Waves escrita por Charles Gabriel


Capítulo 2
Capítulo Dois


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Quando Katniss finalmente chegou em casa naquele mesmo dia, encontrou a figura baixa e magra de sua mãe sentada no chão, lendo um livro. Os dias em que a mãe ficava de folga eram sempre assim, lendo ou até mesmo, dormindo.

— Cheguei – Katniss murmurou enquanto fechava a grossa porta de madeira atrás de si.

— Ah, ainda bem – Johanna falou sorrindo – Estava começando a me sentir sozinha.

Katniss riu.

— Cadê Marvel? – Perguntou estranhando o silêncio na casa.

— Seu pai o levou para o Shopping – Johanna revirou os olhos.

— Ele ainda quer a camiseta do Batman? – Katniss riu.

— Sim – Falou com indiferença – Não sei que graça ele acha nesses heróis.

— Ele puxou para o papai – Katniss deixou a mochila florida cair no chão e desabou no enorme sofá branco da sala.

— Felizmente – Deu um longo suspiro e voltou para sua leitura – Madge já chegou de viagem?

— Ainda não, mamãe – Katniss crispou os lábios – Já estou com saudades.

— Logo ela está de volta – Começou a rir.

Johanna parecia tão jovem, que facilmente poderia se passar por uma irmã mais velha e não por uma mãe.

Katniss e Johanna tinham o mesmo cabelo negro, o mesmo porte físico, a mesma estatura e o mesmo tom de pele.

As únicas diferenças eram que Johanna havia cabelos negros curtos na altura dos ombros com algumas mechas avermelhadas, uma franja que caía pelos olhos verdes e o temperamento fortíssimo. Sempre fora muito explosiva.

Katniss herdara os olhos cinzentos e a calmaria do pai – Gale.

Já o irmãozinho de Katniss – Marvel – Era bem mais parecido com a mãe.

Os mesmos olhos verdes, o mesmo temperamento explosivo. Mas o tom de pele bronzeado e o cabelo castanho escuro eram totalmente parecidos com o de Gale.

— Como foi na aula, Katniss? – Johanna perguntou, apoiando a testa na mão, bagunçando alguns fios da franja.

— Foi bem até – Suspirou cansadamente.

— Tem certeza? – Johanna fechou o livro e levantou-se, sentando ao lado da filha.

Johanna conhecia a filha muito bem. Sabia quando algo a amofinava.

Katniss deu um sorriso fraco, suspirou e contou-lhe tudo, desde o início.

Quando finalmente terminou, Johanna deu um sorriso, pegou-lhe em suas mãos e murmurou: — Se é para ajuda-lo a melhorar as notas, ajude! – Os olhos de Johanna sorriam – Ajudar as pessoas lhe fará bem, sei o quanto gosta disso.

— Mas ele é muito estúpido – Katniss resmungou.

— Sei como isso te deixa muito esgotada emocionalmente, mas lhe garanto que ele vai mudar. E se não mudar, problema dele! – Johanna lançou um sorriso largo para a filha – Mas eu só não entendi uma coisa.

— O que, mamãe?

— Por que Peeta e Pollux brigaram?

— Eu não sei – Katniss suspirou.

— Deve ter sido um motivo bem forte para terem brigado, não acha? – A mãe levantou as sobrancelhas.

 — Sim, deve ter sido mesmo – Sussurrou abraçando a mãe.

Johanna sabia o quanto sua filha era emotiva e isso talvez fosse um enorme problema.

As pequenas coisas a magoavam.

— Vamos deixar isso de lado – Johanna proferiu quando a soltou – Você precisa relaxar um pouco.

Johanna puxou a filha para o enorme quarto que ela dividia com o marido e ligou a enorme TV Led colocando em um filme qualquer para as duas assistirem.

Logo, de um filme, passou para outro. Até que anoiteceu.

Quando chegou a noite, Marvel e Gale chegaram, contando o que fizeram no shopping. Os olhos esverdeados de Marvel brilhavam com tanta felicidade, que a mãe e a irmã, sentiram-se felizes ao vê-lo daquele jeito.

A família estava reunida novamente.

Mais tarde, a família jantou ouvindo as piadas de Gale e logo em seguida, Katniss foi para a cama.

Não estava cansada, mas decidiu por deitar-se.

Em sua mente, seus pensamentos voltavam-se apenas para Peeta.

O garoto daria um enorme trabalho, isso ela poderia sentir.

Katniss não gostava de desafios, mas estava disposta a enfrenta-los apenas para ajudar o garoto.

“Talvez, por debaixo de toda aquela frieza, exista um coração bom”, pensou a garota antes de adormecer.

***

 No dia seguinte, Katniss acordou no mesmo horário de sempre. Arrumou sua cama, tomou banho, colocou uma camiseta preta, uma saia vermelha estampada que, de tão longa, escondia seu tênis all star preto e no braço, colocou seu relógio de pulso.

Desceu para o café da manhã, encontrando apenas seu pai.

— Bom dia, Catnip – Gale saudou animadamente – Animada para mais um dia de aula?

Katniss revirou os olhos sorrindo.

— Você nunca vai esquecer-se de me chamar assim, pai?

— Não, nunca – Gale sorriu.

Quando Katniss era criança, não conseguia pronunciar seu nome corretamente, pronunciava apenas Catnip, daí veio o apelido tão adorado pelo pai.

— Cadê mamãe e Marvel? – Perguntou sentando-se a mesa.

— Sua mãe já foi leva-lo para a escola. E é seu dever hoje ir busca-lo, mocinha – Falou em tom acusatório.

— Ok, papai – Katniss riu.

Gale levantou-se, dando um beijo na testa da filha.

— Não vai querer que eu te dê uma carona? – O pai perguntou.

— Não – Sorriu de modo gentil – Irei a pé mesmo, não se preocupe.

Katniss gostava de andar a pé pela cidade, ouvir os pássaros cantando, ver o céu límpido.

— Tenha uma boa aula, Catnip — Os lábios vermelhos de Gale, repuxaram-se num sorriso.

E assim saiu, deixando a filha sozinha.

O pai de Katniss trabalha como chefe de cozinha em um restaurante e a mãe, é uma sexóloga, tendo um consultório no centro da cidade, fazendo terapias com casais e até mesmo adolescentes.

Katniss tomou o suco de morango rapidamente, pegou uma laranja da fruteira, colocando-a na mochila e saindo de casa o mais rápido possível.

Exatos quinze minutos depois, encontrava-se em frente do enorme colégio. Atravessou o portão, entrando no enorme pátio.

A maioria dos alunos a olhavam torto. Talvez pelo modo como ela se vestia.

Mas ela não se importava nenhum pouco.

Encaminhou-se para a sala de aula, era cedo, mas gostava de ficar lá.

— Ai, Katniss! Eu não vim ontem, o que perdi? – Uma garota de olhos arregalados entrou na sala desesperada.

— Madge! – Katniss sorriu de alívio ao ver a amiga – Aconteceu tanta coisa...

— Coisas boas ou ruins? – Madge perguntou abraçando a melhor amiga e sentando-se em uma cadeira.

Katniss suspirou, sentando-se ao lado de sua melhor amiga e contando tudo o que acontecera.

Madge, talvez, seria a única e melhor amiga de Katniss.

Tudo aconteceu na infância, quando Madge estava brincando sozinha de pegar borboletas. Katniss estava ali por perto, apenas observando.

Quando Madge percebeu que a garotinha de olhos cinzentos a olhava, aproximou-se perguntando se queria brincar também e ela, prontamente aceitou.

Naquele mesmo dia, Madge prometera ser amiga de Katniss para sempre. E desde então, a loira estava cumprindo sua promessa.

— Você tem que ir atrás dele, agora – Madge quase gritou – Você aceitou a proposta do diretor, agora tem que cumprir!

— Mas eu...

— Nada disso, mocinha – Madge levantou-se e puxou a amiga, fazendo-a ficar de pé – Você vai mostrar a bendita sala do Grêmio Estudantil e perguntar a ele quais são as matérias que ele mais tem dificuldade.

— Como farei isso?

— Tente conquistar o inimigo – Madge deu de ombros.

— Isso soou muito errado – Katniss se exasperou.

— Se você pretende conquista-lo de outra maneira, faça também – Deu um sorriso malicioso ao ver Katniss corar – Agora vamos, eu vi o Mellark no refeitório.

Madge andava feito um furacão, e Katniss tentava acompanha-la.

Madge era bem mais alta que a amiga, tendo os cabelos loiros caindo em cascatas até a cintura, intensos olhos verdes que eram escondidos por óculos de grau, por ser míope. Trajava uma camiseta preta com o símbolo da Mulher Maravilha em amarelo e uma calça jeans justa, rasgada nos joelhos.

Quando finalmente chegaram próximas ao refeitório, Madge empurrou Katniss para dentro do refeitório.

— Eu não quero ir sozinha – Katniss sussurrou.

— Vá logo! Você vai ter que passar a maior parte do tempo com ele sozinha sem me ter por perto, é melhor se acostumar. – Madge também sussurrou.

A morena respirou fundo.

O refeitório estava totalmente vazio, tendo apenas Peeta por ali, com fones de ouvido, suas costumeiras roupas pretas, seu cabelo loiro desalinhado caindo em sua testa e sentado na mesa.

Era um perfeito rebelde.

Katniss aproximou-se dele de maneira cautelosa.

O garoto tirou os fones de ouvido e a olhou de maneira indiferente, perguntando: — Como posso te ajudar? Não que eu queira fazer isso, claro!

— Eu queria saber quais são as matérias que você mais tem dificuldade.

— Não é da sua conta – Vociferou.

— No momento em que o diretor pediu para que eu o ajudasse, é de minha conta sim – Respondeu calmamente.

O loiro suspirou.

— Eu tenho muita dificuldade nas matérias de humanas – Respondeu contra gosto.

Ponto para Katniss.

Ela era ótima nas matérias de humanas.

— Quando posso te ajudar?

— Quer saber mesmo? – Deu um sorriso sarcástico – Nunca!

Katniss respirou fundo.

— Seja amigável, por favor.

Peeta passou a mão por seus cabelos, desalinhando-os ainda mais.

— Ok, ok – Respondeu impaciente – Pode ser quando você quiser, tá legal?

— Ok! – Katniss deu um sorriso gentil – Na hora do intervalo irei mostrar a você a sala do Grêmio, tudo bem?

— Que seja – Respondeu fazendo uma careta.

Katniss deu um sorriso gentil ao garoto e saiu.

Um sentimento de que, talvez pudesse dar certo passou por seu coração. 


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Notas finais do capítulo

É isto! Espero que tenham gostado, até mais.



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