Ao Seu Lado escrita por Larissa Oliveira, Sammy Lopes


Capítulo 4
Capítulo quatro, Gabriela


Notas iniciais do capítulo

HAPPY NEW YEAR, GUYS!
Que nesse ano vocês façam com o tempo, o que ele faz com vocês: aproveitem-se dele! Curtam cada dia como se ainda fosse o primeiro. Feliz 2k18!



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Eu levantei como um zumbi às 05h da manhã e não me perguntem muito como consegui tomar banho e vestir a muda de roupa que já estava separada em cima da bancada do closet: foi algo supernatural. Ainda assim, fechei a mala e uma bolsa de lado com meu carregador e documentos e saí carregando tudo lá pra baixo, onde a mala da minha mãe estava.

Juliana: Cuidado pra não fazer barulho, filha. – Minha mãe falou baixinho. Ela já estava arrumada e preparava uma jarra de suco na cozinha. Assenti indo beber água.

Juliana: Tudo pronto? – O sorriso no rosto da minha mãe denunciava o quanto que eu tinha puxado a ela: desapegada. Claro, ela ficou bem magoada com a situação... Mas agora parecia estar bem animadinha com essa mudança.

Gabi: Tá.

Juliana: Pegou seus documentos? – Engoli o último gole de água.

Gabi: Aham. – Vocês devem imaginar que se eu deixasse, minha mãe ia passar o resto da vida perguntando por tudo, né? Meus olhos só queriam fechar e eu meio que não estava ligando muito pro que ela falava ali. Quando terminamos de limpar tudo o que sujamos na cozinha, minha mãe foi arrumar as malas no carro e eu subi pra buscar Luca que ainda dormia. Meu Deus... Morri de inveja dele quando o vi todo largado na cama, aaaaaaaaf! QUE SONHO! Deitei do lado dele, acariciando seus cabelos e apreciando o quanto meu gurizinho é lindo.

Gabi: Luca? Ei bebê... Acorda... – Ele respirou mais fundo abrindo os olhos.

Luca: Bibi? Já tá na hora de viajar? – Ri, assentindo.

Gabi: Já, meu amor. – Luca AMA Salvador. Ama mesmo, sério. E não deu muito trabalho pra ele levantar e correr ao banheiro para fazer xixi. Dei uma ducha rapidinha nele e vesti uma cueca box preta, uma bermuda tactel verde de listras brancas e tons mais claros de verde, e uma camiseta. Luca calçou as havaianas.

Luca: A gente vai direto pra praia, né? – Ri baixinho, e não ri sozinha. Escutei um riso meio abafado vindo da porta e me virei pra ver quem era: meu pai.

Jorge: Você já quer ir pra praia, filho?! – Luca riu, correndo ao encontro dele. Ah, gente... Esse lance de despedida é terrível. Era sem querer... Mas eu estava com lágrimas nos olhos. Sentei na cama do Luca assistindo meu pai apertar ele forte e beijar sua bochecha.

Luca: Você também vai, papai?

Jorge: Hoje não... Hoje você vai com Bibi e com a sua mãe. O papai vai resolver um monte de coisas e depois vai, tá bom? - Uma lágrima quente rolou pelo meu rosto e só aí eu me dei conta de que eu não podia demonstrar isso ao Luca, e sequei-a antes que ele visse. Levantei rápido indo tornar aquele abraço triplo e também inesquecível.

Jorge: Eu amo vocês.

Luca: Eu também!  

Gabi: A gente também te ama, pai. – Foram só alguns segundos antes que a gente saísse do quarto. Meu pai seguia a gente com os olhos encostando-se ao corrimão da escada e acho que fechar aquela porta foi a coisa mais dolorosa que já fiz em toda a minha vida. Minha mãe já nos esperava no carro e eu só arrumei Luca na cadeirinha para que a gente seguisse viagem: eu dormi a viagem toda, praticamente. Acordei mais ou menos quando passamos pelo Shopping Salvador e não demorou muito tempo para que chegássemos em casa. Essa nossa mudança já estava sendo programada há um bom tempo... O apartamento no Le Parc – Residential Resort era onde ficávamos toda vez que a gente vinha pra cá, e ele ficou pra minha mãe na divisão de bens. E quando a gente decidiu se mudar mesmo, até Irá – uma prima da minha mãe, que praticamente morou com a gente durante a vida toda, tipo, foi a minha primeira e única babá e hoje é a do Luca – topou vir com a gente. E ela já estava em casa quando a gente chegou: a casa tava limpinha, almoço feito... E Irá ainda ajudou a gente a arrumar as coisas que tínhamos trazido. Na verdade ela foi pro quarto do Luca com a minha mãe, e eu fui arrumar as minhas coisas no meu quarto. Eram exatamente 09h: 36min quando eu mandei a mensagem pra Lari dizendo que já havia chegado. Fiquei conversando com ela enquanto desfiz a mala e puta que pariu... O convite que ela me fez me deixou beeem balançada: passar o réveillon na praia de Villas não ia ser nada mal, né? Ainda mais que a virada é justamente meu aniversário. Tá vendo só como eu sou importante? Todos os anos, à 00h do dia 01 de janeiro em quase todo canto do mundo as pessoas soltam fogos para comemorar o meu aniversário. Hahahahah! Ao mesmo tempo em que achei que essa poderia ser uma ótima ideia, lembrei-me das inúmeras possibilidades que a minha mãe já tinha me dado para que essa data não passasse em branco: ela me sugeriu assistir o pôr do sol no Farol da Barra, fazer um jantar diferente em casa ou em algum restaurante que eu gostasse muito – tem vários nessa lista aí – ou até alguma das grandes festas que sempre rola nessa data. Por isso que eu não quis tomar essa decisão sozinha. Guardei a mala e fui procurar por minha mãe.

Gabi: Mãe?!

Juliana: Oi? – Elas já tinham organizado as coisas do Luca e estavam agora no quarto da patroa. Me joguei na cama da minha mãe procurando a conversa da Lari no celular.

Juliana: O que foi?

Gabi: Lari tá me chamando pra passar o réveillon na casa de Villas do pai dela. Quer dizer... Tá chamando a gente. Vamos?

Juliana: Tem certeza? Você não acha que a gente vai ficar meio ‘peixe-fora-d ’água’?  Réveillon não é família?

Gabi: Não... Natal é família. – Dei de ombros.

Juliana: Ah, Gabi... Não sei não, viu? Você quem sabe. Se quiser ir, eu te levo lá. Mas acho que não fico não. – Ela colocou mais uma blusa no cabide e em seguida pendurou na arara do guarda-roupa.

Irá: Eu acho que a sua mãe tem razão, Gabi... – Venceram. Ok.

Gabi: Pode ser mesmo... Então a gente podia fazer o seguinte: sair pra jantar e depois dar uma passadinha lá. Pode ser? – Irá olhou com uma cara um pouco suspeita pra minha mãe e elas riram.

Gabi: O que foi? O que eu perdi?

Juliana: Nada não, garota. Combinado. É seu aniversário... Você que manda. – Ela levou as mãos pra cima. Poxa, essa eu não entendi. Juro. Mas... Deixei quieto. Disquei o número da Lari enquanto mexia nas costas do Luca com o meu pé. Nem tô judiando... Ele tava assistindo no celular da minha mãe e se brincar nem tava sentindo meu pé ali. Lari atendeu.

INÍCIO DE LIGAÇÃO:

Lari: E aí, tá pronta?! Posso ir te buscar? – Ri.

Gabi: Oxe menina! Tô pronta pra ir dormir, só se for.

Lari: Af Gabi! Para com isso. Sério, você vai né?

Gabi: Vou...

Lari: Ai, que ótimo! Espera só um pouco que eu vou falar com meu pai...

Gabi: Lari! Não! Espera!

Lari: O que?

Gabi: Olha... Eu falei com a minha mãe e como a gente já tinha combinado antes, não vamos mudar... É que a gente tinha acertado de fazer um jantarzinho pra comemorar os meus lindos 1.7 e também a virada de ano de 2017. – Ri.

Lari: Ah...

Gabi: Mas calma! Eu tô ligando pra te convidar pra vim pra cá... Mas se você não puder, eu peço pra minha mãe me deixar aí quando acabar aqui. Pode ser?

Lari: Pode. Mas você vem mesmo, né? Não vai acabar cedo não.

Gabi: Vou! Sério. Assim que acabar aqui a minha mãe me leva. Você me manda a localização?

Lari: Mando sim! Tia Ju arrebenta. – Minha mãe riu, o celular tava no viva voz.

Juliana: EU ARRASOOOO!

Lari: Oi tia! Você tá escutando, é? Imagina aí se eu falo mal?

Juliana: Eu ia escutar tudinho. – Rimos.

Juliana: Eu levo Gabi aí, Lari. Relaxa. Feliz 2017 antecipado!

Lari: Obrigada, tia! Feliz ano novo pra você também! Ah! Será que o Luca aguenta vir pra cá?!

Juliana: Xi... Acho que não, hein? Ele acordou bem cedo hoje e já me disse que não vai dormir.

Luca: Não vou dormir não, mamãe! – QUE MOLEQUE! A gente pensando que ele estava assistindo e ele estava ligado na nossa conversa! Ai ai, viu?!

Lari: Dorme Luca! Dorme só um tiquinho que é pra você vir ver tia Lari, pode ser?

Luca: Não pode ser não. – Lari riu.

Lari: Ahhh, eu sou fã desse menino.

Gabi: Coisa é cá!

Lari: Então princess, estamos combinadas? Posso te esperar pra brindar 2017?!

Gabi: Pode sim!

Lari: Certo! Já te mando a localização, tá?

Gabi: Tá. Beijo Lari!

Lari: Beijo gente!

FIM DE LIGAÇÃO

Desliguei o telefone e segundos depois Lari me enviou a localização da casa de Villas. Dei as coordenadas a minha mãe e ela disse saber mais ou menos onde ficava. Eu fiquei deitada assistindo com o Luca e nem vi a hora em que peguei no sono. Eu dormi mesmo. Acordei 12h: 58min com a minha mãe me chamando pra comer. Quer um resumo do meu dia? Tá aí. Eu dormi a manhã inteira, almocei e dormi de novo pela tarde. Acordei às 17h: 14min por vontade própria, ninguém me chamou dessa vez não. Irá até se assustou quando me viu passar pela sala indo pra cozinha e em seguida passar da cozinha pra sala.

Irá: Eita! Achei que ia hibernar.

Gabi: Eu sou uma princesa. Princesas dormem muito, né Luca? – Falei enquanto sentava ao lado dele no sofá. Luca é muito folgado por natureza... Então imagina com gente que ele já conhece há muito tempo? Pois é. Ele estava só de cueca deitado no colo de Irá.

Luca: Dorme... Você é uma Bela Adormecida. – Ô! Enchi esse pestinha de beijinhos.

Luca: E quem é o príncipe? – Segurei o riso.

Gabi: E tem que ter príncipe?

Luca: Tem! O príncipe que acorda a princesa. Por isso que você acordou tarde.

Gabi: Você não pode ser o meu príncipe? – Esbocei uma indignação.

Luca: Não, Bibi! Tem que ser um príncipe grande! – Cara, tem como não amar uma criaturinha dessas?! Impossível. Irá disse que minha mãe tinha ido tentar falar com a administração do condomínio e que já voltava. Ainda fiquei um tempinho assistindo e conversando com eles, mas ela foi arrumar a mesa do nosso jantar e eu fui pro meu quarto começar a minha superprodução de ano novo. Eu não tinha pressa... Então tomei um banho com calma, sequei e modelei o meu cabelo e aí comecei a minha saga pra decidir a make e o look. Não me chamem de doida... Eu só esqueci que eu tinha que escolher uma roupa legal, pô. Fiquei encarando as peças no guarda-roupa tentando imaginar uma combinação ideal e enquanto fazia isso mentalmente, fui preparando a minha make: nada muito pesado, mas também nada muito leve. Uma make na medida combinando com o vestido longo que eu já namorava em pensamento: um longo branco com cortes de tecido até a minha coxa. Eu adorei esse vestido porque ele deu a impressão de que o meu bumbum é um pouco maior, sabe? E a coxa também. Perfeito. Coloquei um bracelete dourado em meu braço esquerdo e calcei minha Carmen Steffens branca com dourado. Pronto. Quer mais?! Eu quero. Depois que achei que estava pronta ainda coloquei um pouco de sombra de glitter nos olhos pra acender mais o rosto e aí penteei os meus cabelos até ficarem do jeito que eu queria que eles ficassem. Eu só tentei ficar bonita... Mas a dona do meu gene bom estava muitooooo linda! Sem comentários, tá? O nosso jantar era simples, mas eu gostava das nossas reuniões. Somos evangélicos – cremos no Evangelho – e não costumamos passar essas datas sem reunião em família e esse ano não seria diferente (mesmo um pouco distante do resto do povo). A mesa já estava posta às 19h: 30min, mas a gente não comeu nada antes da nossa oração. Reservamos um tempo para louvor e adoração e em seguida cada um de nós fizemos uma oração agradecendo pelo ano que passou e entregando nas mãos do Criador o ano vindouro. Já era tradição na nossa família e até o Luca já se arriscava em algumas palavras. Era muito bom. Purificante. Só depois disso que nós jantamos. Ficamos beliscando as comidas que elas tinham feito e conversando ao redor da mesa quando meu celular vibrou com uma mensagem de Lari.

Juliana: É Lari? Quer que eu te leve agora?

Gabi: Vocês não vão?

Irá: Não, Gabi... Pode ir. É seu aniversário! Faz o que você estiver com vontade.

Gabi: Tá... Então vamo? A mensagem foi de Lari mesmo, mãe. – Irá ficou em casa arrumando as coisas na cozinha e cuidando do Luca enquanto a minha mãe foi me levar na casa de Villas. Eu abri o mapa, mas não tivemos tanta dificuldade em encontrar a casa não. Minha mãe parou um pouco depois do portão, onde já tinha um Quoris parado bem em frente a casa.

Juliana: Feliz ano novo e feliz aniversário, meu amor! – Ela forçou o cinto pra me dar um abraço e eu a abracei com mais facilidade por já ter me livrado do meu.

Gabi: Obrigada mãe! Mas amanhã eu quero outro abraço e outro feliz aniversário, viu? – Ela riu.

Juliana: Tá. Quantos a senhorita quiser. – Minha mãe beijou a minha testa.

Juliana: Já avisou a Lari que você chegou? – Eu não avisei nem que saí de casa. Lascou.

Gabi: Não... Mas tem interfone.

Juliana: Vai que eu fico te olhando daqui. – Mandei beijo no ar saindo do carro. Toquei o interfone e nada. Segundos se passaram e eu comecei a me perguntar se eu realmente estava na casa certa. Peguei meu celular e fui tentar ligar pra Lari.

Juliana: Nada? Liga pra ela.

Gabi: Tô ligando. – Antes do primeiro toque o portão de madeira se abriu e segurando a maçaneta tinha um homem com um perfume pra lá de bom. O cheiro incendiou o lugar. Eu fiquei meio assustada e foi difícil não reparar cada detalhe dele. Foi dos pés à cabeça: ele usava um sapatênis alvíssimo junto com uma bermuda jeans e uma camiseta gola v branca. A mão direita segurava a maçaneta e a esquerda estava ocupada com uma caneca de Chopp na mão. Eu demorei alguns segundos até encontrar com os olhos cor-de-mar dele. Paralisei: era Eduardo.

Eduardo: Gabriela?

 

 

 

 

Eu sou doidinha por ele mexxxxmo!


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