The third side of the force escrita por geekerela


Capítulo 3
III




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III 

Após uma semana do acontecido com Kylo Ren, não havia acontecido muita coisa. Apenas menos ataques à Resistência que o normal e ele aparecendo em todo o canto a todo o momento, mas eu o ignoro até que ele vá embora. 

Ou talvez eu tenha jogado algo nele. Mas só uma vez. 

Eu tenho meditado para me manter calma após o ocorrido. Digamos que eu não lido muito bem com abandono e ser usada. 

A única coisa para a qual não me fechei na minha vida pessoal foi a meditação com o Finn, que foi estragada algumas vezes pelo idiota do Kylo Ren. Mas eu não converso com o Finn sobre mim, apenas sobre ele mesmo. Ele fala, especialmente sobre a morte da Rose, eu escuto, tento fazer com que ele se sinta melhor, ele vai embora sem entender porque não me abro também. Ele sabe que tem algo errado, mas eu não quero falar sobre isso. 

—Não dormiu de novo? -Perguntou Leia, e eu a olhei, confusa. Como ela sabe disso? -Seu rosto, mocinha. Não é tão difícil notar. Queria retomar aquele assunto da Força, se você sabe... 

—Kylo Ren. -A interrompi. -A presença da Força é o seu filho. Nós temos uma conexão involuntária. Eu consigo vê-lo e ele consegue me ver. Conversávamos algumas vezes. 

Ela me olhou meio espantada. 

—E não conversam mais? -Questionou. -O que houve? A conexão parou? 

—Não, eu só... eu desisti. Tentei mostra-lo o caminho para a luz, mas a escuridão já o consumiu. Eu sinto muito. -Disse. 

—Mas... tem certeza? Ele não matou Snoke para salva-la, querida? 

—Ou para governar a Primeira Ordem. A senhora pode acreditar no que preferir. Com licença, eu tenho que treinar. -Saí após a minha resposta ríspida. Não tive a intenção de magoar Leia, mas preferi ser sincera de uma vez do que ficar tocando na ferida. 

Eu sei que ela ficou atordoada, mas eu não consigo falar com ninguém sobre Kylo, e nem quero. É uma daquelas coisas que você só quer bloquear da memória e seguir com a vida. 

Não é como se eu tivesse que conviver com ele, é só ignorar que uma hora ele desiste. 

Peguei meu sabre de luz e comecei a praticar. É uma das coisas que me deixa calma, além da meditação e descontar todo o estresse em comida. 

"Fala comigo, Rey. Me escuta.", a voz dele apareceu na minha cabeça. 

—Nunca mais. -Murmurei e comecei a treinar com ainda mais dedicação. Era como se, ao sentir tanta raiva, a Força tomasse conta de mim. Eu nem controlava mais os meus movimentos, era como se minha mente transcendesse e eu apenas obedecesse à Força. 

—Rey? -Ouvi a voz da Leia, e parei. Eu estava ofegante e com suor na testa. 

—Sim? -Perguntei. -Me desculpe se fui rude mais cedo, eu não tive a intenção... 

—Eu entendo, minha querida. -Ela sorriu. -Eu mesma guardo rancor dele... ele me tirou o amor da minha vida. Não existe uma desculpa para isso, creio eu. Mas... havia algo diferente nele. Para ter matado o Snoke, quero dizer. E para querer dividir um poder inigualável? Não soa como o Kylo. Eu acho que você mudou algo nele, e que ainda pode mudar. -Ela disse. 

—Ele disse coisas pra mim. Coisas que eu nunca achei que ele diria, já que eu o via como uma espécie de amigo. Ele usou minhas fraquezas contra mim sem pensar em como iria me machucar. E talvez o que ele disse seja o que ele pensa, afinal. -Suspirei. -Eu sinto muito, Leia. Mas eu não quero me aprofundar no assunto. E eu quero muito menos ter qualquer tipo de contato com o seu filho de novo. Ele é tóxico. Sinto muito, de verdade, mas é o que é. 

—Eu entendo. -Ela respondeu. -Mas, se mudar de ideia, por favor... faça de tudo para trazer o meu Ben de volta. -Assenti e Leia foi embora. 

"Eu já pedi desculpas. Já fiz de tudo pra você me ouvir. O que você quer de mim?", ele perguntou, aparecendo na minha frente. 

—Que você vá embora e não volte nunca mais. 

—Mas isso não é possível nem se eu quisesse. A Força também controla as nossas conexões. 

—Então que você tenha a decência de, ao menos, não me dirigir a palavra e fingir que você não está aqui. 

—Você nem tenta me escutar. Deixa eu me explicar, Rey. Deixa eu compensar pra você. 

—Eu já te escutei o suficiente naquela noite, Kylo Ren. -Cuspi o nome patético que ele havia se dado. -Quem eu escutei e vi naquela noite não foi o Ben Solo. Foi o Kylo Ren. E você não tem ideia do quanto eu o desprezo. 

—Eu disse que você não está sozinha quando você estava na ilha com o Luke, e eu pretendo manter a promessa. Eu não sei se você pretende manter o que você me respondeu naquela noite, mas eu te garanto que eu vou. 

—Antes só do que com Kylo Ren. 

—Por que você não para de ser tão teimosa e acredita e mim?! -Ele gritou, chegando mais perto e tendo que olhar para baixo para falar comigo, de tão perto que estava. 

—Porque você mente sem nem ligar. Você já mentiu pra mim antes. Naquela noite, você só mostrou o seu verdadeiro eu. 

—VOCÊ NÃO É UMA NINGUÉM! EU JÁ DISSE! -Ele aumentou o tom de voz, irritado. 

—E VOCÊ TAMBÉM DISSE QUE EU SEMPRE VOU SER A NINGUÉM DE JAKKU! MAS ADIVINHA? EU. NÃO. PRECISO. DE. VOCÊ. 

—Você pode não precisar de mim. Mas você me quer perto. Eu posso sentir. 

—Eu quero o Ben perto. O amigo que me entendia e me fazia rir. Não o babaca do Kylo Ren. Mas o Ben morreu, aparentemente, e agora só resta você. 

—Eu não vou te deixar sozinha. -Ele murmurou. 

—MAS EU NÃO ESTOU SOZINHA! -Irritei-me. -Aqui, nós nos importamos uns com os outros. Cuidamos uns dos outros. Eu tenho uma nave inteira que se importa comigo. -Eu disse, chegando perto dele. -E você? Quantas pessoas você sabe que se importariam caso você morresse? -Ele chegou mais perto, me olhando intensamente. Percebi que eu ofegava e meu coração acelerou, mas eu não iria recuar.  

—Só uma. -Ele sussurrou, e eu senti a sua respiração no meu rosto. Ele passou o dedo na minha bochecha, e eu arrepiei. -E talvez seja tudo que eu preciso. -Ele completou, tomando meu rosto na sua mão e encostando seus lábios nos meus, fazendo com que eu arrepiasse ainda mais e fechasse os olhos com o choque. 


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