Auror do Mal: Desejos do Passado escrita por LumosPotter


Capítulo 10
Masmorras


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 10 saindo. Reta final da história já... Está passando muito rápido kkkkk.



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O corredor principal das masmorras parecia normal em princípio. Havia pouca iluminação e os garotos viram algumas entradas estreitas de salas de aula e de outros corredores. Os dois seguiam lentamente pelo corredor principal, até que, de repente, Xavier puxou Frank e eles se esconderam perto da entrada de uma pequena sala.

— O que foi? – cochichou Frank.

— A criatura encapuzada... Acabei de vê-la ali na frente, numa entrada à esquerda – disse Xavier, nervoso.

— Pois então é lá que temos que ir... Ela deve estar querendo te mostrar o caminho – concluiu Frank.

Xavier nem fez questão de responder. Os dois saíram de onde estavam e voltaram a andar. Sem demora, seguiram pela entrada onde Xavier tinha visto a criatura. Esse corredor estava ainda mais escuro. Eles seguiram lentamente, com as varinhas acesas. O corredor era bem longo e estreito, delimitado por paredes de pedra. Eles começaram a ouvir um estranho ruído de água e, antes que pudessem se perguntar do que se tratava, chegaram numa pequena sala circular, com uma fonte de água no meio.

— Curioso... – disse Frank.

Xavier olhou com cuidado na beira da fonte. E então ele distinguiu uma espécie de alavanca de pedra embaixo da água. Cautelosamente, e desejando que nenhuma outra mão intrusa aparecesse para lhe puxar para dentro da água, ele colocou sua própria mão direita na água e tentou puxar, sem sucesso.

— Ajuda aqui, Frank. Tem uma alavanca... Não estou conseguindo puxar... – pediu Xavier, fazendo força.

Frank se aproximou da fonte e murmurou:

— Carpe Retractum.

Um raio luminoso saiu da varinha de Frank e se prendeu à alavanca como uma corda. Xavier tirou a mão da água e usou o mesmo feitiço. Eles puxaram forte, até que finalmente a alavanca saiu do lugar e destravou, provocando um ruído forte, como se algo pesado estivesse se movimentando. No mesmo momento eles olharam em volta. Nada tinha acontecido em princípio, mas, cerca de dez segundos depois, os garotos ouviram um estrondo. Uma parte da parede circular estava se abrindo para os lados como a porta de um trem. Os garotos olharam desconfiados e, logo que as paredes se abriram por completo, entraram.

Agora eles se encontravam numa grande sala, bem mais alta, maior e melhor iluminada que os corredores. Havia um grande tapete decorado no centro dela, abaixo de alguns degraus que formavam um retângulo. Havia também algumas estátuas, algumas estantes de livros e havia uma lareira acesa no lado oposto à porta que acabara de se abrir. Lentamente, os garotos deram dois passos até que alguém surgiu de trás de uma das estantes, perto da lareira e berrou:

— Estupefaça!

Xavier, num reflexo, levantou a varinha e gritou:

— Protego!

Mas o feitiço de Christopher acertou Frank, que não foi tão rápido. O garoto foi arremessado para fora da sala, bateu a cabeça na fonte de pedra e desmaiou ao lado dela. Quando Xavier tentou ajudar o amigo, a parede se fechou extremamente rápido, deixando Xavier e um desacordado Frank separados.

— Frank! – gritou Xavier, batendo com as mãos na parede, desesperado.

E então ele ouviu uma risada desdenhosa e bastante familiar atrás dele.

— Pois é, meu caro Xavier. Eu estava esperando a sua visita. Mas não a dele...

Xavier se virou e viu ninguém mais ninguém menos que Christopher. Ele estava parado perto dos degraus, próximo ao centro da sala e olhava diretamente para Xavier.

— Você... O que você está fazendo aqui? – perguntou Xavier.

— Sala bonita essa, não é? Eu mesmo que decorei. Passo essa pergunta para você – disse Christopher. – O que você acha que estou fazendo aqui?

Xavier olhou atentamente para ele. Agora tudo fazia sentido.

— Você sabia, não é? – começou Xavier. – Você sabia desde o início que Baltazar estava aqui.

Os dois ainda estavam com as varinhas empunhadas.

— Mas é claro que eu sabia! – disse Christopher, com uma risada maliciosa. – Ele me procurou... Eu fui o escolhido – completou ele, orgulhoso.

— Como assim? O que você quer dizer com isso?

— A professora de Astronomia me achava o melhor aluno da sala no ano passado. Nós nos aproximamos. Um dia eu fiquei conversando com ela depois da aula, até que ela saiu e me deixou sozinho. Quando eu quis sair da sala, o fantasma de Baltazar apareceu e conversou comigo.

— A Torre de Astronomia...! – exclamou Xavier, lembrando do dia anterior.

— Você foi lá, não é? Você encontrou a Sala Precisa também? – perguntou Christopher, como se isso fosse a coisa mais absurda do planeta.

— Encontrei.

— Como você conseguiu?! Você não pode ter ido lá do nada! – exclamou Christopher.

— Não importa como eu consegui! Você não faz ideia de quem é Sr. Smith, certo? Você mentiu pra mim dizendo que o via também.

— As únicas informações que eu tenho dele vieram de você e da professora McGonagall. Mas eu precisava acompanhar você. Eu sabia que você estava vendo algo, sentindo algo... Cumprir uma detenção? O que isso mudaria, não é mesmo? Quando seu amigo decidiu chamar a diretora eu tive que me fingir novamente... E mais ainda quando alguns dos meus colegas foram mais rápidos do que eu e acabaram descobrindo sobre o Baltazar também – disse Christopher, fazendo o sinal de aspas com as mãos em “colegas”. – Parece que essas visões sempre te levaram ao lugar certo de alguma forma. Mas não importa... O plano já está completo.

— Que plano? Por que ele te procurou?! – pressionou Xavier.

— Ele queria que eu encontrasse um modo de trazê-lo de volta à vida, oferecendo muitas coisas em troca... – começou Christopher.

— MAS... Nenhuma das duas coisas é possível – interrompeu Xavier, desdenhando.

— Eu sei. E ele também. Por isso o discurso dele mudou ao longo do tempo. E foi assim que ele me mostrou a verdade – disse Christopher, abrindo os braços e se exibindo, ainda segurando a varinha, como se possuíse a informação mais valiosa do planeta.

— Verdade? Você está ouvindo o que está dizendo? 

— Você que devia se ouvir, Xavier! – disse Christopher. – Você realmente confia neles... Confia naquela velha maluca da McGonagall, acha que todos eles realmente querem o nosso bem.

— Não se atreva a falar mal dela na minha frente! – esbravejou Xavier. – Também foi você quem envenenou as bebidas no jantar naquela noite, não é? Seu plano era matar os alunos de Hogwarts para tornar melhor a sua vingança?

— Vai tentar me dar lição de moral agora? Lord Voldemort pode ter morrido, mas nós podemos continuar seu trabalho! É assim que tem ser! Era muito melhor antigamente. Hoje em dia todos agem com falsidade, todos eles! Tentando enfiar nas nossas cabeças de que nada está acontecendo, de que tudo é um mar de rosas. Saturar aquelas bebidas de veneno foi a melhor ideia que tive. Isso manchou a falsa imagem de confiança dessa escola.

— Tudo não é um mar de rosas por culpa de pessoas como você, Christopher. Traição, mentira, ódio... Nada disso vale a pena. Só espero que você não aprenda isso da pior maneira possível.

— Você deveria se unir a mim, Xavier – disse Christopher, parecendo calmo, ao contrário de Xavier, que segurava com raiva sua varinha. Ainda há chance de você escolher o lado certo.

— A última coisa que eu quero é ficar igual a você! – disse Xavier, com um olhar de desprezo.

Christopher riu como se tivesse pena de Xavier por ter feito uma escolha tão errada.

— Você é igualzinho àquele garoto. Bebês chorões... Ele estava no caminho certo... Estava – disse Christopher.

Xavier tinha quase se esquecido de Oliver.

— Oliver! – disse ele – Onde ele está? Você o prendeu aqui?

E então Christopher apontou para uma porta de madeira do lado esquerdo da lareira, uma porta que Xavier ainda não tinha percebido que estava ali, e disse:

— Alohomora!

A porta se abriu e atrás dela estava um compartimento pequeno, como um armário. E lá estava Oliver, ajoelhado, de cabeça baixa, preso pelos braços com duas cordas grossas. Felizmente, não parecia que ele estava ali há muito tempo.

— Solta ele! AGORA! – esbravejou Xavier novamente.

— Eu não posso, ele sabe demais... – disse Christopher.

— Armou uma cilada para ele não foi? Também mentiu pra ele.

— Ele é um espião, Xavier. Eu acho que foi ele quem enganou VOCÊ.

— É mentira! – gritou Oliver.

Xavier transmitiu um olhar acolhedor para Oliver.

— Porque ele está aqui? Solta ele, por favor! – pediu Xavier, quase suplicando agora.

— Ele estava prontinho para dar com a língua nos dentes.

Xavier levantou a varinha de repente, apontou para uma das cordas no braço de Oliver, e disse:

— Diffindo!

Christopher impediu o feitiço.

— Boa tentativa, boa tentativa – desdenhou Christopher.

— E o que você pretende fazer agora? – perguntou Xavier, secamente.

— Não sei... Vou sair de Hogwarts. Baltazar cuidará do resto por aqui.

— Ah, então você quer sair daqui... – disse Xavier, com ironia.

— Você não ouviu o que eu disse? SIM, eu quero! Quero distância desse ambiente, distância de pessoas como você e o grande bosta do seu amigo lá fora.

Essa última frase fez o sangue de Xavier ferver de raiva. Ele já tinha falado mal da professora de McGonagall, e agora de Frank. Aquilo já estava indo longe demais. Xavier começou a se mover para o lado esquerdo, tentando não deixar claro o que estava pensando. Até que então ele parou de forma que Christopher estivesse exatamente entre ele e uma das estantes de livros.

— Lamento, Christopher, mas as portas já se fecharam – disse Xavier. E então ele ergueu a varinha. – ACCIO ESTANTE! – gritou ele e a estante saiu do chão, voando pela sala numa velocidade absurda, derrubando alguns livros pelo caminho. Christopher foi rápido e tentou se desviar, mas a madeira da estante bateu no seu braço direito e o derrubou.

A estante caiu no centro da sala, em cima do tapete, provocando um estrondo. Christopher se levantou com um pouco de dificuldade e cheio de ódio.

O duelo acabara de começar.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo neste sábado. Até lá :).



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