Minha vida em Crepúsculo escrita por Sboolock


Capítulo 14
Perguntas


Notas iniciais do capítulo

I ai vampires, como estão?
Nos falamos nas notas finais.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/749929/chapter/14

POV Olivia

A volta para casa foi tranquila, Edward tinha feito questão de me acompanhar no voo até Port Angeles, mais tivemos que nos separar no desembarque pois seria estranho ter que explicar para o tio Charlie o que Edward fazia no mesmo voo que eu.

Quando enfim reencontrei meu tio, ele não chegou a me dar uma bronca por ter esquecido de mandar noticias para o mesmo de Boston, muito pelo contrario, ele parecia está bastante nervoso e ansioso com algo.

— Tio, está tudo bem? - perguntei um tempo depois que já estávamos no carro a caminho de Forks.

— Claro. - ele afirmou não muito convicto - Por que não estaria?

— Talvez porquê você parece nervoso. - afirmei - O que ouve? - perguntei novamente - O senhor está bravo por eu não ter dado noticias ontem?

— O quê? - ele franziu a testa e me olhou rapidamente, logo voltando sua atenção para frente - Olhe Olivia, eu fiquei muito preocupado quando não me ligou, mais eu entendo o seu motivo para não ter o feito. - ele disse e eu me senti levemente culpada por ter mentido para ele. Mais tinha sido por uma boa causa, afinal, eu não poderia contar que tinha sido atacada por um vampiro e que tinha sido salva por outros dois, ele acharia que eu tinha enlouquecido e me internaria em um manicômio, com toda a certeza - Eu imagino o quanto deve ter sido difícil para você voltar a Boston depois do que aconteceu. Ir até lá sozinha só me mostrou o quanto você é forte e seus pais, aonde quer que eles estejam, devem está orgulhosos de você, porquê eu estou. - ele me olhou e logo voltou sua atenção para a estrada.

O que ele tinha me dito, tinha me emocionado muito. Realmente voltar a Boston, ficar na minha antiga casa, só fez esse buraco que tenho no coração aumentar. A lembrança constante de que nunca mais eu iria vê-los, abraça-los, falar que os amava ou até mesmo receber uma bronca deles me fez sentir ainda mais falta dos dois. E mesmo depois de ser atacada por um vampiro ou até ter tido a confirmação que eles existem, esses acontecimentos me distraíram, mais não me fizeram esquecer o motivo de ter voltado para Boston que foi visitar o túmulo dos meus pais. Visitar os túmulos da minha mãe e do meu pai me acalentou e ao mesmo tempo me fez mal por me fazer lembrar do que aconteceu.

Balanço a cabeça para tirar esses pensamentos e me fazer focar na conversa com o meu tio.

— Então por que o senhor parece tão nervoso? - perguntei uns minutos depois.

— Recebi um telefonema, logo após falar com você no inicio da tarde. - ele explicou.

— E quem era? - perguntei - Se é que posso saber. - complementei baixinho.

— Era a René. - aquela afirmação me fez ficar bastante surpresa, pois pelo o que eu sabia, tio Charlie não falava com a ex-esposa fazia um bom tempo.

— E o que ela te disse para fazer o senhor ficar desse jeito? - perguntei curiosa.

— Ela vai ter que viajar com o atual marido e minha filha, sua prima, Isabella pediu para vir morar comigo. - ele verbalizou.

— E isso não é bom? - perguntei confusa.

— Eu não sei. - ele murmurou baixo, mais conseguir ouvi-lo - Já faz um tempo que eu não vejo a Isabella, você sabe, ela não vem me visitar a alguns anos e só nos falamos por telefone e é bem pouco, tenho medo que ela não se adapte aqui.

— Tio, foi uma escolha dela vir morar aqui, certo? - perguntei e recebi um aceno de confirmação vindo do mesmo - Então eu tenho certeza que ela vai se adaptar.

— Não tem problema pra você, ela vir morar conosco? - ele perguntou e franzi a testa em confusão.

— Não, claro que não. - neguei até porque era eu que estava acumulando espaço e morando de favor. Diferente de mim, Isabella tinha todo o direito de morar aqui, afinal, ela que era a filha do tio Charlie - Vai ser bom para vocês tio, vocês vão se reaproximar um do outro e você vai ver, logo vocês vão estar a vontade um com o outro. - eu afirmei e pude ver que ele estava mais tranquilo com isso. Eu até pensei em perguntar a ele se eu não atrapalharia a reaproximação deles, mais pensei melhor e resolvi deixar pra lá. Caso eu percebesse que, de alguma forma, estou atrapalhando a reaproximação deles eu pensaria nisso - Quando que ela chega?

— Daqui três dias. - ele respondeu e vi a placa de "Bem vindo a Forks" do lado de fora do carro. Olhei para ele novamente.

— Vamos ter que arrumar o antigo quarto dela, né? - perguntei e ele confirmou com um aceno de cabeça - Deixar mais com cara de adolescente.

— Você pode me ajudar? - tio Charlie perguntou - É que não levo jeito pra isso. - essa fala dele me fez rir levemente.

— Claro que ajudo. - afirmei - Amanhã, depois que eu chegar da escola nós vamos até Port Angeles e compramos algumas coisas para por no quarto dela. - falei fazendo o meu tio me olhar, foi ai que percebi que já tínhamos chegado - Ela vai precisar de uma cama nova, de uma mesa de estudo, de dois criados-mudos e de mais algumas coisas para fazer ela se sentir bem aqui.

— Eu também vou falar com o Billy, para ver se o mesmo pode me vender uma caminhonete que ele tem guardado na garagem. - ele murmurou - Ela vai precisar de um carro para se locomover aqui em Forks.

— Sim. - confirmei - Você vai ver tio, ela vai se sentir muito bem vinda aqui.

(...)

No dia seguinte, eu acordei muito serena, muito em paz. Eu até achei estranho não ter tido nenhum sonho ruim, ainda mais depois do ataque que sofri, mais também não reclamava pela boa noite de sono que tive. Tomei um banho quente, vesti uma calça jeans escuro de tecido um pouco grosso, uma blusa de manga comprida verde água, um casaco preto de capuz e meus velhos coturnos negros. No meu cabelo eu fiz uma trança de lado e assim que terminei, peguei minha mochila e desci para tomar café da manhã.

— Bom dia tio. - desejei enquanto colocava suco de laranja no copo e bebia um gole.

— Bom dia, você parece animada hoje. - ele constatou.

— É porque eu estou me sentindo bem tio. - disse a verdade - Eu não sei o que me deu, eu só acordei serena hoje.

— Isso é bom. - ele diz enquanto fica em pé - Eu tenho que ir trabalhar, mais estarei em casa as duas para podermos ir até Port Angeles. - ele informou.

— Tudo bem, estarei esperando. - a minha sorte é que ontem, antes de irmos dormir, tio Charlie tinha assinado um tipo de liberação para eu sair do colégio mais cedo, mais especificamente na hora do almoço, isso queria dizer que eu não assistiria as aulas de biologia e de educação física hoje.

Depois que meu tio saiu, eu terminei de comer e logo em seguida fui direto ao banheiro para escovar os dentes. Assim que terminei, peguei minha mochila, as chaves do carro e da casa e sai trancando a mesma. Assim que caminhei em direção ao meu carro, percebi um volvo conhecido em frente de casa e quando o dono do mesmo saiu do carro e se aproximou de mim é que percebi que estava parada no meio do caminho.

— O que faz aqui? - perguntei levemente surpresa.

— Bom dia para você também Lia. - Edward parou a minha frente - Eu estou bem, obrigado por perguntar. - ele disse sarcástico.

— Bom dia. - desejei levemente envergonhada - O que faz aqui? - perguntei novamente.

— Vim lhe dar uma carona para o colégio. - ele afirmou enquanto pegava minha mochila e me guiava para o carro dele.

— Espera... - parei de andar e isso o fez parar também - Cadê seus irmãos? - olhei em direção ao volvo prata.

— Eles foram para o colégio no carro da Rosalie. - ele explicou enquanto me guiava novamente pro carro. Quando ele abriu a porta do carona é que eu lembrei.

— Não posso aceitar sua carona. - falei e notei que ele não parecia surpreso.

— Porque você irá sair cedo do colégio pois sairá com o xerife Swan. - ele disse calmamente e o olhei com a testa franzida em confusão.

— Como é que você sabe disso? - foi só depois de perguntar que me lembrei com quem estava falando.

— A Alice viu e me disse. - ele falou e indicou o carro novamente, eu dei de ombros e entrei no mesmo, já coloquei o sinto de segurança, quando terminei percebi que Edward já estava ao meu lado, no banco do motorista.

— Isso não vai te atrapalhar? - perguntei em relação a carona pro colégio, um tempo depois dele começar a dirigir.

— Não, pois eu também vou sair cedo. - ele disse sem tirar os olhos da estrada - Então eu te trago, sã e salva, para casa.

— Certo. - disse - Posso te fazer algumas perguntas? - perguntei e ele me olhou rapidamente, enquanto afirmava com um leve aceno de cabeça - Você disse para mim que foi o doutor Cullen que te transformou, eu só estava me perguntando o por que ele fez isso.

— Estava se perguntando. - ele murmurou enquanto claramente fugia da resposta que eu queria. Ele olhou para mim e encontrou meu olhar curioso pra ele. Ok, eu não tinha feito uma pergunta abertamente pois queria que ele se sentisse a vontade para responder, isso não queria dizer que eu não estava curiosa para saber mais sobre ele.

— Por que ele te transformou? - perguntei mais abertamente pois percebi que ele não iria responder. Eu devia respeitar? Devia, mais minha curiosidade era grande demais.

— Eu estava morrendo de gripe espanhola e o Carlisle tinha prometido a minha mãe de sangue que iria me salvar. - ele respondeu com um olhar longe, fiquei preocupada por achar que estava deixando ele incomodado com esse tipo de pergunta.

— Edward. - o chamei e ele me olhou rapidamente logo voltando sua atenção para a frente, foi ai que desistir, por enquanto das minhas perguntas - Posso ligar o som? - perguntei e percebi que ele ficou confuso pela troca de assunto tão repentinamente.

— Claro. - ele afirmou.

Eu logo apertei o botão para ligar o som do carro e comecei a ouvir uma música que logo reconheci ser "The Scientist do Coldplay", eu não imaginava que Edward escutasse esse tipo de música, parecia não fazer o estilo dele.

— Surpresa? - ele perguntou e dava para sentir no tom de voz dele que ele estava risonho.

— Talvez um pouquinho. - falei e me recostei de volta no banco enquanto o carro era preenchido com o som que estava baixinho.

— Não gosta? - ele perguntou.

— Gosto. - afirmei - Eu só pensei que não fosse seu estilo de musica.

— E qual seria meu estilo de música? - perguntou enquanto me encarava rapidamente.

— Sei lá. - fugi da sua pergunta, se ele podia, eu também podia.

Os minutos foram passando e o silencio do carro era preenchido com as músicas do Coldplay. Era um silencio confortável e agradável. Quando chegamos no estacionamento do colégio, eu percebi que Edward estacionou o carro ao lado de um conversível vermelho que estava com a capota aberta. Próximo ao carro, estava os irmãos do Edward que olhavam pro volvo, cada um com uma fisionomia diferente.

— De quem é o conversível? - perguntei logo após Edward desligar o volvo dele, mais não fiz questão de sair do carro e parecia que Edward também não queria fazer isso.

— É da Rosalie. - ele respondeu enquanto olhava pro carro e pros seus irmãos - Ostentoso, não é? - ele perguntou enquanto me encarava, isso fez com que ele não visse a feição que sua irmã Rosalie tinha feito, não era nada agradável.

— Um pouco, talvez, mais é um carro bonito. - disse e voltei meus olhos para ele - Se sua irmã tem um carro como esse, por que ela e os outros vem pro colégio com você?

— Porque é chamativo, então fazemos de tudo para não chamarmos atenção. - ele explicou.

— Desculpe desaponta-lo, mais vocês não tem muito sucesso com isso. - eu digo e ele rir levemente. Pego minha mochila, tiro o sinto de segurança e saio do carro, Edward faz o mesmo, o olho e questiono quando o mesmo se aproxima de mim - Então por que seus irmãos vieram nesse carro, e não com você, se chama tanta atenção?

— Você não percebeu? - ele perguntou e neguei - Eu estou quebrando todas as regras agora. - ele informou.

— O que quer dizer com isso exatamente? - eu perguntei e ele só fez um sinal com o indicador como se mostrasse o nosso redor. Olhei ao redor e percebi que muitos alunos nos olhavam com curiosidade e incredulidade, eu sinceramente não tinha percebido isso.

— Certo, é melhor entrarmos no colégio. - ele disse assim que percebeu meu incomodo.

Andamos em direção ao prédio das salas de aula e enquanto passávamos, eu percebia vários grupos de alunos aos sussurros, em um desses grupos, eu percebi o meu nome sendo dito, mais não liguei para aquilo, não quando percebi que Jessica se aproximava de nós.

— Ei Liv. - ela me cumprimentou e eu fui obrigada a parar de andar.

— Oi Jessica, como vai? - perguntei educadamente.

— Eu estou bem. - ela respondeu e olhou na direção de Edward que estava parado ao meu lado.

— Bom dia Jessica. - Edward falou educadamente e percebi a expressão de Jessica, ela estava, literalmente, com os pensamentos confusos e completamente encantada com Edward. Não a culpava por isso, parecia ser um dos poderes de vampiros, ou era nisso que eu queria acreditar.

— Olá Edward. - ela falou e logo em seguida corou, eu não entendi, mais parecia que Edward sim, pois ele estava fazendo uma leve careta, foi ai que lembrei que Edward provavelmente estava lendo a mente da garota a nossa frente. Jessica logo me olhou - Nos vemos na aula de Geografia. - ela disse com um olhar cheio de significado e eu internamente desejei que algo acontecesse para eu não ter que comparecer a minha primeira aula que era Geografia.

— Claro, nos vemos lá. - disse enquanto dava um leve suspiro. Ela foi embora, não sem antes olhar para trás algumas vezes.

— No que está pensando? - Edward perguntou enquanto ainda estávamos parados no corredor olhando pro caminho que Jessica tomou.

— Em um modo de burlar a aula de Geografia. - eu disse e dei um longo suspiro cansado, olhei para Edward em seguida - Alguma ideia do que eu possa fazer? - logo voltamos a andar.

— Eu sou um aluno exemplar, não compactuo com alunos que querem faltar alguma aula. - ele disse serio, logo parei de andar e o olhei incrédula.

— Serio? - perguntei e arqueei uma das sobrancelhas - Diz o aluno que faltou a aula de Biologia semana passada. - ele soltou uma leve risada.

— Ok, você está certa. - ele me olhou e paramos em frente a sala em que eu teria aula de Geografia - Na verdade eu sei o que Jessica quer te perguntar e eu, particularmente, quero muito saber a resposta de uma das perguntas dela.

— O que ela vai me perguntar exatamente? - perguntei com a testa franzida, eu tinha uma leve ideia do que ela queria saber, mais ter certeza, ia ajudar bastante.

— Isso não é justo. - ele negou com a cabeça enquanto sorria estranhamente.

— Sabe o que não é justo? - fiz uma pergunta retórica - É você não me ajudar quando preciso. - ele pensou por um momento, mais quando ele ia falar algo o sinal para o inicio das aulas tocou.

— Tenho que ir para a minha aula. - ele disse com um tom falso de lamentação - Nos vemos depois Lia. - ele disse alto quando já estava longe, chamando assim a atenção dos poucos alunos que ainda estavam no corredor, eles me olharam curiosos. Balancei a cabeça frustrada com a ousadia de Edward.

Assim que entrei na sala, me sentei ao lado de Jessica pois ela era minha dupla nesta aula. Dei um longo suspiro, ia ser longas duas aulas.

(...)

Não tinha passado nem vinte minutos de aula, quando Jessica começou o interrogatório ao meu lado.

— E então? - ela perguntou me olhando com expectativa.

— O quê? - me fiz de desentendida enquanto olhava para o quadro e anotava as informações contidas no mesmo.

— Você e Edward... - ela falou como se fosse óbvio, a olhei de lado - Como isso aconteceu? Você não tinha saído de Forks esse final de semana? Vocês estão namorando? - ela me encheu de perguntas.

— Calma, respira. - eu disse e percebi que ela ficou levemente vermelha, pensei bem no que ia dizer pois sabia que o que eu dissesse, muitos estariam sabendo até a hora do almoço - Primeiro de tudo nada aconteceu, eu fui sim para Boston no final de semana e eu e Edward não estamos namorando, por que pensou isso?

— É que vocês chegaram juntos hoje e isso não acontece sempre. - ela disse e a olhei confusa - Edward nunca deu carona ou trouxe alguém para o colégio antes.

— Certo. - concordei - E só pelo fato do Edward ter me dado uma carona, fez você pensar que estamos namorando? - perguntei e ela confirmou enquanto ainda esperava uma boa fofoca - Não, somos só amigos, quero dizer, estamos nos conhecendo. - eu disse e voltei minha atenção pro quadro novamente.

— Você gosta dele? - ela perguntou do nada um tempo depois e essa pergunta me fez engasgar com o ar, como isso era possível? eu não fazia ideia.

— Está tudo bem senhorita Swan? - o professor perguntou.

— Sim professor. - confirmei assim que parei de tossir, o professor logo voltou sua atenção pro quadro - É melhor voltarmos a prestar atenção no professor, eu estou com bastante duvidas sobre esse assunto. - eu disse logo mudando o foco do assunto.

O motivo de não ter respondido é que essa pergunta me pegou de surpresa e eu sabia que Edward estava ouvindo e eu não fazia ideia do que responder, apesar de ter dito para ele que estava confusa. Então resolvi mudar o foco.

(...)

Depois da aula de Geografia, eu tinha História e quem me abordou com perguntas na aula, tinha sido Mike.

— Bom dia Liv. - ele desejou enquanto se colocava a frente da minha mesa, antes do professor entrar na sala.

— Bom dia. - disse enquanto tirava da mochila o caderno e a bolsa com canetas.

— Como foi em Boston? - ele perguntou estranho.

— Foi normal. - menti, tinha sido tudo, menos normal.

— Edward foi com você? - ele perguntou e eu estranhei essa pergunta.

— Por que acha isso? - perguntei enquanto o encarava com a testa franzida.

— Vocês chegaram juntos hoje, eu só pensei que vocês tinha, sei lá, se encontrado por lá. - ele disse enquanto me olhava inquisitivo, dei um suspiro cansado, estava começando a me estressar com as pessoas querendo se meter na minha vida - Vocês estão namorando? - ele perguntou do nada.

— E se nós estivéssemos? - perguntei, definitivamente estressada agora - Acho que isso não seria da conta de ninguém, não é?

— Sim, sim, você tem razão. - ele disse baixinho enquanto desviava o olhar - Vou me sentar. - ele diz assim que percebe a entrada do professor de História na sala, eu só acenei com a cabeça e voltei minha atenção para as minhas coisas.

(...)

No final das aulas da manhã, constatei o quanto a vida dos outros era interessante para algumas pessoas. Alguns alunos ainda cochichavam sobre a minha chegada com Edward ao colégio e isso era estressante e engraçado ao mesmo tempo.

Assim que sai da sala, onde tive minha ultima aula da manhã, que era espanhol, dei de cara com Edward parado próximo a porta da sala enquanto me esperava. Quando me aproximei dele, percebi que as pessoas que estavam no corredor paravam o que estavam fazendo e nos encarava com expectativa, isso era muito chato.

— Oi. - o cumprimentei.

— Olá. - a voz dele estava divertida e irritada ao mesmo tempo, isso me fez franzir a testa confusa, mais deixei pra lá quando começamos a andar em direção ao refeitório.

Assim que entramos, todos no local, sem exceção, nos olharam, parecia meu primeiro dia de aula e isso me incomodava. Edward, que parecia não ligar pros olhares, me guiou até a fila do almoço. Ele me olhava as vezes como se quisesse me perguntar algo e isso deixava minha curiosidade lá em cima. Assim que chegou minha vez na fila, antes mesmo de pegar uma bandeja para mim, Edward fez isso, a enchendo de comida.

— O que está fazendo, eu não vou conseguir comer tudo isso? - perguntei quando o mesmo pagou a comida.

— Metade é para mim, afinal, eu também vou almoçar. - ele disse e percebi que a senhora que recebia o dinheiro da comida nos olhava estranho. Arqueei uma sobrancelha enquanto era guiada por ele para a mesa que eu costumava sentar sozinha. Olhei ao redor e percebi que a mesa onde Jessica e os outros costumavam sentar, todos nos olhavam estarrecidos enquanto eu sentava de frente pro Edward com a única bandeja de comida entre nós. Edward empurrou a bandeja na minha direção, pensativa, peguei uma maçã.

— Estou curiosa. - ele me olhou divertido, mais a irritação ainda estava presente nos olhos do mesmo - Você pode comer comida humana? - perguntei enquanto indicava a bandeja entre nós, dei uma mordida na maçã. Arqueei a sobrancelha enquanto via Edward pegar um pedaço de pizza e leva-lo a boca, assim que ele mordeu, mastigou e engoliu, eu arregalei os olhos surpresa.

— Isso ainda tem gosto de plástico. - ele resmungou e olhou para algo atrás de mim - Jessica está analisando tudo o que estamos fazendo, ela claramente vai te fazer mais perguntas depois. - ele comentou e isso só me fez ter mais certeza que ele estava ouvindo meu pequeno dialogo com Jessica essa manhã.

— Sabe que é falta de educação ouvir a conversa dos outros. - comentei e ele voltou a me olhar divertido e irritado ao mesmo tempo.

— Eu disse a você que estava curioso para saber a resposta de uma das perguntas dela, mesmo que ela não tenha feito todas as perguntas que queria. - ele retrucou enquanto me olhava pensativo - Você ficou estressada com as perguntas do Mike e da Jessica. - não era uma pergunta, mais me senti obrigada a explicar.

— Não foi necessariamente por causa das perguntas, eu só não gosto que se metam na minha vida. - disse tranquilamente e abrir a garrafinha do suco de uva que estava na bandeja de comida - E se você quer saber algo de mim, é só me perguntar. - o olhei e tomei um gole do suco.

— Eu fiquei curioso sobre a sua reação com uma pergunta que ela te fez. - ele comentou e eu já sabia qual era a dita cuja.

— Eu disse a você em Boston que estou confusa, que não sabia o que estava sentindo. - eu murmurei enquanto o olhava nos olhos, percebi pelo canto dos olhos que os irmãos do Edward, que estavam sentados a duas mesas distantes de nós, olhavam na nossa direção, provavelmente escutando a conversa, mais não liguei muito para aquilo - Eu fui sincera quando disse isso... - voltei minha atenção para a conversa com Edward que me encarava - E também fui sincera quando disse que não quero que você fique longe e que confio em você, mais se não é a resposta que você quer, eu não sei o que posso fazer.

— Eu não quero, e nem conseguiria ficar longe de você. - ele repetiu o que disse em Boston enquanto transmitia sinceridade pelo olhar - Eu só achei que tudo isso fosse demais para você. - o olhei confusa e ele indicou o nosso redor. Olhei e percebi que quase todos presentes no refeitório nos olhavam algumas vezes curiosos.

— Não é "demais pra mim". - fiz aspas com os dedos enquanto o olhava - Eu só não gosto de chamar atenção. E aparentemente, chegar com você de carro ou sentar com você para almoçar, é chamar atenção demais, entretanto, se eu realmente me importasse com o que os outros pensam, eu não estaria aqui com você. - eu verbalizei e tomei mais um gole do suco, olhei novamente para ele e percebi que o mesmo me olhava com os olhos tristes e obscuros, aquilo me preocupou um pouco - O que foi?

— Nada. - ele respondeu com um olhar distante, parecia que tínhamos regredido a alguns dias atrás, isso era cansativo.

— Se não fosse nada, você não estaria assim. - constatei - Me fala vai, o que ouve? Não confia em mim?

— É claro que confio. - ele afirmou e soltou um pequeno suspiro, por mais que eu soubesse que ele não precisava fazer isso - A Rosalie acha que eu não me importo de verdade com você ou com a minha família. - ele disse aquilo um tempo depois, e olhei na direção da mesa dos irmãos dele confusa. Rosalie olhava pro Edward com irritação nos olhos, eu não entendia o por que disso.

— Por que ela acha isso? - perguntei quando voltei meu olhar para ele.

— Porque é perigoso para você ficar próxima a mim. - ele murmurou enquanto olhava na direção dela - E ela tem razão, eu deveria ficar longe.

— Isso não deveria ser uma decisão minha e sua? - perguntei com uma leve raiva na voz.

— Você não entende, eu não conseguiria viver sabendo que machuquei, ou pior, que o monstro em mim te matou. - ele sussurrou obscuramente logo balançando a cabeça como se quisesse lutar contra esse pensamento - Ir embora, seria a coisa certa a se fazer. - ele disse resignado enquanto voltava seus olhos para mim.

— Então por que não vai? - perguntei com tristeza na voz enquanto me afastava o máximo que a cadeira, em que eu estava sentada, me permitia, cruzei os braços - Nada está te impedindo.

— Porque como disse antes, eu estou quebrando todas as regras e mesmo que eu quisesse ficar longe, eu não conseguiria, não mais. - ele repetiu novamente convicto o que tinha dito para mim ontem. Ficamos algum tempo nos encarando.

— Qual sua cor preferida? - perguntei do nada para mudar de assunto e percebi que Edward ficou surpreso com a pergunta - Qual sua cor preferida? - repeti a pergunta.

— Por que quer saber? - ele perguntou confuso e achei graça daquilo, não é sempre que surpreendemos um vampiro.

— Primeiro, porque estou curiosa. - levantei um dedo no ar enquanto explicava - Segundo, porque somos amigos e eu quero te conhecer melhor, oras. Então volto a perguntar, qual sua cor preferida?

— Eu não tenho uma cor preferida. - ele sorriu com a minha feição de incredulidade.

— Como assim você não tem uma cor preferida? - perguntei incrédula - Todos temos uma cor preferida, ou varias.

— Eu nunca pensei sobre isso, na verdade. - ele afirmou aquilo pensativamente.

— Nem quando era humano? - perguntei enquanto sussurrava a ultima palavra.

— Nem quando era humano. - ele negou.

— Vamos mudar isso então. - murmurei e deixei a garrafinha de suco, vazia, em cima da mesa - Qual é a primeira cor que vem a sua mente quando pensa nisso? - perguntei.

— Verde. - ele disse convicto enquanto me observava atentamente.

— Por que verde? - perguntei curiosa, afinal, uns segundos atrás ele não tinha nenhuma cor preferida.

— Porque é a cor dos seus olhos. - ele respondeu e isso me fez corar levemente enquanto abaixava a cabeça e dava um leve sorriso.

(...)

A volta para casa foi tranquila. Edward fez questão de me dar uma carona de volta para casa, depois do almoço no colégio e ainda me fez prometer, varias vezes, que não seria morta na minha saída a tarde. Isso foi um pouco exagerado da parte dele, mais não falei nada, somente prometi, afinal, a observação dele, só me fez lembrar do ataque que sofri enquanto estava em Boston.

Antes do meu tio chegar, eu fiz questão de limpar a casa e preparar o jantar, pois sabia que, provavelmente, chegaria cansada de Port Angeles.

Uma hora e meia depois, eu já estava arrumada para sair. Eu vestia um vestido escuro, uma meia calça preta grossa, meus coturnos e um casaco da mesma cor do vestido. Resolvi deixar meus cabelos soltos e usar uma boina no mesmo.

Assim que meu tio chegou, nós fomos até Port Angeles e compramos o que era necessário para colocar no quarto da Isabella. Compramos uma cama nova, dois criados-mudos, uma mesa de estudos, compramos algumas roupas de cama para ela. Compramos também um computador para ela poder usar para estudar e algumas outras coisas. Tio Charlie já tinha resolvido com Billy sobre a caminhonete que seria de Isabella e Billy, junto a Jacob, a traria na manhã seguinte da chegada da mesma.

Quando finalmente voltamos pra casa, eu me tranquei no quarto, tomei um banho e nem mesmo desci para jantar. Assim que deitei na cama, eu dormi e não foi um sono tão leve quanto o da noite passada, muito pelo contrario, eu tive um pesadelo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

I ai vampires...

Primeiro: Eu gostaria de pedir desculpas pela demora para atualizar a fanfic, para compensar, eu posto esse capítulo com quase 5000 palavras.

Segundo: Vocês viram que o Edward deu um apelido para a nossa Olivia? O que acharam?

Terceiro: Como vimos no capítulo, a relação do Edward e da Olivia, ainda não está estabelecida, mais não demora muito para eles se tornarem um casal oficial. Também vimos que Bella irá aparecer, se não for no próximo capítulo, será no outro. Também aparecerá, em breve, um novo personagem (criado por mim) que fará parte da historia da Olivia.

* Imagem tirada do google.

Espero que tenham gostado, nos vemos no próximo, beijos, fui!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Minha vida em Crepúsculo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.