Zootopia: Inside Stories escrita por Julio Cezario


Capítulo 9
Felix Hunter




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Finalmente tinham encontrado a cura para o Wade, eu sabia que ele estava doente. Aquilo não era ele. Aquele monstro.

Pelo o que tinham me informado, existia uma planta, na verdade uma flor. Chamada Uivante, ela possuía um elemento químico que afeta o cérebro, fazendo que a vítima fique em um permanente estado de fúria. E a mentora desses ataques foi a Prefeita Bellweather, ela queria dividir Zootopia, usando os Predadores como bode expiatório. Mas a Judy conseguiu impedi-la a tempo, pelo jeito ela tinha se tornado uma policial e tanto.

— F-Fe-lix? – Wade estava um pouco rouco, por causa do antidoto ele passava a maior parte dormindo, como se estivesse em coma.

— Wade? Você acordou – Eu coloquei as patas na boca. Ele estava bem.

— Onde, onde eu estou? – Ele ainda estava meio grogue.

— No quarto do MZHC. Você lembra de alguma coisa?

— Sim... não sei. Lembro de... sentir raiva.

Não, ele não lembra.

— Tudo bem. Descanse um pouco, você precisa recuperar as forças – Eu ajeitei o travesseiro para que ele pudesse apoiar a cabeça.

Eu me levantei para chamar a enfermeira.

...

Depois de algumas horas de fisioterapia e bastante comida. O Wade estava liberado e pronto para ir para casa. Fomos andando até a entrada do metrô.

 - Felix? – Ele parou antes de descermos as escadas.

— Oi?

— Podemos ir no parque? É que faz tempo, e vai ser bom um ar puro – Ele passou com a pata atrás das orelhas, como fazia quando estava nervoso.

— Ah! Claro, você quer ir no que tem aqui perto?

— Sim, sim.

Demos meia volta e seguimos em direção ao parque. O sol estava forte e o vento soprava frio, estava um dia bem gostoso. Tudo tinha voltado ao normal, animais que se aliaram a separação de Zootopia foram presas e o clima da cidade tinha voltado ao seu estado natural. Crianças brincavam e corriam, casais andavam de mãos dadas e idosos alimentavam os pombos. Tudo como tinha que ser.

Sentamos num banco próximo ao chafariz.

— Felix?

— Oi? – Eu me virei para fita-lo.

— Eu não sei o que aconteceu durante o meu estado. Não me lembro direito, mas lembro que tinha uma promessa, foi a única coisa que me vem à cabeça.

— Promessa? Que promessa?

— De que contaria quando chegássemos...

— Ata! Isso, olha vá por mim. Tanta coisa aconteceu que isso até me fugiu. Mas se não quiser contar, para mim tudo bem.

— Não, eu quero contar. Eles me entregaram o bilhete, junto com as minhas roupas velhas. Eu fiquei surpreso o papel ter resistido por tanto tempo – Ele tirou do bolso e me entregou o pedaço velho de papel.

Quando o abrir, mesmo borrado ainda dava para ler.

O sorriso dele ira te conquistar.

— Eu acho que o meu biscoito veio com defeito – Wade cortou o meu pensamento.

— Como assim? Por que você acha isso?

— Por que você já tinha me conquistado a muito tempo, lembra do dia da biblioteca?

— Lembro, ficamos conversando por horas, foi um dia bem tranquilo e quando acabou pensei que nunca mais o veria – Me permitir relaxar e sorrir.

— Eu também, passei meses pensando em você. Quando achei que tinha que te esquecer, eu descobri trabalhávamos na mesma empresa. Lá estava eu, caidinho por você – Ele pôs a pata na minha bochecha. Senti o calor dele. Senti como se uma correte elétrica percorresse o meu corpo, até minha cauda tinha eriçado.

— Então quer dizer... que... tipo – Eu não sabia o que dizer.

— Eu te amo, Felix Hunter. E quero viver ao seu lado.

— Eu te amo Wade Moonight. E vou estar ao seu lado para o que der e vier.

Ele sorriu, os olhos deles me contemplavam, o que me deixou super sem graça. Mas aí ele se aproximou, os lábios dele roçaram nos meus.

— Eu esperei tanto por você – Sussurrei.

— Me desculpa por fazer você esperar.

Aí ele me beijou, foi arrebatador. Tinham foram as piores semanas para mim, todo o estresse, o medo, o preconceito, mas tudo foi dissolvido instantaneamente naquele beijo. O que mais eu poderia precisa? Nada, só o Wade Moonight. Finalmente poderíamos ficar juntos, seguir em frente. Rir de pequenas coisas, comer naquele restaurante japonês na Tundralândia, morar no Distrito Florestal, poder assistir a chuva deitado no seu colo.

— Eu te amo – Eu disse entre os seus lábios.

— Eu sei – Ele riu.

...

Finalmente tinha chegado em casa. Estava precisando de um banho.

— Felix? – A voz do Ben tinha vindo do lado de fora do chuveiro.

— Oi! Eu tô aqui no banheiro. Já, já eu saio – Gritei.

— Okay – Ele respondeu.

Me apressei para sair do chuveiro.

— Oi, primo? O que foi? – Eu disse assim que sai do banheiro enrolado na toalha.

— Tenho novidades! – Ele disse todo entusiasmado.

— E quais são? – Fui até o quarto para pegar o meu pijama.

— Primeiro, o meu chefe conseguiu quatro ingressos para o show da Gazelle amanhã e você sabe que você e o Wade vão. Ela vai dar esse show em comemoração à Zootopia, finalmente voltamos o que era antes.

— Okay e a segunda? – Eu já tinha escolhido um pijama. Deitei no sofá com o Ben.

— A segunda? É que eu... e o Bogo... – Ele tinha mudado de expressão.

— Benjamin Clawhauser. Não me diga que... vocês...

— Sim – Ele anuiu com a cabeça.

— Meus deuses, Ben. Isso é maravilhoso! Eu estou muito orgulhoso e ele é um ‘homão’ e tanto hein – Eu pulei para cima dele. Fiquei fazendo cocegas nele.

— Para Felix... eu sei... eu sei – Ele não conseguia montar as frases em meio as risadas.

— E vocês... Já fizeram? Sabe né? Aquilo? – Eu sai de cima dele, a curiosidade era maior.

— Sim e meu deus. Ele é perfeito – Ele disse todo sem graça.

— Quem diria hein?

— É. E você e o Wade?

— Estamos bem e ainda não fizemos aquilo como você e o Bogo – Eu joguei uma almofada nele.

— Vocês são muito devagar – Ele riu.

— Cala a boca, Clawhauser!

Depois de conversar sobre eles e sobre o show de amanhã, fomos dormir. Estava muito feliz, tudo o que aconteceu antes não passava de lembranças distantes que nem fazia mal mais. E pelo jeito não era o único que tinha me dado bem.

...

— Wade, esse é o Bogo. Bogo, esse é o Wade – Eu apresentei os meninos.

Eles se cumprimentaram e disseram uma palavra ou outra.

Logo entramos no show, a música estava alta, mas pelo jeito a Gazelle não tinha entrado.

— Felix? – Wade gritou para a sua voz tentar sobrepor a música.

— Oi.

— Por que o seu primo e o namorado dele vieram de uniforme?

— Acho que eles vieram do trabalho, eles são policiais.

— Ata, entendi.

— BOA NOITE ZOOTOPIA – A voz da Gazelle cortou a música e uma nova começou a tocar. – VAMOS LÁ PESSOAL, PATINHAS PARA CIMA!

Então o show começou. Wade começou a andar de um jeito engraçado, eu não consegui evitar rir daquela cena. E vi o Bogo e o Ben dançando, pelo jeito eles se gostavam mesmo.

— Vem que eu te ensino a dançar – Eu sussurrei no ouvido dele.


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