O sorriso escarnado de Anakin me fez tremer, aquele assunto era delicado demais, ela estava sugerindo coisas que ligam a mim e a Rey romanticamente, somos dois portadores sensitivos da força com interesses opostos e força majestosa

— eu preciso dela. – respondi voraz

— precisa dela por que? – ele falava como um jedi, não sei como aquele ser pode ter sido um dia Darth Vader. – Me diga Ben

— ela é importante para o futuro da primeira ordem.

— pra primeira ordem ou para você?

Instantaneamente ouvi um barulho lá fora, me virei empunhando o sabre de Luz, notei então que ele jamais saiu dali, ele esteve embainhado no meu cinto a conversa inteira, o acionei e então que percebi que a sala estava vazia e cheirava a formol, olhei de volta para o caixão e ao invés de encontrar um defunto bonito e doce,  encontrei um corpo deteriorado, a sala estava escura, o fantasma de Anakin havia sumido, era tudo uma ilusão.

Ouvi gritos desta vez, corri para fora e logo no salão principal estava Ashoka em posição de luta com os dois sabres apontados para trás e do outro lado estava Rey, segurando seu sabre duplo, acabei parando para perceber mais os seus detalhes, começando pelos seus cabelos, estavam levemente bagunçados e soltos sobre seu rosto fino e delicado balancei a cabeça antes que eu retome a conversa com meu avô. Não posso pensar assim de Rey conclui, não posso sentir assim, meu avô não pode estar certo.

 Assim que Ashoka me percebeu, desligou os sabres, cruzou os braços e me encarou de modo sério e preocupado.

— encontrou o que procurava? – a olhei com ódio nítido o que acabou fazendo-a  reativar os  seus sabres e se fechar em modo de defesa, me aproximei desativando o sabre e ficando entre as duas numa distância quase que idêntica para ambas. Olhando para Ashoka a respondi

— encontrei – e então me virei para Rey que se desarmou, arrumou o cabelo e virou o rosto – o que faz aqui Rey?

— Disse para não vir sozinho – ela gritou e veio na minha direção, com sua aproximação pude involuntariamente observar seu rosto, e sua semelhança com minha avó, tais quais me remetiam novamente as palavras de Anakin, maldito Anakin – Qual o seu problema?

— Por que está preocupada, não temos nada haver um com o outro – rebati de forma fria encarando seus olhos, senti sua expressão mudar de determinação para puro e extremo ódio

— Esperem – Ashoka disse confusa se aproximando cautelosamente – a Luz e a Escuridão, como vocês...? – eu a interrompi antes que sugerisse que fossemos um par romântico

— meu antigo mestre nos ligou coma força para nós nos destruirmos

— e após sua morte ainda nos mantemos ligados – ela completou ainda me olhando com ódio

— isso não existe – ela disse, fechando os olhos – esse tipo de conexão não pode ser manipulada, ela é feita por alguma razão, ou então...

Ela se interrompeu, de maneira sugestiva apontou o dedo para nós dois mais próximos que dois inimigos deveriam estar. Eu e Rey nos olhamos debaixo pra cima, o clima de tenso passou pelo menos para mim, ela arrumou a roupa e o cabelo antes de prosseguir conversando com Ashoka, eu simplesmente não pude parar de olha-la. Algo nela parecia diferente hoje, ela estava ainda mais forte. Ela discutia cm Ashoka de forma acalorada, enquanto a mesma só ouvia o ponto de Rey. Tal cena me fez perder-me em pensamentos, lembrando da conversa que tive alguns segundos antes, por que Rey é tão importante para mim? Por que ele sugeriu que minha jornada completaria a falha profecia em torno dos skywalkers . Ashoka então percebeu meu olhar fixo e “discreto “para Rey e então sorriu me deixando sem graça e voltando a pose de vilão.

— não foi assim Ben? – disse Rey

— foi – respondi sem saber do que se tratava. Que fez Ashoka sorrir e fazer um sinal de desaprovação.

— então, vocês vieram como meu mestre me disse? – ela andou de um lado para o outro – só vão entrar lá dentro por cima de mim

Seu tom pareceu sério, ela se afastou de nós e então se pôs em posição de batalha, acionando os sabres.

 A entrada de um Jedi na fortaleza de Vader é algo que todos preferiam evitar, muitoas acreditavam que o lado negro reinava ali. Ashoka parecia ter o dever de evitar que pessoas como a Rey entrassem, isso seria um bom sinal, se ganhássemos a batalha Rey estaria perto do lado negro.

 Empunhei o meu sabre e Rey puxou seu sabre duplo, estávamos em posição, e por incrível que pareça Rey atirou-se primeiro sobre a pobre Togruta me deixando pasmo, nunca a vi com ódio, admito que isso me animou demasiadamente, pulei para cima de Ashoka que estava em nítida desvantagem. Inferimos golpes cada vez mais fortes nela, que se afastava e utilizava da força para mover objetos para nos distrair, penso que tudo aquilo foi um teste, minha mente estava a um turbilhão, pensamentos e sincronia da batalha. Parei um pouco e me concentrei, nesse meio segundo, vi Ashoka inferir um golpe para cima de Rey logo a minha frente, como um reflexo involuntário entrei na frente de Rey e e desferi um golpe no coração de Ashoka, ao matá-la senti seu sabre cair e cortar minha mão, sem forças então desmaiei.

Voltei ao velório interminável de minha avó, olhei em volta era a mesma coisa, porém desta vez eu vi alguns outros Jedi, pareciam fantasmas. Ao me avistarem viraram-se para Anakin e o encararam.

— Bem vindo de volta Ben – anakin deu um passo à frente – gostaria de te apresentar Obi wan, e Yoda.

Meus olhos fixaram em cada um deles, eu sabia o peso de cada um na história da minha família, mas nunca soube quem eram de verdade, nem mesmo sei o que cada um deles esta fazendo aqui.

— então Skywalker, neto seu este menino é? – disse Yoda, se aproximando e me avaliando – muito a aprender tinha Luke antes de treinar este menino.

Yoda era exatamente como Luke dizia, um baixinho verde orelhudo que usa uma bengala de madeira, fácil subestima-lo porém quase impossível vence-lo, encarei –o mais um pouco.

— de Han Solo muito ter em você, porém ainda mais ter de Skywalker – ele balançou negativamente a cabeça – impaciente, imprudente, treina-lo sozinho deveria Luke.

— nesta parte concordo que Luke errou – respondeu Obi Wan – porém avisar ao Luke depois de ele se unir a força não vale a pena.

— por que estou aqui? – perguntei confuso

— Ben, eles conheceram Padmé. – respondeu Anakin – Obi Wan pegou sua mãe e seu tio no colo pela primeira vez.

— ainda não entendi. – respondi ríspido

— impaciência de um Skywalker ter você. Mas não ser isso que levou para o lado negro você, não. Ser necessidade de amado ser, necessidade de cuidado ser, dependência de atenção levar para lado negro você. – Yoda me pediu para abaixar, para olhar  poder olhar nos meus olhos – Matar seu pai, resolveu não, de Snoke aprovação conseguir não então por isso falhar, amor buscar no lado sombrio não conseguir, nem mesmo no lado da luz. – houve-se silencio na sala – ao lado negro amor levou anakin, ao lado da luz amor levar você

— amor? De quem?

— encerrada seção esta.

— amor de quem?

Acordei sem abrir os olhos, minha cabeça doía e latejava, eu não sentia minha mão direita, as coisas estavam confusas, me aconcheguei e senti um calor como se eu estivesse no colo de alguém, por reflexo abri os olhos e me vi deitado no colo de Rey, antes de questionar olhei em volta, eu estava acomodado na Milenium Falcon. Chewie apontava desnecessariamente sua besta em minha direção.

— onde estou? – perguntei confuso e fraco.

— indo em direção a Naboo, precisa olhar este teu braço em um lugar onde não irão nos reconhecer. – ela me levantou, me colocando sentado e entregou as roupas de meu pai, eu as peguei com tristeza, ela fez um sinal para Chewie ir buscar algo para eu comer – acha que ira servir?

— por que ? – eu perguntei olhando nos seus olhos – por que me salvou? Depois de tudo...

— você salvou minha vida duas vezes – ela olhou para mim fixamente desta vez – um ser que olha para as roupas do pai que matou, com essa tristeza não pode ser malvado, talvez possa ser confuso

— Rey... eu – ela estava muito próxima, uma sensação estranha me ocorreu, como quando nos tocamos enquanto conversávamos a distância, senti ela se aproximar, não pude dizer nada, eu não consegui, eu apenas senti.

— ahhh - Chewie se anunciou, fazendo ela se afastar. Ele me entregou um leite azul e alguns biscoitos, peguei com lembranças boas. Se eu estivesse com meu sabre fatiaria aquele cachorro em mil pedaços

— melhor se vestir, estamos chegando.