Fear the Monster escrita por Lady Z
Notas iniciais do capítulo
boa leitura :33
Estava naquela sala escura de novo, exatamente daonde havia parado na ultima vez. Aquela mão mecânica continuava estendida em sua direção, e o brilho atrás de si continuava intenso. Se isso não fosse um sonho, como afirmava Rey, havia Skywalker esperado por ele todo esse tempo? O que ele queria?
— De novo?! – gritou.
Nenhuma resposta.
— Diga de uma vez o que você quer comigo! Aonde eu estou, Skywalker?!
Silêncio total.
Sua paciência estava se esgostando.
Até que olhou para seu cinto: seu sabre-de-luz estava ali.
— Eu devia ir até ai e te matar, seu desgraçado.
Finalmente obteve uma resposta: a mão mecânica se moveu, mexendo seus dedos para trás, indicando que sim, Kylo Ren deveria sim ir até lá e quem sabe tentar matá-lo.
Preparou-se para correr, até que ouviu algo ecoar pelo recinto escuro:
— Luke.. Me ajude. Por favor...
Era Rey.
— Você também está aparecendo pra ela, seu inútil? Então vamos ver como ela reage quando você sumir! – gritou, enquanto acendia seu sabre de luz e começava a correr em direção a Skywalker, usando o máximo de força que podia, puxando todo ar que seus pulmões suportavam carregar e gritando, urrando, jogando toda sua fúria para fora de seu corpo.
Mas apesar de todo o esforço, não havia resultado: não saíra mais que alguns centímetros do lugar. Quando focou bem seu olhar para seu oponente, o viu com a outra mão esticada, e a palma aberta em sua direção: estava usando a força para lhe manter longe. Desde quando fora tão forte?
— COVARDE!! – gritou.
Quando parou de tentar sair do lugar, foi jogado para trás, batendo em algo que parecia ser outro vidro, assim como o chão.
Foi então que viu seu oponente dar os primeiros passos, lentamente, em sua direção. Tateou o chão até pegar seu sabre-de-luz e acendê-lo, tentando intimidar Skywalker.
Em resposta, ele acendeu seu sabre de volta.
Era azul.
Não tinha forças para se levantar.
— O QUE VOCÊ QUER???!!!! – urrou, mesmo sabendo que não haveria resposta.
Ouviu novamente aquela voz:
— Mestre Luke...
Virou sua cabeça lentamente para que tentasse olhar pela parede atrás de si. Sentia a presença de Rey ali.
— Rey?! REY!! – enquanto isso, seu oponente vinha em sua direção, em passos lentos.
— Ben..? – ela o ouvira.
— O que ele quer conosco?! O que esse maldito quer comigo?!
Então, um choque atravessou sua espinha, fazendo arrepiar.
Finalmente sentira a energia de Luke Skywalker.
Pela primeira vez em meio aquela confusão toda, sentiu medo. Muito medo.
Olhou para frente: ele se aproximava cada vez mais.
Abriu seus olhos: Estava apoiado em uma cadeira, na sala de comando do destroier. Suava frio.
Olhou ao seu redor: seus subordinados enviavam mensagens para os aliados de todos os cantos da galáxia. Conseguia ver as telas acendendo e apagando, as imagens mudando, luzes piscando nos painéis, e General Hux andando de um lado para o outro, analisando o que aparecia nas telas. Estavam frenéticos. Conseguia sentir o medo dentro da alma de cada um.
Conseguia, também, ouvir os stormtroopers andado de um lado para o outro na nave, meio confusos, mas assumindo seus postos. Os pilotos faziam os últimos ajustes nas naves. Phasma fazia falta em momentos feito esse: colocaria ordem em tudo.
— Por que tanta agitação..? Conseguiram alguma informação?
— Sim senhor. – disse Hux, vindo em sua direção assim que percebeu que seu líder acordara do transe de agora a pouco. Abriu um mapa. – Radares nossos detectaram a presença da Millenium Falcon nessa região. Junto a informações que conseguimos contatando aliados, algo diz que os rebeldes estão nesse planeta. – o mapa mudou, mostrando um corpo celeste e suas informações. – É uma região desértica, mas muito fria.
— Aliados?
— Sim. Mas deles, não nossos.
Soltou um pequeno grunhido.
— Vamos saltar ao hiperespaço, senhor.
— Ok.
Encostou-se em uma parede, enquanto via as luzes das estrelas deformarem conforme a velocidade da nave subia. Sentia seu sangue ferver de pensar que estava tão perto de acabar com a Resistência. Acabaria com esse inferno de uma vez e governaria a galáxia em paz, sem grandes idiotas atirando contra sua nave e lhe gritando palavras de revolta. E quantos aos poucos que fizessem isso, colocaria uma mordaça e os jogaria na prisão.
— Escória rebelde... – murmurou – chegou seu fim.
Cruzou seus braços e encarou o chão. Lentamente, um cheiro conhecido se aproximou, chamando sua atenção. Aos poucos ele se intensificava.
— Rey..?
Decidiu descobrir de onde vinha aquele perfume.
Saiu da sala de comando, e seguiu atravessando os corredores. Onde sentia-o mais intenso, seguia por aquele caminho. Não conseguia encontrá-la, não sabia onde estava.
— Rey!! — começou a chamá-la em sua mente. Não podia simplesmente gritar o nome dela para qualquer um ouvir.
Foi então que passou em frente a sala aonde torturava seus inimigos. Abriu a porta e olhou: lá estava ela.
— Rey! – disse, fechando a porta e indo de encontro a ela.
— Ben, não faça isso.
— O-o que? – parou aonde estava.
— Eu sinto você chegando, por favor, dê meia volta.
O que raios ela estava lhe pedindo?
— Por favor...
— Não, não é assim que as coisas são, Rey.
— Por que não?
— Por que não são! – ele gritou, socando a cadeira contida no centro do cômodo. – Desde que o universo é universo, rebeldes e Primeira Ordem são inimigos! Está na minha carne, no meu sangue, eu preciso ir atrás deles, eu preciso exterminá-los! – seu rosto fervia – Se você me entendesse, se você ficasse ao meu lado, saberia que isso é o certo!
— No seu sangue..? No seu sangue corre o sangue de Leia Organa, líder da Resistência! Você não poderia estar no lado mais errado dessa guerra, Ben.
— Pare de me chamar assim, Ben Solo morreu!
— Não, não morreu! – ela se aproximou, segurando seu rosto com as duas mãos – Você sabe disso tanto quanto eu! Eu vi você, eu senti você! Por favor, me deixe te guiar de volta...
— Por que você insiste tanto nisso?! Por que você quer tanto isso?! – ele destilava fúria em suas palavras.
— Por que é o certo a se fazer!
— E porque eu te amo! – uma terceira voz entrou na conversa.
Conheceria a galáxias de distância aquela voz.
— O-o que..?
— Eu te amo, Ben. E não vou desistir de você tão fácil sabendo que há esperança.
Do outro lado, Leia Organa estava ao lado de Rey. Ouvia seu filho, sentia seu filho, mas não o via, assim como ele não a via.
— Tola você de acreditar que há esperança! – tornou seu olhar para Rey – E o que deu em você? Vai me trair agora?!
— Foi você quem me traiu, Ben! – aquelas palavras doeram. – É você quem mente para si mesmo, e que me empurra quando o que eu mais quero é te ajudar, te trazer de volta. – começou a acariciar aquele rosto mergulhado em ódio – Você sabe que é verdade, por que não aceita..? Por que se permite sofrer desse jeito?
— Por que é você que eu quero!
Rey corou.
Leia sabia que aquilo era mais que uma discussão entre inimigos políticos.
Ren encarava a menina a sua frente furioso. Nem havia analisado o que havia acabado de dizer.
— Não vou suportar ver você mais um segundo que seja com essa escória.
Ren se pois de pé e saiu correndo da sala, em direção a sala de comando. Haviam chegado em seu destino.
Os rebeldes já podiam ver as enormes naves da Primeira Ordem pairando sob o céu alaranjado.
— Leia...
— Tudo que nos resta é batalhar. Vamos, minha querida. – a general se levantou.
No fundo, Ren continuava sendo Ben, e ela conhecia muito bem seu filho. Teimoso feito o pai, nunca admitiria o que crescia dentro de si. Quando Rey lhe contou sobre as conexões, teve então absoluta certeza que teria seu filho de volta. Rey era doce demais, até mesmo para o lado negro.
— Senhor, estamos iniciando os procedimentos de pouso, e as naves de combate já decolaram. – Hux passou a acompanha-lo assim que o achou pelos corredores, com a passada acelerada. – Já podemos ver as naves rebeldes posicionadas a leste daqui.
— Ótimo. – havia uma estranha mistura de satisfação e excitação em sua voz, mas suas feições eram sérias.
— Quais são as ordens para agora, senhor?
— Oriente e dirija o ataque daqui, General. – disse, puxando seu sabre-de-luz do cinto. – Eu vou descer.
— Espera ai, o que?! – indagou Hux, mas era tarde demais, seu líder já havia saído correndo em direção à saída.
Questionou-se por alguns segundos se isso era o certo, mas logo ignorou, já que agora estava no comando do ataque.
Algumas x-wing já pairavam sobre o céu, provocando a Primeira Ordem. Poe Dameron era o líder, guiando e ditando os ataques que deveriam ser feitos a seus companheiros. Da Millenium Falcon, General Organa se comunicava com os novos aliados, vindo de vários cantos da galáxia, atendendo o pedido de ajuda da Resistência para a batalha. Muitos atiradores estavam em posição, recarregando suas armas, miradas em direção aos stormtroopers que começavam a aparecer no horizonte. Rey estava junto com Finn, ambos em meio aos vários atiradores. Seus rostos estavam cobertos por faixas e muitos usavam óculos. Ventava muito, e muita areia estava no ar.
— Está tudo bem? – Finn perguntou
— Sim. – Rey mentira. Seu coração não cabia dentro do peito de agitação. Estava agoniada, pois sabia que a qualquer momento veria uma figura negra em meio àqueles soldados brancos, vindo em sua direção, e não saberia o que dizer ou o que fazer. Finalmente iria confrontá-lo após os últimos ocorridos.
Mas aquele beijo não saia de sua mente.
Tinha medo de como seus sentimentos reagiriam ao vê-lo novamente, mas dessa vez na mira de sua arma.
Cada passo parecia levar uma eternidade. Seus sentimentos lhe comiam vivo. Passava em meio a seus soldados, vendo-os olhar-lhe surpresos. A imagem dela estava fixa em sua mente, e só saía daquele campo de batalha de uma forma: com ela. Mesmo se morresse, iria atrás dela como espírito, e a perseguiria até que o aceitasse. Esse era seu destino: estava condenada a ficar ao seu lado.
Cerca de cinco minutos de caminhada depois, conseguia ver, do alto da duna que estavam, alguns pontos na areia: rebeldes. Alguns stormtroopers já desciam a duna em direção aos oponentes, e ambos começavam seus primeiros ataques.
Sentia sua energia, mas não a identificava em meio a tanta areia. Não aguentava mais tanta espera. Não aguentava mais senti-la e não vê-la, não tocá-la.
— REY!!! - Seus impulsos foram maiores que seu auto-controle.
Aquela voz, aquele chamado.
Ergueu sua cabeça.
Viu-a erguer a cabeça.
Ele chegara.
Ela estava ali.
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