no sofá, abraçados. Eu adormeci antes do Justin. Estava deitada com a cabeça em seu peito, seu braço de novo em volta de mim enquanto sua mão fazia carícias em meu cabelo. Eu ainda me perguntei: Tinha como ser mais perfeito?


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Notas finais do capítulo

OMG! to chorando de emoção aqui



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