Sweet Love - Uma Experiência Doce Amor escrita por Projeto Alex


Capítulo 4
Um Cãozinho Sumiu [parte 1]


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 3 parte 1



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Entrei apressadamente para o corredor, ajeitando meus fones estilo abafadores. Não sei porque ultimamente eu tenho dado para ouvir Billy Idol o tempo todo. Acho que eu só queria sentir minha mente desconectar da semana passada. Sinceramente... acho que não estou pronta para enfrentar mais essa segunda-feira.

—Minaa! —Uma voz conhecida chamou por mim. —Estava te procuraaaaaaaaando!

—Ken? —Me virei imediatamente para responder, afastando os fones um pouco: —O que aconteceu? A vaca da Ambre ainda está te incomodando? —Tentei adivinhar.

—N-não, mas eu queria muito te dar tchau antes ir embora... —Tinha uma cascata de lágrimas desabando de debaixo dos olhos do menino. Mas diferente de todas as outras vezes, aquilo me pareceu mais do que simples exagero.

Arregalei meus olhos de ônix, não acreditando naquelas palavras: —Como assim, “antes ir embora”, moleque? Explica isso direito! —Fui pra cima dele, preocupada.

O Kentin deu um passo pra trás, como se estivesse procurando o chão: —Eu contei para meu pai o que aconteceu comigo. Ambre e as duas meninas...  ele falou que era inadmissível que o filho dele fosse maltratado por mocinhas.

—Mocinhas?! —Passei a mão na minha testa, arrastando a franja para trás. Eu conhecia o Sr. Gils, o pai do Ken,  e sabia que o homem era complicado. —Porque você foi falar pra ele? Puxa vida Ken, você sabe como o tio é!

Pois é... Mas agora já foi... —O garoto disse rindo, embora aquele mesmo sorriso não indicasse nada a não ser tristeza: —O pai falou também que iria me tirar desta escola imediatamente e que faria de mim um homem para apagar essa humilhação o mais rápido possível.

—Seu pai? Ah não! —Esmurrei um dos amários pintados de azul, sem me importar se tinha algum professor ou a diretora por perto. —Mas ele chega assim e decide te tirar da escola, é isso? —Eu ainda não conseguia acreditar que eu estava prestes de perder meu único amigo naquela escola de capivaras birutas!

—Você sabe... o pai é militar... e ele voltou de uma missão especialmente para cuidar de mim. Eu preciso ir agora, ele está me esperando. Tome isto... —Então Ken apenas tirou de dentro da sua bolsa um ursinho de pelúcia vestindo uma camisa com um coração bordado nela e o entregou em minhas mãos. —É para você. E não me esqueça, tá bom?! Eu voltarei.

Filho de militar... é uma pressão incrível para ser perfeito sempre, não é?

O que eu queria era abraçar o meu amigo, mas eu ainda estava em choque. Aquilo não parecia ser real. Ele estava em pé ali na minha frente e a única coisa que eu pude fazer foi unicamente lhe dar... tchau!

Eu ainda pensei em ir atrás dele, o acompanhar até o carro do tio ou... sei lá, tentar convencer o homem a deixar o Ken aqui, mesmo correndo o risco de ser obrigada a cumprir cento e cinqüenta apoios de frente, mas traste dum cachorro desvairado apareceu, correndo pelos nossos pés. A criatura quase me derrubou!

Um cachorro na escola?

Instintivamente me virei para ver para que lado a criatura fugira, mas quando me virei novamente, Ken já tinha ido embora.

Encostei minhas costas no metal frio e permiti-me escorregar por ele, me sentando no chão.

E agora veio, eu vou ficar sozinha sem ninguém com quem eu possa contar, é isso? VOCÊ QUER ME VER SOFRENDO, CHINOMIKO?

—SENHORITA!!!

Eita caceta!

—??? —Me tremi toda com o grito direcionado a minha pessoa.

Era a diretora!

A mulher gritava escandalosamente comigo. —SENHORITA, POR QUE VOCÊ NÃO TENTOU SEGURAR O MEU CACHORRINHO?!!! MEU QUERIDO TOTÓ... SE ELE FUGIR SERÁ SUA CULPA! VOCÊ VERÁ AS CONSEQUÊNCIAS!!! —Eu nunca a havia visto naquele estado. Estava com o cabelo desgrenhado e completamente transtornada.

—O que?! Mas eu não fiz nada, eu estava parada aqui quando ele passou... —Tentei me defender, embora eu estivesse mais perdida nessa história do que a calcinha do biquíni da Rasputia.

—SILÊNCIO! —A doida me cortou. —ENCONTRE TOTÓ E TAMBÉM A COLEIRA, A GUIA E O BRINQUEDO E PONTO FINAL, SENÃO...

Uau... Eu achava que ela tinha um jeito simpático e era normal como diretora...

Bem, parece que meu objetivo é encontrar pistas que me levem até essa fera. Qualquer coisa serve: uma coleira, a guia, brinquedo, qualquer coisa...

Entrei devagarzinho na sala do grêmio pra ver se eu conseguia pegar o canino funesto. —Totó?

Decidí perguntar pra ver se ele podia me atender agora. (Que burra! Dá zero pra mim!)

Mas ele correu passando por baixo das minhas pernas! Esse bicho é muito rápido! Eu preciso achar o brinquedo e os acessórios para chamar a atenção dele.

Antes de ir no encalço dele, percebi que havia um objeto incomum debaixo da cadeira do representante. Abaixei-me e recolhi a coleira branca.

Bem, se isto não pertencer ao cachorro da diretora... o Nathaniel pode estar curtindo uns negócios tipo sadomasoquismo... Não que eu tenha algo a haver com isso, mas... se ele me chamar pra entrar num quarto vermelho, eu fujo correndo mais do que o Totó! XD

Mas quando olhei pra cima, me debaixo do olhar inquisidor do representante!

—Mina? —Ele franziu o cenho, questionador.

—Er... o-oi... N-nathaniel! —Fiquei paralizada, lembrando dos acontecimentos da semana passada. Eu ainda não conseguia esquecer como ele havia sido um babaca comigo sem motivo nehum. —E-então, resolveu aquele problema da folha de ausência finalmente? —Falei com a fivela do cinto dele.

Mas que merda você está falando, garota? Quer começar uma guerra de novo e... por favor, quer se levantar desse piso, pelo amor de Deus!?

—Sim, foi resolvido... —Ele respondeu, enquanto eu me erguia. —Mesmo se o Castiel faltou a aula, não será expulso. Pelo menos não dessa vez. —Ele arqueou uma das sobrancelhas desviando o olhar para o lado ao falar essa ultima parte.

Que medo!

—O-ok, melhor assim... —Sorri, fingindo não ter entendido as entrelinhas.

Ele deu de ombros.

—Por falar nisso... —O loiro pareceu estranhamente ruborizado. —Eu peço desculpas por ter metido você nesta história, eu não deveria ter te pedido este serviço e te colocado nesta situação. Mas eu gostaria que a gente falasse de outra coisa que não seja daquele garoto. Como por exemplo... o que você estaria fazendo se arrastando pelo chão grêmio...

—Ah, não! —Lembrei-me imediatamente da minha expedição. —Você não teria visto um cachorro passar por aqui?

—Ah! —Ele balançou a cabeça como se tivesse entendido toda a história apenas com essa minha pergunta. —O cachorro da diretora! Ele escapou de novo, não é?

Com o clima mais ameno entre eu e o loiro, resolvi desabafar.

—Ela está exagerando, o cachorro é "dela". Eu ficaria surpresa se a gente pudesse também trazer nossos animais para a escola! —disse, fazendo bico.

—He, He... —Ele sorriu daquele jeito que desmancha qualquer iceberg. —Vamos dizer que é o único abuso de autoridade que ela faz como diretora. Eu digo isto, mas se ela te mandou encontrar o cachorro, eu te aconselho procurar mesmo, a não ser que você queira ser punida ou outra coisa assim.

Ah, loirinho... eu quase estou me permitindo te perdoar...

—Bom, eu não tenho nada contra cachorros, mas... esse cachorro está sendo dose pra leão! —Confessei.
Nathaniel veio até mim e pôs a não no meu ombro. Eu realmente esperava um bom conselho mas o que ele disse superou minhas expectativas...

—Boa sorte.

Expectativas de “esse problema agora é seu”! DX

—Obrigada. —Respondi ironicamente.

Me movi pelo corredor da Sweet Amoris, ainda pensando no Ken.

—Argh! Se o Kentin estivesse aqui, seria de grande ajuda nessas horas...

Eu estava tão distraída que nem percebi que a bandida estava por perto. —Ah, ah, ah! Então quer dizer que você conseguiu assustar até mesmo Ken? —Ela balançou a crina com arrogância.

—Foi por causa de vocês que ele teve que sair desta escola! —Parti pra cima dela furimbunda, afinal era por culpa dessas venenosas que eu perdi meu companheiro de longa data.

—Oh... Vocês ouviram isso, foi por nossa causa. Você vai chorar? Já está sentindo falta dele? Você está so-zi-nha, agora. —A maldita disse, colocando as mãos na cintura e se envergando na minha direção, certamente me desafiando.

—Isto não vai me impedir de fechar sua boca um dia desses. —Esmurrei meu punho, mostrando que eu não estava de brincadeira.

Cachorra! Você se aproveita porque tem essas duas lacraias contigo, mas um dia a gente se pega no mano-a-mano aí eu quero ver...

—Ai, que medo! —Ambre chacoalhou as mãos, fingindo ter sei lá o que, levado um choque talvez... —Tente, você vai ver o que pode te acontecer. Basta eu reclamar com o representante de turma, ou melhor dizendo, meu irmão, e você vai ver o tanto de problema que vai ter!

É assim? Vai colocar o Nath no meio da nossa briga, torça pra ele não sair todo quebrado também!

—Seu irmão é tão idiota quanto você, sabia? Ele não se dá conta da pessoa horrível que você é!

—Eu, idiota? De qualquer maneira, ele adora a gentil irmã caçula... —Fez cara da santa.

Aquilo me enjoou de verdade.

—Ah, eu não quero nem mais saber de vocês. —Passei por elas abrindo caminho. Eu tinha algo bem mais importante do que ficar ouvindo essa asquerosa.

—Oh... meninas, ela se zangou! Está indo embora... Hi,hi,hi. —A loira falou para as cúmplices, que também ficaram rindo.

Insuportáveis... -5% de loveô, mas quem se importa? O que eu quero é ficar longe dessas cobras!

Avistei Castiel de longe, quase na saída do corredor. Então corri pra falar com o ruivo.

—Ei, Castiel! —Balancei minha mão, animada. —Soube que deu tudo certo com a sua folha de ausência! —Lhe sorri aliviada.
Mas o rapaz não parecia nada surpreso. —Claro, eu não vou ser expulso assim... Além do mais... —Então ele mudou subitamente de assunto. —Olha! Não foi um cachorro que acabou de passar correndo atrás de você?

—Ah! Ele estava aqui?! —Procurei o pestinha imediatamente com os olhos. —A diretora ficou meio louca e me obrigou a encontrá-lo!

—Ah, ah, ah, nada surpreendente, vindo da velhota com o pulguento. Boa sorte para você, mas saiba que, a não ser uma ou duas horas de cópia, ela não pode te fazer muita coisa.

 Eu rí. Não deixava de ser verdade. Acho que nem meus pais me castigariam se soubessem que eu fiquei detida na escola por causa da loucura de outra pessoa. Mas mesmo assim...

—Concordo, mas mesmo assim, eu prefiro não deixá-la contra mim. Isso poderia atrapalhar minhas maquinações futuras aqui na escola. —Pisquei pra ele.

—É o cachorrinho da diretora, é verdade... —Ele com certeza acha que eu não entendi o sarcasmo. —Boa sorte, então.

Me ative apenas a agradecer e fui em direção a sala A. Mas ao invés do cachorrinho, acabei encontrando a cadela.

—Então, a vovozinha perdeu seu cachorrinho? Eu aposto que é você que deve procurar, não é? —Amber parecia ter ouvido todo meu papo com o Castiel.

—Tudo bem ter um bicho de estimação, mas trazer ele pro trabalho, isso já é maluquice... —Por mais que eu a deteste, não custa nada tentar: —Vocês viram o circo de pulgas por aí?

—Ter chamado a diretora de louca arrancou uma gargalhada da loira. —Bem, se você me der 15 Temers, eu posso até te dizer onde ele está...

—Você está brincando? —Não tem nem perigo de eu te dar 15 pila! —Prefiro me virar sozinha. —Joguei meus pulsos para detrás da nuca, rindo dela.

—Ah, é? —Visivelmente irritada, a garota desferiu: —Problema seu, então. Pois você nunca vai encontrar!

—Isso nós veremos... —Falei, antes de sair.

Nem bem cruzei a porta, mirei o meu alvo.

—TOTÓ! —Gritei, chamando-o. Diga-se de passagem, em vão.

Ao me notar, o animal funesto debandou em alta velocidade. Droga! Preciso encontrar o restante dos objetos dele pra ver se consigo chamar a atenção dessa peste!

Ao chegar no pátio, vi de longe, a esquerda de um dos bancos, um brinquedo de cachorro.

—Ótimo! —Coloquei o osso de borracha no meu bolso (espero não ser mal interpretada)

Então decidí ir até a quadra pra ver se encontrava a guia do Totó.

Se imediato, encontrei um jovem de cabelo tipo Dreadlocks. Ele estava suado de forma que a pele escura reluzia, envolta no uniforme leve.

—Oi! Você está no clube de basquete? —Ele me indagou, enquanto se enxugava com uma toalha, aproveitando a pausa do treino.

—Só me chamaram pra ajudar o clube, mas eu curto muito o basquete! —Procurei ser agradável.

—Isso, o basquete é legal! —Ele apertou os lábios. —Eu me chamo Dajan, estou aqui numa troca entre escolas, com a equipe de basquete.

Nesse instante, eu escutei um latido vindo do lado de fora.

—TOTÓ! —Estava na hora de me colocar de volta a caçada. —DESCULPE DJAN, DEPOIS EU VOLTO PRA GENTE SE FALAR MAIS! —Berrei, me despedindo do moreno, correndo para o pátio.

Dajan, sem entender nada, apenas acenou para mim, fazendo cara de quem havia acabado vê ver algo raro. —Esta escola é realmente interessante! —Ele disse quase inaudível.

Fui direto para o jardim, imaginando encontrar o bicho. Ma a única coisa que eu encontrei foi a guia largada no chão, sobre o caminho de pedras. Era como se o catioro estivesse brincando comigo de propósito! Segurei o objeto com o punho em riste. —GRRRRRRRH! Eu te pego seu bicho miserável! —Resmunguei.

De volta ao pátio, Castiel fez um gesto com a mão, para que eu fosse até ele.

Eu sou algum tipo de mascote agora?

—E aí, já conseguiu algum indício na sua procura do cachorro? —Ele perguntou, tentando não olhar para o volume no meu bolso.

—Não muito. —Suspirei em ares de desespero. Mas fiquei feliz em saber que ele estava tão interessado no meu “pequeno problema”. —E você, eu aposto que tem um cachorro.

—Acertou! —Ele se admirou. —Sabe, eu não gosto de gato, é muito ingrato como animal. Mas eu tenho um cachorro bem grande, nada a ver com este nanico da diretora. —Disse, orgulhoso.

Eu gosto de gatos, mas pelo que eu conheço da eterna disputa entre donos de cães e donos de gatos, não seria muito saudável eu dizer que gosto dos dois...

— Ele se chama Totó também? —Provoquei-o.

Ah, ah, ah! Claro que não! —O ruivo não se intimidouEle se chama "Dragon".

—Dragon? —Pus meus braços a frente do corpo. —Dá medo!

—Foi a intenção, mas ele não é tão malvado. —Me preocupei com a parte do “tão”.

Nós dois continuamos a caminhar, adentrando no corredor. —Eu nem perguntei qual é a raça do seu cachorro, qual é? —Eu estava interessada, pois apesar do Totó me tirar do sério, eu realmente gosto dos catioritos.

É um pastor de beauce. —Castiel deu um tapa de leve no meu braço. —Você tem que ver! Ele é incrivelmente inteligente.

—Oh, não conheço essa raça. Mas eu gostaria muito de conhecer o Dragon. —Cerrei meus olhos.

—Você vai ver um dia, talvez... —Ele me sorriu, antes de ir para o outro lado.

—Au Au!

Escutei o latido novamente e fui averiguar se era o meu “querido amigo canino”.

—“Au Au”! Seria mais fácil pegar se você imitasse um cachorrinho, ah, ah, ah. —Bosta! Era a loira tentando me fazer de idiota. A Ambre ainda estava na sala A, mas ela não ia tirar meu sorriso do rosto. Por alguma razão, o Castiel conseguia tirar a pressão daquela escola de cima de mim.

—... —Sequer respondi a Ambre, deixando a garota falando sozinha.

Quando eu voltei para os armários, Nathaniel veio ao meu encontro. Antes que ele dissesse algo, me atrevi a descobrir.

Se o Castiel gosta de cães, isso significa que... —Então, representante, Eu tenho quase certeza de que você tem um gato como bicho de estimação, né?

Não, na verdade eu gostaria, mas minha mãe é alérgica. —Ele respondeu, quase como um muxoxo.

—Que pena, é verdade que eles são fofinhos, os gatos. —Me entristeci, compadecida do loiro. Deve ser muito chato querer uma companhia animal e não poder.

—Não, tem nada não. Eu acabo curtindo os dos meus vizinhos ou os que encontro na rua de vez em quando. —Falou, animando-se. Parece que ele realmente gosta dos bichanos.

Continuamos conversando, ao entrarmos de novo na classe, ainda bem que a imbecil da irmãzinha dele já não estava lá.

—Por que você não gosta de cachorro? Fiquei curiosa. —Perguntei.

—Eu não sei muito bem... Eles são muito grudentos e a grande maioria é um pouco “boba”. —Ele pronunciou sem a menor cerimônia.

—Ah! Nada a ver, não é nada bobo um cachorro! —Contestei. —Eles entendem várias coisas e a gente pode ensinar vários truques.

O loiro tocou o lábio com a ponta do indicador, pensativo. —Bem... Eu nunca tive um para saber. Só acho que não é a minha. Eu prefiro mesmo os gatos.

De qualquer forma, me deixou contente ver que mesmo discordando de algumas coisas, Eu e Nath podemos ter uma conversa civilizada.

Assim, voltei a caçada.

O ruivo estava indo para fora, então decidi surpreendê-lo. Esgueirei-me por detrás dele, intencionando lhe dar um susto.

Mas o rapaz pareceu pressentir a minha presença e foi logo dizendo: —Eu não vi nenhum pulguento por aqui, se é isso que você quer saber. —Ele disse sem se virar.

Nossa, que seco! Melhor eu nem chegar perto!

Mas mal o ruivo vai embora, adivinha quem aparece baldeando tudo, indo de um lado para o outro? É isso mesmo, o pestinha da diretora.

—Totó, meu lindinho... —Eu estava até apelando pra fala de neném. —Cachorrinho... venha cá... olha só seu binquedinho, sua coleira e sua guia...

Mas o traste nem pra vir conferir!

—Ele fugiu de novo! Mas como é que eu vou pegá-lo?

Notei que a Iris estava indo para a sala A e fui atrás dela pra ver se ela podia me dar alguma dica.

—Olá, você conseguiu se virar com o clube, no outro dia? —Ela logo começou a conversar, doce como sempre.

—Consegui, obrigada. —Eu precisava realmente de ajuda e esperava que ela pudesse contribuir com algo. —Só que agora eu estou procurando o cachorro da diretora...

—Totó fugiu de novo? Que malandro aquele, viu? —Sem se desfazer da expressão carinhosa.

—Ele faz isso sempre? —Tentei obter alguma informação sobre no que eu estava envolvida.

—Não digo sempre, mas acontece de vez em quando. Eu acho que ela fica com ele no escritório, na maioria das vezes. Inclusive, eu tive que correr atrás dele um dia desses.

Ai meu Deus! Não diz que eu vou ter que passar por isso de novo no futuro!

—Você pode me ajudar?! —Estava desesperada.

—Ah, você só precisa chamar a atenção e assim recuperá-lo. Ah, ah, ah, é verdade que eu tive que correr muito da última vez, boa sorte!

É impressão minha ou todo mundo está de divertindo com o meu sofrimento? Ela tirou o time de campo imediatamente!

Você está deixando se ser uma gracinha, garota! >.

De qualquer forma, anotei a dica.

—Chamar a atenção dele, né?... Ok!  —+5% de loveô pra você, mas -5% pra mim, tá?

Au, Au!

Mais uma vez escuto o latido infame vindo dos lados do grêmio. Saio correndo, invadindo o local. Mas nada de encontrá-lo!

Saí de cabeça baixa, frustrada. Nesse momento o representante se aproximou.

—Mina! Eu vi o cachorro correndo por aqui não tem nem um minuto! Eu tentei pegá-lo, mas ele correu tão rápido que nem tive tempo de fazer alguma coisa.

—Eu acho que vou deixar para lá, ele não tá querendo cooperar muito... —Respondi com tristeza desesperançada.

Eu nem vou pedir ajuda pra você, depois da Iris ter me dispensado.

—Continue, você vai conseguir. Mas você já tentou, por exemplo. Chamar a atenção dele? —O loiro tentou me animar.

—Estou pensando nisso, mas chamar a atenção... Como vou fazer isso? —Me dá uma luz, loirinho!

—Com comida! Carne ou algo deste tipo. Os cachorros geralmente gostam.

Que estúpida! Como não pensei nisso antes?

—Boa idéia! Eu vou tentar achar alguma coisa. —Dei um soquinho de porco no ombro dele, denotando satisfação.  —Obrigada, Nath.

Espera! Eu o chamei de Nath... na frente dele... em voz alta? Lascou! Melhor dar o fora antes de começar a corar!

Assim que passei pela porta que dava no pátio, quase atropelei o ruivo. Sem querer, é claro...

—Eu já vi o cachorro passar várias vezes aqui! Por que você está demorando tanto, hein? —Ah cara, ele está muito perto! O////O

Eu dei um passo para traz a fim de descolar do peito dele. —V-você nem tentou pegá-lo? —Procurei agir normalmente mas acabei gaguejando.

—Claro que não, o problema não é meu. —Ele cruzou os braços, altivo.

—BAGAÇA! E EU AQUI ME MATANDO PARA PEGÁ-LO! —Bradei.

—Ah, ah, ah... Mas este cachorro te fez mesmo perder a cabeça, “senhorita”! —Ele parecia se embriagar com a minha aflição. —Ora, tente atraí-lo com comida, é apenas um cachorro...

— Mas não sei o que dar para ele... —Choraminguei.

Ah! Por favor, garota! —Ele revirou os olhos. —Escute, eu já te falei que eu tenho um cachorro, não falei? Volte daqui a pouco e eu vou te dar uns biscoitinhos. Espere só um pouco, só o tempo necessário para que eu pegue na minha mochila.

—Legal! Obrigada, gentileza sua. —Me alegrei com a possibilidade de por fim ao meu martírio.

Bem, nada que eu possa fazer, a não ser esperar.

Fui dar uma olhada no ginásio. Com alguma sorte, talvez eu possa fazer algo que me ocupe o tempo.
Encontrei Djan novamente.

—Então... o que você queria dizer com troca entre escolas? —Me instalei ao seu lado.

Ele arqueou as sobrancelhas. —Bem... Eu estou numa escola especializada em esportes. Organizamos regularmente encontros esportivos entre as equipes esportivas das outras escolas. —Explicou.

—Ok, entendi... Então você pratica outros esportes além do basquete?

—Um pouco, mas o basquete é o meu preferido. Eu treino basquete para me tornar um profissional. —Ele deu estendeu os lábios, orgulhoso.

—Jogador profissional! Isso é demais! Mas não é algo bem difícil? —Me atrevi.

—Ei sei que é difícil, mas é o objetivo que eu quero alcançar. —Djan ficou sério. —é o meu sonho e eu vou conseguir! —Ele mirou bem dentro dos meus olhos.

—Trabalhe duro. Quero ver você chegando lá, ta? —O animei.

O que ele me respondeu apenas com “Ok”. Mas o fez, de uma forma mais relaxada. Sinto que esse garoto se sentia mais a vontade perto de mim do que antes.

Então fui ver se o bad boy tinha providenciado minha encomenda. Procurei-o na escola toda, até encontrá-lo no corredor.

—E aí? Trouxe a “paradinha”? —Mas ele claramente não entendeu, assim, refiz minha pergunta. —Você tem aqueles seus biscoitos pra cachorro?

—Sim, aqui estão. Eu espero que você consiga pega-lo com esses biscoitos. —Ele os pôs sobre minha cabeça.

Eu os tirei de cima de mim, colocando-os dentro do meu outro bolso. —Eu também espero. Muito obrigada de novo, Castiel!

Nem bem termino de falar, avisto o troço funesto passar por nós. —Ah! Olha ele aí! Vou indo, vou tentar pegá-lo desta vez!

Ele tornou a correr! Eu preciso pegá-lo!

Desembestei no encalço do Totó, indo atrás dele até o ginásio. —Cachorrinho... cachorrinho... venha aqui!

 Percebendo que não havia mais para onde correr, ele virou-se para mim, andando de ré, até topar com a parede da quadra.

Agora você está encurralado! MUAHAHAHA!

 Continua...


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