Prefácio de Uma Vampira escrita por Gabriela Cavalcante


Capítulo 20
Pedido


Notas iniciais do capítulo

O Nyah estava com problemas e eu não conseguia postar. De qualquer modo, boa leitura



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Notas Iniciais do Emmett:

Sim, eu voltei. Mas não por completo ainda.

               Voltei para dizer que me pareceu bem simples. Escuro, calmo. E lento. Podia ouvir as vozes ao meu redor, mas só havia uma que eu lutaria para ouvir, e mesmo assim ela não se manifestou. Rosalie, eu queria dizer. Ainda não acabou.

               O máximo que consegui foi “cuide bem dele”, ou algo parecido. Mas acho que ela entendeu por um adeus. Não era um adeus. Apenas um simples “até a próxima”.

Rosalie

- Emmett está em coma, Rosalie. Sinto muito.

- O quê? – Meus olhos se encheram de lágrimas. – Mas, Carlisle, isso não pode estar acontecendo. – Eu me sentei num dos sofás na sala de espera. – É coisa demais acontecendo.

- Lamento, Rosalie. Todos nós estamos muito abalados com essa notícia.

Por “todos nós”, Carlisle queria dizer ele, Esme, Alice, Jasper e Edward. Já eu, eu estava completamente sem rumo, sem caminho. Meu mundo desmoronara, e não fora de uma hora para a outra. E era tudo culpa minha.

Se eu não tivesse inventado de me “apaixonar loucamente” por um vampiro sedento de sangue, nunca saberia que os vampiros existem, e nunca poria Emmett em risco. Talvez eu estivesse em casa, e Emmett continuasse a me perseguir. Eu daria o fora nele e explicaria tudo. Talvez voltássemos a ser amigos.

Seria melhor para nós dois. Mas acho que nenhum de nós preferia assim.

E foi por preferir assim que eu desabei a chorar quando visitei Emmett na UTI. Não aguentei quando o vi ali.

Emm dissera para que eu cuidasse dele. Estaria dizendo adeus? Acariciei meu bebê. Pequeno e indefeso. Precisaria muito de mim. E dele.

O que eu estava tentando fazer? Nunca iria conseguir sem Emmett. Não me deixaram entrar. Vê-lo? Somente por uma parede de vidro que eu odiava muito. Em coma.

Em coma?

Como algo tão cruel pudera acontecer a ele? Emmett sempre fora o tipo de pessoa exemplar. O único defeito que ele tinha era eu. E, é claro outra vez, que a culpa era minha. Não pude deixar de pensar, imaginar como seria daqui para frente, sem ele para me ajudar.

Não consegui.

O que eu faria? Continuaria sendo dramática e esperaria pacientemente?

Melhor. Eu cumpriria a minha promessa. Bom, não foi exatamente uma promessa, mas ele me pedira, quase suplicando. Eu cuidaria do nosso filho.

[...]

- Menino ou menina?

O médico olhou para mim. Eu me encontrava deitada numa maca de seu consultório, ansiosa demais para ficar quieta. Não era Carlisle, então eu estava um pouco mais nervosa. Mas era um amigo dele. E isso me reconfortava. Pra caramba.

Emmett ainda estava em coma. Eu não sabia o que aconteceria depois, mas queria que ele visse aquilo. Se bem que, para mim, o meu bebê parecia mais um monte de riscos coloridos numa tela que eu não entendia absolutamente nada.

- Na verdade, Sta. McCarty... Não sei se isso vai deixa-la feliz, mas são os dois.

A lesa aqui não entendeu.

- Dr., o que aconteceu com o meu bebê?

- Srta. McCarty. – Ele respirou fundo. – São dois bebês.

Meus olhos brilharam.

- Dois? – Eu sorri. – Mas que... Que coisa boa. Muito boa. – Aí eu me lembrei do Emm, minha expressão mudou e minha voz falhou. – Muito boa, doutor.

- Não parece tão feliz – observou ele.

- O pai deles.

- Mãe solteira? Ah, isso acontece muito.

- Não. Sou casada com ele.

- Abandonou você? Ah, não chore, meu bem. Isso acontece muito.

- Não. Ele está em coma. – Respirei fundo. – Acidente de moto.

- Oh. – Ele pareceu constrangido. – Sinto muito.

- Não precisa. Já sinto o bastante.

- Hmm. Sei que conhece o Dr. Cullen. – Ele mudou de assunto.

- Conheço sim. Os filhos dele e eu somos muito amigos. Como irmãos.

- Não acha que ele é muito novo para aquele monte de filhos?

Médico curioso esse.

- Na verdade, todos são adotados. Carlisle e Esme são muito bons.

- Ah, sim.

- E os meus bebês?

- Hein?

- Menino ou menina?

- Ah, sim. Um casal.

[...]

Um casal. Uma linda princesa e um lindo jogador de futebol. Emmett não poderia simplesmente perder isso, não seria bom para nenhum de nós. Minha gravidez já era problemática o bastante; ele tinha a obrigação de estar comigo, não tinha?

Eu não conseguiria cuidar de dois filhos sozinha, ainda mais com James me perseguindo. Não conseguiria pensar numa forma de não desmoronar de repente. Era como um terremoto nas minhas costas.

E agora essa batucando na minha cabeça: Sara filha do James.

Eu tinha de ter a certeza. Isso não podia estar acontecendo. Realmente minha irmã não merecia um pai assim. Mas tinha de ser.

Agora eu não confiava mais se ele não aparecesse. Se James demora a aparecer, alguma coisa grave está acontecendo. Então eu andava na rua desconfiando até dos postes. Qualquer coisa ali podia ser James.

Sentia vontade de ficar sozinha. Mas não completamente. E, antes, uma coisa que eu precisava fazer.

- Carlisle. Preciso vê-lo.

- Tudo bem, Rose. Você pode vê-lo.

Sorri feliz e acariciei minha barriga. Vocês verão seu pai.

De início eu não queria saber se era menino ou menina. Pior. Desde o primeiro mês eu ignorava Carlisle e não ia ao médico. Acho que estava meio confusa com tudo o que estava acontecendo. Mas Alice me convenceu. Só espero que não tenha sido tarde demais.

Antes de entrar, eu disse:

- São dois, Carlisle.

- O quê?

- São dois bebês. Um casal. E ele não sabe.

- Parabéns, Rose.

Eu sorri, mas havia lágrimas em meus olhos.

- Obrigada. Preciso... contar para o Emmett.

Ele assentiu.

Emmett estava imóvel, como todas as vezes que eu fora visita-lo. Eu disse a ele, ainda chorando, como estavam nossos bebês. São dois, Emmett. Você não acreditaria. São dois.

Acho que de certa forma eu esperava que ele me respondesse quando fosse visita-lo por trás da parede de vidro. Mas ele nem se mexeu. Isso me machucou um pouco por dentro. Porque, de qualquer maneira, eu não esperava que fosse tão difícil ver que ele não podia me responder. E saí dali de cabeça baixa, segurando as lágrimas.

Caminhei por um tempo, até encontrar um parque. Havia crianças brincando, e eu sonhava com as minhas. Sentei em um dos bancos e desabei a chorar.

Um casal passava ao meu lado. A moça, aparentemente um pouco mais nova que eu, pôs a mão no meu ombro.

- Desculpe perguntar, mas... Por que está chorando num dia lindo como esse.

- Minha vida não tem sido tão bonita ultimamente.

- Quantos meses têm?

- Seis.

- Parabéns pelo bebê. Não devia estar sorrindo?

- Obrigada. Na verdade, são gêmeos. E eu não tenho tantos motivos para sorrir. Você não entenderia.

Ela não discutiu. Tomou o braço do rapaz e saiu, sorrindo e acenando para mim. Logo em seguida, senti uma mão em meu ombro.

- Mmmm!

Ele pôs a mão na minha boca antes que eu pudesse agir.

- Não grite – pediu, sentando-se ao meu lado. – Só quero fazer um pedido, Rosalie. Por favor.

Notas Finais do Emmett:

Eu queria responder, mas não sabia como. Não entendia o ela falava, mas sabia que era importante. Sentia sua presença. E quando ela começou a chorar, acho que senti dor. E aí ela foi embora.


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Notas finais do capítulo

Dessa vez não vamos conversar com o Emmett nem com a Rosalie. Vamos só pedir mais reviews para que eu posso escrever mais um capítulo, ok? Beijos.

A Autora.



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