Purity and Malice escrita por Moon Blanc


Capítulo 6
Do Céu ao Inferno




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/749662/chapter/6

A euforia e os comentários sobre o festival já se minguavam por conta do tempo agora o principal assunto de Konoha era o ultimo ataque feito pelos rebeldes de Ywa, mas nem a gravidade da situação era capaz de tirar a felicidade do loiro.

Desde o festival Inojin sentia-se sereno como nunca antes, finalmente estava experimentando o paraíso.

Ele a amava, já tinha percebido ao sentir o seu estomago se contrair ao vê-la distante com o pirralho Hyuga, porém o sentimento se tornou evidente nas suas missões. Nas noites frias na floresta ou quando estava nas pousadas baratas seus pensamentos eram sempre direcionados para o pequeno raio de sol de sua vida.

Perguntava-se internamente como ela estaria e se teria a sorte de voltar vivo para vila para, pelo menos, ver aquelas lindas esferas azuis.

Agora, de volta para casa, questionava-se se vivia um sonho. Ainda não acreditava que aspirava o perfume doce dos cabelos dela e tocava a pele macia.

Inojin entre um arquivo e outro, olhava de soslaio para o relógio pendurado na sala de interrogatórios. Contava as horas, os minutos e os segundos para ver a sua namorada.

Namorada era assim que a denominava apesar da falta de formalidade. Ainda não tinha falado com seus pais ou com os dela, nem questionado ela diretamente.

Mas andavam de mãos dadas pela vila, beijavam-se no campo de treinamento e passavam as tardes conversando. Para o shinobi essas ações já valiam mais que mil palavras.

Ainda faltavam uma hora, vinte seis minutos e quarenta segundos.

Bufou irritado.

x-x-x-x-x-x-x

Inojin estava sentado no banco da praça aguardando a azulada. Observou duas crianças fazendo um castelo de areia no parquinho. Por um momento, imaginou que seria encantador ver um pequeno com fios azuis quase negros e olhos verdes.

Como sempre Himawari chegou um pouco atrasada. Ela parou na sua frente bloqueando a visão e o tirando de seus devaneios.

Inojin levantou visão e desenhou o sorriso mais amável que conseguia na face.

Viu o vento rebelde balançar o cabelo azul solto e a barra do vestido verde água, a bolsa branca pendia em seu ombro direito, as meias longas que quase iam até o joelho a deixavam com uma aparência infantil. Se surpreendeu quando ela lhe roubou um selinho enquanto se sentava ao seu lado.

— Me desculpe Inojin...— novamente se referindo ao atraso.

— Não há problema Hima, sempre esperarei por você — respondeu entrelaçando os próprios dedos com os dela.

Um sorriso caloroso se formou nos lábios rosados da garota.

Ele compreendia a Himawari, sabia muito bem das boas intenções da garota. Perdeu as contas das vezes que seus encontros foram interrompidos por civis que pediam sua ajuda medica ou outro favor, ela nunca se recusava em socorrer. Em certas horas, o loiro achava abusivo tanta clemência por auxilio.

Himawari no só passava horas em plantão na pediatria, mas também era voluntaria do orfanato local e se preparava para assumir as funções do clã Hyuga.

Era uma característica dos Uzumakis colocar o bem-estar dos demais encima do próprio, mesmo que machucasse os entes queridos. Inojin estava ciente disso, e se dependesse dele, seria o porto seguro da azulada por mais solitário que esta função aparentava ser.

— Eu trouxe algo para nós— comentou alegremente a Uzumaki.

Retirou da bolsa um tapoer com diversos Anmitsu coloridos.

Inojin riu nasalado, até o paladar da garota era doce.

x-x-x-x-x-x-x-x

O sol brilhava forte em Konoha, contrariando as previsões do tempo, um rouxinol pousou na varanda do apartamento e cantava graciosamente. Tudo apontava que aquele seria um grande e belo dia.

Inojin ergueu-se naquela manhã de sábado junto com os primeiros raios de sol, estava bem disposto e assobiou enquanto passava a roupa mais formal que tinha que era uma yukata negra.

Com agilidade passou o esparadrapo na ponta dos dedos que tinha machucado ao fazer dois arranjos de flores, um ramalho de girassóis para a Himawari e  um arranjo de flor de pêssego para a senhora Uzumaki, colocou ambos cuidadosamente em um pequeno cesto.

Pegou a caixinha de veludo negro e abriu mais uma vez, nele repousava um anel de ouro branco com um solitário de diamante, guardou entre as vestes. Prendeu o cabelo em um coque e saiu com o semblante alegre incomum.

Andava com passos firmes até o complexo Hyuga, era onde ela estaria naquela manhã devido às negociações entre a casa principal e secundaria. Tinha todo o plano traçado em sua mente, a surpreenderia e faria o pedido formal de namoro ali mesmo e juntos iriam ao clã Uzumaki, e depois ao Yamanaka, informar oficialmente a união.

Entrou no complexo, os Hyugas já tinham se acostumado com a sua presença por conta da Hima. Andou até o jardim de bonsais no qual ela ficava após as reuniões para refletir, se tivesse sorte, ela já estaria lá.

Abriu o portão de ferro que bloqueava o caminho para o jardim.

Evidentemente teve sorte em achar-la, porém não do jeito que esperava ....

A cena queimava os seus olhos, como queria arrancar-los.

Um rapaz de cabelo castanho segurava o rosto de Himawari, beijando-a  apaixonadamente.

O mundo havia parado para Inojin.

Deixou o cesto cair, chamando a atenção da dupla. Himawari empurrava o garoto se afastando seus olhos azuis iguais ao mar estavam grandes como um pires.

— Inojin— falou sôfrega, seus pés tropeçavam entre si ao tentar se aproximar do loiro.

Se fosse Boruto e a Sumire nesta situação, provavelmente o loiro Uzumaki iria levantar uma Katana e se chocaria de encontro ao rival.

Caso tivesse sido o Shikadai com alguma namorada, provavelmente o moreno iria começar um discurso venenoso cheio de valores morais que deixaria companheira humilhada e envergonhada.

Mas por azar ele era apenas Inojin.

Olhou friamente para o casal.

— Desculpe, não quis interromper o lindo casal— pronunciou o loiro, ironizando cada ponto.

As finas camadas de lagrimas rolavam a face da garota.

— Não é... o que você está... pensando, Inojin — a voz era entrecortada por soluços chorosos.

A fúria incendiava o loiro, em qualquer outra situação ele teria se compadecido com as lagrimas da azulada.

— Esperava uma frase mais original, Himawari— sorriu com desdém.

Virou-se ignorando os apelos da Uzumaki e com áurea queimando raivosamente saiu do complexo Hyuga.

x-x-x-x-x-x-x-x-x-x

Dias já haviam se passado.

E sua mente ainda montava e remontava cada encontro com a azulada, na tentativa de encontrar algum sinal das mentiras da garota, mas não encontrava nada.

Talvez tivesse sido muito ingênuo e idealizou uma imagem que não existia.

Para ele tudo caiu em caos e não tinha animo para nada. Já não aparecia mais no serviço. Shikadai e Chocho batiam incansavelmente na sua porta todos os dias, mas ele os ignorava. Sua mãe até ligou chorosa, com ela foi mais sensível e  deu uma desculpa esfarrapada por suas ações e prometeu uma visita.

Até as batidas finas da azulada contra porta, ele havia escutado duas vezes.

A cabeça latejava por conta dela, acordava pensando nela e sonhava com ela. Abriu o criado mudo em busca de aspirina, mas a cartela estava vazia. Optou por abrir o frigobar, porém só havia uma meia garrafa de água.

Com passos lentos vestiu a primeira roupa que encontrou para ir ao supermercado.

x-x-x-x-x-x-x

Inojin abriu a porta do apartamento, no braço direito carregava a sacola do mercado. Mas logo percebeu o rastro de chacka presente no local, deslizou a kunai no pulso esquerdo, se preparando para enfrentar o invasor.

Entrou sorrateiro no próprio lar. Desarmou-se ao reconhecer a adorável visita.

— Como você entrou?— questionou depositando a sacola na mesa redonda, sem fita-la.

— Até um genin entra por uma varanda aberta, me decepcionei esperava uma proteção maior vindo de um shinobi — falou com uma pitada de ironia bailando nos lábios vermelhos, sentiu o ônix pairar intensamente sobre si —seu estado é lastimável.

Inojin riu seco, concordava com a garota, o seu cabelo desgrenhado e a barba loira rala o deixavam pouco apresentável.

Acomodou-se na cadeira de madeira que usava para jantar.

— Farei uma nota das suas observações, Sarada— comentou monótono — Mas antes, que diabos você faz aqui?

Fitou a morena que usava uma fina regata roxa e calça negra deitada em sua cama, balançava os saltos vermelhos e folheava uma revista antiga se comportava como a dona do local.

Ela abandonou a entretida leitura, para cruzar as miradas densamente.

— A sua rebeldia está atrasando o meu relatório sobre a facção de Iwa, preciso do seu parecer sobre os interrogatórios.

Ele sorriu falsamente.

— Temos muitos ninjas que iram adorar esse serviço.

Sarada fez uma careta desgostosa com a resposta.

— Acredite o escritório precisa dos seus serviços— murmurou esperançosa.

Inojin quebrou o olhar, ignorando completamente a morena, retirou uma lata de guaraná e começou a beber.

Escutou o andar leve se aproximando e exalou novamente aquele perfume familiar que sempre esquecia a origem. Sentiu as mãos macias massagearem os seus ombros desfazendo os nós de tensões.

— Você vai se deixar desgrenhar por conta de uma menininha— ela sussurrou venenosamente em seu ouvido.

Fechou os olhos, a Uchiha era insensivelmente irritante.

— Você não entenderia o que sinto...

A morena girou ficando de frente para ele, sentou-se no colo do loiro e levou as mãos até o rosto dele, forçando-o a encará-la.

— Eu sei exatamente como você se sente, querido— a morena falava rouca e sedutora, Inojin se perdeu naquele mar negro desejoso— Assim, como também sei que este vazio passa com um bom estímulo.

A morena selou sua boca com os lábios famintos, as mãos dela acariciavam o couro cabeludo. Inojin se viu deslizando as mãos por baixo da regata fina, gemeu ao sentir o lábio sendo sugado durante o beijo lascivo, ela jogava o peso do corpo contra ele.

A mente do loiro começou se entorpecer com pensamentos luxuriosos.

Não demorou muito para se erguer, levando consigo o corpo feminino atrelado e com curtos passos levá-la até a cama desarrumada.

Com toques nada torpes, Sarada retirou rapidamente a camiseta dele.

Ele trilhou beijos na clavícula da garota, enquanto deixava se consumir pelo fogo da morena, Inojin inebriou-se novamente com o cheiro dela.

Finalmente, reconheceu o perfume...

Era flor de cacto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Anmitsu- sobremesa que consistem de pasta doce de feijão, bolinhos de farinha de arroz frutas, Agar em cubos kenten, e em algumas versões com sorvete ou soft cream, coberto com xarope de açúcar mascavo. (Eu recomendo!!!)
Girassol significado oriental lealdade, longevidade.
Flor de pêssego significado oriental personalidade fascinante.
Flor de cacto significado oriental luxuria

Espero que ninguém atire pedra na autora :)
Mas a história precisa de um pouquinho de drama....
Me digam, o que acharam? Vocês tem torcida para algum casal?
Comentem ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Purity and Malice" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.