— Tá escuro aqui — sussurrou o garoto, encolhido nos braços da irmã. Os dois estava dentro de um armário de vassouras no segundo andar da casa.

— Eu sei, eu sei — sussurrou a garota de volta. Marlene passou a mão nos cabelos do irmão mais novo, encostando sua testa na dele. — Mas você vai ficar aqui dentro, ok? Fica bem quietinho.

— Eu tô com medo, Lene — choramingou Charles, encolhido.

Naquele momento os dois ouviram um barulho no andar de baixo. Quando o aviso chegou era tarde demais. A casa possuía proteção contra aparatação e rede de flu, o que impedia quem estivesse dentro da casa de aparatar também. Eles estavam cercados. Havia muito pouco o que fazer, então, sem uma palavra, Lene tomou Charles nos braços e subiu para o segundo andar, chamou a Ordem no caminho, mas sabia que nunca chegariam a tempo. Se ao menos pudessem proteger Charles...

— Hey, está tudo bem — a morena beijou o rosto do irmão. — Quer saber de uma coisa? Eu também estou. Mas a gente tem que ser forte. Eu te amo. Fique bem quietinho, ok? Eu já volto.

Ela nunca voltou. Quando Marlene Mckinnon desceu as escadas tudo estava destruído. Seus pais já tinham partido, e após derrubar tantos comensais quanto podia, ela se foi também. Eventualmente acharam Charles no andar de cima. Quando a Ordem chegou, o local estava parcialmente destruído e a Marca pairava sobre a casa. Os McKinnon tinham sido mortos, todos eles. No mês seguinte os Potter se foram, e no próximo, foi a vez do atentado aos Longbotton, mortes e torturas cruéis, da pior espécie. Mas eles continuavam vivos na memória de cada um que os conheceu, e em todos os corações que tocaram.