A história deles escrita por Pan Alban


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá!!

Esse ano participei do amigo secreto do grupo Shikatema do face e tive a feliz surpresa de tirar uma pessoa que além de uma das minhas autoras favoritas, é tbm minha amiga ♥ Gabriela Alves *-* Meu amor, fiquei tão feliz quando vi seu nome!! Aaaaah! Não consegui colocar exatamente o que você queria, mas fiz de coração!!!
Espero que goste do seu presente, amiga não mais secreta ♥



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A vida começou a mudar na noite que te conheci. Tinha pouco a perder e a coisa seguiu assim.

 

Não é uma história de amor cheia de desencontros, triângulos amorosos e afins. Não, não. É uma história de amor sobre duas pessoas que se apaixonaram à primeira vista, um dos mais difíceis e raros modos de se apaixonar.

Ele tinha 22 anos, indeciso sobre o seu futuro e ganhando a vida formatando computadores e criando bancos de dados para pequenas empresas. Ela era de virgem, formada em História e no primeiro ano do mestrado. Nenhum dos dois se conhecia, nem ao menos frequentavam os mesmos lugares para que algo assim acontecesse sem querer. Mas o destino já havia escrito suas histórias como uma só, então um convite inusitado de uma amiga dela enquanto bebiam café num lado da cidade começou a dar andamento ao plano do destino.

— Um bar latino, Temari. Me recomendaram no trabalho e achei interessante. Não me olhe assim, você queria algo diferente para o réveillon!

Ela tomou um gole de café sem poder contra argumentar. Ergueu um ombro dando um voto de confiança à escolha da amiga e facilmente mudou de assunto não dando a devida atenção à importância que aquele acontecimento teria em sua vida.

Do outro lado da cidade ele era cutucado na costela pelo amigo loiro que tentava encorajá-lo com um sorriso gigante e uma súplica quase cômica

— Minha morena trabalha lá, Shikamaru. Sim, aquela morena tímida e de belos olhos claros que conheci na fila do cinema. Descobri no facebook… Oras, não me olhe com essa cara! Não se têm muitas Hinatas por aí, foi fácil achar. Qual é, cara? Vamos lá comigo! Quero começar o novo ano com um novo amor.

 

Eu, com meu sutiã listrado e meu cabelo meio arrumado, pensei: Ele ainda é um garoto, mas o que eu posso fazer?

 

Ah, seria tão menos emocionante contar as duas outras histórias de amor que aconteceram naquele dia. Duas histórias lindas, sem dúvidas, mas elas pertencem a outros narradores. Contudo, essas duas histórias de amor têm fundamental participação na união daquelas duas almas que necessitavam se encontrar.

Ela estava sentada afogando uma leva de sentimentos confusos dentro de si em copos de destilados. Ele, aborrecido e deslocado, andava perdido com uma bituca entre os dedos.

A amiga dela, tão logo chegaram, deu-se envolvida com um barman cabeludo e conversava com ele com extrema intimidade, enquanto ela fechava-se em seu mundo particular, altamente avessa ao mundo exterior naquela hora. O amigo dele havia encontrado a morena que dominava seus pensamentos e seu coração do outro lado do bar e insistira para que conversassem a sós.

Ele era um rapaz interessante. Ela, uma mulher instigante.

Ele olhava para aquele mar de gente dançando uma lambada, ou o ritmo latino que fosse, como se elas fossem feitas de magma, que ele não podia tocar. Ela criava um escudo em volta dela para que as pessoas não a alcançassem, sem muito esforço, apenas com os olhos verdes que tudo perfurava.

Ela quase desistia de permanecer ali, e estando ciente de que sua presença não era mais prioridade para a amiga, virou o último gole e puxou sua bolsa vermelha.

Ele não era acostumado a beber, mas, naquele calor e naquele ponto de nervosismo por se sentir tão preso, ele pediu uma bebida.

E eis que o primeiro contato tramado pela força natural do mundo acontece. Bem ali, naquele momento que parecia tão improvável. A bebida dele é deixada no balcão e derrubada por uma bolsa vermelha que deslizava quase violenta.

 

É o que eu estava procurando. O médico recomendou. Parecia que eu estava sonhando.

Do que eu estava reclamando? Não sei o que eu estava pensando.

Hoje vou andando para o céu.

 

Você já presenciou um ato de magia? Não estou perguntando sobre truques que mãos ligeiras fazem diante de olhos distraídos como os amores não correspondidos. Não, eu pergunto sobre magia pura. Daquela que não há explicação e tampouco maquinação. Já viu? Se já, então deve saber como o ar em volta fica mais denso, como parece que fagulhas silenciosas estouram no ar e uma música tocada pelos anjos… Se você nunca viu algo assim, tente imaginar uma sensação que faça os pelos de seu braço se arrepiarem, um arrepio que começa na base de sua coluna e chega até sua nuca fazendo seu corpo tremer.

Foi aquilo que os dois sentiram quando se olharam pela primeira vez. Mágica.

Não foi um olhar cinematográfico como se faz imaginar. Ela, na verdade, olhou assustada e ele aborrecido. Mas isso durou exatamente três segundos.

Ela nunca havia gaguejado, mas o fez quando pediu desculpas tentando limpar a sua mente. Ele nunca havia se sentido estúpido, mas sentiu quando se enrolou nas palavras tentando dizer que estava tudo bem.

Ela não acreditava no azar que tinha por derrubar a bebida de alguém justo quando estava indo embora. Ele não acreditava na sorte que tinha por ter sua bebida derrubada pela mulher mais bonita que já viu pessoalmente.

— Deixe que eu pago outra para você — ela por fim conseguiu fazer algum sentido e, sem esperar uma resposta dele, pediu que o garçom o servisse outra vez.

— Me acompanhe. — ele pediu numa respiração.

Ela travou no meio do caminho, no meio de sua decisão de ir embora. Não era necessária uma segunda olhada, mas ela o fez somente para sentir a mágica dentro dela novamente, como fogos de artifício que explodiam sem controle dentro de si.

Ele não conseguia respirar, ignorando completamente as pessoas que tocavam nele enquanto dançavam em volta num ritmo quente e completamente diferente do que tocava na cabeça daqueles dois.

Faltava uma hora para a meia noite quando ela se sentou naquele banco ao lado dele. Uma hora para o primeiro beijo.

 

A única coisa que eu estou dizendo, vamos nos conhecendo é o que está propondo.

Vamos nos entusiasmando. Tudo está funcionando. Estamos nos dando bem.

 

Ele era tão jovem, ela pensou quando perguntou a idade dele. Ela era tão brava, foi o que ele pensou quando perguntou a idade dela.

Entretanto, ele era tão inteligente, tão esperto e charmoso que contradizia a idade que dizia ter. E ela, bom, ela era encantadora. Forte, muito decidida, mas com o sorriso mais sincero e bonito que já viu.

Ela falava sobre filosofia, história e ciências. Ele sabia tudo sobre política, futebol e computadores.

Ele não entendia como ela conseguia puxar ele para si apenas com os olhos, com o sorriso petulante. Ela não entendia como ele podia parecer o homem mais interessante que já conheceu, ainda que fosse apenas um garoto.

E conversaram sobre assuntos que não deveriam ser conversados num bar latino faltando pouco para a virada do ano. Conversaram sobre eles, sobre as pessoas, sobre o mundo.

Suas opiniões eram diferentes, mas os dois tinham a capacidade rara de compreender, interpretar e aceitar a opinião do outro. Conversavam e se entendiam, curiosos sobre o que o outro pensaria de assunto X, o que falaria sobre Y, como argumentaria contra Z. Ele queria ouvir mais da voz dela. Ela queria ouvir mais da voz dele.

Ela não erguia mais seu escudo. Ele não queria se afastar.

 

Olha que coisa linda. Que boca mais redondinha. Adoro essa barbinha.

 

Não foi surpresa apenas para ele quando ela tocou a barbicha em seu queixo, eu não esperava assistir aquilo. Ah, não. Não esperava.

Ela não era impulsiva, mas havia sido guiada pelo sentimento consequente daquela mágica que aconteceu no primeiro olhar. Talvez ela já soubesse que ele a pertencia?

Ele não gostava de ser tocado, definitivamente não. Mas não sabia que ansiava tanto o toque dela quanto no momento em que sentiu os dedos longos passando por baixo de seu queixo.

Ele queria tocá-la também, mas mesmo que ela fizesse aquilo, não sentia-se seguro a fazer o mesmo. Ela queria que ele a tocasse também, assim como ela não conseguia deixar mais suas mãos longe dele, mãos curiosas por aquele detalhe no queixo dele que o deixava irresistível.

Ela então se levantou e o puxou pela mão. Ele quase tropeçou nos próprios pés quando ela fez aquilo, mas sorriu ao vê-la mexer o corpo na sua frente.

— Deixe essa preguiça de lado e dance comigo.

— Isso é muito problemático, mas eu não sei dançar.

 

E dancei até cansar. Até cansar, eu dancei.

E me apaixonei. Nos apaixonamos.

 

Ele nunca imaginou que estaria dançando com uma loira linda e interessante num bar latino em uma virada de ano. Ela nunca imaginou que deixaria suas ressalvas de lado e se libertaria num bar latino na virada do ano.

Ele era desengonçado. Ela era sedução.

Ela se divertia. Ele se encantava.

Não havia como conversar naquele momento sem que estivessem muito perto. Sem que ele colocasse uma mão em volta da cintura dela e sentisse o hálito quente dela em seu ouvido o respondendo.  

Ele não se lembrava de se sentir tão desesperado quanto naquele momento, desesperado pelo corpo daquela mulher, pelo seu cheiro, pelo seu sabor. Ela não acreditava que suas mãos queriam tocar toda a parte do corpo dele, sentir o perfume dele e provar o sabor de sua pele.

Uma contagem regressiva começou em coro quando a música acabou, mas os dois não se distanciaram. Chegaram mais perto.

5, 4, 3, 2, 1!

Ele e ela se tornaram eles.

Eles se beijaram quando os fogos soaram lá fora. Um beijo que parecia estar esperando aquele momento a mais vidas do que um ser humano acha capaz ter vivido. Um beijo de um sentimento verdadeiro que eles reconheceriam depois, depois de algum tempo sem conseguir se afastarem.

Eles se encontraram, e os fogos que traziam boas vindas ao novo ano eram vistos pelo destino e por esse narrador como uma alegoria banal ao que realmente nascia ali, o que realmente importava: o nascimento de um novo ciclo.

 

Nunca acreditei que fosse assim, como você se atrairia por mim?

Uma noite inteira fiquei pensando: Este é pra mim, não é pra mais ninguém.

 

  

Betado por Akemihime


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Notas finais do capítulo

A fanfic foi baseada em duas músicas que gosto muito: Me enamoré da Shakira e Eduardo e Mônica do Legião (que acho a cara de Shikatema ahahahahah). Espero que tenha gostado!
Um grande beijo e até uma próxima ♥