Like a Dream: Além-Mar escrita por MCDS Cristal


Capítulo 2
Primeiro Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Acho que desculpas não serão suficientes dessa vez.
Quatro meses sem postar!
Ainda não acredito que fiquei tanto tempo longe.
Espero que possam me perdoar por isso. Estou tão agitada ultimamente que agora estou estourando de felicidade por esta aqui.
Não sei quando conseguirei postar de novo, mas espero que seja em breve.
Espero que gostem.
Bjs da MCDS.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/749995/chapter/2

 

Primeiro Capítulo 

— Ah, é você de novo! - comentou  Eustáquio emburrado ao abrir a porta. 

— Sim, eu de novo. Lúcia está aí? - perguntei o mais educada que podia, já que não queria perder minha paciência com o menino, o que vem ocorrendo muito frequentemente. Mais que o normal. 

Lúcia havia me avisado que hoje iria fazer compras para a tia, e que Edmundo a acompanharia. Mas eu sei que o que ele realmente iria fazer, era tentar se alistar no exército, o que ele já havia tentado.  

Tenho vontade de bater nele sempre que entramos nesse assunto.  

'' Eu só não quero ficar parado aqui, Sam. Eu quero fazer alguma coisa '', foi exatamente isso que ele me disse da última vez que conversamos.  

Ele tenta buscar Nárnia de maneira errada, mas não posso culpa-lo por isso.  

Se esse fosse um caminho para se aproximar de Nárnia, eu também tentaria. 

— Eles não estão. - disse o Mísero, logo fechando a porta na minha cara, sem me dar chance de dizer uma palavra sequer. 

Fiquei ali parada, meio que sem reação. Afinal de contas, essa era a primeira vez que levava uma portada na cara.  

Quem sempre atende a porta é a pequena Lúcia, então não imaginava que Eustáquio fosse ser tão grosseiro a esse ponto, mas não deveria ficar surpresa com isso. 

Com um suspiro de irritação por causa da atitude infantil do menino, me virei e desci a pequena escadaria em frente a porta e me sentei no último degrau. Sabia que, pelo horário, os dois Pevensie não demorariam a voltar. 

(...) 

— Sam? O que faz sentada aqui fora? - a voz doce de Lúcia soou após esperar apenas alguns minutos. 

Levantei meus olhos que antes fitava distraída uma linha solta em meu vestido, e me vi encarando os brilhantes olhos da menina.  

— Estava esperando vocês. - respondi me levantando e espanando a sujeira em meu vestido com as mãos.  

E agradecia mentalmente por não terem demorado muito para voltarem, o tempo estava bem frio. 

— E por que não esperou lá dentro? - perguntou Edmundo que estava logo atrás da irmã, segurando a velha bicicleta do tio - Pode acabar pegando um resfriado se ficar aqui.  

Apenas dei de ombros e segui para ajudar Lúcia a carregar as compras que estavam na bicicleta, antes que Ed a levasse para a parte de trás da casa.  

— Foi aquele pirralho, não é? Ele não te deixou entrar. - falou o moreno caminhando até mim já irritado por imaginar o que teria acontecido. 

— Eu não pedi para entrar. - falei tentando evitar que Ed fosse arrumar briga com o primo.  

Discussões entre os dois aconteciam diariamente, e Lúcia e eu fazíamos o possível para que não passasse disso.  

Mesmo também não suportando Eustáquio, não poderia deixar que Edmundo batesse no garoto, porque além de trazer consequências para Ed por bater no primo, o menino Mísero sairia muito machucado da situação.  

Não que ele não merecesse uma lição, mas isso seria passar dos limites.  

— Escuta, Ed. Não vá brigar com seu primo por causa disso, por favor. - pedi a ele segurando em seu braço quando ele estava preste a romper pela porta em direção ao Eustáquio - Isso só trará problemas para você e a Lúcia.  

— Edmundo, você sabe muito bem que se a Sam quisesse, ela mesma poderia ir assusta-lo para que nunca mais mexa com ela. E ela teria mais sucesso do que você. - comentou Lúcia divertida ao abrir a porta - Chegamos. 

— Do jeito que ela é, eu não duvido. - murmurou o moreno também divertido em resposta ao comentário da irmã, deixando de lado a expressão enraivecida.  

— Hey! O que você quer dizer com isso?. - perguntei empurrando-lhe levemente com o ombro. 

— Nada. - respondeu ele com um sorriso. 

Ele então se aproximou de mim, olhou para os lados para ver se alguém estava por perto e, vendo que não havia ninguém, grudou seus lábios nos meus por apenas alguns segundos. 

Edmundo sempre fazia isso quando tinha oportunidade. 

Não posso dizer que não gosto. Seria uma completa mentira. 

Assim que se afastou de mim, com um sorriso maior que o anterior (e que provavelmente espelhava o que eu mesma carregava em meus lábios), voltou para fechar a porta. 

— Oi, tio Arnaldo. Tentei comprar cenouras, mas só tinha nabos mesmos. - ouvi Lúcia dizer na sala - Quer que eu comece a fazer a sopa? A tia Alberta já está vindo pra casa. 

O senhor Mísero, que estava sentado em sua poltrona favorita lendo o jornal do dia, apenas virou uma página sem dar a mínima atenção a Pevencie mais nova. 

— Tio Arnaldo? - Lúcia tentou mais uma vez chamara atenção do homem, para ser novamente ignorada. 

Eu sempre achei o comportamento dos Míseros muito estranhos, mas evitava julga-los pela aparência. Mas, agora que venho bastante aqui, percebi que o que eu sempre achei estranho foi o modo com que tratam as pessoas ao seu redor. Com Liz e nós que somos sua família, somos tratados de forma quase que "alegre", já com os Pevencie, o tratamento é bem seco.  

Talvez seja pelo fato deles serem parentes de Alberta e não do Arnoldo Mísero. 

— Olá, Sr. Mísero. - o cumprimentei só por educação, mesmo sabendo que ele não responderia, como sempre acontece quando estou com os Pevensie. 

Ao meu lado, Edmundo fechou a cara para o homem e, para minha surpresa, lhe mostrou a língua. 

Tive de me segurar para não rir. 

— Pai! - exclamou Eustáquio, com sua voz enfadonha, na escada atrás de nós - O Edmundo está fazendo careta pra você. 

Retirou então do bouço um canudo e assoprou o que parecia ser uma bolinha direto no pescoço de Edmundo. 

— Olha seu... - esbravejou o moreno, que correu em direção ao primo, que já se encolhia com medo do mais velhos. 

Pelo que percebi, esse ato do Mísero fez com que a raiva que Ed sentia antes voltasse. 

Desse jeito, ele está só cavando a própria cova. 

— Pai ele quer me bater. - gritou ele antes de se encolher ainda mais na escada quando o moreno se aproximou dele. 

Se não fosse por Lúcia, que chamou com voz alegre o irmão, Eustáquio não teria escapado de levar um belo soco. Nem mesmo eu teria parado Ed dessa vez. 

— Edmundo, olha! Carta da Susana. - exclamou animada a mais nova que possuía um envelope branco nas mãos, ao qual mostrava ao irmão. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Like a Dream: Além-Mar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.