Papeis, livros, eu-lírico e eu te amo escrita por Tia Lina


Capítulo 15
Arisco, mas sedento


Notas iniciais do capítulo

Olááááááááá, enfermeira! Tudo bem com vocês? ^^ Assim como Toská, estou dependendo da minha inspiração e do meu planejamento para PLELETA, então estejam preparados para o futuro ♥

BoA leitura ^^



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Havia luz demais em seu quarto quando despertara naquela manhã, Bucky estranhou e franziu o cenho antes mesmo de abrir os olhos. Nunca acordava atrasado, no entanto, custara tanto a dormir na noite anterior que só poderia resultar nisso naquela manhã. Bufou irritado e jogou as cobertas para o alto, correndo para o banheiro, onde tomou a ducha mais rápida de sua vida. Depois de devidamente trocado, resgatou o celular no meio de seus travesseiros e se sentiu ainda mais irritado com aquilo. Ele nunca acordava atrasado, nunca levava o celular para a cama e definitivamente não chutava as cobertas, bagunçando o quarto todo daquele jeito. Bufou novamente, porque não teria tempo de arrumar aquela pequena confusão antes de ir para a escola.

Enquanto caminhava para a cozinha, atrás de qualquer coisa que forrasse o estômago até chegar no colégio, vasculhava o aparelho eletrônico atrás de mensagens de Natasha. A amiga deixara quatro mensagens não muito amigáveis, mas não ser amigável pela manhã era quase uma característica da ruiva, fazia muito tempo que ele não se incomodava com as ameaças. Estacou por uns momentos enquanto escolhia qualquer uma das frutas na fruteira, porque a outra mensagem era de Steve lhe desejando um bom dia empolgado, e Bucky definitivamente não estava esperando aquilo.

Não recebia mensagens de bom dia, não recebia mensagens empolgadas e nem emojis que faziam qualquer menção à fofura, e encarando aquela mensagem, um novo desespero começou a bater. Deveria responder? Mas o veria dentro de alguns minutos, Steve ficaria irritado se não recebesse uma resposta? Sem muito tempo para chegar a uma conclusão, enfiou o celular no bolso e colocou a mochila nas costas, segurou o pêssego com a boca e saiu de casa, teria que usar sua bicicleta para chegar ao colégio a tempo naquele dia. Bucky pedalou como se a cidade inteira fosse explodir no minuto seguinte, quase foi atropelado por dois carros no caminho, mas conseguiu chegar inteiro no bicicletário logo em frente ao prédio pouco antes de ouvir o sinal.

E enquanto Bucky enfrentara toda uma odisseia logo pela manhã, Steve mastigava mais uma das suas batatinhas chips com a expressão entediada e os olhos no celular sobre a mesa do refeitório. Sam copiava uma parte do dever logo ao seu lado, concentrado demais em não fazer parecer que copiara as respostas para perceber a frustração do loiro, mas atento o suficiente para ouvir os suspiros que saíam de sua boca vez ou outra. Cansando-se no décimo quinto suspiro, ele desviou sua atenção para o garoto, que agora já não comia mais. Steve parecia mesmo estar aguardando algo daquele aparelho, Sam uniu as sobrancelhas.

— Ele não vai se transformar num helicóptero para te levar para longe daqui, você sabe disso, certo?

— Do que você tá falando? – Steve finalmente desviou sua atenção para o garoto, unindo as sobrancelhas.

— Faz eras que está encarando esse celular como se estivesse esperando alguma espécie de mágica sair daí. – Apontava para o eletrônico com a caneta. – O que tanto espera?

— Um sinal de que eu não tive só mais um sonho muito bonito ontem. – Suspirou.

— Você tá ficando louco? Devo começar a me preocupar com sua saúde mental? Porque, é sério, cara, eu não tô entendendo nada do que tá falando.

— Você vai entender na hora certa. – Steve sorriu, levantando-se quando o sinal soou. – Vamos pra sala antes que alguém nos arraste até lá.

Foi inevitável seus olhos percorrerem a sala para encontrarem as esmeraldas bonitas do moreno, porém, para Steve restou somente um suspiro desanimado quando não encontrou o que ansiava. Sentou-se em sua carteira, ao lado da de Sam, e começou a retirar seu material da bolsa. Fechava o zíper e colocava o objeto no suporte logo abaixo da cadeira quando ouviu a porta abrir, trazendo consigo um sorriso bobo por encontrar exatamente aquele a quem buscara minutos antes. Conseguiu se ouvir suspirar aliviado quando o Barnes sorriu sem graça em sua direção e caminhar apressadamente para o fundo da sala, sem falar com ninguém.

Sam estava tão surpreso com o atraso do moreno que sequer notara as reações do amigo, mas logo seus olhos estavam no Rogers novamente, e o Wilson uniu as sobrancelhas ao vê-lo sorrir levemente por trás daquela expressão relaxada. Era realmente curioso.

— Tá, você vai ter que me explicar porque raios ficou todo felizinho com a chegada do Barnes.

— Oras, ele é minha dupla no trabalho da senhora Wright, certo?

— Tá, mas quando Darcy me avisou que não viria hoje e, de repente, ela estava no refeitório, eu não fiquei do mesmo jeito. – Sam mantinha uma expressão curiosa na face.

— Você definitivamente está imaginando coisas, Sam. – Steve riu soprado. – Agora fique calado porque a aula vai começar.

Empertigado em seu lugar, Steve assistia os ponteiros do relógio caminharem preguiçosamente no círculo pendurado sobre a lousa a mal conseguia prestar atenção no que era dito. Talvez estivesse empolgado demais com aquilo, e ele sabia que poderia não ser uma boa ideia forçar uma reação positiva do garoto Barnes, porque era tudo muito novo no universo dele. No fundo, Steve achava graça da inocência de Bucky e queria muito segurá-lo num abraço por muito tempo sempre que parava para pensar nas expressões completamente adoráveis que ele mostrava quando era tocado ou beijado. Bucky era como um filhote de gato, arisco, mas sedento por carinho, e Steve tinha muito carinho para dar.

Conseguira se esquecer da mensagem ignorada conforme se recordava do domingo que passaram juntos, do calor e do cheiro do outro, parecia-lhe quase errado toda aquela intensidade em seu peito sempre que pensava nos lábios muito vermelhos ou mesmo nos olhos que o consumiam em silêncio. Steve certamente sabia muitas coisas, mas se enganara rudemente ao aceitar os rumores sobre o Barnes, como pudera pensar assim do garoto por tanto tempo? Quase riu desesperado ao pensar que o moreno teria todo o direito de ignorá-lo, mas se forçou a não manter essa ideia na mente por muito tempo afinal, Bucky sorrira ao adentrar a sala, e aquilo certamente queria dizer alguma coisa, correto?

Se perdera por tanto tempo em pensamentos que perdera o interesse no relógio e na aula, as mãos permaneciam sobre a mesa, brincando com os materiais sobre a mesma enquanto o pensamento vagava para muito longe. Sam chamara sua atenção, comunicando o final daquela aula e o início do intervalo. Steve maneou com a cabeça e se despediu do amigo, avisando que tinha algo pendente para resolver com o Barnes antes de sair. Sam deu de ombros e, em seguida, as costas, não estava mesmo interessado em saber o que ele diria ao Barnes, se não quisera responder sua pergunta antes, certamente não era de sua conta agora. Steve aguardou alguns instantes antes de se levantar e caminhar até a carteira de Bucky. O moreno encarava as folhas sobre a mesa, mas as mãos estavam unidas sobre elas, os dedos se cruzando e se apertando.

— Essa é a primeira vez que eu chego atrasado desde que comecei no jardim de infância. – Bucky falou assim que ele se sentou na carteira à sua frente.

— Parabéns, você tem algo para contar aos seus netos. – O loiro sorriu quando finalmente ganhou atenção do outro.

— Eu não conseguia dormir ontem à noite, acabei indo dormir muito tarde e não escutei o meu despertador tocar hoje de manhã. Depois não tive tempo de comer algo decente. – Suspirou, finalmente o encarando. – E a sua mensagem... Eu não sabia o que fazer com ela. Digo, deveria responder? Mas eu o veria dentro de alguns minutos, achei que não fazia sentido. Não queria te ignorar, mas também não queria te encher de coisas... eu só não sabia o que dizer ou o que fazer, me desculpe. – Steve riu soprado, segurando as mãos de Bucky, que pareciam se coçar cada vez mais intensamente.

— Tá tudo bem, Bucky, eu não quero que se sinta pressionado ou nervoso por conta de um sms, não foi para isso que te enviei uma mensagem esta manhã. – Acariciou seus dedos com sua leveza característica, e Bucky percebeu que estava mesmo precisando daquele carinho. – Eu vou entender se me disser que não gosta ou que não quer receber mensagens pela manhã, algumas pessoas não gostam e tá tudo bem com isso. – Steve riu soprado. – Dylan também odiava, eu vou sobreviver se você não quiser.

— Não é isso. – Bucky suspirou. Deveriam mesmo estar falando no ex de Steve? Ele não sabia as regras. – São coisas muito novas, eu preciso me acostumar primeiro.

— É pra isso que estou aqui, não é? – Sorriu novamente. – Olha, eu imaginei que não estivesse acostumado com essas coisas, e prometo que começarei a ir mais devagar a partir de agora, tudo bem? A partir de hoje te perguntarei para que não entre em colapso, o que parece ser muito fácil de acontecer. – Riu soprado.

— Eu apreciaria se fôssemos com mais calma.

— Acho que ter um primeiro encontro numa festa e logo em seguida te convidar para conhecer o meu pai não foi muito bacana da minha parte, certo? – Coçou a nuca com a mão livre e Bucky sorriu.

— Não, não é isso. – Riu soprado. – Foi um bom final de semana, gostei do tempo que passamos juntos e também gostei de conhecer o seu pai, é sério. – Suspirou. – Eu só não sei muito bem como reagir às situações, como disse antes, nunca estive em nenhum tipo de relacionamento, é tudo muito confuso pra mim. Geralmente não preciso me preocupar em mandar mensagens, ou me preocupar em estar com alguém, ou pensar em outra pessoa como alguém que está ao meu lado, eu não sei pensar como casal, entende? – Steve sorriu outra vez e trouxe uma das mãos do Barnes para cima, selando seus dedos.

— Eu posso te ajudar com isso, se estiver disposto a aprender, e também se for um bom menino. – Arqueou uma sobrancelha.

— Não te contaram? – Bucky uniu as sobrancelhas. – Sou o segundo melhor aluno da sala. – Sorriu em seguida, fazendo com que Steve quisesse muito ignorar o fato de estarem dentro da sala de aula para roubar-lhe um beijo. Conteve-se num sorriso antes que se levantassem para sair dali.


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Notas finais do capítulo

Não tem algo particularmente importante, mas eu meio que gosto desse capítulo ♥ Não sei explicar huahuahuahau E vocês? O que acharam?

Muito obrigada pela companhia e até o próximo ♥ Uma Feliz e Santa Páscoa a todos ♥ XoXo ;*



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