Auror do Mal: Desejos do Passado escrita por LumosPotter


Capítulo 8
A sala precisa


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas pelo atraso no capítulo. Houve uns problemas aqui, mas já tá tudo resolvido.



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A manhã seguinte era mais uma manhã gelada de dezembro. O céu estava azul e o sol batia forte na Torre da Corvinal, mas o vento gelado mantinha a sensação de frio. Ainda acompanhados dos professores, todos os alunos iam às suas respectivas aulas equipados com seus cachecóis coloridos. Xavier e Frank tiveram uma aula de Trato das Criaturas Mágicas e logo já tinham almoçado e estavam de volta à sala comunal, se preparando para a próxima aula (inclusive terminando as tarefas apressados, “na última hora”).

Um pouco antes de o pôr-do-sol chegar, Xavier decidiu colocar sua idéia do dia anterior em prática. Ele decidiu sair e procurar a professora McGonagall na sala da diretoria. Ele queria contar tudo a ela, e se possível conseguir mais informações a respeito de Baltazar... Num momento, sem chamar a atenção de muita gente (nem mesmo de Frank), saiu da sala comunal e começou a seguir em direção às grandes escadas móveis para acessar a Torre do Diretor. 

A área das escadas estava estranhamente vazia e Xavier podia jurar que estava sentindo mais frio do que costumava sentir quando passava por elas. Quando ele estava subindo os últimos degraus para o corredor que dava acesso à Torre do Diretor, a escada balançou e logo ele saiu dela, pensando que ela iria mudar. No entanto, a escada permaneceu parada. Xavier olhou para a escada e depois em volta. Algumas pessoas nos retratos olhavam de forma estranha para o garoto. 

Nessa mesma hora, Xavier se arrepiou da cabeça aos pés quando ouviu atrás dele uma espécie de um denso sussurro. Olhou para trás e o corredor onde ia entrar estava todo escuro e frio. Xavier tentou dar alguns passos, mas parou quando viu a silhueta de três pessoas na escuridão. Ele empunhou a varinha e disse:

— Lumos.

Com a luz, Xavier distinguiu o mesmo trio que tinha visto dentro do seu quarto da sala comunal há alguns meses. Os três estavam novamente pálidos e olhando diretamente para Xavier. No momento seguinte a criatura encapuzada de olhos negros apareceu atrás do trio e avançou diretamente para Xavier. Ele instintivamente voltou a subir as escadas, correndo em disparada e pensando: “Eles querem me impedir... Mas eu preciso chegar lá...”.

Xavier correu e subiu escadas o mais rápido que pôde, antes mesmo de elas mudarem. Quando ele parou e resolveu olhar em volta, percebeu que havia chegado ao 7º andar do castelo, na frente do corredor que levava à Torre de Astronomia. Ele olhou pra trás e seguiu por esse corredor, devagar, com a varinha preparada. Estava bastante ofegante, tentando se lembrar se as escadas de Hogwarts tinham sido sempre tão íngremes assim... 

Xavier seguiu por esse corredor e pegou uma entrada à esquerda iluminada ao invés de seguir reto em outro corredor escuro. Ele saiu em outro corredor, mais curto. Ao sair desse último, o garoto parou e olhou em volta. Estava numa grande sala com diversos objetos e cartazes de astronomia, incluindo telescópios, lunetas e diversos desenhos feitos com muito capricho e dedicação (e muita régua). Ele pensou que talvez fosse uma sala nova, pois nunca tinha ouvido nenhum dos alunos da astronomia mencionar algo sobre ela. Ou então seria a sala de um professor. De qualquer forma, ele sabia que precisava sair dali, que precisava seguir o seu plano de ir conversar com a professora McGonagall. Enquanto ele ia se direcionando para sair pelo mesmo lugar onde entrou, um dos desenhos num mural na parede se descolou no canto superior direito, provocando um ruído. Quando Xavier foi olhar, percebeu que havia um pequeno círculo de luz que crescia no meio do desenho, bem onde parecia estar desenhado um astro. Xavier levantou sua mão para tocar o desenho e então algo o fez cair para trás.

Um baque forte seguido do que parecia ser um feitiço, fizeram Xavier cair pra trás e fechar os olhos, pois de repente uma grande quantidade de luz branca invadiu a sala. Xavier ouvia uma risada sinistra e quando conseguiu abrir bem pouco apenas um dos olhos, não pôde acreditar no que estava vendo: ele distinguiu em meio a tanta luz o rosto do homem misterioso que aparecera no seu sonho há seis meses, ainda na casa de seus pais. De repente, vários objetos na sala começaram a tremer, incluindo os que estavam em cima de mesas ou móveis e os desenhos nos murais. Xavier só pensou em correr. Voltou para a mesma entrada por onde tinha chegado e quando olhou no corredor que levava às escadas móveis, deu dois passos largos para trás quando a figura encapuzada surgiu novamente da escuridão e avançou contra ele.

O outro corredor estava escuro também, como antes, e Xavier percebeu que ele seria sua única saída. 

— Lumos Maxima! – disse ele, e seguiu pelo corredor, sem saber pra onde iria.

O que ocorreu foi que Xavier passou por algumas bifurcações, mais entradas e mais corredores. Passou também por um pátio que tinha visão externa. Já estava anoitecendo e Xavier sabia que estaria encrencado se alguém o pegasse andando sozinho pelo castelo à noite. Quando Xavier decidiu parar de correr e respirar, ele se encontrava num outro corredor largo, mas agora iluminado com grandes e altas tochas. Xavier achava aquele corredor familiar. Seguiu um pouco e virou à direita. Depois de alguns passos, Xavier ouviu um ruído alto, como se algo de madeira estivesse começando a se retorcer ou quebrar.

Uma grande trava de madeira estava aparecendo e crescendo numa parede grande ao seu lado. Em poucos segundos, os ruídos foram ficando mais fortes e mais pedaços de madeira foram surgindo, até formarem o desenho de uma grande porta curva no alto. Xavier reconheceu na hora. Era a Sala Precisa. Ele hesitou por um momento, mas destravou a porta e fez força para empurrá-la. A sala parecia um pouco escura. Então, Xavier usou o feitiço Lumos e entrou. Quando as portas se fecharam novamente atrás dele, ele podia jurar que tinha entrado lá com muita facilidade... Parecia que algo ou alguém tinha lhe empurrado. Bastou que Xavier pensasse em tudo que já tinha visto desde o verão para apenas continuar o caminho, sem ligar pra esse fato estranho (só um a mais...).

Xavier iluminou a sala com a varinha. Não surpreendentemente, havia uma grande quantidade de objetos totalmente aleatórios espalhados pela sala (e bem bagunçados). Xavier viu várias estantes extremamente altas contendo vários livros e outros objetos, como relógios, garrafas de hidromel, estojos, pastas de plástico e até algumas plantas artificiais. Do outro lado da sala, o garoto viu mesas e cadeiras empilhadas, escadas grandes de alumínio, velhos armários de madeira roída pelo tempo, tapetes enrolados, uma cortina velha colocada num mastro, pedaços de telhado, alguns blocos de pedra e até alguns antigos bancos de praça. Listar todos os objetos demandaria muito tempo, mas sim, havia de tudo, e tudo estava bagunçado.

O garoto seguiu em frente, precisando desviar de alguns objetos menores que estavam espalhados pelo chão. Ele andou um pouco e encontrou uma pequena mesa retangular, aproximadamente no centro da sala. A mesa parecia estar mais iluminada que o restante da sala. Em cima dela, estavam espalhados alguns papéis. Xavier se aproximou e percebeu que eram quatro edições antigas do Profeta Diário, de alguns anos antes. Ele pegou uma delas e leu uma manchete: “Terence Smith, sua esposa e sua filha são encontrados mortos numa pequena casa na região central de Cambridge“. Uma parte da notícia dizia: “Ao que tudo indica, os crimes foram obras do notório assassino Baltazar White.”. E então quando Xavier olhou a “fotografia móvel” que acompanhava a notícia, não pôde acreditar no que via. Ele viu o homem do “sonho” da aula de Feitiços, o homem que ele foi perseguir na Floresta Proibida. Era ele, Terence Smith, que Xavier tinha visto morto no corredor daquela casa no “sonho”. E então uma ideia assustadora passava pela cabeça de Xavier... Ele pensava, então, que poderia haver mais fantasmas e se perguntava como (e por que) ele teria visto o passado (e não o futuro, como ele pensava)...

Xavier, curioso, continuou olhando os jornais e leu a manchete numa outra edição: “Confusão no Ministério da Magia termina com duelo de feitiços e uma demissão”. Na notícia, Xavier leu: “Um auror, Baltazar White, durante o que parecia ser uma reunião normal de trabalho, se envolveu em uma briga com o ministro Kinglsey Schaklebolt. [...] Sr. White foi demitido e irá participar de uma audiência formal na próxima sexta-feira.”. E então, quando Xavier viu novamente a “fotografia móvel” que acompanhava a notícia, arregalou os olhos. Não sabia se era por medo ou por surpresa de muita coisa estar fazendo sentido. A foto mostrava os guardas levando Baltazar para fora do Ministério. Na foto, Xavier reconheceu o rosto do homem misterioso do seu sonho no verão, e que ele também tinha acabado de ver na Torre de Astronomia. Baltazar White e o homem misterioso do sonho eram exatamente a mesma pessoa. Xavier colocou o jornal de volta na mesa, sem acreditar no que acabara de ver...

Outra edição mostrava uma notícia de que Baltazar White tinha sido encontrado morto numa cela em Azkaban. Era verdade o que a professora contara. Ele realmente morreu. E a quarta e última edição do jornal que estava na mesa foi ainda mais reveladora. A manchete dizia: “O corpo de um jovem rapaz com todos os sinais de assassinato foi encontrado na manhã de hoje próximo à margem de um lago”. E então Xavier se lembrou do sonho no verão novamente e começou a se afastar da mesa... Ele pensava: “Não foi só um sonho... Aquilo realmente aconteceu... Tudo já havia acontecido antes... Eram avisos...

Xavier não pôde pensar muito mais quando vários objetos na sala começaram a tremer. A luz diminuiu e a sala ficou fria. E então, ao lado da mesa onde estavam os jornais, Xavier viu com os próprios olhos o fantasma de Baltazar White, totalmente esbranquiçado. Uma voz densa saiu de sua boca, perguntando:

— Quem é você?

— Não importa! – respondeu Xavier, já correndo em direção à porta.

O garoto abriu a porta e viu novamente o fantasma do lado de fora, e então seguiu pelo outro lado, correndo o mais rápido que suas pernas podiam. Xavier hesitou quando chegou à área das escadas móveis lembrando-se de que já era noite e que teria de chegar à Torre da Corvinal sem ser visto pelo zelador ou por qualquer monitor ou professor. As coisas pareceram sossegar quando Xavier chegou à porta da sala comunal da Corvinal e resolveu o enigma de entrada. O interior dela estava estranhamente calmo e normal.

Xavier se sentou no primeiro assento vago de um sofá que viu em sua frente e respirou fundo. Ele simplesmente desistira de ir à sala de diretora e começou a pensar sobre o que tinha descoberto... Ele descobrira muito, mas ainda não conseguia explicar tanta coisa, nem mesmo o porquê de o fantasma ter ficado escondido no castelo por todo esse tempo. Havia algo acontecendo, alguma trama, e Xavier sentia que precisava descobrir o que era.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo nessa terça mesmo.



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