Opostos: One-shots de Miraculous escrita por Arthemis0


Capítulo 10
Dança para mim?


Notas iniciais do capítulo

Não sei vocês, mas uma das coisas que mais gosto nas fanfics são os universos alternativos, acho legal explorar essa parte dos universos, ainda mais Miraculous, que por causa das várias Ladybugs e ChatNoirs que existiram, dá muita margem para imaginação em cima dessas histórias diferentes sobre eles, em outras épocas e em outros lugares. Um dos que mais me chama atenção é do Egito Antigo.

Acabei me empolgando na escrita e o cap ficou um pouquinho grande

IMPORTANTE algumas palavras que precisam saber para a fic:

Chanti*: Era uma espécie de saia amarrada na cintura, presa por um cinto, que descia pela parte da frente do corpo em formato triangular.

Nemes*: Um adorno de cabeça que cai em duas tiras sobre os ombros e tem a parte pendente sobre a nuca amarrada em trança.

Liteira*: Uma espécie cadeirinha portátil e coberta, sustentada por dois varais compridos e conduzida por animais, na frente, ou escravos, dois atrás e dois na frente.

Sinopse: Cheiro de incenso no ar, altos pilares bancos, o tecido vermelho balançava com o vento, vozes de reza se espalhavam pelo lugar, os hormônios a flor da pele, a moça dançava em frente à estátua, sem perceber que o rapaz a observava com intensidade, esse era um amor proibido.

Essa tema foi sugerido por: Mhanaaiko, adrinnete123456, Anuuxi e para todos que desejaram um hot.

Espero que gostem, comentem o que acharam, se puderem



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Era uma noite calma, na cidade a margem do Nilo, as casas de barro eram decoradas com desenhos abstratos coloridos, alguns, desses desenhos, dizia quem morava naquela casa, outros pediam a benção divina, e algumas pediam proteção para dois mascarados, Ladybug e ChatNoir. O povo acredita que os heróis eram umas das várias bênçãos do rio Nilo, e por isso eram tratados como divindades, ou pelo menos como filhos dessas.

Em um templo, o sacerdócio dormia depois de um dia de preses, orações e oferendas para a Deusa Maat, divinidade da verdade, justiça e da ordem divina, todos menos uma única menina, uma jovem que tinha acabado de se tornar uma sacerdotisa, já fazia um ano que estava no sacerdócio, e o dali a alguns dias seria o festival da primavera, onde seria apresentada, junto com as outras meninas que entraram no templo com ela. A jovem Marinette, que tinha estranhos olhos puxados, lembravam de um gato, diziam que isso trazia sorte, “Menos para mim.” Pensou irônica.

Estava observando a janela, ela ainda tinha muita saudade de casa, de acordar com o cheiro de pão fresco. Marinette tentava se distrair, não pensando na família, ao procurar diferenças nas estrelas, dia após dia, mas como já tinha imaginado, isso era quase impossível, eram muitas estrelas no céu para se quer notar a diferença do céu do templo do céu de sua casa. Embora ela soubesse que a cada noite um céu era diferente do outro. No templo todos os dias eram praticamente os mesmos, acordava com o cheiro de incenso, orava para Maat abençoar o dia, os sacerdotes iam até o palácio, ajudar o faraó nas decisões da corte, enquanto as sacerdotisas tentavam agradar a Deusa, rezando, fazendo ofendas, dançando para ela, e se mantendo puras.

— Querida, o que está fazendo ai? Algo errado? – Uma vozinha se aproximou da jovem.

— Tikki, está acordada? – Marinette olhou para a pequena criaturinha vermelha que se aproximava.

— Sim, acordei quando percebi que ninguém estava do meu lado na cama. – Tikki sorriu para a companheira se sentando na janela. – Saudade de casa não é?

— Sim... Estou pensando como todos estão.

— Eles devem estar orgulhosos, você está servindo a Deusa da justiça. – Tikki riu. – Combina muito com a Ladybug.

— Sim. – Marinette riu sem graça. – Bem, é muito tarde para se arrepender.

— Como se arrepender? Não era o seu sonho desde de criança? Seus pais deram uma educação para servir a Deusa, você teve que passar por intensos treinamentos, ter os conhecimentos das leis que regem o Egito, e para finalmente entrar nesse templo teve que provar que seu senso de justiça é igualado com a Deusa.

—Sim Tikki, mas isso foi antes....

— Antes? – A pequeninha já sabia o que a mestra iria dizer, só estava curiosa para ver se ela iria mesmo admitir.

— Foi antes de conhecer Chat. – Tikki sorriu.

— Que bom que finalmente percebeu.

— Que diferença faz admitir isso Tikki? Eu tenho um compromisso com a Deusa, tenho que me manter para Ela, e somente isso até o final de minha vida.

— Faz diferença Marinette, você tem que ser verdadeira com seus sentimentos, admiti-los, isso torna mais fácil conviver consigo mesma.

— Mas Tikki, é tão difícil... Não poder... ficar com ele... dizer que o que mais quero agora é ter ele do meu lado. Mas agora terei que viver longe de um amor. – Tikki vou até a bochecha da parceira e a abraçou. – Eu estou presa ao sacerdócio. – A moça estava quase chorando

— Mas Marinette, foi o destino que você escolheu. – A jovem engoliu o choro.

— Então quero contar para ele a verdade. Não quero mais que ele fique me esperando para passar o resto da vida com ele. – A pequena vermelha assentiu, sabia que aquela decisão não era simples e não saberia qual seria a reação do gato.

Marinette sabia que Tikki tinha razão, ela era uma sacerdotisa do Templo de Maat, sempre quis isso, desde criança, não podia voltar atrás agora, não só porque era tarde demais, devia ser assim e assim seria. Embora, toda vez que se lembrasse do olhar de Chat, aquela determinação ficava abalada. Respirou fundo, voltou para a cama acompanhada de Tikki.

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A música tocada por harpas e flautas de forma agradável e suave, reverberava por toda a rua, era a celebração de uma nova estação, a primavera tinha chego, as sacerdotisas de Maat já tinham sido apresentadas, e o povo estava comemorando nas ruas. Em um dos telhados, de vigia, dois heróis mascarados, ficavam de atentos para ver se tudo sairia bem.

ChatNoir estava em pé com suas sandálias gladiadora, saiote negro com detalhes em dourado, aros dourados presos a sua cintura e neles um tecido translucido amarrado, lembrando uma cauda, na cabeça par de orelhas negras detalhadas, com tiras que caiam sobre os ombros, se destacavam no cabelo branco, que só ficavam assim quando se transformava, os olhos verdes de gato, além das várias joias que carregava, braceletes, pulseiras grossas, peitoral dourado e verde.

Ao seu lado Ladybug, sentada a beira do telhado, olhava um pouco desinteressada para as festividades, ela usava um vestido curto vermelho com bolinhas pretas, por cima dele um tecido fino e transparente avermelhado, que ia dos ombros até os tornozelos, esses com tornozeleiras douradas que tilintavam quando andava, os cabelos curtos eram decorados por argolas dourados presos em tranças finas, além do tecido vermelho com bolinhas pretas, usado como uma faixa que descia até pelas costas.

— Estão todos felizes lá embaixo. – Chat quebrou o silencio entre os dois.

— Sim... É primavera. – Ela disse distante.

— O que houve? – Ele se agachou ao lado da parceira.

— Nada, apenas pensando. – Respirou fundo. – Já faz um ano que estamos nessa de heróis, não é? – Chat riu.

— Se não quiser falar disso agora só me dizer, não precisa fugir do assunto.

— Não estou fugindo... – A moça fez um pequeno beiço, tinha sido pega, ela não estava pensando no tempo que tinha passado, estava se lamentando.

— Está sim, já te conheço a um ano, e já sei quando está tentando se esquivar. – Ele dá um toque no nariz da garota, fazendo ela arregalar os olhos.

— Desculpa. – Sussurrou olhando para baixo.

— Não tem problema, quando finalmente descobrirmos nossas identidades, vai poder me contar tudo, você será minha confidente e eu serie o seu. – Ele deu uma piscadela. – Alias quando descobriremos nossas identidades?

— Em breve. – Lady disse olhando para céu. – O que está planejando Chat?

— Segredo. – Colocou o dedo entre os lábios, como se pedisse silencio, se levantou e olhou para onde as pessoas estavam reunidas – Há muitas pessoas animadas hoje, muitas dançarinas...

— Sim.

— Dança My Lady? – Ela ficou vermelha, encarando as pernas.

— A-A-Até hoje só d-da-dan-dancei para os d-deuses. – Gaguejava.

— Para mim a dança é a expressão do corpo para seus desejos, são suas verdadeiras emoções aflorando, as mulheres são melhores expressando esses sentimentos. – Chat riu. – Tenho inveja dos homens casados, pois eles têm dançarinas só para eles.

Chat pegou um dos braços de Ladybug e com um puxão a levantou, ela se desequilibrou um pouco e o gato teve que segura-la, acabou abraçando, com um dos braços, envolvia a cintura da Lady, que só ficou desnorteada com as mãos apoiadas no peito dele.

— Dançaria para mim? – Perguntou baixinho na sua orelha, com uma voz rouca e grossa, a fazendo arrepiar, bêbada pela sensação que ele tinha causado assentiu.

Se afastou de Chat, que se sentou, ela começou uma dança leve no ritmo da música, levantava os braços e balançava o quadril de um lado para o outro, hipnotizando os olhos masculinos, os pés pareciam flutuar pelo telhado, o barulho das tornozeleiras complementava a música. Os movimentos de Lady eram delicados e precisos, as vezes suaves como água, as vezes rápidos como cobra. Chat nunca tinha visto nada comparado aquilo, nem em sua identidade de herói, nem civil. “Serei um privilegiado!” Pensava animado.

Olhou com mais cuidado os movimentos da parceira, o corpo dela estava, timidamente, implorando por amor. Chat se levantou, se aproximando silenciosamente de sua Lady,  quando ela estava virada, de costas para ele, com os olhos fechados, só percebendo a proximidade dele quando suas mãos estavam em sua cintura, se assustou e parou o movimento, olhando por cima do ombro, mas o aperto aumentava em sua cintura, ele estava de olhos fechados.

— Quero sentir seus movimentos. – Disse na mesma voz rouca e grossa.

Então a Lady fechou os olhos e continuou, se limitando em não mexer tanto os pés, continuava com os braços e quebrando o quadril, quando sentiu as mãos começarem a se movimentar em seu corpo, desciam até o seu quadril de forma leve e subiam até o início de seus braços. As mãos masculinas começaram a apalpar seu corpo causando pequenos arrepios, Ladybug mordia o lábio inferior.

Até que as mãos voltaram para a cintura dela, apertando mais, e em um movimento rápido o gato colou seu corpo no dela. A moça, arfou em surpresa e excitação, logo abriu os olhos, os de Chat ainda estavam fechados.

— Chat? – Ela disse um pouco apreensiva.

— Desculpa... Não pude me segurar. – Ele abriu levemente os olhos. – Se você não fugir eu não vou parar.

— Fugir...?

Foi a última palavra que saiu da boca dela, Chat a calou, ele pressionava sua boca contra a dela, de forma voraz, as pernas da Lady amoleceram, mesmo se quisesse, o que não era o caso, ela não conseguiria fugir, era um beijo com muitas mensagens sendo transmitidas, mas a principal era, reciprocidade, as línguas se encaracolavam, e quando se soltaram para respirar, viram o olhar de desejo um do outro. Acabaram se jogando no telhado da casa de barro, com as pernas entrelaçadas começaram a se beijar novamente.

As pernas da Lady subiam, se abrindo mais, uma das mãos de Chat descia ao encontro daquelas pernas, e outra se colocava atrás das costas da moça, em um impulso ele se ergueu, deixando a Lady em seu colo, ainda se beijavam de forma ardente, não iriam conseguir parar, até que o corpo da moça estremeceu ao sentir a mão de Chat invadindo seu vestido, chegando até a sua intimidade. Se separou do beijo, mas o gato não parou, começou a beijar e mordiscar seu pescoço enquanto a mão dele se aproximava, parte da Lady gritava que ela não podia fazer aquilo, outra parte gritava para ela se entregar.

— O que foi? – Chat perguntou sentindo o conflito nos olhos dela.

— Eu não sei... Estou confusa... – Chat tirou rapidamente a mão debaixo da roupa dela, ambos suspiraram frustrados.

— Desculpa, fui rápido demais...

— Não é isso Chat... – Ela olhou para baixo. – Tenho que ir agora

.

.

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Já tinha se passado uma semana desde o festival da primavera e o último encontro de Ladybug e ChatNoir, era noite, mais afastado da cidade, encontrava-se majestoso palácio, nele um morador andava, se esgueirando pelas paredes, ele estava em uma de suas fugas habituais para a cidade, Adrien, era o terceiro filho do faraó, ele corria pelos salões do palácio, procurando sua saída, acompanhado de uma criaturinha negra com orelhas.

— Para onde vamos hoje? – Perguntou a criaturinha. – Vai ter queijo? – A criaturinha sonhou aquilo.

— Hoje vamos a uma casa de dança. Eu não sei Plagg, é provável que tenha.

— Hum, o que mais vai ter nessa casa de dança? – Plagg sorriu malicioso para o portador, que retribuiu o sorriso.

— Hum... – Sorriu maliciosa.

Adrien finalmente conseguiu sair do palácio, silencioso, como um gato, não era muito difícil já que todos faziam vista grossa, quando se tratava dele e de suas atitudes, como terceiro filho, não tinha esperanças quanto a coroa, seu irmão mais velho seria o futuro faraó, seu segundo irmão estava sendo treinado para ser o sacerdote supremo de Amon, o deus Sol, como era de costume nas famílias reais, e ele o máximo que poderia sonhar era em ser chefe do exercito, talvez magistrado, de qualquer forma, Adrien era muito mais livre para escolher seu destino do que os irmãos. Isso lhes causava inveja.

Adrien era ignorado pelos pais, evitado pelos irmãos, o povo não prestava muita atenção no que ele fazia ou quem era, pelo menos enquanto príncipe, mas quando se tornava ChatNoir, as coisas mudavam, ele se tornava a representação do gato, o protetor dos lares, alguns até o louvavam. E como ele gostava dessa atenção. Mas nada se comparava ao saber que ele era necessário, necessário a sua companheira de lutas, Ladybug, ele sonhava com o momento eles descobririam suas identidades, e ela finalmente poderia ser sua princesa.

Depois de ter visto sua Lady dançar, não podia tirar aquilo da cabeça, achava que poderia encontra-la em algum lugar, dançando em troca de moedas, tinha esperanças disso, já que, diferente de seu irmão mais velho, ele poderia escolher com quem iria se casar. Andou até encontrar a nova casa de dança, entrando lá, não era muito diferente das que já tinha visto e frequentado, antes de conhecer sua Lady, muitos homens ao redor de um palco, o cheiro de fumo e bebida alcoólica era enjoativo, as mulheres do local se dividiam em servir os convidados e em dançar no palco.

Adrien escolheu uma mesa, se sentou, aceitou uma garrafa de bebida e pediu por queijo, ficou de olho no palco, mas nada, estava olhando a quinta, talvez sexta dançarina quando se lembrou que tinha que acompanhar o pai pela manhã ao templo da Deusa Maat, o faraó estava em um difícil empasse, não sabia se entrava em guerra ou não com o reino vizinho, os Hititas, e tinha praticamente obrigado o filho a acompanha-lo, já que os outros dois estavam bem ocupados. Frustrado, o rapaz bufou, pagou por sua bebida e queijo saindo da casa de dança.

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Na manhã seguinte, Adrien se arrumava da forma mais apropriada que podia colocando seu chanti* branco, o prendendo com o cinto de tecido decorado com desenhos geométricos e coloridas, ele bufava enquanto se arrumava.

— Algum está nada feliz em visitar o templo. – Plagg se aproximou do parceiro. – O que te incomoda?

— Plagg, eu não consigo tirar Ladybug da minha cabeça, desde aquela noite, fico sonhando em toma-las nos braços. – Adrien coloca seu nemes* escondendo o cabelo loiro, herança de sua linhagem grega.

— E quando acorda percebe que está beijando o travesseiro.

— Sim... – O príncipe olhou para baixo envergonhado. – Ela prometeu me mostrar a sua identidade, mas quando? Toda vez que pergunto ela diz, “em breve”.

— Talvez esteja tomando coragem.

— Coragem, coragem para que?

— Pode ser que ela na vida civil seja um pouco diferente da vida de heroína. – Plagg falou cruzando os braços. – Como você, quem diria que o herói seria o príncipe do Egito.

— Tenho certeza que não irei me decepcionar. – Por fim Plagg se esconde no nemes do rapaz.

Terminando de se arrumar o príncipe foi para a comitiva que os levaria para o templo, uma necessidade e formalidade para a proteção do faraó, onde os guardas escoltavam o faraó. Dentro de uma liteira*, feita com ouro e pedras preciosas, coberta por tecido branco, o rei do Egito, sentado no forro de travesseiros, era carregado por quatro servos, dois a frente e dois atrás. Escoltando o faraó, montados em seus cavalos de guerra, nove guardas, cinco na frente e quatro atrás. E Adrien, ficava ao lado da liteira, montado em seu cavalo.

Não demoram muito para chegar no templo, na entrada Adrien já sentia o cheiro de incenso e o leve murmúrio das rezas dos sacerdotes e sacerdotisas. Logo a comitiva do rei foi recebida pelo sumo sacerdote mais velho de Maat, ele se curvou na presença no faraó e do príncipe.

— Bem-vindos Vossas Majestades, estávamos aguardando. – Ele levantou a cabeça. – Por favor, por aqui. – Deu espaço para o rei e o príncipe passarem, ficando entre eles e os guardas.

— Quero ser o mais breve o possível. – O faraó falou autoritário. – Há muitos afazeres no palácio.

— Claro Majestade, só é necessário que as sacerdotisas terminem sua reza e sua dança para animar a Deusa para que assim ela possa atender nossos pedidos. – O sacerdote de curvou. – Se me permite Senhor, uma de nossas novas sacerdotisas está dançando para Maat nesse momento, e devo dizer que o talento da moça para dança é de se invejar e desejar – Sorri maliciosa. – Talvez a dança dela o agrade enquanto espera.

O faraó olhou para o senhor com uma expressão entediada, as segundas esposas dele já lhe dava entretenimento o suficiente, mesmo assim concordou em ver a jovem sacerdotisa dançar. Andaram pelo grande templo e Adrien pode começar a ouvir uma leve música, muito similar a que tinha escutado no festival da primavera. A música foi ficando mais alta, e os guardas foram proibidos de avançar mais, afinal, as sacerdotisas dançavam para os deuses, e o faraó nada mais era que o Deus na terra e o príncipe seu filho.

Chegaram em um salão aberto, com grandes pilares redondos, próximo uns dos outros, e entre os pilares desciam véus vermelhos que balançavam com o vento. Adrien olhou para o tecido e lembrou de sua amada “Essa sacerdotisa pode até dançar bem, mas nunca vai se comparar a Ladybug” pensava com um esboço de sorriso na boca. De onde estava podia ver a imagem da Deusa Maat, com o seu cetro em uma das mãos e com a pena de avestruz em sua cabeça, de um lado as sacerdotisas rezavam, de outros os sacerdotes tocavam instrumentos.

Quando se aproximou mais pode ver a jovem que dançava para Deusa, de cabelos curtos com traças decoradas com pequenas penas, com as roupas cerimoniais, um vestido vermelho comprido que começava logo abaixo dos seios, esses cobertos parcialmente com as alças finas do vestido decoradas com pedras brilhantes. Ela dançava, e era majestosa fazendo isso.

— Ladybug. – O rapaz sussurrou, sem ninguém ouvir, com certeza era ela, a fluidez dos movimentos, os olhos puxados lembrando de um gato, só tinha uma pessoa capaz de dançar daquele jeito, e Adrien tinha andado muito pela cidade para saber disso.

— Realmente incrível. – Adrien olhou para o pai que estava de queixo caído. – Ela faz jus em servir a deuses dançando desse jeito. Qual é o nome da sacerdotisa? Queria parabeniza-la.

— Marinette Senhor.

“Marinette...” o som doce de seu nome combinava com a delicadeza que ela mostrava, Adrien estava triste, muito triste, como poderiam ficar juntos agora? Ela era uma sacerdotisa, tinha dedicado a vida para servir a uma Deusa, mantendo-se casta e dentro templo. Depois ficou com raiva, era por isso que ela ainda não tinha lhe mostrado sua verdadeira identidade, ela estava tomando coragem para lhe dizer que não poderiam ficar juntos.

Com o coração pesado Adrien começou a encarar a dançarina sem pudor, era uma mistura de admiração e irritação, no fim era um olhar misterioso. A raiva dele havia passado quando percebeu que aquela dança era carregada de tristeza. A música acaba suavemente e Marinette desce os braços louvando a Deusa.

— Meus parabéns Marinette, sua dança deve ter agradado muito Maat. – Faraó se aproximou dela, se virou rapidamente para o rei, reverenciando rapidamente.

— Majestade, perdão não percebi que estava aqui. – Com o rosto abaixado não dava para ver o rosto vermelho dela.

— Não tem problema, percebi que estava concentrada. – O faraó se virou para o sumo sacerdote. – Hora de pedir conselhos a Maat.

— Sim. – O senhor respondeu rapidamente.

Marinette, ainda com a cabeça abaixada saiu do caminha dando espaço para a passagem do rei. Ela ainda não tinha percebido que o príncipe não parava de encara-la, não era para menos, ele tinha ficado encostado no pilar, um pouco escondido. Então a jovem sacerdotisa, andou até o quarto, onde todas as sacerdotisas dormiam, para trocar de roupa. Adrien a seguiu.

— O que está fazendo garoto!? – Plagg disse em sua orelha.

— Espere e verá.

Marinette tinha entrado no quarto, estava começando a se despir, somente com as roupas intimas, escolhia um dos seus vestidos, pegando o primeiro que tinha achado junto aos seus pertences, quando estava prestes a coloca-lo ouviu uma voz atrás de si.

— Era por isso que estava me enrolando para mostrar sua identidade. – Adrien tinha aberto a porta silenciosamente e ficado encostado nela, só observando a jovem.

Com um pequeno espasmo Marinette olhou para a porta vendo o jovem príncipe, ela ainda estava sem roupa, não sabendo o que fazer cobriu os seios com o tecido em suas mãos, queria gritar, jogar objetos no intruso, mas sabia que ele era o príncipe, então simplesmente abaixou a cabeça, com o rosto completamente vermelho.

— Perdão Alteza, mas não devia entrar aqui. – Ela segurou a gagueira.

— Porque mentiu para mim? – Adrien se aproximava da sacerdotisa.

— Perdão...? – Marinette olhou para o príncipe curiosa e apreensiva. – Mentir?

— Sim M’Lady. – Disse com a voz rouca e grossa, que fez a moça estremecer, assim como da primeira vez. – Você deixou iludir-me, me fez pensar que você me amava... Porque?

O príncipe já estava próximo o suficiente para ouvir a respiração pesada as garota, suas mãos amassavam o tecido que cobria, de forma quase inútil, o seu corpo, ela estava de olhos arregalados, encarando o rapaz, seu queixo estava caído. Seria possível? O príncipe é o gato mascarado?

— Chat...? – Falou um pouco receosa. Ele já estava bem perto.

— Olá M’Lady. – Ele pegou uma das tranças do cabelo dela, se inclinou e colocou a fina trança nos lábios. – Como imaginei, o suave cheiro de lótus.

As mãos de Marinette falharam o vestido caiu, mas ela ainda estava com os braços encolhidos. Depois de se levantar o príncipe ficou vermelho com a cena que viu, bem, não tão vermelho quanto Marinette, que encarava o chão. Ela não sabia se ficava feliz em conhecer a verdadeira identidade do seu amado, se ficavam com vergonha de estar daquele jeito, se ficava furiosa por ele ter entrado em seu quarto a deixado assim ou se irritada por não ter reação. Sim, aquele era Chat, a mesma voz, o mesmo jeito, e Adrien se aproximou, abraçando a moça, ela se lembrava daquele abraço.

— Porque mentiu? – Insistiu na pergunta.

— E-Eu n-não m-me-menti.... – A visão de Marinette estava embaçada. – Eu te amo... Queria contar a verdade. – Com aquelas palavra Adrien estampou um grande sorriso no rosto, então ela terminou de falar. – Mas é tarde... – O sorriso desapareceu, ainda abraçado olhou para Marinette.

— Tarde!?

— Antes de nos conhecermos eu me tornei sacerdotisa de Maat, jurei aos que viveria minha vida casta servindo a Deusa. Me arrependi logo depois que lhe conheci. – Abaixou o rosto.

— Não! – Quase gritou. – Deve haver um jeito. – O jovem acariciou o rosto da amada. – Deve haver um jeito para que você seja minha princesa...

— Príncipe...

— Adrien. – Corrigiu ela.

— Adrien, se eu abandonar o sacerdócio será traição aos deuses, a fúria de Maat recairá sobre mim, minha família, é possível que a vingança dela recaia sobre o Egito...

— Não podemos acabar assim Marinette, meu pai é o faraó, um Deus na Terra, deve haver algo que ele possa fazer. – Adrien mordeu os lábios lembrando que era o terceiro filho, esquecido pelos pais. – Por favor, não posso sair daqui sem você. – Abraçou a sacerdotisa com força. – Deve haver um modo de te fazer minha.

Marinette, já não estava com tanta vergonha, envolveu o pescoço de Adrien acariciando os cabelos na nuca dele, tirando o nemes da cabeça dele, revelando os cabelos loiros. Ela estava com medo da fúria dos deuses se soubessem que sua fiel não era mais tão fiel assim, mas ela deixava esse medo de lado dentro daquele abraço, mais cedo, ela pensava que poderia escapar dos desejos, mas isso mudava, ela estava começando a jogar tudo para ar.

Eles separaram os rostos, encarando um ao outro, levemente encostaram suas bocas, as peles se tocando de forma que todos os pelos do corpo se arrepiaram. Adrien segurou a cabeça de Marinette com as mãos aprofundando o beijo, e ela mais uma vez não conseguiu escapar daqueles lábios, a respiração aumentava as carícias se intensificavam. As mãos do príncipe passeavam pelo corpo dela.

— Adrien... – Disse como um baixinho, quando conseguiu escapar dos lábios, só causando mais tensão no corpo dele.

E o loiro continuou, dessa vez beijando o pescoço da moça, lambendo, a mordendo de leve, ela arfava de excitação. Adrien subiu a mão direita apertando os seios dela, que se encaixavam em suas palmas. Se deliciavam com o perfume um do outro. Enquanto a mão esquerda descia para a coxa da moça, subindo essa em um puxão, ela só sustentava seu corpo com a ponta do pé que tinha ficado no chão, era um pouco desconfortável, mas ela não se incomodava.

Então ele abaixou a mão direito e subiu a outra coxa da sacerdotisa, a levando para a cama dela, iguais a todas as outras dentro daquele quarto. Adrien a deitou na cama, assim ele poderia admirar o corpo ainda um pouco cansado com a dança de mais cedo, tocava com suavidade as curvas dela, e Marinette o encarava, ela não sabia o que ele estava fazendo, não sabia o que ela estava fazendo, mas sabia que não queria parar.

Voltaram a se beijar com ânsia e voracidade, a respiração dos dois estava bastante irregular. Marinette subiu as mãos até as costas do rapaz, descendo elas devagar e o arranhando de leve com as pequenas unhas, quando chegou no nó do cinto, puxando, fazendo sua chanti deslizar pelas pernas. Enquanto isso Adrien desamarrava o tecido enrolado no quadril da moça, revelando sua intimidade. Eles sabiam que não conseguiriam parar mais.

Por sorte estavam todos os sacerdotes e sacerdotisas estavam ocupados demais bajula o faraó para sentir falta do terceiro príncipe e da jovem dançarina. Adrien ansiava por aquele corpo, com as mãos explorando cada curva que ali existia grudaram o corpo um do outro e Marinette pode sentir algo cutucando sua intimidade, ela estava com medo, ela foi treinada para tudo, menos para o amor, afinal não iria precisar daquilo. Mas ansiava.

— Calma. – Sussurrou beijando ouvido dela.

— Adrien... – Falou bêbada de prazer.

Uma das mãos do príncipe desceu, encostando na intimidade da menina a fazendo gemer, com a outra mão abriu as pernas dela, Marinette gemeu mais uma vez, e Adrien desceu mais a mão, com a boca ele começava a brincar com os seios da moça, sentiu que ela estava úmida, isso fez arfar, deslizou um dos dedos para dentro dela.

— Adri... Ahhhh! – Ele tirou o dedo. – Ahhhh! – Colocou de volta. – Adrii... – Marinette tentava falar.

A sacerdotisa sentiu seu corpo todo esquentar, algo em sua intimidade se apertava, enquanto Adrien tirava e colocava o dedo dentro dela. Estava segurando alguma coisa, mas não sabia o que era, agarrou-se nas costas do príncipe, escondendo o rosto no pescoço dele.

— Você está assim tão cedo... E só com um dedo...

Ele dessa vez se movimentava de forma forte e intensa, e Marinette conseguiu se segurar mais, e quando sentiu um líquido escorrer pelas pernas ficou aliviada e em êxtase. Um grito de satisfação saiu da boca dela, teria sido alto se Adrien não tivesse tapado a boca dela com os lábios. O corpo da sacerdotisa amoleceu, respirava profundamente, de olhos fechados enquanto o rapaz se posicionava em sua entrada.

A estocou uma vez, rápido, e continuou de forma lenta, sem parar, Marinette mordia os lábios, a princípio para reprimir gritos de dor, podia sentir que estava-os marcando e quase saia sangue, assim como as unhas encravadas nas costas de Adrien. Conseguiam ouvir a cama batendo na parede, e essas batidas ficando mais constantes e rápidas. O prazer deu lugar a dor. E os dois gemiam baixinho, um na orelha do outro.

Adrien apertava a cintura de Marinette com firmeza, pressionando de uma forma gostosa e possessiva, como se não quisesse que ela saísse correndo dele, coisa que não queria, como se quisesse que ela pertencesse e ele, e somente a ele. As estocadas ficaram lentas e brutas, e Marinette já tinha tido seu segundo orgasmo.

— Está me apertando. – Adrien disse cansado. – Irei me desfazer em você.

E assim fez, no ápice do orgasmo, a sacerdotisa sentiu um último apertão em na sua intimidade, junto com uma última estocada e algo a preencheu, ficando satisfeita. Adrien saiu dela cansado, sem ele Marinette sentiu um pouco de incomodo, mas logo passou quando o príncipe se apoiou na cabeceira da cama, trazendo sua princesa para o peito.

Aquilo não devia ter acontecido, Marinette temia a fúrias dos deuses, se descobrissem que ela não tinha comprido a sua promessa de se manter casta. O que faria agora? Adrien era o seu companheiro de lutas, não tinha como fugir dele. Novamente, agora era muito tarde para se arrepender. Com os olhos fechados a mente de Marinette estava em um turbilhão, enquanto Adrien acariciava o rosto dela, tentando acalma-la.

Ele sabia no que ela estava pensando. Eles sabiam que não podiam fugir da cidade, afinal o compromisso deles como heróis estava ali, estavam presos a capital do Egito. Adrien não podia simplesmente abandonar a família real, mesmo sendo ignorado por essa, não podia simplesmente abandona-la, ele era necessário. Eles se amavam e queriam ficar juntos, isso estava claro.

— Eu vou dar um jeito. – Adrien quebrou o silencio entre eles. – Vou dar um jeito de ficarmos juntos.

— Adrien, como? Nos não podemos, eu tenho meu compromisso com a Deusa. – Marinette o encarou.

— E o seu compromisso comigo? Não se esqueça Marinette, somos os louvados como deuses, Maat não pode se vingar de nós, e se decidir fazer algo com a cidade nos daremos um jeito, afinal é a nossa função. Eu só preciso achar um jeito de livrar você desse sacerdócio. – Disse com esperança. Marinette respirou fundo.

— Eu te amo Adrien. Essa é a maior certeza da minha vida. – Ela encostou as testas dele. – Vamos achar um jeito de ficarmos juntos.

— FIM-


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