Across The Frontline escrita por overexposedxx


Capítulo 28
Capítulo 28 - Lembre-se do tempo


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores! Espero que estejam bem.
Com um pouquinho de demora, eu sei, mas tô aqui!
Esse capítulo é bem importante e acho que mata certas curiosidades, mas ao mesmo tempo acaba sendo uma passagem entre duas fases da nossa história, então espero que gostem de lê-lo, porque adorei escrevê-lo.

Boa leitura! ♥



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Seattle, WA - 31 de julho de 1928

O Sol passava por entre filetes de nuvens no céu, enquanto Emmett corria na direção de outra pequena pedra na calçada. Sua mãe deixou ir a mão menor que estava na sua, e sorriu levemente enquanto os olhos perseguiam a figura do filho mais à frente.

Era verão, mas a brisa que passava de quando em quando, balançando as árvores em certos pontos da calçada, e também os poucos carros nas ruas, mantinham a temperatura agradável, o que fazia com que mãe e filho andassem tranquilamente, sem se apressar, por aquele pequeno percurso.

Por ele, os saltos simples nos pés de Francine faziam estalos, acompanhados pelos sons dos motores de carros passando espaçadamente e o farfalhar das árvores aqui e lá.

—Emmett, cuidado com a rua! - ela alertou ao filho que avançava para a estrada sem ver, atrás da pedra que chutara, mesmo que não houvessem realmente muitos carros por ali. O garoto de olhos muito azuis olhou da pedra para ela e recuou na calçada, se colocando a correr atrás de outro pedregulho. Francine quis sorrir, mas chamou-o de volta.

—Venha, pare de correr um pouco, ou você vai chegar na casa do Dr. Cullen completamente desarrumado. Sua roupa já está amassada. - ela balançou a cabeça em negativa, passando a mão por vários pontos da camisa que o garoto vestia, e depois por seus cabelos cacheados.

—Mas, mãe, ela vai ficar amassada assim que eu chegar lá e brincar com Jasper, não é? E a senhora disse que eu poderia brincar com ele, mesmo com essa roupa e mesmo hoje. - o garoto argumentou, olhando para a mãe, depois para a roupa e de volta para ela.

—Sim, meu bem, eu disse, - ela assentiu com a cabeça. - e ela vai mesmo amassar. Mas, precisamos ao menos chegar lá arrumados. Afinal, é aniversário de Rosalie, e não um dia qualquer. - e lembrou, olhando-o de sobrancelhas erguidas. - Todos vão estar bem arrumados.

—É, eu sei disso. - Emmett afirmou, realmente se recordando bem de todos os detalhes antecipados, e se preocupou uma última vez. - Mas, eu ainda vou poder brincar, não é?

—Sim, Emm, você vai poder. - ela afirmou, segurando o riso com a empolgação e preocupação do filho. - Mas, muito antes disso você precisa... - aqui, ele a interrompeu.

—Eu sei: cumprimentar a todos, dar parabéns a Rosalie e entregar o presente dela. - ele assentiu com a cabeça, enumerando nos dedos.

—Muito bem. - Francine sorriu orgulhosamente, e estendeu a mão para trazê-lo para perto. - Venha, vamos atravessar.

Assim, em minutos, mãe e filho estavam à frente da casa que fazia uma considerável sombra sobre o jardim, tocando a campainha ao lado da bela porta de entrada à qual já haviam se habituado. O gramado estava, como sempre, bem aparado, e o carro de Carlisle - um Ford Modelo A, de 1927, azul marinho - estava na garagem, cuja entrada era aberta e livre.

—Ah, Francine e Emmett! Que bom que chegaram! - Esme comemorou assim que abriu a porta, avançando um passo para cumprimentá-los.

—Desculpe-nos pelo atraso, Esme. - Francine pediu ao abraçar a mulher de cabelos escuros, e continuou ao se afastar, num tom mais baixo. - Jared voltou inesperadamente pouco antes do almoço, então esperamos até que ele saísse. - ela explicou e, antes que Esme assentisse, mudou de assunto, se virando para o filho com um olhar sugestivo.

—Olá, Sra. Cullen! - ele sorriu na mesma hora e estendeu-lhe a mão, como sua mãe costumava dizê-lo para fazer, ao que Esme acatou com graça, mas logo surpreendeu.

—Acho que já passamos da fase do "Senhora Cullen", não? - ela sorriu largamente, arqueando as sobrancelhas e olhando de Emmett para Francine, que olhou de volta para o filho com um sorriso modesto. - Só Esme está ótimo, querido. E eu queria um abraço. - e o olhou como num pedido, abrindo os braços levemente.

Emmett apenas sorriu grandemente, como se aquilo fosse um enorme alívio, e avançou para abraçar a mulher que abaixou-se o quanto foi preciso para abraçá-lo propriamente - o que não foi tanto, porque o garoto era consideravelmente alto para sua idade. -, por um breve momento.

Esme cheirava, ao mesmo tempo, a nozes e rosas - o que, para Emmett, combinava bastante com a impressão que tinha dela, pelo que via e o que Jasper falava. Ela podia ser uma mãe realmente firme em certos momentos, que não cedia facilmente quando necessário; mas, também era conhecida, e não à toa, por seu coração aberto e modo doce de ser, que fazia a tarefa de cativar e amparar alguém parecer tão fácil.

Mais ou menos como sua própria mãe, Emmett achava: exceto, é claro, que Francine era um pouco mais reservada nos afetos - certamente pelas circunstâncias da vida, que a haviam treinado para desconfiar longamente antes, e mesmo depois na verdade, de pisar em qualquer novo solo.

Mas, em suma, ambas eram mães tão boas em educá-los quanto em lhes dar carinho - o que resumia bastante seu gostar pela matriarca dos Cullen.

Logo em seguida, os dois convidados foram liberados para o lado de dentro da grande casa pela qual vozes animadas ecoavam, sobretudo de crianças, vindas de todos os cantos. No arco de entrada para a sala de jantar haviam balões em rosa e violeta, e já haviam pacotes de presente sobre uma mesa ao lado da escada: todos naturalmente nomeados para Rosalie.

Enquanto caminhava para dentro, Emmett deixou-se notar as coisas de sempre: o teto muito alto acima de sua cabeça, aparentemente inalcançável de todos os jeitos que sua pequena mente já imaginara; a enorme lareira na parede principal, aonde gostava de ver o fogo crepitar no inverno; e o relógio carrilhão sobre ela, de numerais romanos e um compartimento secreto para dar cordas, que Carlisle lhe mostrara.

Para dizer bem a verdade, Emmett amava a casa dos Cullen por inteiro. E por mais incrível que aquela mansão obviamente parecesse a quem quer que olhasse e conhecesse cada um de seus cômodos, um mais bem arrumado do que o anterior, não era nesse sentido que ele queria dizer: é claro que ele adorava e se impressionava com a altura e a beleza das cores nas paredes, os quadros que davam uma impressão diferente a cada uma delas, e os objetos que nunca vira antes, senão ali. No entanto, o que realmente o fazia amar o lugar era o fato de que ele se sentia em casa - às vezes mais do que em sua própria.

Mas, isso não importava muito. O que importava era que ele tinha um quê especial pelo lugar, que talvez se explicasse por uma mistura de coisas: o fato de que estava sempre com sua mãe por lá e não sozinho, de que haviam mais coisas e espaços legais lá do que já vira na vida, que os Cullen eram provavelmente a família mais legal que já conhecera e que, em meio a tudo isso, ele sentia-se facilmente livre por lá.

E talvez nisso seu pai também tivesse sua parcela de culpa: se ele não se sentisse tão restrito, limitado, às vezes também acuado, em sua própria casa - porque o dia com sua mãe lá, as brincadeiras e os afazeres, eram sempre muito legais até que Jared chegasse. -, o sentimento de conforto e liberdade, quem sabe, fosse mais comum, e aí a casa dos Cullen seria especial e tão legal por outros motivos que não esse.

Emmett, porém, não tinha muita consciência dessa última parte, então ele se contentava - e muito - com o fato de que gostava de estar lá, com os Cullen, e no lugar que era deles, sempre que podia - o que era, geralmente, várias vezes na semana com sua mãe e em ocasiões fora dela, como essa, pras quais eram convidados.

Ele também gostava muito de Carlisle que, quando ele e sua mãe chegaram ao batente da porta para o jardim, reparara em sua presença e, então, havia deixado quem estava falando pra trás, para vir em sua direção agora.

—Francine! Emmett! - ele sorriu ao se aproximar, olhando-os um de cada vez antes de acolher a mão da mulher primeiro, beijando o dorso com um inclinar mais sutil do que o usual, porque estava com o pequeno Edward nos braços. - Como está? E você, garotão? - ele passou a mão na cabeça do garoto, olhando-o com um sorriso.

—Estou bem! - Emmett sorriu longamente, apreciando o carinho, e sem tirar os olhos do homem com o bebê nos braços.

—Estamos bem, Carlisle, obrigada. - Francine respondeu, sorrindo de volta. - E vocês? E esse bebê, - ela estendeu a mão, tocando a pequena perna do bebê que, antes olhando por sobre o ombro do pai, virou-se, olhando-a com curiosidade. - tão crescido?

—Nós estamos bem, também. - o loiro sorriu sinceramente e ajeitou a criança nos braços, antes de olhá-lo diretamente. - E Edward está ótimo. Ele fica um pouco tímido em ocasiões assim, mas na verdade está todo dia aprendendo a falar coisas novas e mais terrível do que nunca. - ele riu junto à Francine e acrescentou quando a criança olhou para baixo, ao toque de Emmett em seu pequeno pé. - Dizem que são os dois anos.

—Oh, pode acreditar que são. - ela riu também, olhando do mais velho para o bebê, e tocou o ombro do filho ao se lembrar. - Emmett também ficou incansável nessa idade. - então, fez uma pausa divertida. - Acho que um pouco disso permaneceu, hum?

Os três riram, o pequeno Emmett sorrindo orgulhosamente, e ele teria aproveitado o momento para perguntar aonde Jasper estava, se uma garotinha menor que ele, de cabelos cacheados e dourados à luz do Sol, não tivesse feito o mesmo, vindo correndo naquela direção com uma grande determinação em chamar a atenção do Cullen mais velho.

—Papai! - Rosalie chamou, o vestido infantil, que parecia uma miniatura de vestes adultas, balançando conforme ela corria e até parar, ao lado do pai. - Papai, você tem que vir! Está tocando aquela música!

Carlisle olhou-a com atenção e surpresa, deixando-a pegar sua mão livre, mas sem sair do lugar.

—Querida, você viu que chegaram mais pessoas? Você disse "oi" e viu quem são? - ele indicou Francine e Emmett com a cabeça.

Rosalie imediatamente olhou para os novos convidados que já conhecia há muito e, no instante seguinte, baixou os olhos timidamente.

—Não. - ela respondeu apenas, unindo as pequenas mãos em frente ao corpo e baixando a cabeça, pela qual uma tiara brilhante se destacou com o movimento. Carlisle a incentivou com a mão em suas costas. - Oi, Sra. McCarty. Oi, Emmett.

—Olá, Rose. - Francine sorriu para ela, e Emmett acenou sorrindo também, rapidamente. - Eu soube que tem uma princesa fazendo aniversário aqui hoje...

—Sou eu! - Rosalie se animou rapidamente, ficando nas pontas dos pés por um instante. - Eu estou fazendo aniversário hoje. Essa é a minha festa!

—Ah, é mesmo! - a mulher de olhos claros sorriu grandemente, e se abaixou em sua altura. - Quantos anos você está fazendo?

—Cinco! - a garotinha loira respondeu na mesma hora, e mostrou com os dedos da mão.

—Uau, cinco! Está ficando grande! E vai ficar uma princesa ainda mais linda quando for maior, sabia? - ela passou os olhos pelo rosto da criança lentamente, e segurou a pequena mão na sua. Rosalie encolheu os ombros e sorriu, timidamente.

—O que nós dizemos, Rose? - Carlisle afagou seu ombro, olhando-a atentamente.

—Obrigada, Sra. McCarty. - a menina respondeu, as bochechas corando conforme ela sorria.

—Não tem de quê, querida. É só a verdade. - Francine sorriu de volta e se levantou brevemente, abrindo a pequena bolsa que carregava. - E bom, temos um presente pra você. Eu e Emmett, não é, filho? - ela olhou-o de relance, mas com atenção, e ele entendeu na mesma hora.

—É, nós temos. - Emmett sorriu, estendendo a mão para que a mãe colocasse o pequeno pacote, e depois para a garotinha. - Feliz aniversário, Rosalie! - ele olhou do pacote para ela, que pegou-o com curiosidade, e explicou. - Nós fizemos em casa. Esperamos que goste.

Nas mãos pequenas de Rosalie, a pulseira leve recebeu seus olhos curiosos e alegres, e logo começou a ser manuseada com atenção, porque ela nunca vira algo parecido: era um acessório, em sua maior parte, de tecido, com linhas brancas e douradas brilhantes que se cruzavam por todo o comprimento. Na parte de cima deste, aonde ficaria à mostra no pulso, haviam três pedaços delicados de um quartzo rosa enfileirados, até que o tecido acabasse num nó nas duas pontas e fios soltos para prendê-la ao pulso.

Os olhos da garotinha, idênticos aos do pai, cintilaram com tamanha intensidade que Francine e Emmett, que tiveram dúvidas sobre o quanto aquele presente, certamente o mais simples dentre todos os que ela ganharia, agradaria à garota, sentiram-se estúpidos por terem sequer considerado essa possibilidade, e passaram a sorrir longamente diante do silêncio que se fez naquele semi-círculo.

Emmett até mesmo se esqueceu, por alguns instantes, de sua urgência em procurar por Jasper para brincar: ele sempre soubera, apesar das pequenas e eventuais intrigas que aconteciam entre ela e o irmão, que Rosalie era uma garotinha legal. Ela era educada, eventualmente gentil, muito sincera e divertida de um jeito peculiar. Mas, as diferenças de idade, gostos e brincadeiras sempre os haviam mantido suficientemente distantes, até agora.

Agora, Emmett achava-se um pouco mais próximo de Rosalie. Afinal, ela gostara tanto daquele presente simples, feito pelas mãos de sua mãe e pela sua, ainda que tivessem tantos outros decerto mais requintados na mesa da sala esperando por ela, e tivera uma reação tão genuína - até mais do que, na opinião dele, o jeito sincero demais dela o faria prever -, que agora ele realmente sentia de perto a semelhança dela com Jasper e da descrição certeira que o irmão fazia dela.

Embora Rosalie fosse mais expansiva, ambos demoravam a ceder real confiança às pessoas, e Jasper parecera conseguir provar seu ponto quando dissera que a irmã era legal, e só precisava de alguma insistência e na medida certa, com as coisas certas, pra mostrar seu lado genuíno e dado - como agora.

—É muito linda! - Rosalie exclamou, os olhos brilhando na direção de Francine e depois de Emmett, então de volta pra pulseira, antes de levantá-la para Carlisle. - Olha, papai! Olha que linda! Você põe em mim? - ela pediu, sorrindo animada, os pequenos pés se levantando do chão.

Carlisle então se abaixou, mesmo com a menção de Francine interrompê-lo e se oferecer para fazer aquilo, e firmou o braço em que o corpo do caçula se apoiava mais, antes de tornar as duas mãos livres para atar as pontas da pulseira da filha em seu pequeno pulso.

Nesse intervalo, Emmett assistiu Rosalie levar a mão livre até o irmão e fazer um carinho muito leve em sua cabeça, alisando alguns cabelos bagunçados ali, ao que Edward respondeu se esquivando e esticando para pegar a outra mão dela, que agora estava com a pulseira.

—Ah, não, nada disso. - ela negou a ele na mesma hora, segurando a mão pequena longe da pulseira, até que o pai a liberasse e voltasse a ficar de pé, ajeitando Edward nos braços. - Obrigada, papai! - e se virou para Francine e Emmett. - Olha, ficou linda! - ela levantou o pulso, animada, e avançou para a mulher mais velha, inesperadamente, abraçando-a como pôde. - Muito obrigada, Sra. McCarty!

—Oh, querida, não há de quê. - Francine sorriu surpresa, e se abaixou o quanto foi possível para retribuir o abraço à garotinha que já estava agarrada em suas pernas.

—E Emmett também. Obrigada, Emmett! - ela sorriu de novo depois de se afastar da mãe dele, e fez menção de abraçá-lo, timidamente, antes de realmente avançar até ele.

Emmett achou engraçada a atitude e a forma como ela aconteceu, porque a garotinha era consideravelmente menor que ele, e também porque ela era Rosalie, e era uma garota, mas abraçou-a mesmo assim depois do incentivo silencioso de sua mãe - e, afinal, percebeu que havia sido uma boa coisa, quando Rosalie se afastou sorrindo e correu entusiasmada para mostrar às colegas e primas da sua idade o que havia ganho.

—Ela realmente amou o presente. - Carlisle observou a filha, sorrindo, e se virou para os dois à sua frente de novo. - Muito obrigado, Francine e Emmett, e por terem vindo também. Já se serviram de alguma coisa?

—Ah, ainda não, mas vamos fazer isso já. - Francine assegurou, colocando a mão no ombro do filho. - Eu estarei por aqui, querido, vá brincar com Jasper.

E Emmett, é claro, não precisou ouvir isso duas vezes antes de correr para algum lugar no jardim aonde vira o amigo.

—Ei, Jazz! - ele chamou ao chegar perto o suficiente, ainda correndo.

—Emmett! Você chegou, finalmente! - o outro respondeu animado, e eles trocaram um abraço rápido, antes de começar a se agitar com alguma brincadeira.

—É, nós demoramos um pouco, por causa do meu pai. - ele explicou, um pouco envergonhado, e deu de ombros. - Mas, está tudo bem agora, nós conseguimos sair. Ele só estava um pouco nervoso. - e então se corrigiu. - Ele é um pouco nervoso.

—Quer conversar sobre isso? - Jasper perguntou com cuidado, se sentando na grama, perto de onde havia um caixote de madeira que ele puxou pra perto, com diversos brinquedos: bolinhas de gude, peões, ioiôs, miniaturas de navios, carros de lata e soldadinhos com camuflagem.

—Ah, pode ser. Mas, não tem muito o que falar, sabe. - e deu de ombros de novo, puxando o caixote pra ver melhor dentro. - Ele só fica nervoso e aí faz coisas ruins, e deixa minha mãe triste e nervosa. Ela acha que está escondendo, mas eu vejo como ela fica nervosa quando está perto da hora que ele chega em casa. - e fez uma pausa, distraindo-se com as tantas coisas dentro da caixa. - Ela até me manda subir pro quarto, às vezes, e guardar todos os brinquedos também.

Jasper esperou um minuto até ter certeza de que Emmett havia falado tudo o que queria, e então suspirou, pegando um peão de dentro da caixa.

—Sinto muito por isso, Emm. Vocês não merecem que ele fique tão nervoso assim, sempre. - ele lamentou de verdade, e viu Emmett não dizer nada, continuando a mexer com um soldadinho de brinquedo. - Sabe, vocês podem ficar aqui. Meu pai e minha mãe já disseram que não seria problema, nós temos muitos quartos, e sua mãe não ficaria mais nervosa nem triste. - e acrescentou, sabiamente. - E nem você. - e quando Emmett o olhou com certa surpresa, mas ainda cabisbaixo, ele emendou. - Além disso, poderíamos brincar muito, o dia todo! E ir pra escola juntos, até!

—Ah, isso seria muito legal! - Emmett sorriu de repente, os olhos claros cintilando para o amigo, até se dar conta de um detalhe. - Mas, nós não estudamos na mesma escola. A sua escola é muito diferente da minha.

—É, eu sei disso. Mas, podemos pedir pra sua mãe e pros meus pais falarem com o diretor da minha escola e pedir pra ele deixar você entrar lá! - ele sugeriu, como se fosse a coisa mais plausível do mundo, e Emmett começou a se animar outra vez. - Eu aposto que é só pedir e ele deixaria, ele gosta muito dos meus pais, e vai gostar da sua mãe também.

—É, pode ser! - ele finalmente sorriu, e considerou a hipótese por alguns instantes, antes que outras coisas mais importantes chegasse à cabeça. - Uau, olha esse tanque! - ele exclamou para uma miniatura de tanque de guerra, pegando-o da caixa, sem largar o soldado em sua mão. - Você não tinha esse antes, não é?

—Não, eu o ganhei da minha tia, Carmen, ontem mesmo. Acho que ela ficou com pena por Rosalie ter ganho tantos presentes e trouxe esse pra mim. - ele deu de ombros, sorrindo, e Emmett murmurou um "legal!" fascinado. - É demais, não é? E veja, ele gira aqui em cima. - ele mostrou, empurrando o mantelete do brinquedo.

Depois disso, Jasper e ele se envolveram demais na brincadeira pra continuar a falar sobre qualquer outra coisa que não fosse aquilo, e os minutos se passaram voando, como o Sol pelo céu que foi formando-se no fim de tarde, alaranjado e com um lindo horizonte, que dava ao terreno amplo uma vista ainda mais bonita.

E foi enquanto isso acontecia, depois dos parabéns e o corte do bolo no lado de dentro, que Rosalie pediu à mãe que colocasse sua música favorita no toca-discos que fora levado para o lado de fora, perto da porta que dava saída para o jardim. E de onde estava com Jasper, Emmett viu o momento em que ela correu até o pai, que amparava os passos de um Edward desajeitado, correndo atrás de alguma coisa pela grama.

—Papai! Vem, vamos dançar igual eu te ensinei essa música! - ela pedia entusiasmada, esticando a mão para a do pai, que a segurou sem deixar de olhar para o caçula.

—Querida, eu tenho que olhar seu irmão agora, vou já, tudo bem? - ele pediu, acarinhando a mão dela e, noutro instante, prevenindo Edward de cair, quando uma voz se aproximou, dizendo:

—Eu tomo conta dele, querido. - Esme sorriu quando recebeu os olhares deles, surpresos pela presença súbita dela, e estendeu os braços para o bebê que relutava com o braço do pai, que impedia-o de correr. - Vá dançar com ela, eu vou procurar Jasper e vamos nos juntar a vocês. Não é, pequeno? - ela disse, pegando-o pela mão com a ajuda de Carlisle.

Assim, Emmett viu Edward ficar olhando para a mãe por alguns instantes, como se tivesse ouvido uma coisa incrível até perceber que podia correr de novo, enquanto o pai cedia feliz ao pedido da filha, se deixando levar pela mão dela até onde queria.

E ao passo que Carlisle colocava os pés da filha sobre os seus próprios, para depois segurar sua mão exatamente do jeito como ela apontara que deveria - os dois recebendo a maioria dos olhares que estavam no jardim. - e começar a se mover no ritmo da música, ambos dando risada de alguma coisa e Rosalie falando muito no processo, Francine também se aproximou de onde Emmett estava com Jasper, junto a Esme e Edward - o que, para ele que estava entretido com o brinquedo e com a vista a alguma distância, fora imprevisível.

—O que acha de praticarmos aquela dança que eu te ensinei? - ela sorriu para ele, de mão estendida, enquanto Esme os observava discretamente, chamando Jasper e contendo Edward, bem ao lado.

E Emmett se animou na mesma hora, largando os brinquedos de volta dentro da caixa e segurando a mão da mãe enquanto se levantava e até chegarem perto de onde os outros dançavam: Carlisle com Rosalie, Esme com Edward no colo e Jasper pelas mãos, e outros.

Quando arrumaram suas posições conforme ele aprendera com muita dedicação, começaram a se acertar no ritmo da música e, durante o processo inteiro, Francine só pôde sorrir brilhantemente para o filho, como se aquele momento fosse o suficiente para a vida inteira.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Alguma suspeita sobre a ligação desse dia com o nosso último capítulo?
E todos os nossos amores pequenininhos? Não aguento!
E a mãe do Emmett? O que acharam dela?

Me contem tudo o que mais gostaram, imaginam ou querem saber nos comentários!
Se cuidem, beijos! ♥



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