Prólogo - Hawaii 5-0 escrita por AnndyChiaradia


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bom, é isso ai, espero que gostei da temática da Fic.

Bom Leitura!



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"O inferno está vazio, os demônios estão aqui.” – Willian Shakespeare.

A escuridão, é apenas o que eu vejo dentro dessa cela, é como se eu estivesse cega. Já faz 11 anos que vivo presa nesse lugar, por quê? É o que eu também gostaria de descobrir.

Não sei quem eu sou, o que fiz para vir parar aqui, na realidade não tenho a menor ideia de nada sobre a minha vida, apenas rezo para ter uma chance de um dia sumir desse inferno. Meu nome? Imagino que seja Serena, pois é assim que sempre me chamaram, desde a época que vivia em um orfanato até vir pra cá.

Eu sobrevivo aqui com mais seis garotas, todas nós servimos a mansão, somos maltratadas, surradas, abusadas sexualmente. Muitas garotas já passaram por aqui desde a minha chegada, perderam suas vidas de muitas formas, sua liberdade, sua vontade própria, principalmente se perderam para a morte, tornamo-nos escravas largadas à própria sorte. Contudo, todas elas foram substituídas por outras, como mercadoria.

Nesse momento estou sentada no canto da minha cela chorando, ontem eu perdi minha amiga Lucy. Por ordem do destino, ela acabou engravidando de seu ultimo estuprador, como isso é terminantemente proibido aqui, utilizam isso como desculpa para matarem sem nenhuma compaixão. Essa não é a primeira vez que isso acontece.

Eu nunca fui abusada sexualmente por outro homem, apenas pelo pior deles, general Jacques Lamartine. Não faço à menor ideia do por que, só sei que ele não permitia, pois ouvi uma conversa entre dois homens sobre isso. As outras meninas não gostavam de mim por essa razão, já me fizeram trilhões de perguntas sobre ‘como me tornei a preferida... ’ mas nem mesmo eu sei. Contudo elas não o conhecem, não sabem o quanto ele pode ser cruel, nem imaginam todas as cicatrizes que possuo no meu corpo e na minha alma.

Quando eu cheguei nessa mansão tinha apenas oito anos, mas foi a partir dos 15 que os abusos começaram, lembro-me claramente da primeira vez que aconteceu. Foi à pior experiência da minha vida, não desejo para ninguém o que eu passei. Todas as noites imagens daquele acontecimento vêm me assombrar, no outro dia sempre acordo chorando.

Já desisti de tentar fugir, de ter esperança ou expectativa de vida, porém peço toda noite para que se existir realmente algo divino lá em cima, que Ele tenha piedade de mim e livre-me desse inferno.

 

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— Vamos, quero todas em pé em cinco minutos... – fui acordada pela camareira chefe, Sra. Stretfull. Ela é tão horrível quanto qualquer um aqui dentro, também é responsável por nós, distribui às tarefas do dia e etc.

Para minha sorte hoje é sexta-feira, meu dia de cuidar dos animais, considerado o melhor trabalho daqui. Podemos ficar o dia todo do lado de fora, mesmo trabalhando, a sensação de quase liberdade está presente. Cuidamos de cavalos, porcos, cachorros, galinhas. Sinceramente eles são uma ótima companhia em dias tristes (não que todos os dias não sejam tristes).

Passei uma manhã boa, olhando os pássaros a voar em sua plena liberdade, almejando que eu consiga algo assim um dia. O ar livre revigorando meus pensamentos, porém como nada aqui é bom por muito tempo, na hora de almoçar a Sra. Stretfull veio até o refeitório onde eu estava comendo e disse:

— O general disse que assim que terminar seu serviço, é para encontra-lo no quarto. Então se não quiser ser punida, é melhor que seja rápida. – aquilo foi o suficiente para acabar comigo. Nem meu almoço consegui terminar, uma vontade de chorar me abraçou tão forte que não pude evitar, passei pela cozinha correndo e fui até os estábulos. Escondi-me atrás de uma pilha de feno e permiti que minhas lágrimas silenciosas escorressem e lavassem um pouco da minha angústia. Não posso dar-me ao luxo de ficar aqui por muito tempo, mas não consegui levantar em menos de meia hora, mesmo que minha mente tentasse me forçar, meu corpo não obedecia e particularmente eu não me importava, ele não poderia me ferir mais do que eu já me sentia ferida. O máximo que conseguiria seria fazer minhas feridas sangrarem mais um pouco.

Terminei todo o meu serviço com os animais uma hora e meia depois. Não tinha a menor vontade de subir aquelas escadas até o terceiro andar, contudo isso é melhor do que ganhar mais cicatrizes. Conhecia aquela mansão como a palma da minha mão, todos os 27 quartos, o escritório, às celas, até a biblioteca eu já pude ver (o melhor cômodo desse lugar). Cheguei ao quarto daquele homem, respirei fundo e bati na porta, ouvi apenas um suave “entre”. Não demorei a adentrar o cômodo, senão perderia a coragem.

Jacques Lamartine é o que pode-se dizer de um homem conservado, se não fosse um ser humano tão cruel e desprezível, eu até poderia achá-lo atraente. Ele vestia apenas uma camisa branca de manga comprida e uma calça social azul marinho, seus pés estavam descalços. Estava parado de frente para a janela (de costas para a porta), pela fumaça que era vista, constatei que estaria fumando um de seus charutos horrorosos.

— Queria me ver senhor Lamartine? – não me atrevi a mexer nenhum músculo até que ele pediu que fosse até onde estava.

— Sabe Serena, hoje foi um dia totalmente estressante, muitas coisas para serem resolvidas... Quem sabe você não possa me ajudar a relaxar... – minha respiração estava descompassada, eu tremia, mas me mantive em pé.

Jacques se postou atrás de mim, abaixou uma das alças do vestido que eu usava. Beijou desde a ponta do meu ombro até a base da minha orelha, o que era para ser uma coisa prazerosa para mim, era na realidade, minha maior tortura. Suas mãos passeavam por todo meu corpo, a cada toque eu sentia mais repulsa dele.

Para minha salvação, alguém bateu na porta.

— O que quer? Já havia avisado que não queria ser interrompido.

— Desculpe senhor Lamartine, mas parece ter algo suspeito sobrevoando a mansão. – percebi os músculos dele se retesando, ele bufou e afastou-se de mim. – Não saia daqui.

Foi apenas o que disse antes de sair pela porta. Alivio foi o que senti nesse momento, porém se houvesse invasores, ele voltaria transtornado e quem sofreria as consequências seria eu.

Sentei-me em sua cama, uma cama muito macia, bem diferente do colchão onde eu dormia. Permiti que aproveitasse um pouco, ele não voltaria até ter resolvido qualquer imprevisto.

 

Estava entediada de ficar presa nesse quarto, já fazia cerca de meia-hora que Lamartine tinha saído. Andei de um lado para o outro, fucei nos livros de uma estante. Até que ouvi passos pesados no corredor, meu corpo gelou no mesmo instante. Jacques entrou furioso no quarto, bateu a porta e foi olhar a janela. Sua expressão não era uma das melhores, um medo gigantesco crescia dentro de mim.

— Como eles conseguiram chegar até aqui... Não é possível... – ele estava revoltado, derrubou tudo o que estava em cima de sua mesa de trabalho.

Ele me olhou, algo pareceu esclarecer-se dentro de sua mente. Ele veio até mim, agarrou a parte de trás do meu cabelo e fez-me ajoelhar, seu olhar era tão intenso que eu conseguia sentir sua ira chegando a mim.

— Isso é tudo culpa sua, sua e da sua maldita família. Sabe quem esta aqui Serena... – ele sussurrava e eu não entendia o que queria dizer. – Pessoas que estão me procurando por causa de você.

Ele não dizia nada com nada, eu estava totalmente confusa. Como essas pessoas poderiam estar aqui por minha causa... Eu nem mesmo conheço minha família (se é que eu tenho uma).

Lamartine me soltou bruscamente. Massageei minha cabeça onde ele havia puxado em uma tentativa inútil de diminuir a dor. Ele me levantou pelo braço e apertava muito forte, eu tentei me desvencilhar de seu aperto, mas não conseguia.

Não havia comido direito, portanto estava fraca, minha visão embaçava a cada segundo... Nada mais fazia sentido. Eu ouvia barulhos nos andares debaixo, mas não sabia se eram reais ou alucinações.

— Você não vai escapar tão fácil assim de mim, Chèrie. – comecei a me debater, até sentir sua mão sobre meu rosto, uma ardência e eu novamente no chão. Passei minha mão pelo canto da boca e senti um liquido, quando olhei, vi que era sangue. – Você será minha, nem que seja uma ultima vez.

Ele rasgou meu vestido ao meio, as alças presas nos braços não permitiram que eu ficasse totalmente nua. Ele me prensou na parede, impedindo-me de fugir. Jacques ora beijava ora chupava meu pescoço com tanta força, que com certeza ficaria marcas. Lágrimas quentes queriam escapar de meus olhos, mas eu as impedi, não choraria nessa situação.

De repente a porta é escancarada e muitas pessoas entram no quarto em posições de ataque, com armas apontadas para nós, seus olhares eram uma mistura de confusão e ira. Não me mexo, não tenho forças. Apenas espero que eles ou atirem e matem a nós dois, ou que me salvem. Nem meus pensamentos estavam em ordem, porem juntei tudo o que sobrou de minhas forças e chutei Lamartine, nada que pudesse machucar apenas me deu uns segundos para tentar fugir. Contudo eu não aguentava parar em pé, então ele me alcançou novamente, levantou-me com seu braço apertando meu pescoço, em minha aventura, o vestido abriu me deixando à mostra para aquelas pessoas, eu estava apenas de calcinha, a única coisa coerente que pude pensar era cobrir meus seios e rezar para ficar viva.


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Notas finais do capítulo

Hoje eu vou postar esse e mais um capítulo, só pra ver como será recebida, mais um projeto começando, espero que de certo.

Até mais.



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