Prefácio de Uma Vampira escrita por Gabriela Cavalcante


Capítulo 8
Sorrisos no Porta-Retrato


Notas iniciais do capítulo

Quem será o vulto misterioso que salvou Rosalie? Ela terá ainda muitas surpresas nessa história de abalar corações "frios". Corações de giz e de alvura encantadora.

Queria pedir desculpas pela demora, mas aqui está mais um capítulo. Espero que gostem.



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Acordei num lugar desconhecido. A luz branca e forte me impedia de abrir os olhos por completo. Levantei a cabeça e pude observar o local. Era uma pequena sala com as paredes brancas e com uma passagem sem porta que dava para um corredor visível aos meus olhos. Eu estava sentada em um dos dois sofás, que estavam em cima de um enorme tapete bordado e em volta de uma pequena mesa de centro. Uma grande estante abrigava centenas de livros e uma menor, uma coleção de vinis. Só depois reparei no porta-retrato depositado sobre o vidro da mesa no centro da sala.

Havia na foto três pessoas. Dois homens e uma mulher. O que parecia mais novo estava entre os outros dois, sorrindo. A mulher abraçava o mais novo e sorria também. O homem mais velho tinha o sorriso mais nos olhos que na expressão séria. O mais novo demonstrava um ar de satisfação e felicidade maior que os outros dois. Todos possuíam uma beleza indescritível e peles claras de giz.

Não consegui pronunciar nem ao menos um sussurro de espanto, só abri a boca porque o queixo caiu.

Ouvi passos atrás de mim, que me encontrava de joelhos ao lado da mesa, e me virei rápido para trás, deparando-me com as três pessoas da fotografia. Eu não conseguia acreditar. Era verdade mesmo, não coisa da minha cabeça.

Eu estava na casa dos Cullen.

Dr. Cullen me olhou pelo canto do olho. Sra. Cullen sorria para mim com as duas mãos entrelaçadas em uma das mãos do marido. O... Filho Cullen – que estudava na minha escola, mas eu nunca soubera o seu nome – mantinha a expressão indecifrável. Todos pareciam ter mesmo a pele feita de giz, de uma alvura penetrante e de tanta beleza que era impossível deixar de observá-los por qualquer motivo que seja.

- Rosalie, que bom que acordou. – disse a Sra. Cullen, soltando-se dos braços do marido e vindo na minha direção, ainda sorrindo. Ela se agachou ao meu lado.

Eu só consegui gaguejar algumas letras sem formar palavra alguma. Parecia que havia algo em minha garganta que impedia a voz de sair. Eu não me sentia bem.

- Garota, vou ter de te examinar depois. – concluiu Dr. Cullen, saindo da pequena sala sorrindo para a esposa.

- Florzinha, você quer algo para comer? Na cozinha deve ter algo comestível. Você está pálida, precisa comer urgentemente! – declarou, revirando os olhos para procurar um móvel no qual podia se apoiar para levantar. E foi flutuando pelo corredor.

Fiquei sozinha na sala com o Filho Cullen.

Sem nada a dizer nem fazer, me limitei a salvar meus joelhos, que ainda estavam em atrito com o tapete, e sentar no sofá novamente. Ele ficou paralisado olhando para mim. Eu? Paralisei também, oras! Mas eu não sou do tipo que agüenta isso de imitar estátua e logo comecei a bater o pé no chão e tamborilar os dedos no encosto do sofá. Sem perceber, iniciei a cantoria de uma música que eu nem sabia de onde viera e me distraí com o movimento dos meus próprios dedos, que iam ao ritmo da tal musiquinha.

- Que música é essa?

Parei toda a minha atividade com o susto. Levantei a minha cabeça rapidamente e me deparei com o Filho Cullen em pé ao lado do sofá em que eu me encontrava. E ele sorria.

A voz, pela primeira vez desde que eu acordara naquele lugar, decidiu cooperar.

- Eu... Eu não sei. – falei por fim.

Ele riu.

- Parece nervosa.

- É... – murmurei, prendendo meus cachos dourados com as mãos. Não havia como deixá-los presos como eu queria e eu não estava realmente a fim de ficar segurando-os o tempo inteiro. Bufei, nervosa comigo mesma, fazendo-o rir novamente.

                - Rosalie, indo logo ao que interessa, eu...

                - Rose... – corrigi. – Meu nome é muito grande e cansa falar.

                - Está bem. – ele concordou, puxando uma cadeira – que eu ainda não tinha visto por estar exatamente atrás do sofá e fora do alcance da minha vista – Quero ir direto ao ponto.

                Ok, que ponto?

                - Calma, eu vou chegar lá.

                HÃ? Chegar a que? Eu, hein!

                - Só escute... Rose.

                - Tá bem. – respondi, revirando os olhos. Estava mais confusa de que de costume. O que eu estava fazendo ali e como chegara? Isso estava me corroendo por dentro.

                - Não fique nervosa, nem se deixe corroer.

                Como assim? Eu não estava mais entendendo nada. Arg!

                - Sei que não está entendendo nada, mas, respondendo a sua pergunta, eu te encontrei no meio da floresta, acho que estava dormindo...

                - Mas, Filho Cullen, eu não perguntei nada.

                - Droga, eu fiz de novo. – ele murmurou socando a própria cabeça. Mas fez o que?

                - Pensei que você tivesse perguntado algo que não perguntou.

                Agora eu não estou entendendo nada mesmo.

                - Sei que você não está entendendo nada... – ele murmurou novamente. Nossa, eu nem me devia sentir culpada assim pela confusão que devia estar a cabeça daquele rapaz, talvez mais do que a minha. Eu não sabia nem o nome dele! – Ah – ele continuou, sorrindo -, meu nome é Edward.

                - Então, Edward, o que está acontecendo.

                - Ah, é que... eu leio mentes. Sei o que todos estão pensando.

                Ótimo, e eu pensava que tinha um problema.

                - Mas você tem um problema.

                Ué, mas o seu é bem maior. Isso não é normal, cara!

                - Eu sei que não é normal.

                Mas... como você faz isso?

                - Eu sou como ele. Seu namorado, eu sou como ele. E alguns de nós ganham... dons ao se transformar.

                Sério? Então é por isso que você e sua família estavam lá no dia da festa?

                - É.

                Adorei. Seu pai e sua mãe também são...

                - São sim.

                Mas o Dr. Cullen é um... Doutor!

                - Ele batalhou muito pra isso. Ele já queria ser médico quando o... incidente aconteceu. Ele treinou muito mesmo, por isso ele consegue suportar. E... Eu acho que pode chamá-lo de Carlisle.

                Legal. E você, não consegue se controlar?

                - Eu te explico tudo, mas só se parar com isso, está me deixando louco.

                Parar com o que?

                - Dá pra você se comunicar comigo usando a sua voz? Isso não é muito legal.

                - Poxa, eu nunca tinha conhecido uma pessoa que lê mentes. Você acabou com a minha alegria, cara! É legal falar com as pessoas sem... falar!

                - Eu sei, deve mesmo ser legal. Mas pare com isso, por favor.

                - Tudo bem. – eu me entreguei.

                - E então, deixe a história de Carlisle para depois. O importante é que você precisa acreditar em Emmett.

                - Mas por quê? Ele é um maluco, não sabe o que diz.

                - Ele estava certo sobre a nossa espécie, não é?

                Assenti.

                - É, mas... Ele é meio ruim da cabeça, mesmo assim. – expliquei.

                - Não é não. Victoria foi mesmo atacada por um de nós. Ninguém sabe onde ela está. Carlisle, Esme e eu só a conhecemos pelo nome. Provavelmente, o vampiro que a atacou não era “vegetariano” como nós. – ele disse, fazendo aspas no ar.

                - Vegetariano?

                - Sim, que só bebe sangue de animais. Acredite, é como um ser humano que sobrevive só a base de salada. Está alimentado, mas nunca totalmente satisfeito.

                - Estão conversando muito, crianças? – Esme entrou com uma badeja nas mãos. Veio até mim e colocou a bandeja na mesinha de vidro. Agradeci com um sorriso e abocanhei a torrada na primeira oportunidade.

                - Rose – ele continuou -, James é perigoso.

                Eu não me agüentei. Com queijo na boca, me engasguei com suas palavras. Não, não é um jeito de falar. Eu me engasguei literalmente. Comecei a tossir, Edward me deu um tapa nas costas, eu não parei de tossir, ele me deu o copo de suco de laranja – ok, não era chá – e eu bebi, mas demorou a descer e eu quase joguei tudo na cara dele. Pobre Edward Cullen.

                - Mas – eu perguntei, já recuperada – por que James é perigoso?

                - Ele não é vegetariano. Ele mata pessoas, Rose.

                - Não mata. Ele vai me transformar. Pra eu poder ficar com ele.

                - Ele é um assassino. E você não pode virar vampira.

                - Por que não?

                - Porque não é a decisão certa! – ele gritou, me assustando - Eu queria poder ter tido as duas opções. Mas eu estava morrendo e Carlisle quis me salvar. – agora o tom de voz já baixava lentamente. – Não fui eu que escolhi, Rosalie. Não era o que eu queria. Mas agradeço a Carlisle até hoje pelo que ele fez por mim. Eu era mais um adolescente idiota, mas ele não achou isso e quis me tirar daquele hospital. Você não sabe como é horrível saber o que as pessoas pensam... Saber o que elas pensam de você é pior ainda. No início eu quis me matar. Mas já estou morto mesmo, não adiantaria nada. Rose, eu só respiro por hábito, não é necessário. É como uma mania. Eu não durmo, não é como nas revistas em quadrinhos e nos filmes, que os vampiros se transformam em morcego, moram em cemitérios e têm dentes afiados. Não é assim.

                - Eu não sabia da maioria dessas coisas. James me mandou comprar um perfume forte para confundir o olfato dele. Eu pedi uma semana para ser transformada, estou só esperando o dia, tentando me convencer internamente.

                - E a sua família.

                - Vou arrumar um motivo pra ser expulsa de casa. Acho que vai ser menos doloroso.

                - Realmente.

                - Como você fez com a sua família, Edward? – eu perguntei sem pensar.

                - Minha família... Morreram todos antes de mim. Pense, Rosalie. Você não poderá acompanhar o crescimento da sua irmã, não vai conhecer seu cunhado, seus sobrinhos... Seus pais, seus avós... Perderá grandes momentos com eles.

                - Acha que eu posso forjar um assassinato? – perguntei, ignorando-o.

                - Realmente acha que isso será bom para você, Rosalie? Pense mais um pouco. Pense no que você vai...

                Edward foi interrompido por um barulho estrondoso, que quase estourou meus tímpanos. Uma luz forte saía da janela e não me deixava abrir os olhos. Ouvi as vozes de Carlisle e Esme vindo em nossa direção, que estávamos jogados atrás do sofá tentando nos proteger do intenso barulho. Tudo parecia girar. Mas é claro que só parecia. Abri os olhos e tive uma surpresa.

 


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Notas finais do capítulo

Qual a surpresa Rosalie nos reserva no próximo capítulo? Quem diz a verdade? O mais novo amigo Edward Cullen, que apoia o amigo de infância Emmett, ou aquele que ela considera o amor de sua vida?

Queria agradecer a CarolSwanCullen pela capa que fez pra minha fic. Olha o link: http://www.4shared.com/photo/tV4VqhvV/Capa.html

Vocês acham que está legal? Se importam pela Rose não estar exibindo seus cachos dourados?
Por favor, respondam as perguntas acima pelos reviews e mandem sugestões, reclamações, dúvidas e etc...
XD XD XD XD

AliceBianchinni, eu te amo, minha beta particular. Boas férias. Saudades da minha amigaa. Bjos.



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